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A Violência Institucionalizada na Época do Cangaço

Aderbal Nogueira, Wescley Rodrigues e Juliana Ischiara

O segundo momento da Avant-Premiére Cariri Cangaço Parayba, em Sousa foi protagonizado pelos pesquisadores; historiadora Juliana Ischiara e o documentarista e pesquisador Aderbal Nogueira. A partir da produção da Laser Vídeo, do documentário "A Violência Institucionalizada na época do Cangaço", um acalorado debate procurou esclarecer os principais pontos sobre a controversa atuação dos forças volantes em combate aos grupos cangaceiros.

Com depoimento de vários remanescentes da época, como; Neco da Pautilha, Luiz de Cazuza, João Gomes de Lira, Josias Valão dentre outros, o trabalho de Aderbal Nogueira traz uma visão nua e crua sobre a violência "patrocinada" pelo estado através dos muitos grupos que perseguiam em nome da lei, os bandos cangaceiros. "O povo do sertão muitas vezes temia muito mais as volantes do que mesmo os cangaceiros" asseguram alguns dos personagens principais do documentário.

Aderbal Nogueira e Juliana Ischiara, conferencista da tarde do Cariri Cangaço Parayba



Ao final da apresentação do vídeo a platéia foi convidada a participar de debate que por mais de duas horas acentuou a polêmica sobre a ação desse grupo de sertanejos que se dedicavam a ficar do outro lado da moeda, como volantes tinham a missão de combater o cangaceirismo, mesmo que para isso e não com pouca frequencia, utilizavam métodos tão violentos ou até mesmo mais cruéis do que os próprios cangaceiros.

Para Aderbal Nogueira "a produção do vídeo veio exatamente para instigar a polêmica" , já Juliana Ischiara acentuou a contextualização da época e a crueza a que aqueles homens e mulheres estavam submetidos, muitas vezes não sabendo distinguir realmente de que lado estavam. No fundo todos chegando à conclusão que o sofrimento era generalizado em todo o sertão.

Cariri Cangaço

Um comentário:

  1. Nas últimas semanas, infelizmente, temos vivenciado essa violência institucionalizada na repressão das polícias de diferentes estados (SP, DF, CE).

    Quando alguns poucos policiais passam dos limites, podemos dizer que são atos isolados. Contudo, o que podemos ver é uma ação orquestrada de uma corporação. A violência tornou-se a regra.
    Dentro das manifestações vemos vândalos e agressividade (sempre por parte de uma minoria), mas as respostas da PM são absolutamente desproporcionais. Isso quando é resposta, porque em muito dos casos e aqui arrisco a dizer que na maioria (como vi hoje em Fortaleza) a PM utiliza de meios como bombas de gás e spray de pimenta como ação inicial contra manifestantes pacíficos.

    Bem como nas volantes, o que estamos vendo hoje não são maus profissionais que isoladamente acabam passando dos limites e mancham o nome da corporação. Mas são atitudes que, no caso de manifestações, viraram (ou continuam) regra geral para a corporação como um todo, partindo do topo da pirâmide - comandos das polícias subordinados aos Governadores Estaduais.

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