Alcino Alves Costa
Pensando bem, plena razão com o amigo escritor José Bezerra Lima Irmão (Lampião - A Raposa das Caatingas). Comentando uma postagem minha, afirmou o estudioso do cangaço: “(...) E você é RICO. Ser filho de ALCINO ALVES COSTA é um privilégio que não há dinheiro que pague”. Quanta verdade em tais palavras. Ser filho de Alcino é trazer no sangue sua coragem, sua inteligência, sua agudeza de pensamento e ação. Ser filho de Alcino é trazer no íntimo e no mais profundo do coração o amor ao sertão, ao seu povo, à sua história e ao seu destino. Ser filho de Alcino é trazer no olho a visão de um mundo tão humilde quanto arrogante, tão bondoso quanto desumano, e trazer na face o encorajamento de jamais negar a dor e o sofrimento de tudo que nos envolve. Ser filho de Alcino é trazer na mão o livro de ouro de suas lições: não precisa ser doutor para ter o anel da sabedoria no dedo.
Ser filho de Alcino é trazer no gesto a simplicidade, é trazer no passo o mesmo caminhar de seu povo, é trazer na voz a palavra por todos entendida. Contudo, ser filho de Alcino não é trazer apenas seu sangue e sobrenome, mas dignificar e dignificar-se por ser filho de Alcino. Ser filho de Alcino não exige que seja Alcino, mas filho representando Alcino. Ser filho de Alcino não requer andar de havaianas, de gostar de música caipira, de escrever versos sertanejos, de viver apenas o seu mundo sertão, mas preservar a memória do que foi assim.
Eu sou filho de Alcino, de Alcino e de Dona Peta. Sempre serei filho de Alcino, mas o que continuo sendo mais Alcino é precisamente ser além do filho: resguardar sua memória, sua vida e sua história, como se entre nós ele continuasse. Além de tudo, sou um filho orgulhoso do pai que tive. Por isso tanto amo fazer pelo pai que ainda tenho.
Rangel Alves da Costa
Poeta e Escritor
Conselheiro Cariri Cangaço
Nenhum comentário:
Postar um comentário