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O Fascínio e o Mito Por:Jorge Remigio

Arte de Eduardo Lima

"O fascínio por Lampião que muitas pessoas externam, seja nordestinos ou não, vem de uma criação, uma construção ao longo do tempo, de uma figura mitológica. Os cordelistas tiveram grande influência nesse imaginário. Junto com repentistas, cantadores de meio de feira, mais tardiamente a literatura e o cinema, distorceram a realidade do cangaço. É o que chamamos de inversão de valores. Lampião foi bandido? Foi. É incontestável. Agora, como falei, sua imagem foi ganhando outros contornos ao longo dos anos. Álibis como vingador, vítima dos poderosos, injustiçado, foram se aglutinando a valores exaltados pela cultura sertaneja da época, como: coragem, valentia, tudo isso formou um amálgama, resultando em uma visão positiva daquele que foi o maior bandido do fenômeno cangaço. Lampião hoje é um mito. Impossível acabar o mito. Mas é importante também, ter uma visão histórica do personagem e também do que foi o cangaço."

Jorge Rempígio
Pesquisador, Sócio do GPEC
Conselheiro Cariri Cangaço
João Pessoa

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