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Luitgarde e a Derradeira Gesta Por: Revista Sinais

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Luitgarde Barros entre Padre Roserlandio e Aderbal Nogueira

Abaixo transcrevemos pequeno trecho de entrevista da pesquisadora e escritora Luitgarde Cavalcante Barros aos jornalistas Adélia Miglievich e Mauro Petersem Domingues, da Revista Sinais, da Universidade Federal do Espírito Santo.

Adélia – Sua tese que virou livro “A Derradeira Gesta - Lampião e Nazarenos Guerreando no Sertão” gerou grande polêmica, não? Em seu julgamento, na época e hoje, por que algumas pessoas não queriam que se maculasse “Lampião”? Para além dos interesses de alguns cineastas, por exemplo, que sociedade, a seu ver, está por trás da mitificação de uma personagem como Lampião?

Luitgarde – O tema violência, ontem como hoje, numa sociedade tão acintosamente desigualitária e injusta, gera polêmica. Se não, como explicar tanto cientista social e tantos políticos e jornalistas “tentando glorificar as ações de brutalidade explícita”, com a exposição de corpos de “bandidos eliminados pela lei, choque de ordem” etc., num país onde a Constituição Federal não institui a pena de morte? Quantos “trabalhadores cidadãos” (uso a expressão apenas porque são moradores de “cidades”) são assassinados ou vilipendiados nessas “campanhas”, em muito semelhantes à “Campanha de Canudos”? 


Renato Cassimiro, Manoel Severo, Melquiades Pinto Paiva e Luitgarde Barros

Por trás de grupos de facínoras armados matando e vendendo droga, estão as “corporações empresariais e partidárias” que vivem do sangue de quem trabalha. No tempo de Lampião, era a mesma coisa. Ele era a encarnação, a realidade dantesca e grotescamente ornamentada da violência institucionalizada de um “país rural”, como hoje as máscaras, roupas de malha, disfarces mil e “representações” múltiplas dos bandidos são a realidade materialmente vivida pelas vítimas, ou vendida como ficção nos enlatados de TV. Eles encarnam a violência indescritível do mundo neoliberal, com donos de fábricas de armas vendendo a governos genocidas, o extermínio de povos, para que os “empresários” e as “corporações” desfrutem dos recursos naturais de qualquer país, submetendo seu povo a condições de miserabilidade reeditadas das primeiras formas de colonização. A tecnologia da destruição humana é o maior cabedal da civilização do século XXI...

...como o extermínio pelo cangaço se realizava com as “armas mais modernas do Brasil”, repassadas para Lampião, a preços de “monopólio comercial”, por seus protetores – grandes industriais, juízes, desembargadores, autoridades policiais, governadores e grandes fazendeiros e comerciantes. 

Os cineastas usam a liberdade de criação ficcional, enquanto os que desfrutam de fortunas herdadas de protetores de cangaceiro – Leia-se Indústria do cangaço – escondem a origem suja de sua riqueza.

Para ver a entrevista da Professora Luitgarde em sua íntegra, visitar o link abaixo:

Produção Cariri Cangaço
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5 comentários:

  1. Boa noite, amigo Severo.

    Hoje meu filho abriu o site Cariri Cangaço e li tudo. Você é um Gênio da amizade. Muito obrigada por ser meu amigo.

    Abraço, Luitgarde

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  2. Professora Luitgarde, a senhora é uma referencia para todos nós, seja bem vinda ao Cariri sempre, e esperamos a senhora com uma grande palestra no cariri cangaço.

    parabens.

    Professor Mario Helio

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  3. Professora Luitgarde, realmente a senhora é uma referência para todos que buscam conhecer profundamente a história do cangaço, meus parabens.
    Obs: Não consigo abrir o link com a entrevista da íntrega. Aparece esse erro: Oops! Essa página parece estar faltando.
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    Acessar a página inicial do site: www.indiciarismo.net

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  4. Caro amigo Neto eu também não consigui abrir a entrevista na integra, então fui direto ao site da revista sinais da universidade federal .

    sds

    Marlon

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  5. Parabens Dra - Texto excelente - claro - e de opiniões muito bem colocadas - obrigado - Alfredo Bonessi -GECC-SBEC

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