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O Sertao Anarquico de Lampiao

Brasilia testemunhou na noite do ultimo dia 10 de agosto, no Espaço Cultural do restaurante Xique Xique, o lançamento da obra do estimado amigo, professor, pesquisador e escritor Luiz Serra. “O Sertão Anárquico de Lampião”,  traz um olhar diferenciado e especial sobre esse que sem duvidas se traduz entre os mais polêmicos de nosso nordeste.
Luiz Serra nos traz uma abordagem pessoal sobre esse sertão de todos nos e de Lampião !  “Anárquico”, considerando as crônicas e os mitos épicos construídos ao longo do tempo. A narrativa fundamentada em estudos culturais tem informações inéditas e uma possível teoria sobre a misteriosa morte do Rei do Cangaço e seu bando.
Luiz Serra
“A construção narrativa de Luiz Serra está fundamentada, ontológica e epistemologicamente, na escola historiográfica dos Estudos da Cultura, cujos pressupostos começaram a ser formulados na década de 1920, na França, com a École des Annales.Liderados por Lucien Febvre e Marc Bloch, a partir dos Annales, a historiografia começou a ser reinventada com vertentes mais flexíveis de análise, como a Nova História, a História das Ideias e a das Mentalidades.A Nova História também passou a defender a relevância dos perdedores, dos pobres, dos personagens anônimos e dos anti-heróis. Os cangaceiros, por exemplo, encontram-se nesse escopo”. Comenta Carlos Hugo Studart Corrêa jornalista, professor universitário e historiador brasileiro, doutor em História, pela UnB, no prefacio da Obra.


Com a palavra Luiz Serra,a abordagem acompanha uma sequência temporal desde o século XIX aos anos trinta do século XX, no cenário nordestino. Aqueles acontecimentos nucleares e profundos para a alma brasileira, no cenário do sertão nordestino, que inflamou os nervos daqueles bravos brasileiros.Como um cobertor de acalmia, o inevitável messianismo, com os padres Cícero e Ibiapina, e o Conselheiro do Belo Monte de Canudos. Era a prática religiosa adaptada às agruras do sertão, além do mais, havia as rezas de corpo fechado, para aqueles que ficavam no fogo cruzado, quando não em situações críticas de corpo a corpo! Os coronéis sertanejos tentavam “governar” seus domínios a ferro e fogo, aliando-se a milícias ou a cangaceiros, quando não, arregimentavam verdadeiros exércitos de jagunços armados, como foi o caso do célebre coronel José Pereira, de Princesa, na Paraíba.
E continua Serra,“nesse furdunço geral, chegou a Coluna Prestes serpenteando uma fileira de 1500 milicianos revoltosos e, no interior do sertão, foi combatida por todos os segmentos: tropas do governo, batalhões arregimentados, ditos patrióticos, e até o bando de Lampião chegou a instantes de fustigamento distanciado. Lampião, arguto conhecedor do esconso sertão da caatinga, sai-se airosamente no ano de 1936, e aparece nas telas do cinema da capital, do Rio de Janeiro. Inevitavelmente entraria em ação o poder central na figura de Getúlio Vargas, e da sutileza politica intervencionista, sai a solução para o fim do cangaço sertanejo.Estará no capítulo derradeiro comentário de uma possibilidade estratégica para a queda de Lampião.

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