Passeata das Crianças: Revolta Urbana de 1912 pelas ruas de Fortaleza
Voltemos a janeiro de 1912, mês em que se consagraria o movimento de derrubada da oligarquia acciolina, comandada por vinte anos (1892 a 1912) com punhos de aço pelo senador e presidente do Ceará, Nogueira Accioly, cabe um capítulo interessante para comentarmos a base de apoio de Accioly na capital cearense: Interventor Guilherme Rocha.
Voltemos a janeiro de 1912, mês em que se consagraria o movimento de derrubada da oligarquia acciolina, comandada por vinte anos (1892 a 1912) com punhos de aço pelo senador e presidente do Ceará, Nogueira Accioly, cabe um capítulo interessante para comentarmos a base de apoio de Accioly na capital cearense: Interventor Guilherme Rocha.
Interventor Guilherme Rocha
Guilherme Rocha era natural de Fortaleza, coronel da Guarda Nacional, chegou a ser presidente da Câmara Municipal e vice-presidente do estado do Ceará; por todo o período em que Nogueira Accioly mandava no estado, Guilherme Rocha se manteve no poder, inclusive se perpetuando como interventor da capital entre os de 1892 a 1912, exato período da absoluta supremacia acciolina do Ceará.
Se por um lado o governo de Accioly foi marcado por desmandos e descasos de toda sorte, a passagem de Guilherme Rocha pelo governo de Fortaleza foi marcado por um conjunto de obras físicas que se consagraram até os dias de hoje. A preocupação do interventor em embelezar a cidade acabou proporcionando a construção de prédios públicos e praças que marcariam a capital cearense por muito tempo, como os jardins das praças do Ferreira, Sé, Coração de Jesus e do Carmo, igrejas com o "Pequeno Grande" e do "Carmo" sem falar no majestoso e famoso Teatro José de Alencar, na antiga praça Marques de Herval, hoje praça José de Alencar. Dizia-se que o governante queria imprimir um "jeito europeu" de viver, na capital cearense.
Teatro José de Alencar, uma das fantásticas obras de Guilherme Rocha
Fuga de Nogueira Accioly após levante de 1912
Ao final dos três dias em que a capital cearense tornou um verdadeiro campo de batalha, de 21 a 24 de janeiro de 1912, dois dos principais alvos dos oposicionistas foram as casa de Nogueira Accioly ; localizada na esquina das ruas 24 de maio e Tv Municipal (hoje rua Guilherme Rocha) ; e a do intendente da capital, Guilherme Rocha que ficava na praça do Liceu. Ambas foram incendiadas pela população enfurecida.
Guilherme Rocha caiu junto com seu líder Nogueira Accioly em Janeiro de 1912, caia ali o mais longo governo que a capital cearense iria conhecer: 20 anos. Guilherme Rocha, nascido em 1846 viria a morrer 16 anos após a revolta de 1912, em Fortaleza em julho de 1928.
Continua...
Manoel Severo
Cariri Cangaço
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