Na minha infância, costumávamos, logo a noitinha após o jantar, na casa grande da fazenda,ouvir historias contada pelo meu avo e seus convidados. O velho Antonio Tomaz deitado em sua rede branca.
Era o centro das atenções,o vozeirão fazia-o ser ouvido do terreiro ao fundo do quintal.Atrás da porta, o rifle papo-amarelo fazia guarda. Os assuntos eram os mais variados:caçadas, pegas de boi, cura de bicheiras, secas, beatos e cabras valentes.
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A minha avó, recolhia-se cedo. Sentava no meio da cama com seu longo rosário, rezando horas sem fim, diante de uma imagem de Padre Cícero, Frei Damião e de outros Santos de sua devoção. O pequeno relato que acabo de fazer, justifica a admiração que tenho pela historia dos beatos e cangaceiros que dominaram os sertões nordestinos, até o final dos anos 30 do século XX.
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Assis e Manelzin Nascimento e Dra. Leila Rosado.
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Quando fomos convidados para o Primeiro Cariri Cangaço, não pensei duas vezes, pulei de cabeça, juntamente com outros cangaceiros mossoroenses dentre eles: Paulo Gastão, Professor Lemuel, Emanuel Braz, Honório de Medeiros Leila Rosado, Chagas e Manuel Nascimento. Fizemos o que quase uma centena de escritores, pesquisadores e estudiosos do cangaço de todo o Brasil fizeram. Viajamos ao cariri cearense, que maravilha de terra. Recebidos por Manoel Severo e toda sua valorosa equipe, foi um verdadeiro premio, pisar naquele solo rico de memórias e de cultura popular.
Quando fomos convidados para o Primeiro Cariri Cangaço, não pensei duas vezes, pulei de cabeça, juntamente com outros cangaceiros mossoroenses dentre eles: Paulo Gastão, Professor Lemuel, Emanuel Braz, Honório de Medeiros Leila Rosado, Chagas e Manuel Nascimento. Fizemos o que quase uma centena de escritores, pesquisadores e estudiosos do cangaço de todo o Brasil fizeram. Viajamos ao cariri cearense, que maravilha de terra. Recebidos por Manoel Severo e toda sua valorosa equipe, foi um verdadeiro premio, pisar naquele solo rico de memórias e de cultura popular.
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Palestras, debates, apresentações culturais e visitas: Casa Grande da fazenda Padre Cícero, Horto e todo seu conjunto arquitetônico, fazenda Piçarra, cachoeiras de Missão Velha, Indústrias Linard, centro histórico de Barbalha, apresentação da banda cabaçal, penitentes do sitio cabaceiras, e para fechar, visita ao sitio Caldeirão do Deserto reduto do Beato Jose Lourenço. Para mim foi o momento maior do Cariri Cangaço. Essa visitação coroou o seminário de forma brilhante. A emoção tomou conta de todos que ali estiveram dentro da capela. As ruínas das velhas construções ainda resistindo ao tempo. São testemunhas dos fatos ali acontecidos. Os poços e paredes de pequenas barragens são atestados do trabalho profícuo de toda comunidade do caldeirão.
Palestras, debates, apresentações culturais e visitas: Casa Grande da fazenda Padre Cícero, Horto e todo seu conjunto arquitetônico, fazenda Piçarra, cachoeiras de Missão Velha, Indústrias Linard, centro histórico de Barbalha, apresentação da banda cabaçal, penitentes do sitio cabaceiras, e para fechar, visita ao sitio Caldeirão do Deserto reduto do Beato Jose Lourenço. Para mim foi o momento maior do Cariri Cangaço. Essa visitação coroou o seminário de forma brilhante. A emoção tomou conta de todos que ali estiveram dentro da capela. As ruínas das velhas construções ainda resistindo ao tempo. São testemunhas dos fatos ali acontecidos. Os poços e paredes de pequenas barragens são atestados do trabalho profícuo de toda comunidade do caldeirão.
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Bacamarteiros da Paz em apresentação no Caldeirão do Beato Zé Lourenço
Agora senhores, compreendo a força do Padre e do Beato. Estes lá no cariri cearense e meus avós cá na várzea do Rosado, município de Porto do Mangue. Mais de 500 km os separavam, mas a influência era marcante não só na palestra, na reza; como também no nome dos filhos. Minha mãe, Maria DAS DORES e meu tio, CICERO Tomaz, ambos nascidos nos anos vinte. São provas contundentes do poder do patriarca do Juazeiro em solo Potiguar.
Francisco de Assis do Nascimento - Mossoró
Sócio da SBEC
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SÍTIO CALDEIRÃO, O ARAGUAIA DO CEARÁ: UM GENOCÍDIO 72 ANOS NA IMPUNIDADE!
ResponderExcluirNo CEARÁ, para quem não sabe, houve também um crime idêntico ao do “Araguaia”, contudo em piores proporções, foi o MASSACRE praticado por forças do Exército e da Polícia Militar do Ceará no ano de 1937, contra a comunidade de camponeses católicos do Sítio da Santa Cruz do Deserto ou Sítio Caldeirão, que tinha como líder religioso o beato JOSÉ LOURENÇO, seguidor do padre Cícero Romão Batista.
A ação criminosa deu-se inicialmente através de bombardeio aéreo, e depois, no solo, os militares usando armas diversas, como fuzis, revólveres, pistolas, facas e facões, assassinaram mulheres, crianças, adolescentes, idosos, doentes e todo o ser vivo que estivesse ao alcance de suas armas, agindo como feras enlouquecidas, como se ao mesmo tempo, fossem juízes e algozes.
Como o crime praticado pelo Exército e pela Polícia Militar do Ceará foi de LESA HUMANIDADE / GENOCÍDIO / CRIME CONTRA A HUMANIDADE é considerado IMPRESCRITÍVEL pela legislação brasileira bem como pelos Acordos e Convenções internacionais, e por isso a SOS - DIREITOS HUMANOS, ONG com sede em Fortaleza - Ceará, ajuizou no ano de 2008 uma Ação Civil Pública na Justiça Federal contra a União Federal e o Estado do Ceará, requerendo que sejam obrigados a informar a localização exata da COVA COLETIVA onde esconderam os corpos dos camponeses católicos assassinados na ação militar de 1937.
Vale lembrar que a Universidade Regional do Cariri – URCA, poderia utilizar sua tecnologia avançada e pessoal qualificado, para, através da Pró-Reitoria de Pós Graduação e Pesquisa – PRPGP, do Grupo de Pesquisa Chapada do Araripe – GPCA e do Laboratório de Pesquisa Paleontológica – LPPU encontrar a cova coletiva, uma vez que pelas informações populares, ela estaria situada em algum lugar da MATA DOS CAVALOS, em cima da Serra do Araripe.
Frisa-se também que a Universidade Federal do Ceará – UFC, no início de 2009 enviou pessoal para auxiliar nas buscas dos restos dos corpos dos guerrilheiros mortos no ARAGUAIA, esquecendo-se de procurar na CHAPADA DO ARRARIPE, interior do Ceará, uma COVA COM 1000 camponeses.
Então por que razão as autoridades não procuram a COVA COLETIVA das vítimas do SÍTIO CALDEIRÃO? Seria descaso ou discriminação por serem “meros nordestinos católicos”?
Diante disto aproveitamos a oportunidade para pedir o apoio nesta luta, à todos os cidadãos de bem, no sentido de divulgar o CRIME PERMANENTE praticado contra os habitantes do SÍTIO CALDEIRÃO, bem como, o direito das vítimas serem encontradas e enterradas com dignidade, para que não fiquem para sempre esquecidas em alguma cova coletiva na CHAPADA DO ARARIPE.
Dr. OTONIEL AJALA DOURADO
OAB/CE 9288 – (85) 8613.1197
Presidente da SOS - DIREITOS HUMANOS
www.sosdireitoshumanos.org.br
Inegável a força que tem Padre Cícero Romão Batista, apesar de lutar contra tudo e contra todos, contra a igreja reacionária e preconceituoso, hoje eles estão tendo que engulir a figura santa de Padre Cícero. Milhões de brasileiros visitam anualmente Juazeiro doNorte, numa prova de amor, devoção e gratidão.
ResponderExcluirÉ isso aí, viva a verdade.Parabens sr. Assis Nacimento.
Juliana Ramos - Juazeiro do Norte.
Assim como a família do senhor, muitas e muitas por ese brasil afora prestam homenagens a esse santo verdadeiro, quepadre cícero.
ResponderExcluirObrigada
Juliana Ramos - Juazeiro do Norte
Lendo a crônica do senhor Assis Nascimento me remeteu também a meu tempo de menino na serra do araripe, em Nova Olinda, quando ainda pela década de 60 costumava ganhar minhas noites enluaradas ouvindo as histórias de meu avô e um bom grupo de moradores do lugar. Padre Cícero é sim um homem santo e como na sua família, também na de muitos brasileiros vamos encontrar homenagens ao santo do Juazeiro. Em minha casa somos 3, Meu pai: Cícero, eu: Cícero e meu filho do meio: Cicero Neto.
ResponderExcluirAbraços
José Cícero Silva Lima - Farias Brito. CEARA