Na esquina da atual Praça da Matriz com Rua Deoclides Lucas estava situada esta imponente moradia. Acima da porta, a insígnia com as iniciais do proprietário: “TA”. Tratava-se Teotônio Alves, ou Teotônio Alves China, ou ainda China do Poço, esposo de Marieta Alves de Sá, ou a tão recordada Mãeta. Eram meus avôs maternos. Foi nesta moradia que em 1929, na primeira vez que pisou em Poço Redondo, que Virgulino Lampião repousou em sua passagem sertões adentro. No seu interior se deu o lendário encontro com o Padre Arthur Passos. Para vexame dos proprietários, era o inesperado encontro da cruz e da espada, da religiosidade e do cangaceirismo. Inicialmente, o padre mostrou-se enraivecido perante a presença de Lampião, dizendo que era uma afronta um homem de Deus ser acordado por um cangaceiro batendo à porta, mas tudo acabou em brinde com vinho de jurubeba. Na mesa grande o vigário e o cangaceiro dividiram buchada de bode e outras paneladas sertanejas. Em seguida, naquele 19 de abril de 1929, a missa celebrada na igrejinha logo adiante e a presença da cangaceirama perante o sagrado altar. Atualmente, a igreja, completamente reformada, é a matriz de Poço Redondo, e a casa grande de China não existe mais. Infelizmente.
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