Angiquinho, sonho que se fez real

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Diário de Viagem, Delmiro Gouveia

Angiquinho, Dia 30, 10h 30min

Cachoeiras de Angiquinho, foto acervo Fundaj

Poucos brasileiros conhecem um cidadão chamado Delmiro Gouveia. Talvez a partir do nome declinamos um ilustre desconhecido para a maioria dos nordestinos. Esse cearense de Ipu, fez história entre o final do século XIX e o começo do século XX. Para conhecer de perto e perceber a grandeza de sua obra, nada mais apropriado que visitar a fenomenal usina de Angiquinho, o sonho de um dos maiores empreendedores do Brasil, o "Mauá do Nordeste", o grande Delmiro Gouveia. 

A magnitude da obra se agiganta quando é ressaltada por sua localização no tempo na história: 1913.

Angiquinho foi a primeira usina hidrelétrica do nordeste, fica localizada na margem alagoana da cachoeira de Paulo Afonso, no Velho Chico, e foi inaugurada ainda em janeiro de 1913 para fornecer energia hidroelétrica à sua industria textil na localidade de Pedra, atualmente município de Delmiro Gouveia. A entrada da Usina, hoje administrada pela Fundação Delmiro Gouveia, fica bem em frente a vila onde mora nossa querida Aristéia, daí, foi visitar Aristéia, tomar um bom café e partir junto com o amigo João de Sousa Lima rumo a Angiquinho, o sonho que virou realidade. 

 

 

Severo, João de Sousa, Danielle, Ricardo Sabadia e caravana em Angiquinho

Um pouco de história...

"Delmiro Gouveia encheu-se de entusiasmo com a vitória de Dantas Barreto, pois planejava o aproveitamento hidrelétrico da Cachoeira de Paulo Afonso, utilizando a energia para um grande projeto agropecuário e levando-a por linhas de transmissões a todo o Nordeste. Com os demais diretores da futura Companhia Agrofabril, o Rei do Couro, como era chamado, pediu audiência ao governador para expor-lhe os planos de eletrificação cujos projetos ele já havia encomendado à Missão Moore e às firmas Bromberg e W.R. Brand Company, do Rio de Janeiro e de Londres, respectivamente. Depois de muitas explicações técnicas, digressões sobre cavalos-vapor e quilo-watts (coisas inesperadas, na época, em um gabinete de governo nordestino), Delmiro Gouveia pediu simplesmente autorização para que a linha de força passasse pelo território pernambucano, rumo aos centros de consumo.

Delmiro Gouveia, pelo menos cem anos a frente de seu tempo.

O General Dantas Barreto, que pouco entendia da matéria mas pensava que entendia muito dos homens, respondeu, como bem disse o comentarista Nílson Lage, com a sutileza de um elefante: - O negócio que o senhor propõe é tão vantajoso para o Estado de Pernambuco que deve envolver alguma velhacaria! E assim não se fez o negócio, nem saiu a grande hidrelétrica. Só 40 anos depois é que, finalmente, seria construída a hidrelétrica de Paulo Afonso.A resistência do governo de Pernambuco obrigou Delmiro Gouveia a uma drástica redução nos seus planos: decidiu instalar uma pequena hidrelétrica no Salto de Angiquinhos, no lado alagoano do Rio São Francisco, para mover as máquinas de uma fábrica de fios."

E daí surgiu a magnifica Angiquinho...

Fonte:www.radiodelmiro.com.br

Manoel Severo

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