Virgulino e Maria, pelo ilustrador André Neves
É interessante perceber o tamanho do interesse que a temática Cangaço desperta ainda hoje nas camadas mais jovens de nossa sociedade, mesmo depois de mais de 80 anos do fim da saga dos "Guerreiros do Sol". Por ocasião das duas edições de nosso Cariri Cangaço, 2009 e 2010, tivemos um volume significativo de jovens inscritos; 69%, destes, o fato curioso: Os mesmos 69% eram do sexo feminino, secundaristas e universitárias notadamente de nossa região do cariri.
Esse fato chamou minha atenção e provocou um conjunto de reflexões sobre o surpreendente interesse de nossas jovens com relação ao Cangaço; com certeza ali se encontravam uma infinidade de motivações; acadêmicas, científicas, de estudo e produção universitária, enfim, mas, causou-me surpresa, uma vez que imaginávamos que no inconsciente coletivo as questões preponderantemente exploradas pela mídia com relação ao cangaço, que por muito tempo se resumiam apenas ao estereótipo da violência, selvageria, crueldade; um recorte inevitável certamente, pudessem vir a despertar a curiosidade e atenção das mulheres, mas, é fato, e na verdade ficamos muito felizes.
Foto constante do livro "Estrelas de Couro" de Frederico Pernambucano
Entretanto, e o próprio Cariri Cangaço já aponta nesta direção; começamos a vislumbrar uma nova fase na pesquisa e estudo do fenômeno cangaço, voltada mais para a abordagem científica, que em muito nos auxiliam no entendimento do que aconteceu e de todos os seus reflexos e capilaridades; é o que nosso estimado amigo, pesquisador e escritor do cangaço, professor de Filosofia do Direito, Honório de Medeiros chama de a "Nova Onda do Cangaço". Na verdade sem desmerecer os vaqueiros da história; muito pelo contrário; fortalecendo suas teorias, impressões e leituras, à luz do aprofundamento das ciências humanas; com certeza nos mostram um pouco a razão do interesse desses jovens com relação ao cangaço, notadamente com o ciclo Lampiônico.
Maria José, menininha sertaneja, personagem do curta Vida Maria
Outro aspecto interessante e que acabamos de nos defrontar a partir de uma postagem neste mesmo Blog, da jornalista Denize Marques com o título: Os bailes do rei do cangaço, sobre o fascínio que os Cangaceiros; seu modo de vida, seus trajes, seus adereços, os bailes, o perfume, enfim; despertavam nas mocinhas de nosso sertão, e alí a jornalista nos traz o depoimento da senhora Alzira Marques, de Canindé do São Francisco, trazendo uma impressão extremamente importante com relação ao momento histórico e social vivido nos rincões de nosso nordeste. Esse cangaço realmente é um tema apaixonante e rico.
Manoel Severo
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Amigo Severo - parabens pelos comentarios.Voce continua sendo a estrela-guia dos nossos estudos.Abraço - saúde - recomendações. Alfredo Bonessi -GECC-ESBEC
ResponderExcluirSevero eu estava entre os 69% das meninas e achei o Cariri Cangaço muito massa, valeu mesmo, só acho que se vocês pudessem colocar transporte para os estudantes estarem tambem nos outros municipios seria sensacional. Parabens a todos, sou sua fã, acho teu trabalho muito importante e adoro o Cariri Cangaço.
ResponderExcluirUm beijo a todos
Karina Santiago URCA Crato
Olá Manoel Severo,
ResponderExcluirTenho paixão pelo tema Cangaço e seu blog é uma de minhas fontes de leitura sobre o assunto.
Um abraço,
Dalinha Catunda
Perfeito, Severo.
ResponderExcluirUm grande abraço,
Honório de Medeiros
Amigo Severo, gostei imensamente das informações sobre o interesse da juventude por ocasião do Cariri Cangaço pelos números que vc nos traz, deve-se ressaltar o papel de iniciativas como o Cariri Cangaço para possibilitar justamente aos jovens a oportunidade de se aproximarem mais ainda da nossa história. Parabens ao amigo pelo Cariri Cangaço e pela a matéria.
ResponderExcluirDeodato F Filho
Se os escritores e pesquisadores não se cansarem, Lampião continuará vivo com toda sua saga por séculos e séculos.
ResponderExcluirParabém ao amigo Manoel Severo pelo seu trabalho.
José Mendes Pereira - Mossoró-RN.