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Frederico Pernambucano e as Estrelas de Couro

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Os amigos, Frederico Pernambucano e o jornalista Bezerrinha, Presidente da Revista Nordeste XXI

Autoridade no tema Cangaço – expressão do irredentismo popular brasileiro -, o historiador Frederico Pernambucano de Mello nos apresenta o livro Estrelas de couro: a estética do cangaço (Escrituras Editora), com prefácio de Ariano Suassuna.

Pernambucano, chamado por Gilberto Freyre de “mestre de mestres em assuntos de cangaço”, mergulha no universo desconhecido de sua cultura material, promovendo a leitura profunda do requinte e dos significados presentes nas poucas peças autênticas de uso dos cangaceiros, a exemplo do signo-de-salomão, da cruz-de-malta, da flor-de-lis, do oito contínuo deitado, das gregas, de variações sublimadas da flora local, e das tantas combinações possíveis de que se valia o cangaceiro na construção de um traje que atendia à vaidade ornamental de seu brado guerreiro e a anseios bem compreensíveis de proteção mística.

Resultado de estudo profundo a que se dedicou Pernambucano desde 1997, a obra é um ensaio interdisciplinar, um livro de arte com mais de 300 fotos históricas, que contou com a colaboração da Aba-Film (Fortaleza-CE), Fundação Joaquim Nabuco (Recife-PE), Instituto da Memória (Aracaju-SE), Instituto Cândido Portinari (Brodowski-SP), Instituto Ricardo Brennand (Recife-PE), Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas (Maceió-AL), Museu Estácio de Lima / Instituto Nina Rodrigues (Salvador-BA), Museu da República (Rio de Janeiro-RJ) e do autor, que possui o maior acervo de peças de uso pessoal dos cangaceiros, com cerca de 160 objetos, que teve lugar de destaque na Mostra do Redescobrimento – Brasil 500 Anos (2000, São Paulo).

O livro é a primeira produção de história íntima sobre o fenômeno de insurgência social de maior apelo popular do Brasil. Sem perda do caráter epidérmico de banditismo, Pernambucano nos mostra uma tradição brasileira de insurgência recorrente, irmã do levante indígena, do quilombo e da revolta social. E conclui que nos veio do fenômeno a própria marca visual da região Nordeste: não mais que uma estilização da meia-lua com estrela do arrebitado da aba do chapéu de couro dos velhos capitães de cangaço.

“Habitando um meio cinzento e pobre”, conclui Pernambucano, “o cangaceiro vestiu-se de cor e riqueza. Satisfez seu anseio de arte, dando vazão aos motivos profundos do arcaico brasileiro. E viveu sem lei nem rei quase em nossos dias, deitando uma ponte sobre cinco séculos de história. Foi o último a fazê-lo com tanto orgulho. Com tanta cor. Com tanta festa”.

“Estrelas de couro, o livro que eu gostaria de ter escrito” – diz Ariano Suassuna


Estrelas de Couro – A Estética do Cangaço 2010 – 112 anos de nascimento de Virgulino Ferreira, o Lampião
Gênero: História/Cangaço e cangaceiros/ Usos e costumes/
Ensaio interdisciplinar
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8 comentários:

  1. Acredito que o livro não vem muito a acrescentar nos estudos do cangaço, até porque é uma espécie de compilação do que já foi escrito em Guerreiros do Sol, sem falar que, a obra está com o valor extremamente alto para os padrões brasileiro, sendo um livro que vai apenas ser destinado as prateleiras da elite ou colecionadores, enquanto que, na difusão do conhecimento, ele ficará na inacessibilidade para a grande massa.
    Eduardo Paiva
    Recife

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  2. Confrades e amigo.
    Vi e li o livro 'Estrelas de Couro: A Estética do Cangaço' e apreciei bastante.
    Parabenizo o Mestre Frederico, mais uma vez, por ter feito o que muita gente, que se diz boa no assunto, não faz... Mostrar o seu acervo ao público ávido de conhecimentos sobre o Cangaço.
    Para quem só ouviu falar e/ou leu sobre o tema, ver as imagens que estão neste livro é uma bela viagem ao sertão dos cangaceiros, coronéis, volantes e beatos... Mais um trabalho que merece o reconhecimento internacional e que honra a História do Nordeste.
    Kydelmir Dantas.
    Mossoró - RN

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  3. Um trabalho impecável! Me desculpe o amigo que fez o primeiro comentário, mas nem só de 'fusquinha' vive a indústria automobilística e o nosso mestre mais uma vez fez um gol de placa. Só quem ganha com isso somos nós pesquisadores e o público em geral, afinal é bom agradar a Gregos e Troianos, e os grandes como Frederico, Amaury, Sérgio Dantas, Alcino Costa dentre outros nos brindam com os seus magníficos trabalhos. Frederico 'cangaceiro' Pernambucano de Melo, desculpe acrescentar mais um nome, mas é assim que vejo esse mestre na arte de falar e explicar o cangaço, sem dúvida, aula melhor não há. Não há quem não se encante com a história cangaceira ao ouvi-lo dar uma palestra ou mesmo uma conversa despretensiosa. Faço minhas as palavras de Kydelmir. Para finalizar, sem Frederico a história seria outra.
    ADERBAL NOGUEIRA

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  4. Valeu Kydelmir e Aderbal, Grande Frederico Pernambucano de Melo, o senhor é um patrimonio de nosso nordeste.

    Mariano Vasques

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  5. Amigos,
    Em nenhum momento retiro o mérito da obra, apenas, no meu humilde ver, de quem leu o livro, vejo que não há grandes discussões que supere as que o mestre Frederico já fez em Guerreiros do Sol. Acredito que todo autor produz para ser lido, sendo que, aqueles interessados pelo cangaço, mas que não tem um alto poder aquisitivo, não terão contato com a obra, pois temos que prezar pela difusão do conhecimento e não pela industria mercadológica editorial.
    Atenciosamente
    Eduardo Paiva

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  6. E por falar em alto poder aquisitivo, quanto custa o referido livro do escritor Frederico Pernambucano e onde podemos encontrá-lo aqui em João Pessoa?

    Romélia Araujo
    JP

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  7. A Obra do Professor Frederico é sem dúvidas um dos livros mais bem elaborados e de espetacular bom gosto, que já vi; é claro que possui um preçoelevado,mas esse tipo de obra, o talento e o trabalho de uma vida desse grande pesquisador, não tem preço.

    Estrelas de Couro na verdade é um presente a todos que são apaixonados pelo cangaço; mais uma vez Frederico marcou um gol de placa como falou o pesquisador Aderbal de Fortaleza.

    Assunção

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  8. Como atualmente ninguém escreve nada de novo sobre o cangaço, é mais fácil está revirando os conceitos antigos, envolvendo-os em novas capas, bom papel e fotografias. Ainda continuo na defesa de que o mais brilhante livro do Frederico Pernambucano é Guerreiros do Sol, no qual ele já deixou exposto toda a sua tese que ele rediscute no novo livro que, para muitos pesquisadores, é algo novo, o que discordo veementemente.
    Cada vez mais tenho a certeza que o conhecimento só é permitido chegar à elite!
    Louvado seja o cordel, popular, inovador e acessível.
    Romélia, a obra custa R$ 150,00 reais!
    Att
    Eduardo Paiva

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