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Quem realmente é a Tropa de Elite?

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O Brasil inteiro acompanha o sucesso de público e crítica do recente Tropa de Elite, que em sua terceira semana de exibição já comemora mais de 3 milhões de expectadores, recorde absulto. Estivemos eu e Aderbal Nogueira assistindo ao filme no último dia 26. É notória a qualidade do cinema brasileiro. O enredo, a fotografia, a trama de ficção que acontece quase que refletindo num espelho, a realidade da cidade maravilhosa diante da violência do tráfico, das milicias e da corrupção estatal; unida ao excelente trabalho dos atores capetaneados por Wagner Moura, acabam realmente prendendo nossa atenção do começo ao fim e confirmando-se como uma das melhores obras do cinema nacional.

Bope, pano de fundo da trama do segundo Tropa de Elite

Bem, o fato é que saimos do cinema, eu e Aderbal, completamente em silêncio. A película havia calado fundo em cada um de nós, e olhem que se tratam de dois pesquisadores de um dos fenômenos mais violentos de nosso nordeste: o Cangaço. Pouco a pouco fomos organizando as idéias e Aderbal acabou comentando comigo:

"Severo parecia que estávamos assistindo o telejornal diário..."

Wagner Moura, o Capitão Nascimento, personagem principal

Com certeza a violência está presente em todo o planeta, em menor e maior grau, acaba se manifestando sob várias formas e aspectos, sempre esteve presente na história da humanidade, mas... Tropa de Elite nos traz uma forma desesperadora de violência: A desesperança. O que mais nos assusta é a total incapacidade que Estado apresenta em defender o verdadeiro cidadão, defender as leis, defender a vida, isso é assustador!


Para onde miram essas armas?

Pensava comigo e comentava com o confrade Aderbal: Que loucura essa situação toda em que vidas humanas não valem  mais que um "simples capricho" ? E me veio a cabeça, mesmo que de forma descabida e sem considerar o próprio mérito filosófico da reflexão com relação à temporalidade, situação sócio-cultural, forma de vida, enfim:  "que ligações, comparações ou semelhanças poderiamos encontrar ou estabelecer, entre o que vemos hoje, por exemplo nas ações das milícias e mesmo o tráfico de drogas no Rio de Janeiro e o movimento do cangaço nos sertões nordestinos do inicio do século XX?"

Com a palavra a família Cariri Cangaço.
Abraços
Manoel Severo
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5 comentários:

  1. Severo, acabo pensando que a verdadeira Tropa de Elite é o povo humilde de nosso país, sempre sacrificado, o mais massacrado, independente de ser no cenário do sertão dos anos 20 com o cangaço ou nas favelas do Rio de Janeiro nos tempos atuais.

    Abraços, seu amigo

    Célio Aragão
    MARACANAÚ CEARÁ

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  2. Amigo Célio, que satisfação, como estão as coisas meu amigo? Recebi os exemplares da revista Provincia, maravilha, muito obrigado. Que bom tê-lo com leitor do Cariri Cangaço.

    Severo

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  3. Caro Severo, compreendo sua angustia e do confrade Aderbal, a violencia campeia em todos os lugares e aí quando vemos a própria autoridade policial no topo da piramide do crime, é realmente terrível. O cangaço sem dúvidas foi um fenomeno violento, mas não podemos comparar com o que ocorre hoje com o tráfico de drogas; mesmo assim acho que podemos sim, tirar alguns sinais que realmente estarão presentes em todos esses violentos acontecimentos, veja, como por exemplo:
    1)A extensa rede de apoio da "raia miúda" a esses criminosos (coiteiros no sertão e a população moradora das favelas),
    2) A rede de apoio de "raia graúda" (coroneis e policia no sertão dos cangaceiros e figurões do politica e policia do RJ) só para ficar em dois pequenos aspectos.

    Abraços e parabens pela matéria.

    Professor Alberto Lima

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  4. Parabens Severo pela matéria.
    A desesperança realmente é uma forma de violência que tem atormentado a familia brasileira.
    O cangaço ficou limitado a uma parte do nordeste brasileiro.
    Hoje a violência é generalizada, provocada principalmente pelo uso da droga.
    A impunidade, corrupção e outros males de nossa sociedade, juntamente com a incompetência de nossos governantes, tem sido os responsáveis por essa desesperança do povo brasileiro.
    Um forte abraço aos confrades.

    Assis Nascimento // Mossoró (Rn)

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  5. Perfeita a reflexão de Assis Nascimento e também do professor Alberto, hoje vivenciamos outro tipo de violencia, talvez a pior de todas elas: a omissão do estado. Lampião também foi resultado dessa ausencia do estado no nordeste.

    SDS
    Dr. Sergio Paixão
    João Pessoa PB

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