Se falarmos em identificação, encontramos relatos de apoio e idolatrismo. Se tratarmos de repúdio, temos depoimentos de revolta e injustiça. Diante da ambiguidade presenciada no estudo de um tema tão significante à história nordestina, e consequentemente, brasileira, é preciso ressaltar o legado histórico, acadêmico e cultural que o cangaço oferece. A condição salutar da literatura na construção social nos faz refletir sobre a perpetuação dos escritos que não deixam definhar o legado (heroico ou covarde) dos bandoleiros (ou justiceiros?) que rasgavam as caatingas e exacerbavam as falhas de um sistema governamental para justificar suas ações
O ser humano, dotado de imperfeições, tem na sua imprevisibilidade uma característica que nos intriga diariamente, não cabendo aos interessados tentar compreender os motivos pelos quais levaram homens e mulheres a praticar atrocidades e benfeitorias em nome de uma ideia. Resta-nos, desse modo, o aguçar da curiosidade na contemplação dos estudos voltados à atuação e consolidação de tal movimento revolucionário. A história, como ciência da memória, sustenta-se do empenho daqueles que vivem em prol do resgate e valorização do passado no intuito da construção do futuro.
A iniciativa promovida pelo Cariri Cangaço, em especial na live “Lampião em Sergipe”, é um dos afluentes que compõe o majestoso rio que flui no ritmo dos cangaceiros. Desta feita, a minha posição de leigo me faz exaltar àqueles que se debruçam em manter viva, nas memórias e nos registros, uma história que personifica o amado torrão nordestino. Meus agradecimentos aos pesquisadores Manoel Severo, Archimedes Marques e João Paulo Carvalho por suas inestimáveis contribuições à preservação dessa corrente ideológica, fonte de inesgotável riqueza material e imaterial. Viva ao Nordeste! Viva ao Cangaço!
Jailton dos Santos Filho, Presidente do GEEL- Grupo Enforcadense de Estudos Literários.
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