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Procissão Histórica... Por:Raul Meneleu

 
Raul Meneleu e Manoel Severo

Saí de Aracaju um dia antes do inicio desse evento, que de antemão lhes digo, foi maravilhoso! O prazer sorvido e alimentado na ansiedade, sentida a cada quilometro percorrido de nossa viagem, concretizou-se no dia 23 de setembro ao chegar ao hotel escolhido para ser base de Coiteiros, Volantes e Cangaceiros, todos meus amigos. Estava em casa!
Juazeiro é uma cidade, bem comparando, com Jerusalém. Nela encontramos os encantos da religiosidade. Dizem que quem vai a Jerusalém, está arriscando a sentir a “Síndrome de Jerusalém” que é o nome dado a um grupo de fenômenos mentais envolvendo a presença de ideias obsessivas de temática religiosa, delírios ou outras experiências de cunho psicótico que são desencadeadas por alguns que visitam a cidade.
Não cheguei a tanto, mas para essa segunda visita a essa terra abençoada por crendices e milagres, comecei a sentir-me, não um Romeiro Franciscano, mas um participante da confraria Cariri Cangaço, resultado de um sonho de um menino que se encantava com as estórias de cangaceiros e tudo que se relacionava a tais. Alegria pura!

Confraria Cariri Cangaço; Jose Bezerra, Archimedes Mendes, Ivanildo Silveira, Luiz Antônio, Padre Agostinho, Elane Marques; Fátima Cruz, Professor Pereira e Raul Meneleu

Já no dia primeiro do grandioso encontro, estivemos reunidos na cidade de Crato, no largo da “Refesa” como todo bom cearense chama essa saudosa empresa que foi destruída pelo avanço dos automóveis e caminhões. Ali assistimos o filme “Os Últimos Cangaceiros” do cineasta Wolney Oliveira, que após a apresentação da película, participou de uma “Roda de Conversa” com os participantes. Foi bom demais ouvirmos e aprendermos com ele e mais Manoel Severo, João de Sousa Lima, Neli Conceição e os demais da assistência, ilustres pesquisadores e autores de livros temáticos.

No dia seguinte, 24/09/2015, participarmos de uma aula a céu aberto, debaixo de árvores, com o fundo musical de aves canoras do meu Ceará, encarapitadas em seus frondosos galhos, para ouvirmos os professores Heitor Feitosa Macedo e Urbano Silva discorrerem sobre o “Pacto dos Coronéis”. 

Em um seminário itinerante, foi animador, pois no itinerário de visitas guiadas, tivemos também o formidável privilégio de ouvirmos o Professor e também confrade, João Tavares Calixto Júnior, nos guiando pelo percurso da invasão feita por Quinco Vasques, a Lavras da Mangabeira no ano de 1910 e juntamente com os participantes desse grandioso evento, efetuarmos uma verdadeira procissão histórica nas ruas dessa bonita e agradável cidade de Lavras da Mangabeira. Não tem preço! 
 Cariri Cangaço de forma itinerante em sua procissão histórica...

"Não existem fronteiras ou limites para alcançarmos nossos objetivos; o que existem são barreiras e desafios insignificantes quando se quer conquistar um sonho." Foi uma grande alegria participar desse evento.

Na cidade de Lavras da Mangabeira, uma das sedes do Cariri Cangaço, nessa edição em marcante visita, quero registrar nossos agradecimentos aos organizadores do Seminário Cariri Cangaço 2015, ao Prefeito, Ilmo. Dr. Gustavo Augusto Lima, à Secretária de Cultura Lavrense Sra. Cristina Couto em fazer-nos parte de tão importante movimento de exaltação á nossa cultura e história.

Agradeço também ao confrade Manoel Severo, em nos dar a chance de participarmos em seu grandioso sonho de menino. Aqui concluo, pois se falar das outras ocasiões desse evento, ficaria escrevendo até o fim do ano. Encerro com as palavras do Ilustríssimo Prefeito de Lavras da Mangabeira, Doutor Tavinho a quem me admirou muito, pela hospitalidade e postura de representar quatro gerações de contribuições públicas a essa belíssima e histórica cidade e a seu povo.

Raul Meneleu
Pesquisador, Aracaju-Sergipe

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