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Josenir e Miguel, entusiastas da poesia e cordel

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Casal de primeira linha: Josenir Lacerda e Miguel

Caro Manoel Severo,
Bom Dia! É, o tempo passa numa velocidade que a gente nem acredita. Nunca mais dei notícias, por vários motivos: problemas na internet, encomendas de bonecas (sou bonequeira), cordéis, dia a dia... É uma luta! E você, como vai? Tenho certeza que muito bem, pois você é iluminado e tem uma energia e um dinamismo impressionantes.

Quando vier ao Crato, gostaria se fosse possível, de conversar pessoalmente com você. Sei que é muito ocupado, mas prometo resumir ao máximo o assunto. É um assunto cultural e o ideal é conversar pessoalmente. Lembranças a Danielle. Miguel envia lembranças.

Abraços.
Josenir Lacerda
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Um pouco deste João; o de Maria Por:Lampião Aceso

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João de Sousa Lima e Antonio Amaury em noite de homenagens

"Como se dá a entrada de João no Cangaço?

Um dia, lá entre 1985 ou 86 João conversava com professor e amigo Edson Barreto, que lecionava na Zona Rural de Paulo Afonso/BA, Edson fez um comentário que interessaria muitos de nós: disse que ainda tinha muita gente do cangaço viva na cidade e arredores!!! A conversa se estendeu, vários relatos e ainda assim "João teimoso" finalizou dizendo que pra ele a possibilidade era pouco provável. Teimosia essa da qual ele se arrepende.Se tivesse atentado ao fato e começado nessa época muita coisa teria sido aproveitada.

Mas... tudo em seu tempo!

Hoje, João de Sousa também é uma referencia principalmente na mídia. Diversas reportagens para diversos canais já foram realizadas sob auxilio deste filho de São José do Egito/PE. Por competencia experiencia e por conhecer toda região. Este aparente "menino buchudo" é capaz de palmilhar toda a aridez do Raso da Catarina. É membro da SBEC - Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço.

Foto para galeria...Reverendo Ivanildo Silveira, Rostand Medeiros, João de Sousa Lima, Lívio Ferraz, Kiko Monteiro e Paulo Gastão, no hall do Pasargada Parque Hotel, em Crato.

Sendo o principal responsável pela reconstrução da casa de Maria Bonita no povoado Malhada Caiçara ali também em Paulo Afonso. Criou o projeto e desde 2008 a velha casa dos Gomes é um memorial que recebe turistas de todo o mundo."


Trecho da fantástica entrevistra concedida pelo amigo João de Sousa Lima a este talentoso Kiko Monteiro, por ocasião do Cariri Cangaço 2010. Para ver toda a entrevista e conhecer um pouquinho mais de nosso "Joãozinho das meninas" , visite o maravilhoso blog do lampião aceso:
http://lampiaoaceso.blogspot.com/2010/09/prazer-em-conhecer-pesquisador-e.html

Abraço fraterno ao amigo querido João de Sousa Lima e a Kiko Monteiro

Manoel Severo
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Uma cajuina para Tio Heli Cortesia:Wilson Seraine

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A canção “Cajuína”, de Caetano Veloso, belíssimo baião metafísico que levanta a indagação essencial do homem neste mundo (“Existirmos. A que será que se destina?”) foi composta por causa de Tio Heli. Caetano havia chegado a Teresina para um show, estava muito triste. Retornava pela primeira vez à cidade onde havia nascido um de seus principais parceiros na Tropicália e seu grande amigo, o poeta Torquato Neto, meu primo, que havia se suicidado em 1972. Caetano procurou Tio Heli, pai de Torquato. Já se conheciam do tempo em que Tio Heli ia a Salvador ver Torquato, que estudava na mesma escola de Caetano. Levou Caetano pra casa, serviu-lhe uma cajuína, e procurou consolá-lo, pois Caetano chorava muito, convulsivamente. Em determinado instante, Tio Heli saiu da sala e foi ao jardim, onde colheu uma rosa-menina, que deu a Caetano ("pois quando tu me deste a rosa pequenina/vi que és um homem lindo..."). Ali mesmo os versos de “Cajuína” começaram a surgir, entre antigas fotos do menino Torquato, penduradas pelas paredes.

Tio Heli era dessas pessoas inesquecíveis. Alto, magro, empertigado, adorava caminhar pelas ruas da cidade. Era um caminhador dedicado. Só ultimamente, em razão da idade avançada e do crescimento da cidade, passou a andar de carro. Era avistá-lo ao longe, vindo com suas largas passadas, e logo ele abria os longos braços, preparando o abraço aconchegante, o pedido de bênção (sim, todos em Teresina, jovens e velhos tomavam-lhe a bênção). Xingava amorosamente o abraçado (“seu F...da...P..., não tem vergonha, se esqueceu de mim?”). Fazia um agrado e seguia caminho.


Espírita, amigo pessoal de Chico Xavier, Tio Heli foi um dos mais fiéis seguidores de Kardec, que centrou sua doutrina na caridade. Montou diversas creches em Teresina, salvou a vida de algumas centenas de crianças. Era de vê-lo entrando no Palácio de Karnac, sede do Governo do Piauí, para exigir do governador “leite para minhas crianças”. Não admitia histórias sobre empenhos, prazos para liberação de verbas e outras mutranhas da burocracia. Sabe-se lá como saía de lá com os mantimentos, ou com o dinheiro para adquiri-los. Promotor público aposentado, depois da morte de Torquato passou a usar integralmente o dinheiro da aposentadoria para custear as creches onde salvava as crianças desamparadas. As que chegavam sem registro ganhavam nomes de parentes ou de amigos. Uma vez me disse que havia uns três ou quatro paulos josés por lá...

Este foi o homem que nos deixou. Uma espécie de Quixote sertanejo, de gestos largos, de largos delírios, de intensas efusões de carinho. Um homem feito de afeto. Há pessoas que já chegam ao mundo eternas. Tio Heli é uma delas. Correu a notícia de que teria morrido, no que não acredito. Como acreditar que uma pessoa eterna tenha morrido? Tenho a mais absoluta certeza de que, na próxima visita à minha Teresina, ao entrar na Félix Pacheco, vou avistá-lo, com suas pernas longas e os passos largos e rápidos, a descer a rua, de braços abertos, vindo ao meu encontro. Eu me aconchegarei dentro de seu abraço, beijarei seu rosto cheiroso a loção de barba, e lhe tomarei a bênção. 

Paulo José Cunha

Cortesia nos enviada pelo amigo Wilson Seraine
Teresina PI
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Flagrantes de Saudade...segunto tempo!

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 Duas lições que com certeza deveríamos ter aprendido desde os tempos de criancinha: Na verdade, precisavamos ter muito cuidado com dois aspectos, senão vejamos: Cuidado onde colocamos os pés e também o  nariz....básico e elementar!

 



Neste flagrante, dois momentos do grande amigo Folha Sertanejense, Galdino. Primeiro tentando roubar a cena em fotografia de família...e no segundo compondo com outra personagem vital do Cariri Cangaço, a famosa "sombrinha azul de Aninha do Ó".


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 Literalmente não podemos dizer que no Cariri Cangaço não colocamos a mão na massa...ou que o Cariri Cangaço não é um momento de compartilhamento de experiências, vivências, aprendizados, e etc, etc, etc...que o digam os grandes amigos; professor Pereira e Wescley Rodrigues.





Não saberia dizer se esse conjunto de fotos possui algo a ver com o anterior...mas, pelo visto o nosso estimado presidente Lemuel aprovou, então está oficialmente referendado...


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Só nos resta tirar a prova do crime de entre os dentes... e partir para o merecido descanso, pois na manhã seguinte com certeza teremos mais uma aventura de Cariri Cangaço


 Aguardem, dentro de pouco tempo, mais flagrantes de saudade...
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Por respeito a uma Grande Família...

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Uma das ferramentas mais democráticas e universais do mundo  contemporâneo, notadamente pelo alcançe, pelo próprio dinamismo de sua oferta e universalidade, é sem dúvidas o mundo digital, a rede mundial de computadores, as redes de relacionamento, enfim. O blog do Cariri Cangaço, nasceu com o objetivo de promover o evento capitaneado anualmente pela região do cariri cearense; entretanto para a nossa felicidade, essa humilde página do mundo digital, acabou se tornando uma revista eletrônica onde os amigos acabaram elegendo como uma espécie de ponto de encontro desta que passou a ser conhecida como a Família Cariri Cangaço. Assim estamos abertos a todos os pensamentos e manifestações, sempre preservando o respeito as diferenças e pluralidades.


Em respeito aos muitos amigos que fazem parte dessa família e que nos ajudam, dia a dia, a construir toda essa história; de um lado a outro do Brasil; decidi  postar uma mensagem que recebemos através do email direto do Cariri Cangaço: cariricangaco@hotmail.com ; datado do último dia 22 de setembro de 2010, de remetente identificado, mas que por razões éticas, e por meu juízo, se faz desnecessário declinar sua identidade, mas se torna importante refletir o teor de seu conteúdo. Dessa forma vamos ao email recebido pelo Cariri Cangaço e a respectiva resposta por nossa parte.


...Manoel Severo,
Tenho acompanhado os movimentos que acontecem em torno do festejado cariri cangaço. Como professor e amante da história do Brasil e em especial do nordeste; causa-me estranheza que em pleno século XXI, ainda se perceba tanta miopia conceitual em torno de um fenômeno que só trouxe flagelo ao nosso povo sertanejo. Pesquisadores e curiosos, travestidos de "historiadores e memorialistas" se perdem em emocionadas defesas ao grande mito que é Lampião e seus cangaceiros, fazendo transparecer a idéia de que se tratam de heróis do sertão; é lamentável que ainda hoje, pasmem! temos pessoas que se dizem inteligentes , se coloquem dessa forma diante de um fora da lei, um bandido "sem rei e sem lei"...

Num momento em que o Brasil, o nordeste e os municípios passam por tantas dificuldades, temos várias instituições se unindo para gastar dinheiro com um evento para "endeusar" o cangaço, é lamentável. Sugiro que esses "paladinos" da história nordestina, leiam o artigo do grande escritor cearense Lira Neto, no jornal Diário do Nordeste, acho que poderiam, se tivessem humildade, clarear um poucos as idéias tacanhas. Eventos de cunho histórico precisam ter compromisso com a verdade...Imaginem no futuro, eventos rememorando os "escadinhas" da vida e o tráfico de drogas.....


Prezado Senhor,

Uma de nossas principais preocupações no âmbito da construção do evento Cariri Cangaço, foi sem dúvidas, com muito zêlo e cuidado; apesar de nossas insuficiências; reunir condições, desde os mínimos detalhes da produção ao conjunto de temas e conferencistas, para proporcionarmos um evento de qualidade e responsabilidade, tanto para nossos conterâneos como para nossos visitantes. O conceito de evento de carater histórico-cultural e turístico nos permitiram a partir de um único momento, ter as várias óticas e conceitos sobre a temática, como também mostrar o que temos de melhor em nossa cultura, arte, folclore e turismo. A união de várias entidades e instituições sérias e de porte inegável, imprimiram ao Cariri Cangaço, para nossa satisfação, o aprovo de nossa comunidade, como um evento sério e responsável, já em sua segunda edição.

Gostaria de frisar que em momento algum, nem em projeto nem em desenvolvimento, o Cariri Cangaço foi pensado como um evento para "endeusar" este ou aquele fenômeno, este ou aquele personagem, de forma nenhuma; quando pensamos a criação desse fórum de discussões sobre a temática do cangaço e outras periféricas e ou transversais; como o coronelismo, o messianismo, enfim; tinhamos a real dimensão da importancia da iniciativa para a região, para os estudantes, para a comunidade acadêmica, para os segmentos que pensam e questionam a história, que defedem a investigação, que desejam o fortalecimento de nossas raízes e origens, enfim. Desconhecer esse fato, diria que aí sim, é lamentável. Comparar o estudo do fenômeno do cangaço ao tráfico de drogas, por exemplo, me parece fora de propósito e aqui sim, uma visão minimamente míope.

Tivemos, para o conhecimento do senhor, na primeira edição do Cariri Cangaço a presença de 79 personalidades do estudo e pesquisa de temas nordestinos, já neste 2010, conseguimos reunir 102 homens e mulheres, todos sérios e honrados, diferentes sim; em seus conceitos e em suas compreensões, mas com um sentimento comum, o respeito na busca da verdade e o amor pelas coisas de nosso nordeste. As divergências e as polêmicas em torno de todos os temas é algo extremamente salutar, disso não podemos abrir mão.

Tenho particularmente um grande respeito pelo escritor Lira Neto, li o artigo ao qual o senhor se refere e gostaria de dizer que apesar de compreender o conteúdo global de suas linhas, discordo frontalmente com a forma e com a generalização de algumas de suas colocações.

Dessa forma me coloco em nome dos muitos profissionais que fazem conosco o Cariri Cangaço, em nome dos estimados e respeitados amigos que dedicam suas vidas à construção da memória de nosso povo e convido ao senhor para vir conhecer de perto, em 2011, a natureza verdadeira desse empreendimento construido por muitas mãos.

Manoel Severo
Cariri Cangaço 

Ainda não recebi a replica do referido senhor, nem através do email do cariri cangaço nem através de meu email pessoal, de qualquer forma, o convite está de pé: Venha conhecer de perto o Cariri Cangaço, de quebra, conhecer uma terra bela e acolhedora; um povo bom e responsável, e uma família que dá gosto fazer parte.
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O grande Zé Alves, presença marcante em 2010

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Já há algum tempo conhecia de nome um ilustre "tal de Zé Alves", diziam ser um homem gentil, amável, de humildade sem fim. Filho do lendário Luiz Cazuza, lá dos lados da Passagem das Pedras, na antiga Vila Bela, atual Serra Talhada; o centenário Luiz; talvez o único ainda vivo que conheceu Virgulino e conheceu Lampião. Através dos amigos Aderbal e Ângelo Osmiro sempre ouvia falar desse ilustre desconhecido; explica-se: desconhecido por mim. Quando nos aproximamos do Cariri Cangaço 2009, novamente Aderbal, Ângelo e Paulo Gastão me diziam da importancia em ter Zé Alves conosco. O tempo passou, setembro chegou e Zé Alves não aportou!!!

Antônio Vilela e Zé Alves

Desta vez, pertinho de nosso Cariri Cangaço 2010, na casa do amigo Aderbal Nogueira, acabei provovando o confrade: "Aderbal, vamos telefonar para seu amigo Zé Alves, gostaria de convidá-lo pessoalmente para o Cariri Cangaço". Assim o fizemos, quando falei com Zé Alves, parecia que nos conhecíamos a muito tempo, foi uma empatia imediata. Dali então compreendi o que todos os amigos falavam do referido novo amigo.

Zé Alves, o mais novo membro da família Cariri Cangaço

O convite foi feito... e na manhã da terça-feira, dia em que abriríamos o evento, me chega mais que sorridente no Largo da RFFSA em Crato;  quartel general do Cariri Cangaço; o bom e velho Zé Alves. De uma simpatia espetacular, uma gentileza e uma amabilidade que em segundos nos encantou. Obrigado amigo Zé Alves, primeiro por ter aceito nosso convite, depois por ter nos permitido compartilhar momentos muito agradáveis a seu lado e por fim , por se unir de coração a esta família Cariri Cangaço. Sua cadeira agora é cativa. Leve nosso abraço a seu pai, que no começo deste mês completou maravilhosas 100 primaveras.

Manoel Severo
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Coronéis, beatos e cangaceiros..em Serra Talhada

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Caros amigos do Carri Cangaço, é impossível esquecer a importância deste evento para nossas vidas, ligadas a questão social do Nordeste. Estou formando um grupo de estudos sobre: Coroneis, Beatos e Cangaceiros; aqui em Serra Talhada; com alunos da Faculdade. Somos poucos, mas muitos interessados. Espero que saiam muitos trabalhos escritos, monografias e aumente ainda mais o Cariri Cangaço.

Professor Alberto Rodrigues
Serra Talhada
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Um pouco deste Ferraz; o Geraldo. Por: Lampião Aceso

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Geraldo Ferraz e Bosco André em manhã de Aurora

"Vamos saber como se sucedeu este abraço?
O meu primeiro contato com o cangaço se deu 1967/68. Eu estava jogando bola em frente a nossa residência em Gravatá/PE quando chega uma cidadã num carro muito bonito, ai sabe como é curiosidade de garoto automóvel no sertão já era raro de se ver e novo então?
Ela estava à procura do meu pai e aí coloquei a bola embaixo do braço e me aproximei, fiquei quieto, atento a conversa que se iniciava. Então descubro que aquela senhora chamava-se Aglae Lima de Oliveira, era pesquisadora, estava ali procura de informações e fotos sobre o cangaço....

E claro, porém eu não fazia idéia de ela buscava subsídios para um capitulo em especial que era a história do meu avô. O homem que prendeu Antonio Silvino e o levou até a detenção no Recife alem de ter perseguido muitos outros cangaceiros inclusive ferindo o próprio Lampião no pé. Bom, depois de presenciar toda a conversa e depoimentos do meu pai eu fiquei impressionado e instigado.



Geraldo Ferraz e seu inconfundível talento para a alegria, por ocasião da visita aos engenhos de Barbalha.


Recordo como ontem que havia uma fotografia do meu avô no corredor da nossa casa. Na foto ele nos fitava com um olhar austero que acompanhava quem passava por ali. E de repente eu o olho novamente só que agora sabendo de tantos feitos que envolveram a vida daquele homem. Eis ali o meu ídolo que acabara de nascer graças a uma visita da saudosa Aglae.

Anos depois eu já morando em Recife adquiro meu primeiro livro, Guerreiros do Sol de Frederico Pernambucano de Mello e depois de deleitar naquela obra eu resolvi que iria escrever a história do meu avô Theophanes Torres Ferraz, pois na época quase setenta anos depois de falecido conhecendo a fundo sua trajetória e diante de outras obras que eu também pude ler considerei que ele estava na “sarjeta” e era preciso colocá-lo no patamar dos verdadeiros heróis daquela história."

Trecho da fantástica entrevistra concedida pelo amigo Geraldo Ferraz a este talentoso Kiko Monteiro, por ocasião do Cariri Cangaço 2010. Para ver toda a entrevista e conhecer um pouquinho mais deste "arretado" Geraldão Ferraz, visite o maravilhoso blog do lampião aceso:


Abraço fraterno ao amigo querido Geraldo Ferraz e a Kiko Monteiro

Manoel Severo
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Que 2011 chegue logo!!! Por:Rubinho Lima

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Rubinho Lima e Aninha

Saudades do Cariri Cangaço

É com tanta saudade boa
De tudo que já passou
Que a cachola, no passado, “avôa”
Tentando buscar o fervor
De momentos tão divertidos
E conhecimentos adquiridos
No agosto que despencou.

Já estamos no mês de setembro,
O ano é esse de dois mil e dez.
Só de falar eu já me lembro,
Ou então, de olhar pra a sandália nos pés,
De tudo que pudemos ver lá
Aprender, conhecer, viver e visitar
É agora, com saudade relembrar.

Foi o segundo Cariri Cangaço
Que no Ceará se passou
Alí nas cidades, tanta gente se aprumou
Pegamos Lampião pelo braço
Padre Cícero, Prestes, Conselheiro,
Pois o tema era muito farto:
Coronéis, beatos e cangaceiros.



Na escalação do time do evento
Só tinha gente de primeira linha.
O curador é o nosso anfitrião atento
Manoel Severo, cabra de conhecimento
Que tem ao seu lado a flor Danielinha
Uma articuladora de alto gabarito
Que juntos, só podem mesmo fazer bonito.

Naquela empreitada sem descansar
Em busca dos assuntos do Nordeste
Partiu gente de tudo quanto é lugar
Pra as terras dos “cabras da peste”
Porque, se o primeiro evento foi bombando
Imagine como foi a gente lá voltando,
Maravilhas nós trouxemos no “emborná”...

No ataque, com as palestras e lances,
Foram escalados feras dos assuntos
Antônio Amaury, na autoridade grande,
Destrinchou Zé Rufino todinho.
Abrindo as sessões de faladores muitos,
Ninguém conseguia falar pouquinho
E haja contribuição de povão e povinho.

Para dar seguimento ao falatório inteiro,
No caldeirão, o Lemuel puxou a peixeira
Em seqüência, ouvimos o Sávio Cordeiro
Que emendou a prosa, com Ocelio Teixeira
pra falar com muita propriedade
Das andanças do Conselheiro, o próprio,
Veio o invencível e incansável Múcio Procópio.

Professor Océlio Teixeira no Caldeirão

E é tanta inteligência desses aventureiros
Se brincar, fala um ano, o assunto, ou mais
Como foi no caso do grande Honório de Medeiros
Que falou bonito sobre o ataque de Mossoró
E depois, a vez do bigodudo Geraldo Ferraz
Trazendo as façanhas do Theóphanes sem dó
Pois atesto, esse gêmeo de Osmiro é capaz

Se o assunto é Lampião em Sergipe
No Juazeiro, dominou o Alcino Costa
E não acabou ainda, esse poeta te mostra
Que esse evento só reuniu os bacharéis
Mestres, escritores curiosos, uma grande equipe
E revelando os Pactos dos Coronéis
Renato Dantas,que do Juazeiro tem estirpe

E cada vez que queríamos que demorasse
Percebia-se o passar ligeiro dos dias
Em Missão Velha, falando do gênio Delmiro
Veio lá da capital do Brasil, a Eloísa Farias
Quem pegou o fio da meada, falando bem ali
Foi o sabido Bosco André, não me admiro,
Que arrematou com os Coronéis do Cariri.

Se eu for falar aqui de tanta coisa
Não vai caber nem dez por cento, nesse cordel,
Pois nem falei ainda das palestras de Aurora,
E já ta quase acabando o papel.
Mas não vou deixar de citar o José Cícero,
Que na sua terra, há oitenta anos
Lampião também deixou história.


Um pedacinho da grande família Cariri Cangaço

É assunto pra dedéu, nesse evento gigante
E quanto mais eu vou falando das cenas,
Vão surgindo mais lembranças daquela temporada
Pois, também me lembrei da entusiasmada
Explanação do ávido escritor Margébio Lucena,
Trazendo Lampião e a Coluna Prestes destrinchada
E revelando que a patente foi uma furada.

Ainda tem mais coisas, pra falar do Seminário
E uma delas é a poesia, como cenário.
Lá tivemos a honra de beber poesia da Lenda Viva
A presença marcante do poeta Pedro Bandeira
Nos alegrou, num clima de cantoria cativa
Num recital de memória e alegria faceira
Nos envolvendo tal qual a leitura de uma missiva.

Em seguida, para o delírio dos presentes
Um piauiense, Gonzagueano roxo e contente
Levou-nos ao mundo da estética e ritmo
Ligando a música ao cenário do cangaço
Wilson Seraine, com maestria, foi legítimo
Percorreu pelas estradas sonoras do mundo
E provou que no tema tem coisa que só o diacho.

Ainda nem falei de tudo que vi
Nesse evento repleto de boas atrações
Pertinho da hora de irmos embora dalí
Ainda tinha palestra boa dos sabichões
Envoltos na magnífica artilharia do cangaço
Do Alfredo Bonesi, com o arsenal, mas sem tiro,
Ninguém saiu ferido, nem com bala ou estilhaço.

Descontração e Companheirismo...

Em seguida, e ainda mais empolgado
Veio o Matuto do agreste, com seu falar arranhado.
Antônio Vilela, o evangélico caçador de história
Que falou de Lampião no agreste Pernambucano
Revirou um bocado os assuntos da memória
Envolvendo a gente no incrível mundo,
Amarrou todo mundo no tema, sem escapatória.

Queridos e queridas, se deixar, vou além...
Não falei quase nada, e ainda tem
Se contar as outras coisas, tudo de lá,
For falar dos passeios, visitas, momentos,
Pode crer, e tanta coisa a mencionar...
Esse cordel vai ficar imenso,
Pois é coisa pra lascar.
 
Esse matuto aqui, conterrâneo
Da Rainha do Cangaço, Maria de Lampião
Vai ficando por aqui mesmo
Com saudade e aperto de coração
Querendo que volte o tempo fujão
Ou que chegue dois mil e onze ligeiro
Pra viver de novo tanto prazer verdadeiro.

Rubinho Lima
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Entre uma Postagem e outra.....Flagrante de Saudade.

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A fotografia abaixo, registra uma pequena parada lá pelos lados do município de Milagres, que se localiza exatamente entre Missão Velha, Barro e o nosso destino, que naquela manhã era Aurora, onde iríamos participar do quinto dia de Cariri Cangaço, com palestra do amigo Zé Cícero e visita a Fazenda Ipueiras de Zé Cardoso e Izaias Arruda. Aguardavamos ali, o restante da Caravana que ainda passava em Missão Velha. Na foto abaixo: Aderbal Nogueira, Emilson, Adriano, Danielle, Alfredo Bonessi, Bin Laden, Lívio Ferraz e Laninha.
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Já na foto acima, imagem artística de uma das camisetas de um dos caravanistas. Essa gravura fez bastante sucesso, inclusive provocando em um de nossos mais destacados amantes do cangaço, Aderbal Nogueira; a oferta de valor elevado, junto ao proprietário da camiseta para adquirí-la. Na verdade houve um princípio de leilão, mas, o senhor proprietário..... não cedeu a pressão: A camiseta possuia um grande valor sentimental !

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Já a partir do Cariri Cangaço 2009, percebemos que haviam "momentos" em que nossos Vaqueiros da História, pareciam um "pouco cansados" pela agenda dinâmica de visitas, andanças, paletras, enfim... Esse ano tivemos um pouco mais de cuidado para não extrapolarmos na programação; toda manhã Danielle Esmeraldo, antes mesmo de tomar o seu café, supervisionava, um por um, nossos convidados, para ver se estavam se alimentando bem... No flagrante abaixo, Danielle se prepara para sua missão diária; logo abaixo "Missão Cumprida" com o Comendador Mariano...

 

E por fim... a compensação; O frugal café da manhã, na verdade estava dando espaço para o meio-dia: Autêntico Cozido Cearense! E aqui vai um convite especial para a esposa do querido amigo Amaury Correa, Dona Renê, estamos aguardando a senhora para que conheça essa iguaria cearense...prometemos não exagerar na dose!

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Quando Antônio Vilela me falou pela primeira vez de um certo poeta do Cordel, também seu companheiro de Garanhuns, não imaginava que teríamos o mesmo, como um dos principais personagens do Cariri Cangaço, em suas duas edições. Gonzaga de Garanhuns, acabou conquistando o carinho e admiração de todos e ainda por cima nos brindou com um cordel contendo o nome de todos os participantes de 2010. Na foto abaixo, Gonzaga dedicado ao maravilhoso processo de criação...

 

Na foto acima, colocando seu inegável talento ao crivo do competente Professor Pereira, de Cajazeiras, claro que com certeza o bom e velho Gonzaga de Garanhuns precisou em algum momento do auxílio dos muitos amigos convidados...Ele simplesmente não conseguia guardar o nome dos participantes, rsrsrs.

Abraço fraterno e até outro Flagrante de Saudade.
Manoel Severo
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Os Vaqueiros da História vendo o dia amanhecer !!

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Severo, meu querido amigo! Sinceramente, não esperava tanta repercussão com o meu último artigo sobre os "Labirintos de Lampião". Foi maravilhoso. Eu só posso lhe dizer, muito obrigado, meu querido amigo. Você não imagina o tamanho de minha felicidade em conseguir com que os nossos vaqueiros da história se manifestassem sobre as mentiras e mistérios de Angico.

Carlos Eduardo Gomes
 
O nosso querido Carlos Eduardo em seu comentário disse algo de suma importância. Você leia o comentário dele e veja a possibilidade do Cariri Cangaço e a SBEC projetar um magno encontro de todos os vaqueiros da história justamente em Angico. Ali se acoitar. Ali ver o dia amanhecer. Ali ser realizado algo semelhante ao célebre 28 de julho de 1938. Seria maravilhoso! Querido, muito obrigado!

Alcino Alves Costa
Caipira de Poço Redondo
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Todos os Rostos do Cariri Cangaço 2010...

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Compartilhar momentos marcantes com pessoas que aprendemos a respeitar e admirar, não tem preço; dessa forma é sempre oportuno matar a saudade de um grande momento: Cariri Cangaço 2010...











 Gastão Vilela Joãozinho Mariano Lívio Carlos Rosa Alberto Marins Danielle Kydelmir...haja fôlego, que venha 2011...
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Os Labirintos sob o olhar de Juliana

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.Juliana, entre Vilela e Ângelo Osmiro, no Cariri Cangaço 2010

Falar sobre cangaço, ou sobre Lampião, não é uma tarefa das mais fáceis. Além da complexidade do fenômeno por si só, ainda estaremos falando das diversas facetas política, econômica, social, histórica e cultura da qual o cangaço fez parte como um micro poder, frente o macro poder do Estado.

Para alguns, o assunto está esgotado, para outros ainda há muito a ser dito e ou esclarecido. O fato é que, um fato histórico por menor que seja sua magnitude, jamais se esgotará. Cada pesquisador percorre vieses diferentes, mesmo sendo o objeto de pesquisa comum a todos. Daí a diversidade historiográfica, alguns discordam de datas, outros de lugares, outros de nomes e origens dos personagens e assim por diante. Isso tudo é muito salutar para o mundo das pesquisas e principalmente para o universo dos pesquisadores.

Quantos fatos históricos tidos como reais, contados de formas irrefutáveis pelos mais sérios pesquisadores foram, ao longo do tempo e da história, reescritos? Milhares, quando fenômenos sociais da magnitude do cangaço acontecem, estes fenômenos são contados sobre várias óticas, as dos vencidos, as dos vencedores, as testemunhas oculares, as auditivas que ouviram de seus parentes, amigos ou conhecidos. É comum encontrarmos na história personagens que não participaram nem da metade do que a ele foi atribuída, devendo-se ao fanatismo de uns em valorar as ações do ídolo ou ícone ou no caso contrário daqueles que preferem endiabrar ainda mais a personalidade daquele que se fez aparecer.

Juliana , Rostand Medeiros e João de Sousa Lima 

O fato é que em se tratando de cangaço e em especial de Lampião, e por tabela, o episódio Angico, ainda há muito a se saber. Claro, é possível que jamais nos aproximemos da verdade real, como é possível que ela seja tão óbvia que preferimos o inacreditável e isso por vários motivos. Por não querer ir contra o senso comum, por ter medo de ser ridicularizado, por achar que não se sabe ou não se entende o suficiente, por acreditar realmente no que está posto. Porém, em se tratando do universo das pesquisas, se faz necessário entender que alguns pensam diferente e possam defender seus pontos de vistas. Tais pesquisadores são tão sérios e comprometidos com a verdade quanto aqueles que escolhemos como sendo os papas da verdade absoluta. Uma pesquisa investigativa pode levar anos, até séculos, por isso não podemos descartar as teorias diversas das defendidas por nós. Seria uma ignorância tamanha e sem procedência.

Em se tratando de Lampião, por que os depoimentos são tão controversos? Porque só aceitar como verdadeiro o depoimento de uns em detrimento de outros? Quem garante que um é real e outro não? Bem, o fato é que, pegando o artigo em comento, quem em sã consciência acredita que Lampião acordou cedo, pediu para todos rezarem um terço como de costume e logo depois voltaram a dormir? Penso que o pesquisador que acreditar que parte dos cangaceiros estavam dormindo em plena 5:30 da manhã, não conhece a realidade dos homens e mulheres nordestinos que acordam muito cedo, por dormirem muito cedo. Porque será que em quase vinte anos de cangaço, tais cangaceiros jamais haviam se descuidado de pequenos detalhes e exatamente neste dia até capitão Virgulino se descuidou? Porque será que os primeiros tiros não foram ouvidos? O que sei é que são muitos porquês, sei também que muitos deles jamais serão respondidos.

Sobre o artigo em questão; "Os Labirintos de Lampião"; concordo e ratifico tudo que foi escrito por mestre Alcino Costa, ou uma pesquisadora que prefere analisar o que está posto até o momento, como possibilidades do que realmente pode ter sido, jamais como tendo sido o que de fato aconteceu. Penso que ainda estamos longe de esgotar os mistérios, mentiras e verdades que envolvem ou envolveram o cangaço. Saudações cangaceiras

Juliana Ischiara
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