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A famosa fotografia onde aparecem o Comandante João Bezerra e o aspirante Ferreira de Melo
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O Coronel Francisco Ferreira de Melo se refere ao combate e ao soldado em entrevista ao Dr. Estácio de Lima, da seguinte forma: “ – A luta foi difícil Coronel?
"Não tanto, para quem estivesse habituado às guerrilhas sertanejas. Enfrentamos o adversário sem que êle nos esperasse. Levamos a vantagem da surprêsa. E para tantos e tão importantes cangaceiros abatidos, onze ao todo, lastimamos a perda de meu excelente soldado ADRIÃO ou ADRIANO PEDRO DE SOUZA. Também foi baleado o nosso digno Comandante e mais um praça, que teve o braço partido”.
O soldado Adrião Pedro de Souza teve a sua morte reconhecida por bravura, pela sociedade civil, seus pares, instituição a qual pertencia e autoridades, no ambiente devido e apropriado. O palco do combate nos ermos das caatingas, que serviu de jazigo para os cangaceiros, não seria o local apropriado para o antagônico, justamente para aquele que dedicou sua vida a combater os que ali ficaram. Os registros na literatura e, sobejamente nos meios de comunicação já registraram na história os nomes dos que ali combateram, não existindo nenhum demérito, por não haver a materialidade do seu nome exposto no referido local.
O Cruzeiro do Angico
O Coronel João Bezerra, reconhecendo a necessidade de haver um marco, a altura dos que ali combateram (volantes e cangaceiros) e ali ficaram (cangaceiros), teve a iniciativa de mandar confeccionar na oficina da Rede Ferroviária de Piranhas, um cruzeiro (foto abaixo) composto de onze cruzes, com os respectivos nomes, que Estácio de Lima registra em seu livro, como “Mausoléu modesto das onze cruzes”.
Em Angico, o imponente cruzeiro foi colocado em 30/10/1961, afixado em uma grande pedra. Na placa de bronze, no centro deste cruzeiro, tem a seguinte inscrição:
“Aqui jaz o Rei do Cangaço Capitão Lampeão com dez companheiros.
Combate em 28-7-1938. Lembrança do
Capitão Bezerra.
Colocação da Cruz em 30-10-1961”.
À materialidade - o registro histórico dos fatos. Aos nossos corações a lembrança e o agradecimento indelével por aqueles que se sacrificaram em defesa do bem.
Paulo Britto
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Homenagem ao soldado Adrião.
ResponderExcluirAcredito que sou o único pesquisador a saber a vida do soldado Adrião,pois tive o privilégio de conhecer sua filha e seus netos.Como vocês sabem venho batendo na tecla da homenagem ao soldado morto,no caso uma placa no angico.O meu quetionamento é porque razão ´só agora o amigo Paulo Brito fala nesta homenagem e qual a razão do seu pai ter feito homenagem ao bandido"Lampiao e companhia" e esquecer o soldado morto cumprindo seu dever e ter sepultado o "infeliz" com indigente.Razão da revolda da familia.Por ter sido sepultado como indigente a viúva,dona Tereza recebeu durante toda a sua vida uma aposentadoria miseravelpor toda a sua vida:Hoje tudos querem ser "heróis"
Muito bom saber dessa história.
ExcluirPrezado pesquisador e amigo Vilela,
ResponderExcluirO fato de expor as atenções direcionadas ao valoroso 3º Sargento Adrião (promovido de Soldado a 3º Sargento – pulando a patente de Cabo – após seu falecimento), deve-se, justamente, de só agora sentir a necessidade de esclarecer aos questionamentos, assim como o seu.
A classificação de pensão “miserável”, recebida pela viúva do 3º Sargento Adrião, é um assunto de gestão de governo, que afligiu toda a corporação, e que, infelizmente, se estende até os dias de hoje.
A informação de ter sido ele enterrado como “indigente”, acredito ser improvável, porque nenhum militar da ativa, morto em serviço, mesmo que a família não tenha recursos, seria desamparado pelos seus colegas, superiores e, principalmente, pela corporação. Mesmo estando meu pai hospitalizado em Maceió-AL, no momento do enterro, em decorrência de ferimentos recebidos, não creio que os demais oficiais e companheiros, inclusive o seu superior, o Aspirante Ferreira de Melo, tenham agido diferente do comportamento anteriormente mencionado.
Quanto a placa para homenagem ao 3º Sargento em Angico, já está claramente explicitado no texto postado.
Já o cruzeiro, como disse, só foi colocado em 1961, como “marco” e nunca mencionado como homenagem.
Espero ter esclarecido ao amigo.
Um abraço
Paulo Britto
Salve salve Tenente João Bezerra, e os seus.... Verdadeiros Heróis desta saga.
ResponderExcluirPor todos os relatos que vimos desda morte de Virgulino em 1938 até os dias de hoje 2018, 80 anos depois. Nos faz transparecer que. os bandidos "cangaceiros" nem sempre eram tão bandidos,e os mocinhos "volantes policiais" eram tão mocinhos assim. Não estou aqui querendo justificar o motivo do qual se iniciou o cangaço, mas os pobres eram maçacrados e oprimidos pelos ricos coronéis e políticos da época. Se olharmos nos dias de hoje, o cangaço não acabou lá em 1938 e 1940 como dizem com a morte de Virgulino e Corisco respectivamente. Na verdade hoje no Brasil o cangaço estar vivo milhões de vezes mais vivo do que naquela época, o que aconteceu foi que tudo se modernizou. Cangaceiros e volantes de hoje que outrora andara a pé ou a cavalo, hoje andam de Hilux e ao envés de um mosquetão trabalhoso teem em mãos uma .50 no mais eu acho que em pleno século 21 estar muito pior. As opreções continuam, os políticos são piores do os daquela época e eu não sei onde vamos parar. Esse é o meu ponto de vista. Os que concordam comigo eu agradeço os que não concordam eu agradeço do mesmo jeito. Um abraço a todos que tiverem a paciência de ler esse singelo comentário. 👍👍👍
ResponderExcluirQual o papel do meu Avô, o tenente José Rufino de Oliveira nessa história de heroísmo?
ResponderExcluirTeu avô, na minha opinião,goi o maior dos comandantes de volantes, sem medo de swr exagerado.
ExcluirOs caras pegaram lampião e seu grupo de surpresa é mesmo assim perderam um soldado e saíram dois feridos imagine se tivesse lutado de frente como sempre lampião com certeza tinha saído vitorioso nessa também..
ResponderExcluirQue bom que morreu então..
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