Alcino Costa, João de Sousa, Angelo Osmiro e Ivanildo Silveira
Em se estudando o cangaço não se pode desconhecer uma verdade pura e cristalina que é aquela de se verificar que essa epopéia nordestina legou o seu povo a um terrível sofrimento, uma provação sem precedente e que varou anos e mais anos, só vindo ter fim na histórica chacina de Angico, no Riacho do Tamanduá, conhecido famosamente como Riacho do Angico, em Poço Redondo, local onde morreram Lampião, Maria Bonita, e ainda, nove de seus companheiros.
Pode-se atestar, com toda convicção, que o cangaço, através da sanha perversa e homicida do cangaceiro, e até das volantes do governo, eram pestes que só traziam dores e sofrimentos para os povos catingueiros.
Nada neste mundo se compara ao sofrimento e agonia que viveu a nossa indefesa gente cabocla, vivendo, por tão longos anos, a mercê daquela turba sanguinolenta que sentia especial prazer em judiar, esfolar e matar as pobres, desvalidas e desafortunadas famílias caipiras. Cangaceiro e soldado achavam-se os senhores da vida e da morte dos que habitavam as terras dos cafundós dos sertões.
Positivamente, cangaço e volante foram desgraças que enlutaram o povo sertanejo. Que os digam as 83 mortes acontecidas no Estado de Sergipe, sendo 69 delas acontecidas no Sertão do São Francisco. Infelizmente, o nosso sofrido e heróico Poço Redondo teve a desventura de ver suas terras empapadas pelo sangue de 55 pessoas assassinadas pelas armas bandoleiras e pelos soldados de volante.
Filho do sofrimento e da pobreza, mesmo assim, a coragem e a fé dos filhos e habitantes de Poço Redondo fizeram-no um grande e considerado município que é um dos fortes pilares do Sertão do São Francisco e de Sergipe
Alcino Alves Costa (O caipira de Poço Redondo).
Ao contrário dos que garantem e afirmam ser o cangaço um flagelo que teve seu início por volta de 1870, pode-se afirmar com segurança que ele surgiu nos campos do sertão nordestino desde os idos do Brasil Colonial. O cangaço e as secas foram os grandes flagelos dos povos sertanejos. Todo o nordeste se rendeu aos horrores daquela tenebrosa sociedade do crime. A seca dizimava os campos e a vida pastoril. O cangaço fazia nascer e florescer brutais criminosos, mestres do bacamarte e do clavinote. Alguns desses sanguinários matadores se tornaram célebres personagens da história sertaneja. Estão nos livros as aventuras de Inocêncio Vermelho, João Calango, Jesuíno Brilhante, Né Dadu, Sinhô Pereira, Luiz Padre e aquele que foi a sua maior e mais luminosa estrela: Virgulino Ferreira da Silva – Lampião.
Em se estudando o cangaço não se pode desconhecer uma verdade pura e cristalina que é aquela de se verificar que essa epopéia nordestina legou o seu povo a um terrível sofrimento, uma provação sem precedente e que varou anos e mais anos, só vindo ter fim na histórica chacina de Angico, no Riacho do Tamanduá, conhecido famosamente como Riacho do Angico, em Poço Redondo, local onde morreram Lampião, Maria Bonita, e ainda, nove de seus companheiros.
Cruz na grota do Angico
Pode-se atestar, com toda convicção, que o cangaço, através da sanha perversa e homicida do cangaceiro, e até das volantes do governo, eram pestes que só traziam dores e sofrimentos para os povos catingueiros.
Nada neste mundo se compara ao sofrimento e agonia que viveu a nossa indefesa gente cabocla, vivendo, por tão longos anos, a mercê daquela turba sanguinolenta que sentia especial prazer em judiar, esfolar e matar as pobres, desvalidas e desafortunadas famílias caipiras. Cangaceiro e soldado achavam-se os senhores da vida e da morte dos que habitavam as terras dos cafundós dos sertões.
Positivamente, cangaço e volante foram desgraças que enlutaram o povo sertanejo. Que os digam as 83 mortes acontecidas no Estado de Sergipe, sendo 69 delas acontecidas no Sertão do São Francisco. Infelizmente, o nosso sofrido e heróico Poço Redondo teve a desventura de ver suas terras empapadas pelo sangue de 55 pessoas assassinadas pelas armas bandoleiras e pelos soldados de volante.
Poço Redondo, norte do estado de Sergipe
Os tempos de Lampião causaram estragos irreparáveis na vida do homem do campo. O flagelo do cangaço foi o responsável pela perda total da tranqüilidade e paz do simplório campônio que viu estupefato e indefeso o seu mundo sertanejo preso, dominado, oprimido e torturado pelos senhores do crime e pelos senhores da lei, tão ferozes como aqueles.
O sangue sertanejo embebeu a terra cabocla de Poço Redondo. Desesperada e indefesa, a população do lugarzinho de China deixou suas casas e se jogou pelo mundo, não ficando uma só família, um só morador naquela abandonada e triste povoação. O êxodo foi total. Por duas vezes – 1932 e 1937 – essa diáspora do povo de Poço Redondo aconteceu. As ruas e praças ficaram abandonadas, nelas não se via um ser humano. As taperinhas com suas portas e janelas abertas e os animais silvestres descansando em seus telheiros, sem nenhum receio de serem atacados pelos caçadores. Os pebas e tatus faziam suas moradias nas salas, varandas, quartos e cozinhas das casas desertas. Quem visse Poço Redondo estava vendo um cenário de dor e infinita tristeza.
Alcino Costa em entrevista a TV Diário, por ocasião do Cariri Cangaço
Fugindo da maldição daqueles terríveis tempos, os tempos do cangaceiro e das volantes, os habitantes de Poço Redondo deixaram o seu mundo amado e foram viver em outros lugares, principalmente Canhoba, Telha, Propriá e a então Serra Negra do tenente João Maria de Carvalho.
Essa comovente aventura conhecida como “As carreiras” é um marco glorioso na história de Poço Redondo que após a morte de Lampião viu seu povo retornar e refazer o seu lugarzinho tornando-o com o andejar dos anos um lugar de respeito e destaque em todo Sertão do São Francisco.
Filho do sofrimento e da pobreza, mesmo assim, a coragem e a fé dos filhos e habitantes de Poço Redondo fizeram-no um grande e considerado município que é um dos fortes pilares do Sertão do São Francisco e de Sergipe
Alcino Alves Costa (O caipira de Poço Redondo).
Fonte: blogdorangel.blogspot.com
Rangel Alves da Costa é filho de Alcino Costa
No texto é dito: Riacho do Angico, em Poço Redondo, local onde morreram Lampião, Maria Bonita, e ainda, nove de seus companheiros.
ResponderExcluirFiquei sem entender, pois o autor do texto defende arduamente a idéia que Lampião não morreu ali.
Não é dele o excelente Mentiras e Mistérios de Angico? Alguém pode esclarecer?
Bruno
Sr. Bruno:
ResponderExcluirDe fato é, mas só quem pode tirar essa sua dúvida é o autor.
Eu, particularmente, tenho minha opinião formada no sentido de que o cangaceiro Lampião era um homem, e não uma entidade sobrenatural. Assim, morreu como qualquer um homem qualquer. A contrário do que creem alguns, mesmo em pleno Século XXI, o sujeito não tinha "corpo fechado". O cabra morreu de tiro mesmo lá no "buraco" do Angico...
Mas..crenças são crenças.
Saudações
Sérgio.'.
Caro Bruno,
ResponderExcluirMesmo compreendendo seu comentário, teria a dizer o seguinte: o nosso amigo Alcino Costa; o caipira de Poço Redondo; nunca disse que Lampião não morreu em Angico, ele sempre disse que não concorda com o que a história oficial conta. Com certeza se amigo tivesse a oportunidade de um dia conversar com o autor, iria com certeza compreender sua posição e as dúvidas dos "mistérios de angico"; que não são só dele. Inclusive no DVD Cariri Cangaço 2009, que estamos finalizando a edição, o amigo terá a oportunidade de conhecer melhor esse posicionamento.
Abraços,
Aderbal Nogueira
Bruno,
ResponderExcluirSatisfação tê-lo como um de nossos leitores e colaboradores, também sou obrigado a me unir as considerações de nosso amigo Aderbal Nogueira com relação a Alcino Costa. Já estive algumas vezes no palco do confronto de Angico juntamente com Alcino e o próprio Aderbal e ouvimos por várias vezes suas colocações; ele apenas defende que a morte não se deu da forma como a história ofical conta.Espero que tenhamos conseguido esclarecer um pouco ao amigo as considerações do texto em tela.
Abraço Fraterno
Manoel Severo - Cariri Cangaço.
Veja; realmente Alcino não afirma que Lampião não morreu em Angico; ele nos provoca
a algumas reflexoes sobre o episódio em si, o que realmente é salutar sob todos os aspectos.
ResponderExcluirGostaria de aproveitar e abraçar o confrade Sérgio Dantas que nos anfitrionou; à nossa família e à família de Aderbal; juntamente com o Reverendo Ivanildo Silveira, Rostand Medeiros, Múcio Procópio e João Marcílio,em jantar de "trabalho" na cidade de Natal, rsrsrs extremamente agradável, para a nossa felicidade.
Grande abraço,
Manoel Severo - Cariri Cangaço.
Obrigado pelos esclarecimentos ao srs. Aderbal, Sergio e Severo. Apenas deixei o comentário pq o autor do artigo, segundo soube, se interessou bastante pela história contada pelo fotógrafo (parece que mineiro) Geraldo Aguiar. Juntando uma coisa a outra, parece que acabei me confundindo e misturando as coisas..acho que foi por aí.
ResponderExcluirAgradeço as observações e a acolhida neste espaço.
Fraternalmente
Bruno Tavares
Severo, Geraldo Aguiar do Lampião de Buritis, lançou o livro dele sobre Lampião ter morrido bem velhop em Minas gerais, no próprio Cariri Cangaço?
ResponderExcluirRafael do Carmo - Fortaleza.
Tenho muito respeito pelo o escritor Alcindo Alves Costa, e de suas leituras, eu compreendi que é um grande escritor, cheio de idéias maravilhosas. Mas em um dos seus textos:(Os 70 anos da morte de Lampião,publicado: 18/06/2008), eu fiquei assim quase do lado de BRUNO, quando ele diz: "Tenho certeza absoluta de que tudo que se registrou sobre o cerco e o combate de Angico não passa de uma grotesca e quase que ingênua mentira. Aliás, as mais variadas mentiras que não se deve dar por elas nenhum crédito". Notável escritor, isso me deixou confuso e não querendo acreditar em mais nada sobre o cangaço. O ilustre escritor Paulo Medeiros Gastão, tem essa mesma opinião, na revista Jornal de Fato, da Edição 315/2008 – exemplar “DOMINGO” - Mossoró-Rn. Diz o escritor: Não sou o dono da verdade, porém, não quero lhe deixar enganado, nem tão pouco morrer na ignorância, na mentira. A história do povo nordestino e dos cangaceiros é outra, não se iluda. Caso o leitor não fique satisfeito, farei um outro artigo ainda mais contundente sobre o episódio. Chega de tanto embuste. Sobre a não concordância dos escritores: Alcindo Alves Costa e Paulo Medeiros Gastão, tira do leitor o direito de acreditar no que eles mesmos escreveram. É como se o sujeito fosse informado que teria sido sorteado na loteria, e diz depois recebeu outra informação que teria sido engano. Gostaria de dizer aos ilustres escritores, que isso não é uma crítica.José Mendes Pereira - Mossoró - Rio Grande do Norte.
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