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Cristãos e Mouros na Tradição de São José de Belmonte Por Valdir José Nogueira


No século XIX e nas primeiras décadas do século XX a região do Pajeú foi cenário de episódios sangrentos protagonizado por membros das famílias Pereira e Carvalho. As mesmas davam nome às facções que disputavam o mando político em Flores, Serra Talhada e São José do Belmonte. 
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Pereiras e Carvalho (cristãos novos?) eram parentes. Pereiras militando no Partido Conservador; Carvalhos no Partido Liberal. Uns e outros, como era hábito no sertão, proclamando brasões e nobreza remota. No brasão dos Carvalhos predomina a cor azul, no brasão dos Pereiras predomina a cor encarnada.

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O tempo vai longe das lutas de Carvalhos e Pereiras, porém, o embate entre azuis e encarnados ainda acontece anualmente em São José do Belmonte durante a festa da Pedra do Reino, através de uma das suas mais genuínas manifestações folclóricas; a Cavalhada. A Cavalhada resgata as históricas batalhas da população cristã contra as dramáticas investidas dos exércitos muçulmanos na Península Ibérica. No local do evento, 12 cavaleiros divididos entre mouros e cristãos, ricamente ornamentados encenam um belíssimo espetáculo com músicas específicas; carreiras eqüestres coreografadas e exercícios. 
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Rivais antigos, o encarnado e o azul se entrincheiram em campos diferentes. Encarnados, os mouros; azuis os cristãos. É justo que as gentes do Nordeste lancem mão desses símbolos ancestrais nas suas mais genuínas manifestações populares. As cores se perpetuam imortais nos seus significados, transparentes no que representam. Forte na questão cultural da cidade, a Cavalhada é algo tradicional entre a nossa gente, faz parte da história de São José do Belmonte.

Valdir José Nogueira
Pesquisador e escritor
Presidente da Comissão Organizadora do Cariri Cangaço São José de Belmonte

E vem aí, de 11 a 14 de Outubro...

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