De Santa Brígida, a Caravana Cariri Cangaço-GECC seguiu para a lendária Jeremoabo, terra do coronel João Sá, onde Zé Rufino fincou pé e onde se deram as mais significativas "entregas" no final do ciclo cangaceiro de Virgulino Ferreira. O sol continuava alto; torrando; pelo horário adiantado e por ser uma terça-feira de carnaval no sertão, a cidade estava vazia e silenciosa, até parecia que a qualquer momento poderiam sair dos becos e por tras dos mourões, cangaceiros e a volante famosa de Zé Rufino...
Almoçamos em Jeremoabo e não poderíamos sair da famosa cidade sertaneja sem antes, sob a batuta do pesquisador Múcio , visitarmos o pátio da igreja matriz de Jeremoabo, onde se organizavam e recebiam as bençõas da igreja, as expedições do exercito que combateriam Antônio, o Conselheiro e sua Canudos. Dali partimos até as margens do emblemático rio Vaza Barris, ponto de entrada das tropas do governo naquele épico embate contra os Conselheristas no final do século dezenove. Naquele momento os olhos de nosso Conselheiro Múcio Procópio "brilhavam" como se voltassem no tempo... Dali sairam os homens que acabaram com o sonho da cidade santuário de Canudos.
Matriz de Jeremoabo, Bahia
Euclides da Cunha: "Canudos não se rendeu. Exemplo único em toda a História, resistiu até o esgotamento completo. Expugnando palmo a palmo, na precisão integral do termo, caiu no dia 5, ao entardecer, quando caíram seus últimos defensores, que todos morreram. Eram quatro apenas: um velho, dois homens feitos e uma criança, na frente dos quais rugiam ruivosamente 5.000 soldados."
No dia 6 de outubro de 1897, um dia após a tomada definitiva de Canudos, descobriu-se o local onde Antônio Conselheiro tinha sido enterrado. Após o desenterrarem, fotografaram seu cadáver (foto acima) e, com uma faca afiada, deceparam-lhe a cabeça e a levaram para Salvador.
Partimos para a Vila de Itapicuru d'Água, onde sob a tutela de João de Sousa Lima conhecemos o alegre e falante Antônio Gama, um apaixonado pelas coisas de Jeremoabo, Cangaço, Lampião e principalmente Zé Rufino; quando nos contou uma infinidade de histórias dos tempos em que o maior caçador de cangaceiros morava na cidade baiana.
Manoel Severo
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