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Visita Histórica a Nazaré: Cem Anos e o Cariri Cangaço


A história de um povo se constrói com personagens e cenários. Nazaré do Pico, a lendária vila que completa cem anos; berço dos mais ferozes perseguidores de Virgulino Ferreira da Silva, vulgo Lampião; constroe sua historia a partir de personagens inesquecíveis; inesquecíveis pela coragem, destemor e paixão, paixão por sua terra, por sua honra.

Edvaldo Feitosa, Zilda Lima, Tereza Barros, Yasmim e Ranaise Almeida
Anfitriã Mabel Nogueira
Manoel Severo e Josué Santana
Casa a casa, palmo a palmo, a Caravana Cariri Cangaço desnudava a memória nazarena. Por aquelas pequenas ruas e casas enfileiradas e coloridas nasceram, viveram e por elas morreram, homens que dignificaram o valor do sertanejo; de raiz, força, fé e coragem... Uma coragem que beirava a loucura: Nazarenos !!!

Camilo Lemos e Tadeu Menezes
Wescley Rodrigues, Artur Holanda e Voldi Ribeiro

Netinho Flor e Zinho Nogueira juntamente com Mabel Nogueira foram os responsáveis pela apresentação de Nazaré aos convidados. "Era um desejo antigo formatarmos esta visita da forma como esta acontecendo, penso que nada mais espetacular do que conhecer de perto, "casa a casa" a verdadeira história nazarena, certamente isso nunca aconteceu, estamos todos muito felizes e com o sentimento que proporcionamos o melhor para nossos visitantes e para as família de Nazaré" ressalta o curador do Cariri Cangaço, Manoel Severo.

Foi definido pela organização do Cariri Cangaço uma visita casa a casa pelos principais pontos e referências da Vila de Nazaré, contando a historia de cada um desses pontos e de seus personagens. O primeiro ponto de parada foi a antiga residência do Tenente Cirilo Araujo, com as presenças de Gilson Araujo, do Coronel Antenor e do Major Fabrízio Ferraz, Netinho Flor e Zinho Nogueira apresentaram a todos a historia de um dos heróis nazarenos.

Caravana Cariri Cangaço na residência do Tenente Cirilo Araujo
Rita Pinheiro, Cel Antenor, Fabrízio Ferraz e Zinho Nogueira

"A atual Nazaré do Pico, já foi Carqueja, que já foi Nazaré. A vila que nasceu da antiga fazenda Algodões, foi o resultado de um sonho do filho do professor Domingos Soriano Ferraz, "Manu" ; que via nascer naquele lugar uma vila. Dali até a realização do sonho foi rápido. Ao sonho se uniram outros jovens e entre esses, os filhos de João Flor, era agosto de 1917 quando foi inaugurada a primeira feira de Nazaré."

Casa a casa os convidados do Cariri Cangaço começavam a desvendar as mais espetaculares historias que se desenrolaram ali ao longo de tanto tempo de luta contra o cangaceirismo. Assim passamos pelas casas de Pedro Gomes, Totonho Nogueira; filho de Ercílio Nogueira; Abel Tomáz, que era primo dos Flor e ainda a casa de Antônio Gomes Jurubeba; antigo quartel das forças e onde houve o famoso confronto com Sindário em 1919; fotos abaixo...

 Dr Marcelo Alves, Geraldo Ferraz, Netinho, Zinho, Vereador Pedro Henrique...
 Ivanildo Silveira, Manoel Severo, Mabel Nogueira, Zinho e Netinho Flot
 Prefeito Ricardo Ferraz
Maria Luíza Novaes Ferraz
Ricardo Ferraz e Cel Antenor
Mabel Nogueira e a saga dos Gomes Jurubeba...
Jair Tavares, Leonardo Gominho, Betinho Numeriano, Verluce Ferraz, Jorge Figueiredo e Jorge Remígio entre outros da família Cariri Cangaço
Zinho Nogueira, Netinho Flor e Manoel Severo


"Graças ao prestígio do professor Domingos, muitos fazendeiros se comprometeram a construir casas no arruado, mesmo que só as utilizassem nos dias de feira e de missa. Os primeiros a aderir ao projeto de Soriano foram seu cunhado João Flor, Antônio Gomes Jurubeba, da fazenda Jenipapo, Pedro Tomás, da Lagoa do Mato, e Raimundo Nogueira, do Pico." José Bezerra Lima Irmão.

Logo depois vieram as casas de Luiz Eloi; sobrinho de José de Souza, dos ferrenhos conflitos com Casimiro Honório; a casa de Manel Ferraz, casa que era de seu pai o grande nazareno Euclides Flor, considerado o mais estrategista entre os nazarenos, a emblemática casa de uma legenda de Nazaré: João Flor, que teve 7 filhos e até 1 neto;filho de Odilon; combatendo o cangaço, a casa de dona Isidora, irmã de Gomes Jurubeba, a cada de Chico Flor e ainda a um dos pontos principais: A casa do coronel Manoel de Souza Neto; hoje residência do "guardião da memória de Mané Neto" seu sobrinho Afonso Nogueira.     

Zinho Nogueira apresenta a Casa que foi de Manoel Neto
Cel Tadeu Meneses
Visita histórica a Casa de Manoel Neto
Leonardo Gominho, Afonso Nogueira, Cel Tadeu, Ricardo Ferraz e Ivanildo Silveira

Seguindo a inesquecível saga pelas ruas e personagens de Nazaré a próxima parada foi a casa de dona Margarida, filha do grande Manoel Neto, seguida pela bodega de Luiz Soriano...

 Manoel Severo, dona Margarida e Raimundo Evangelista
 Junior Almeida, Manoel Severo, Dona Margarida, Ivanildo Silveira, 
Louro Teles e De Assis
Dona Margarida e Louro Teles

"Entre os nazarenos mais famosos vamos elencar: Manoel Neto, Manoel Flor, Odilon Flor, Euclides Flor, Davi Jurubeba, Arcôncio, Afonso, Hercílio e Lero . Morreram nas mãos de Lampião e seu bando mais de 20 nazarenos, dentre os quais Gabriel de Sousa (Bié), Olímpio Gomes Jurubeba, Inocêncio de Sousa Nogueira, José Alves de Sousa Ferraz, Idelfonso de Sousa Ferraz (Idelfonso Flor), Cândido de Sousa Ferraz, João Gregório Neto, Hercílio de Sousa Nogueira, Adalgísio de Sousa Nogueira e João Cavalcanti de Araújo (João de Anísia)." 
José Bezerra Lima Irmão

Manoel Severo e Getulio Bezerra
Manoel Severo, Cel Antenor, Geraldo Ferraz e Tadeu Meneses
Zinho Nogueira e Manoel Severo
Manoel Severo e Cristina Couto

"Diferentemente do que ocorreram noutras localidades do sertão, em que muitos jovens se tornaram cangaceiros, em Nazaré praticamente todos os homens e rapazes ingressaram nas volantes. Os primeiros a alistar-se na polícia foram Arcôncio de Sousa Ferraz, Manoel de Sousa Neto (Manoel Neto), Antônio Capistrano de Sousa Ferraz, Odilon Nogueira de Sousa (Odilon Flor), Isaías Ferraz Nogueira, José Freire da Silva e Francisco Marques dos Santos (Chiquinho Marques). Em seguida, Davi Gomes Jurubeba, Pedro Gomes de Lira, João Domingos Ferraz e Ângelo Inácio da Silva (Ângelo Caboclo). A partir daí, perdeu-se a conta. Eram os chamados “Nazarenos”, ou “os Cabras de Nazaré”, inicialmente da volante do sargento Higino José Belarmino e mais tarde do famoso Manoel Neto. Calcula-se que mais de 100 filhos de Nazaré e arredores – irmãos, primos, todos aparentados – se dedicaram a perseguir Lampião."
José Bezerra Lima Irmão.

Depois da casa de Dona Margarida e da bodega de Luiz Soriano, vieram a casa de dona Maria Jurubeba, mãe de Olímpio, Davi e João Jurubeba; em seguida as casas de dona Eurides; filha de Eloy Jurubeba e casa de Zé Guedes, esse, irmão de um dos mais famosos rastejadores da região: Batoque, Zé Guedes era o homem de confiança de José Saturnino em Nazaré do Pico.

Junior Almeida, Francimary Oliveira, Ranaise Almeida, Ingrid Rebouças, 
Afonso Nogueira e Ana Gleide
Betinho Numeriano, Bia Numeriano, Afonso Nogueira, De Assis e Ana Gleide
Cristina Couto e Ingrid Rebouças na bodega que foi de Luis Soriano
Nivaldo e Fatima Pereira
 Manoel Severo, Netinho, Zinho, Mabel, Leonardo Gominho, Zezinho, 
Ricardo Ferraz e Ivanildo Silveira

Seguindo pelo arruado nazareno a próxima parada foi na casa de Neco de Pautilia, curiosamente o local onde aconteceu o velório do coronel Manoel Neto, depois as casas de João Jurubeba, ou João Gato; que entrou ainda criança com 15 anos para o combate ao cangaceirismo, era filho de Manoel Jurubeba, que tinha sua casa logo ali, vizinha a essa do filho; Manoel Jurubeba era o avô de seu Pedro Ferreira, que acompanhou a visita do Cariri Cangaço ao Poço do Negro nesta mesma manha de 14 de outubro. Ao lado, mais uma casa da família, agora a casa de seu Alfredo Ferreira, esse, pai de Pedro Ferreira. Esse mesmo Alfredo era irmão de Licor, prima de Lampião e protagonista de um dos episódios famosos em Nazaré: O casamento de Licor.

Quirino Silva, Ingrid Rebouças e Geraldo Ferraz
Cristina Couto, Artur Holanda, Divonildo Sobreira e Wescley Rodrigues
Wagno Ferraz e Quirino Silva
Caravana Cariri Cangaço em visita histórica a Nazaré do Pico...

"A gratidão é o sentimento mais nobre que há. E como não amar? Amamos e somos gratos pelo grandioso reconhecimento! Obrigada Manoel Severo Barbosa, por reconhecer a Escola Teresinha Lira em sua totalidade ! Nós, Equipe Gestora, Professores, Alunos, Porteiros e ASG, agradecemos de todo coração!!! Termino com um pensamento de Rubem Alves, quando leio me remeto a vcs que fazem o Cariri Cangaço:

-O que é que se encontra no início? O jardim ou o jardineiro? É o jardineiro. Havendo um jardineiro, mais cedo ou mais tarde um jardim aparecerá. Mas, havendo um jardim sem jardineiro, mais cedo ou mais tarde ele desaparecerá. O que é um jardineiro? Uma pessoa cujo os sonhos estão cheios de jardins. O que faz um jardim são os sonhos do jardineiro.- Encontro em todos vocês um jardineiro!!!" Elizabete Menezes, diretora da escola Teresinha Lira, de Nazaré do Pico.

 As ruas de Nazaré e a Caravana Cariri Cangaço
 Louro Teles
 Casa a casa, porta a porta a historia Nazarena...
 Netinho Flor
 Quirino Silva, Célia Maria, Tereza Barros e Zilda Lima

"Estive neste memorável encontro do Cariri Cangaço em Floresta e Nazaré. Um evento como sempre impecável. Surpreendeu-me o empenho do prefeito Ricardo Ferraz, um cidadão comprometido com os aspectos culturais de sua terra, sem maniqueísmos políticos, que acolheu de braços e coração abertos toda a família Cariri Cangaço. Já estou ansioso pelo próximo encontro.Viva Floresta! Viva Nazaré! Viva o Cariri Cangaço!" Comemora o pesquisador e escritor José Bezerra Lima Irmão.

Logo após a casa de seu Alfredo Ferreira, vieram as casas de Orlando Nogueira, neto dos Jurubeba, ali foi também foi a casa de dona Joaninha Ferreira, tia de Virgulino e dos irmãos Ferreira. Depois veio a casa de Pedro Tomaz, a de Ancilon Nogueira, que era irmão de Manoel Neto, em seguida a casa que pertence hoje a grande escritora Marilourdes Ferraz e logo após veio a edificação mais antiga de Nazaré, a casa de seu Luis Soriano, hoje pertencente a Carmem Ferraz e por fim, as casas do Grande Coronel Manoel Flor e a casa de dona Altina, irmã de Manoel Neto.



Zezinho, Zinho e Netinho Flor, representantes do povo Nazareno

"Nunca houve nada parecido com o que aconteceu hoje neste grande Cariri Cangaço Nazaré, celebrando também o Centenário. Nunca havíamos tido uma visita técnica deste natureza, casa a casa, isso foi muito importante, realmente histórico para o povo de Nazaré, agradecemos ao meu grande amigo Manoel Severo e a toda Comissão Organizadora, além de todos os pesquisadores que vieram lotar Nazaré", Netinho Flor.


"Parabéns a todos os envolvidos no segundo evento Cariri Cangaço em Floresta e Nazaré do Pico. É sempre um prazer imensurável e uma satisfação que transborda meu coração! Já estou com saudades!" Comenta Petrúcio Rodrigues. Já o pesquisador e escritor paraibano Bismarck Martins de Oliveira: "Nós agradecemos a forma gentil e prestativa como fomos recebidos, só tenho a dizer, Muito Obrigado."


Fotos: Ingrid Rebouças, Evanilson Sousa e Louro Teles

Cariri Cangaço Floresta-Centenário de Nazaré 
Pelas Ruas de Nazaré, 14 de Outubro de 2017
Nazaré do Pico-Floresta, Pernambuco

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