Ainda no quarto dia da Caravana Cariri Cangaço - GECC, após as visitas a Malhada da Caiçara, Casa de Dona Generosa e o Cemitério onde jazem os corpos dos pais de Maria Bonita; seguimos por entre as serras e em meio a caatinga brava de Paulo Afonso até Santa Brígida, terra emblemática de Pedro Batista e de nosso estimado confrade, escritor Alcivandes Santos.
Eram perto das 13 horas, com o sol alto depois de uma neblina refrescante; suspeita de inicio de inverno; quando entramos em Santa Brígida. Localizada no Nordeste do Estado da Bahia, na Microrregião de Paulo Afonso, o município fica à margem direita do Rio São Francisco numa distância de mais ou menos 30 km possui cerca de 18 mil habitantes. Sem perca de tempo nos dirigimos para a praça central onde se localiza a imagem e o Museu em homenagem ao Beato Pedro Batista.
Recorremos ao site oficial da Prefeitura de Santa Brígida para trazer um pouco mais da história de Pedro Batista, em www.santabrigida.ba.gov.br
"Em 1942 peregrinava pelos Estados de Alagoas, Sergipe e Pernambuco um penitente de barba e cabelos grisalhos, pregando e curando, que se chamava Pedro Batista da Silva. Serviu o exército aos dezessete anos, sendo deslocado posteriormente para Foz do Iguaçu e Ponta Grossa , no Paraná. Após desligar-se do exército trabalhou como marinheiro e estivador nos portos do Rio de Janeiro, Santos e Paranaguá, onde se fixou e viveu como pescador. Uma "visão" fez regressar ao Nordeste, onde peregrinou até fixar-se em Santa Brígida com a permissão do Coronel João Sá que acompanhou a chegada dos romeiros até certificar-se de que o movimento não ameaçava se tornar uma nova Canudos. Em suas andanças Pedro Batista ficou famoso pela sua sabedoria em dar conselhos, efetuar curas e libertar pessoas de maus-espíritos.
Esta postura cativou os romeiros que via nele um representante de Deus. Pedro Batista não comentava com os romeiros sobre a sua vida, de onde veio, quem era seus pais ou se tinha irmãos, pouco interessava aos seus adeptos. Era como se ele não tivesse tido princípios de dias. Sua chegada a Santa Brígida ocorreu em 14 de junho de1945, tinha como objetivo formar a romaria e desenvolver a agricultura como meio de subsistência para as famílias que ali residiam. Correndo pelo sertão a notícia que o Beato Pedro Batista estava instalado em Santa Brígida, a gente que o conhecia de Alagoas, Sergipe e Pernambuco, veio visitá-lo em romarias. Uns com o fito de se instalar ao pé do "Padrinho", outros traziam dinheiro para comprar terras ou alugá-las, pretendendo ali, viver atraídos pela crença, fé e pela ordem que faziam reinar em torno de si. A exemplo da saudosa Madrinha Dodô, que veio do povoado Moreira, no município de Água Branca, onde conheceu o Beato e resolveu acompanhá-lo por afinidade dos trabalhos comunitários de atendimento ao povo pobre e sofrido da região, tornando-se assim, a pessoa mais próxima do padrinho Pedro Batista. Madrinha Dodô, como era conhecida, foi a grande confidente e herdeira espiritual do Beato, passando a ser respeitada e enaltecida pelos romeiros, que viam nela a sabedoria e a caridade, comparando-a com a saudosa Irmã Dulce da Bahia.
O querido e saudoso Beato Padrinho Pedro Batista da Silva, veio a falecer aos oitenta anos, no dia 11 de novembro de 1967, sepultado no cemitério São Pedro em Santa Brígida - Bahia."
Manoel Severo
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