Padre Cícero e Benjamin Abraão
Quem tinha mais influência sobre o Padre Cícero,
O secretário particular Benjamin Abraão,
ou a beata MOCINHA ?
"Penso que eram duas formas distintas de influência. A beata Mocinha, apesar de ser a grande administradora da "Casa" do Padre Cícero e certamente possuir um grau de ligação forte com o mesmo, não era a única. O mascate árabe possuia uma sagacidade incomum e um olhar mais periférico e global, saindo da "aldeia" , daí ter ocupado também espaços no rol daqueles a quem o Padre ouvia.... Além deles ainda poderíamos citar; observados determinados períodos: Zé Marrocos, Alencar Peixoto e o grande Floro Bartolomeu....
E digo mais: Padre Cícero, como grande líder que o era, tinha uma habilidade preciosa, tão preciosa quanto seu poder de conduzir toda uma "nação romeira", que seria a sua inegável habilidade e capacidade de ouvir as pessoas... Isso fazia dele um líder com muito poder de influencia, mas por outro lado, como um homem atento ao que se passava a seu redor, também tinha muito zelo com as "opiniões" de seus "próximos".
Manoel Severo, curador do Cariri Cangaço
Benjamin Abraão, Secretario Particular do Padre Cícero
Fotogramas inéditos.....Neles, vê-se os dois passeando nas ruas da cidade do Juazeiro. Abraão tirou grande proveito comercial de sua amizade com o famoso padre, inclusive, para se aproximar do bando de Lampião, e, poder fotografá-lo / filmá-lo..e, ganhar muito dinheiro.
Cortesia dos fotogramas : Renato Cassimiro / Daniel Walker
Codinome Volta Seca, Grupo Lampiao, Cangaço e Nordeste
"O Padre Cícero, em quanto político, era o mais resoluto "nas mãos" de Dr. Floro Bartolomeu da Costa, pois os laços do dileto reverendo eram com a espiritualidade e não com a materialidade, para isso, teve ao seu lado o próprio Dr. Floro Bartolomeu da Costa (Na política) e a D. Joana Tertuliana de Jesus, a Beata Mocinha (No financeiro), o Libanês Benjamim Abraão (Secretário).
No entanto, e ainda, Ralph Della Cava aborda a seguinte apreensão do Patriarca de Juazeiro quanto à política, ou seja, uma declaração de sua aversão aos acordões políticos, gabinetes e querelas partidárias. “ Qualquer tentativa de explicação deve começar pelo exame da própria confissão do Patriarca de que “nunca desejei ser político” e da sua contradição formal ao tomar posse no cargo de primeiro prefeito de Joazeiro, no final de 1911. Explicou, naquela oportunidade, que, anteriormente à elevação de Joazeiro à condição de Vila, viu-se” forçado a colaborar na política... (a fim de) evitar que outro cidadão, por não saber e ou não poder manter o equilíbrio de ordem até esse tempo por mim mantido, comprometesse a boa marcha dessa terra (Joazeiro)...” (CAVA, 159/160. 1979).
Portanto, se finda nessa expressão que o Padre Cícero era avesso as questões políticas. Atividade contrária ao seu dom e de fácil compreensão, pois a seara política partidária é uma mal fadada inversão de valores e submetimento, no entanto, caprichos indignos para um homem coeso do diálogo desinflamado e sem paixões, atitudes muito comum nas assembleias estaduais e municipais. Quando se dirige ao plano político, Padre Cícero, tem a preocupação na preservação do Lugar (Joazeiro), esforçando-se para não deixar cair em mãos desligadas dos desvalidos, confiança dada em Sonho ao Padim Ciço - E você Cícero, tome conta deles." Portanto, e ainda. Tais influencias não significavam a falta de força do Padre Cícero sobre os tais, por exemplo, ou que os mesmo o dominavam, mas, estas pessoas foram necessárias para o andamento do projeto do Padre Cícero em emancipar a cidade.
Provavelmente o libanês tenha feito maior proveito, pois através do Patriarca conquistou notoriedade social, além de se aproximar de Lampião, que também lhe renderam bons ganhos. Vejo que Dr. Floro e a Beata Mocinha, tiveram papeis importantes, suas opiniões eram válidas para a concretização do Juazeiro com a lei nº 1028."
Pesquisador e Professor Laílson Feitosa de Juazeiro do Norte, CE.
Beata Mocinha
"Concordo com Severo. Eram formas distintas de influência. Particularmente acredito que Padre Cícero se deixava influenciar e absorvia influências múltiplas como dos citados por Manoel Severo, porém ele sabia filtrar as conveniências, o que era bom retinha e ao contrário deixava para lá. Uma coisa é certa: Meu Padim adorava novidades."
Pesquisador e Escritor Sousa Neto de Barro, CE
Transcrição de Parte de Postagem
Facebook: Grupo Lampião, Cangaço e Nordeste
Há uma afirmativa em relação a José Marrocos, por ele ser filho e neto de padres. Condições que impediu seu ordenamento sacerdotal.
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