Cyra Britto Bezerra Homenageada como Personagem Histórica do Sertão no Cariri Cangaço Piranhas 2022

Muitos são os personagens que se imortalizam por sua coragem, destemor e bravura. Em Piranhas o Cariri Cangaço 2022 presta uma justa homenagem a um desses personagens da história, aliás, uma personagem: Cyra Britto Bezerra, ou dona Cyra Britto, eternizada pelo ato de bravura em defesa de sua casa e de sua cidade; Piranhas; em 1936 quando da invasão dos bandos dos cangaceiros Gato e Corisco. Dona Cyra era a esposa do festejado personagem histórico, tenente João Bezerra, comandante das volantes que deram cabo de Virgulino Ferreira da Silva, vulgo, Lampião.

Para conhecer um pouco mais de dona Cyra, vamos recorrer às linhas de Carlos Jatobá: "Cyra Britto Bezerra (nascida Correa de Britto), nasceu no interior de Alagoas, no município de Piranhas, às margens do rio São Francisco, em 12 de março de 1915. Filha de Francisco Correa de Britto e de Emiliana Gomes de Britto prósperos fazendeiros e, também neta do chefe político da região dos dois lados do rio São Francisco: Piranhas (Alagoas) e Canindé do São Francisco (Sergipe), o Cel Antonio José Correa de Britto (conhecido como "Antonio Menino", "Sinhozinho do Gerimum" ou "Pai-Nosso") e de Prima Gomes de Britto ("Mãe-Nossa"). De família numerosa, dividia com seus 14 irmãos: Carlos, Célia, Ciro, Claudemiro, Clodovil, Cordélia, Guiomar, João, José, Maria José, Nair, Noélia, Raimundo e Yolanda, as brincadeiras entre a Fazenda Gerimum (no lado sergipano) e a casa grande em Piranhas." 

Gato e Inacinha, Inacinha presa em Piranhas; João Bezerra e Dona Cyra.

E segue Jatobá: "Casou-se com o então Ten Bezerra em 1935 de quem lhe era prometida, por "Pai-Nosso", desde tenra idade. Aos 21 anos de idade (por volta de 1936), era considerada a grande incentivadora nas campanhas do marido, além de exercer forte liderança como professora, enfermeira e conselheira entre os seus liderados e respectivas famílias. Fazia de sua casa um verdadeiro quartel da volante. A esse respeito Cyra Bezerra, assim se expressou: "Quando chegava, a volante vinha diretamente para minha casa. Eram 20, 30 homens de uma vez. Alguns com família iam para suas residências. Outros eram medicados, comiam e dormiam na minha casa." 

No Cariri Cangaço 2015, no primeiro tour histórico pela ruas de Piranhas, vamos o encontrar dona Cyra Britto em dos mais marcantes episódios da saga cangaceira, por ocasião da invasão de Corisco e Gato em 1936; na programação, seu filho, Paulo Britto, apresentou aos presentes a imponente participação de sua mãe na defesa de sua casa e de sua cidade na invasão de Corisco e Gato no ano de 1936. 

Paulo Britto filho do tenente Bezerra , teve também sua mãe, dona Cyra, como uma das protagonistas do marcante episodio, que afirmaria depois em um depoimento: "Eram duas da tarde quando eles chegaram a Piranhas. Eu pensei que fosse [o tenente] Bezerra de volta com a volante [proveniente de Delmiro Gouveia]. Então eu saí para a calçada, porém uma prima minha gritou: 'Cyra, entre são os cangaceiros'. Piranhas é uma cidade construída num vale cercado de serras. Quando eu olhei, vi que vinham descendo cangaceiros por todos os lados. Recuei e fui fechar a porta da casa, mas não consegui fechar a primeira janela e, um cangaceiro, escondido atrás de uma gameleira (uma árvore secular que havia em frente à casa) disse: 'Não feche que morre'. Eu me encostei na janela e olhei. Vi a um canto da parede um riflezinho. Peguei-o e atirei no cangaceiro. Fiquei trocando tiro. Ele tentava me alvejar pela janela e eu atirava nele. (...) Nós tínhamos armas em todos os cantos da casa."

"Quando eu estava assim trocando tiros com esse homem, Corisco surgiu na esquina da avenida Tabira de Britto [próxima à Prefeitura Municipal], perseguindo meu tio João Correa de Britto, prefeito nessa época. Corisco estava quase pegando meu tio quando eu atirei nele, mas só consegui atingir os bornais. Ele rodopiou, entrincheirou-se na escada de uma casa e ficou atirando em mim. Eu deixei de atirar naquele que estava junto à gameleira e fiquei atirando para o outro. É quando surge na mesma esquina um grupo de cangaceiros trazendo uma rede com um corpo, uma rede toda ensangüentada. Era Gato, marido de Inacinha, que tinha morrido. Um tiro [dos muitos dados pelos defensores da cidade em duas horas de cerrado tiroteio] atingiu a cartucheira que ele trazia na cintura, atingiu o pente de onde explodiram cinco balas que esfacelaram seu intestino." (1985, p. 13) Os cangaceiros, diante do inesperado, bateram em retirada."
Cyra Britto e Tenente João Bezerra

Na noite de abertura do Cariri Cangaço Piranhas 2022, o Conselho Alcino Alves Costa concede a  
CYRA BRITTO BEZERRA o Título de
 "Personalidade Histórica do Sertão"

Ane e Paulo Britto

Na noite de abertura do Cariri Cangaço Piranhas, Paulo Britto, filho e Ane Ranzan, nora, recebem em nome da família de dona Cyra Britto Bezerra as homenagens prestadas pelo Organização do Cariri Cangaço Piranhas 2022. Para Manoel Severo, curador do Cariri Cangaço, "dona Cyra é parte da história, uma personagem de sua grandeza, não só pelo episódio de bravura em 1936 contra o bando de Corisco e Gato, mas por toda uma vida dedicada em apoiar o marido, tenente João Bezerra, e cuidar tão bem dos filhos, nos legando uma prole espetacular, com destaque para o querido Paulo Britto, dessa forma é uma honra prestarmos essa homenagem a dona Cyra no Cariri Cangaço Piranhas 2022". Dona Cyra faleceria na cidade do Recife, Pernambuco no dia 30 de março de 2003, tinhas 88 anos de idade.

Cariri Cangaço Piranhas; 28 a 31 de Julho de 2022 - Alagoas Brasil

Homenagem a Celso Rodrigues no Cariri Cangaço Piranhas 2022


A noite de abertura do Cariri Cangaço Piranhas 2022; em 28 de julho; marcará as homenagens a um dos mais destacados filhos deste torrão alagoano: Celso Rodrigues Rego, ou simplesmente "seu Celso Rodrigues". Da tradicional familia Rodrigues, filho do grande Chiquinho Rodrigues; que comandou a resistência quando da invasão de Piranhas pelo bando chefiado por Gato e Corisco em 1936; Seu Celso era a própria memória viva da cidade. Impossível visitar Piranhas e não ir até o Solar dos Rodrigues, no centro histórico da Lapinha do Sertão, para tirar um ou dois ou mil dedos de prosa com seu Celso.

Solar dos Rodrigues no centro histórico de Piranhas

Prefeito por quatro vezes do município de Piranhas, seu Celso devotou toda sua vida à terra amada. Ao lado da esposa, dona Sônia, e de toda família, deixou um legado de honradez, honestidade e muito trabalho. "Por ocasião da noite de abertura no dia 28 de julho em Piranhas, o Cariri Cangaço resgata uma das figuras mais extraordinárias deste baixo São Francisco. Seu Celso era uma lenda, essa homenagem mais que justa a um homem que se notabilizou por construir acima de tudo, grandes amizades" revela o Conselheiro Cariri Cangaço, João de Sousa Lima.

É Manoel Severo, curador do Cariri Cangaço quem completa: "perdemos as vezes em que passávamos horas e horas explorando a memória e a companhia extraordinária de seu Celso, sempre solícito, atencioso e ávido a nos contar tudo sobre sua querida Piranhas, um homem de um memória e um coração, gigantes. Para nós prestar essa homenagem a seu Celso nos enche de alegria e satisfação."  

Em 2015 recebendo de seu neto, Conselheiro Cariri Cangaço Celsinho Rodrigues o Diploma de "Amigo do Cariri Cangaço"
Em 2013 ao lado da esposa Sonia e de Manoel Severo

Um dos momentos mais marcantes do Cariri Cangaço em suas edições em Piranhas foi sem dúvidas no ano de 2015, em momento memorável na Fazenda Patos , revivendo o horror da familia de Domingos Ventura. Ali, durante mais de uma hora Celso Rodrigues com um precisão e lucidez incomuns, traçou o passo a passo de toda a penosa trama que acabou traçando o destino final de Domingos Ventura...  No ano seguinte, 2016, novamente seu Celso se destacava dentro da Programação do Cariri Cangaço Piranhas, sendo um dos grandes anfitriões no Primeiro no Tour pelas ruas de Piranhas elucidando a fatídica invasão da cidade pelos bandos de Gato e Corisco em 1936.

Celso Rodrigues em momento memorável na Fazenda Patos , revivendo o horror da familia de Domingos Ventura ao lado de Manoel Severo, Antônio Amaury e João de Sousa Lima
Celso Rodrigues da sacada do Solar dos Rodrigues e a Invasão de Gato 
no Cariri Cangaço Piranhas 2016

Na noite de abertura do Cariri Cangaço Piranhas 2022, o Conselho Alcino Alves Costa concede a CELSO RODRIGUES REGO o Título de "Personalidade Eterna do Sertão"

Celso Rodrigues, Manoel Severo, Celsinho Rodrigues, Jacqueline Rodrigues, 
Edvaldo Feitosa e dona Zilda

"É com muita honra que nossa família recebe esta homenagem do nosso Cariri Cangaço a meu avô, todos nós estamos festejando o reconhecimento ao trabalho, à dedicação e a honradez de toda uma vida de Vô Celso, por parte de tantos escritores e pesquisadores de nosso Brasil,  sem dúvidas uma grande honra para todos nós", declara Celsinho Rodrigues, Conselheiro Cariri Cangaço e presidente da Comissão Organizadora do Cariri Cangaço Piranhas 2022 e neto do homenageado. Celso Rodrigues Rego, patriarca da familia Rodrigues, viria a falecer no dia 26 de setembro de 2021, aos 81 anos. 

Cariri Cangaço Piranhas; 28 a 31 de Julho de 2022 - Alagoas Brasil

Ervas na Pedra do Reino Por: Valdir Jose Nogueira

Dom Sebastião

As notícias das pregações do profeta impostor João Antônio dos Santos, a respeito do desencantamento do reino de D. Sebastião, haviam se espalhado com rapidez. Tendo sido avisado do que ocorria, o padre Francisco José Correia de Albuquerque se dirigiu para a Fazenda Cachoeira, pertencente ao capitão Simplício Pereira da Silva, por parecer-lhe ficar mais próxima dos lugares, em que mais enraizada se achava a doutrina plantada pelo mameluco, e ali chegando expeliu emissários em sua procura, e tratou de missionar alguns dias com o único fim de eliminar do povo tão pernicioso fanatismo. Quando João Antônio ali chegou, foi notificado de que não deveria prosseguir em suas atividades. Sem esboçar qualquer resistência, ele concordou com as determinações do padre, retirando-se com sua mulher para os lados do Rio do Peixe, passando dali para o sertão dos Inhamuns na Província do Ceará.

Conforme narrou o historiador Mário Melo, no seu artigo do Diário de Pernambuco, de 9 de agosto de 1931: “João Ferreira, cunhado de João Antônio, assume a chefia do bando, faz-se coroar rei daquele povo e marcha com sua gente em direção a Serra do Catolé, onde já repontava a torre do castelo de El – Rei Dom Sebastião. Das imediações da serra, continuavam a chegar fanáticos. João Ferreira lhes dava a beber um composto de manacá e jurema e a fumar uma erva com a propriedade de ópio – talvez a maconha. Com o espírito entorpecido pela beberagem e pelo fumo, os fanáticos viam as riquezas de que lhes falava o rei e já se sentiam possuidores daqueles tesouros imaginários.”
Valdir José Nogueira de Moura, pesquisador e escritor
Conselheiro Cariri Cangaço
São José de Belmonte

100 Anos do Assalto ao Casarão da Baronesa de Agua Branca Por:Luiz Ferraz Filho

Baronesa da Água Branca e seus filhos

Nesta quinta-feira (23), há exatos 100 anos, em 23/06/1922, o cangaceiro Virgolino Ferreira da Silva, o Lampião, entrava na vila de Água Branca (AL), assaltando e levando grande quantia de dinheiro do casarão da Baronesa de Água Branca, Sra. Joana Vieira Sandes. A mesma era viúva do barão Joaquim Antônio de Siqueira Torres, que teve de seu primeiro casamento o Cônego Torres, o padre que havia batizado o menino Virgulino quando estava na titularidade de vigário de Serra Talhada (PE). O titulo de baronato, no qual o coronel Joaquim recebeu do Imperador D. Pedro II, foi em razão do mesmo ter construído com recursos próprios a matriz da vila de Água Branca (AL), que lhe emprestou o nome do título nobiliarquico. 

casarão da Baronesa de Água Branca, Sra. Joana Vieira Sandes

Cerca de um ano após a morte dos pais, Lampião retornou para o sertão alagoano. Pertencente ao bando de Sinhô Pereira, o cangaceiro se juntou aos irmãos e companheiros da vida de crime e andou pela região em busca de dinheiro para manter armando seu bando. Para isso, mandou bilhetes aos principais fazendeiros da região, porém, em um desses bilhetes que chegou ao consentimento da baronesa, a mesma mandou uma resposta para o portador que tinha dinheiro, mais era pra comprar de bala para seus jagunços “arrancar a cabeça dos bandidos”. Sem se intimidar com a defesa que a jagunçada da baronesa poderia fazer, Lampião preparou uma artimanha colocando seus homens com roupas comuns para conduzir redes cheias de armamentos, servindo assim de isca para ludibriar a guarnição local que imaginava ser um comboio fúnebre, muito comum naqueles idos. 

Fuzis, punhais e cartucheiras eram carregados no lugar dos mortos. Ninguém desconfiou. Dirigiram-se esses à porta da delegacia de polícia local e, aos berros, um dos cabras de Lampião, disfarçado, gritou para o soldado de plantão: “Acuda, praça! Mande gente lá para as bandas do povoado da Várzea, que a cabroeira de Lampião está acabando com tudo ali; mataram estes daqui e ainda há mais gente morta aos montes".

O despreparado soldado chamou imediatamente o corneteiro, que tocou reunir. Foi o momento propício para a execução do plano de Lampião: as armas foram retiradas das redes e nisso todos os volantes acabaram rendidos pelos cangaceiros. Enquanto a polícia era rendida, outra parte do grupo já havia entrado na cidade e agia no saque ao casarão da Baronesa de Água Branca. Somente nesse assalto ao casarão sabe-se que o cangaceiro roubou a quantia de 20 contos, que a baronesa tinha escondido em um surrão de couro. Foi após esse assalto, que o cangaceiro se tornou conhecido pela imprensa da época, liderando ele um grupo próprio de bandoleiros. Depois disto, retornou Lampião ao Estado de Pernambuco, encontrando-se com Sinhô Pereira que decidiu deixar a vida criminosa, passando ele o comando do bando e a 'coroa de Rei do Cangaço' para Lampião.

Luiz Ferraz Filho, Pesquisador - 23 de junho de 2020 ; Serra Talhada PE

FONTE: Lampião, Seu Tempo e Seu Reinado (MACIEL, Padre Frederico Bezerra Maciel); Lampião, Memórias de Um Soldado de Volante (LIRA, João Gomes de Lira); O Canto do Acauã (FERRAZ, Marilourdes); De Virgulino a Lampião (AMAURY, Antônio - FERREIRA, Vera); O Espinho de Quipá, Lampião a História (AMAURY, Antônio - FERREIRA, Vera) ; Lampião em Paulo Afonso (SOUSA LIMA, João de) ; Lampião, Nem Herói, Nem Bandido, A História (SOUZA, Anildoma Williams de) ;Serra Talhada, 250 anos de História (LORENA, Luiz Conrado de)

Os Lançamentos do Cariri Cangaço Piranhas 2022


Quando nos dedicamos a construção de nossas edições, nos entregamos de corpo e alma para a realização de um grande evento, onde todos possam sentir-se em casa e conhecer o que temos de melhor. Em Piranhas não será diferente, de 28 a 31 de julho de 2022, reservamos além de Conferências, Debates e Visitas Técnicas, o lançamento e especial relançamento de 17 Obras da Literatura do Cangaço e Nordeste, assim, não tem como perder. Confira quem estará conosco na Grande Festa da Alma Nordestina do Cariri Cangaço Piranhas 2022 - Uma Construção de Muitas Mãos e Muita Emoção:

1. Lampião e a Aliança de Gonzaga
VALDIR NOGUEIRA - São José de Belmonte PE
2.Lampião, Herói ou Bandido - A Construção de um Mito
MARIA OTILIA CABRAL SOUSA - Capela SE
3. Lampião em Serrinha do Catimbau
JUNIOR ALMEIDA - Capoeiras PE
4.Guerra de Pau de Colher: Massacre à sombra da Ditadura Vargas MARCOS DAMASCENO - Dom Inocêncio PI
5. Maria Bonita a Rainha do Cangaço
JOÃO DE SOUSA LIMA - Paulo Afonso BA
6. Corisco e Dadá - Uma Saga de Amor, Cachaça e Sangue
7. Zé Baiano e os Engrácias
JOSÉ BEZERRA LIMA IRMÃO - Salvador BA
8. Lampião e Seus Cangaceiros - 1920 a 1940 Caderno de Anotações
9. Lampião e a Revolução de 1930
10. Lampião em 1931 - O Imperador dos Sertões
11. Lampião em 1932 - O Terror dos Sertões
LUIZ RUBEN BONFIM Recife PE
12. Quem Matou Delmiro Gouveia
GILMAR TEIXEIRA Feira de Santana BA
13.Contadores de História - Lá vem a Maria Fumaça
REGINA CELI BORGES Jatobá PE
14.Lampião, o Banco do Brasil e Mossoró
Org. ABIMAEL SILVA Mossoró RN
15. Da Cabeça aos Pés: A Estética do Cangaço
LUCIANO BONFIM Sobral CE
16. Memórias Sangradas
RICARDO BELIEL - Rio de Janeiro RJ
17. Antônio Amaury: Um Caipira Paulistano de Alma Nordestina
CÉLIA MARIA - João Pessoa PB

Piranhas, sede oficial do Cariri Cangaço
"Estamos esperando aos amigos da imensa família Cariri Cangaço de todo o Brasil; de portas e corações abertos. Sem dúvidas realizaremos juntos, mais um inesquecível
Cariri Cangaço, então:AVANTE !"
Celsinho Rodrigues, Conselheiro Cariri Cangaço e
presidente da Comissão Organizadora em Piranhas

Eleita Nova Diretoria da SBEC

Professor Lemuel Rodrigues, eleito novo presidente da SBEC

Aconteceu na manhã do ultimo dia 15 de junho de 2022, nas dependências da Biblioteca Municipal Ney Pontes no centro da cidade de Mossoró, a eleição e posse da nova diretoria da SBEC - Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço. Na oportunidade foi realizada uma prestação de contas pelo presidente Benedito Vasconcelos que esteve a frente da instituição pelos últimos anos.

SBEC - Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço, criada a partir do sonho e do empreendedorismo do pesquisador Paulo Gastão

A Chapa única apresentada ao pleito tem como presidente o pesquisador Lemuel Rodrigues, na vice presidência a pesquisadora Patrícia Gastão, como secretário temos Geraldo Maia tendo como suplente o escritor Leandro Cardoso Fernandes e como tesoureiro, o pesquisador Marcílio Falcão com Honório de Medeiros como suplente. A chapa apresentada foi eleita por unanimidade e em ato contínuo foi declarada empossada pela diretoria que encerrava seu mandato.

Ricardo Meira, Manoel Severo, Benedito Vasconcelos, Susana Goreti e Graça Gastão
Paulo Gastão, fundador da SBEC

Uma das presenças marcantes na solenidade de eleição e posse da nova diretoria da SBEC foi da senhora Graça Gastão, viúva e grande companheira do fundador e primeiro presidente da SBEC, o inesquecível Paulo Gastão. "Novamente nos emocionamos e temos certeza que Paulo esta conosco também na manha de hoje, ao lado dos amigos que ele tanto gostava e da SBEC que ele amava", palavras de Graça Gastão. 

Para o ex-presidente Benedito Vasconcelos, "depois de muitos desafios conseguimos através desta competente Comissão Eleitoral realizar o pleito nesta manha, só temos a agradecer a confiança em mim depositada inicialmente por Paulo Gastão e a todos os sócios e confrades da SBEC ao longo desses anos. Destaco aqui a instituição das comendas: Alcino Alves Costa que teve como primeiro comendador, o nobre curador do Cariri Cangaço, Manoel Severo Barbosa e da comenda Paulo Gastão, que teve como primeira comendadora, para nossa honra, sua esposa, Graça Gastão; comendas essas que com certeza serão mantidas pela nova diretoria".

Benedito Vasconcelos
Benedito Vasconcelos e Manoel Severo

Em seguida à posse da diretoria, o novo presidente Lemuel Rodrigues no uso de suas palavras ressaltou as primeiras ações que serão assumidas por sua diretoria com destaque para as possíveis regulamentações burocráticas necessárias, uma ampla renovação cadastral e as primeiras ações no planejamento tanto dos Fóruns do Cangaço como do futuro Congresso Nacional do Cangaço.

Lemuel Rodrigues e Marcilio Falcão
Professor Lemuel Rodrigues, novo presidente da SBEC

Para o curador do Cariri Cangaço, Manoel Severo, "testemunhar a eleição e posse da nova diretoria da SBEC é sem dúvidas uma grande honra; na verdade o Cariri Cangaço é resultado do amplo e irrestrito apoio recebido a partir da SBEC. Gostaria de ressaltar a figura de Gastão, sempre a nos orientar e nos mostrar os caminhos para consolidar nosso Cariri Cangaço que hoje é uma realidade, e mais, uma diretoria recém eleita com a qualidade de seus integrantes como Lemuel Rodrigues, a Patrícia, Geraldo, Marcilio, Leandro e Honório, é garantia de tempos alvissareiros, salve nossa SBEC; desses ilustres confrades, tenho a honra de ter dois deles; Leandro e Honório; Conselheiros Cariri Cangaço", conclui Manoel Severo.   

Eriberto Oliveira e Manoel Severo

Para o jornalista Heldemar Garcia, assessor do Cariri Cangaço, e também presente à solenidade, um dos pontos importantes do encontro da SBEC "foi também a apresentação aos presentes do projeto do Cariri Cangaço Mossoró 2023, realizado pelo Severo, e sem dúvidas Cariri Cangaço, SBEC, Museu do Sertão, UERN, Prefeitura, enfim, irmanados iremos realizar mais um espetacular Cariri Cangaço, isso para 2023", revela Heldemar.

Para o presidente eleito da SBEC, professor Lemuel Rodrigues, "estaremos realizando em breve, uma reunião da atual diretoria para apresentar a proposta de realização do Cariri Cangaço em Mossoró". revela o atual presidente da SBEC.

Eleição da Nova Diretoria da SBEC - Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço, cidade de Mossoró em 15 de junho de 2022, nas dependências da Biblioteca Municipal Ney Pontes.

Grande Noite de Conferencias e Lançamentos no Encerramento do Cariri Cangaço Paulo Afonso 2022


A terceira e última noite de Cariri Cangaço Paulo Afonso, no dia 26 de Março de 2022, trouxe ao público presente ao Auditório da Escola João Bosco Ribeiro, as Conferências; "Lugares de Memória como Testemunho do Cangaço das Mulheres Paulo Afonsinas", com a recém empossada Conselheira Cariri Cangaço, Luma Holanda e "A Ação das Volantes Baianas contra o Cangaço" com o também recém empossado Conselheiro Cariri Cangaço, Tenente Coronel Raimundo Marins.

Célia Maria e Quirino Silva

Antes mesmo das Conferencias e Lançamentos da noite de encerramento, tivemos as apresentações artísticas do casal Célia Maria e Quirino Silva, em mais uma performance musical onde desponta a arte e o talento desses extraordinários artistas. Em seguida o público presente foi brindado com a apresentação de uma das mais festejadas artistas do sertão baiano e do nordeste; Rita Pinheiro, a Garimpeira da Cultura, que emocionou a todos numa peculiar apresentação teatral.

Rita Pinheiro, a Garimpeira da Cultura
Lugares de Memória com Luma Holanda, Conselheira Cariri Cangaço

A partir de uma pesquisa apurada, a pesquisadora Luma Holanda; à exemplo do trabalho desenvolvido a partir de dissertação que analisou o papel de Jesuíno Brilhante no Cangaço e seus possíveis lugares de memória enquanto representações de um passado que se faz presente na memória social, através da Geografia das Representações; traz a mesma disposição aos cenários pauloafonsinas e principalmente tendo como objeto de pesquisa as  mulheres de Paulo Afonso que entraram no cangaço.

Nadja Claudino, Neli Conceição, João de Sousa, dona Maria Sonia, 
Manoel Severo e Celia Maria
João de Sousa, dona Maria Sonia e Manoel Severo
Nadja Claudino, Neli Conceição, João de Sousa e dona Maria Sonia
Luma Holanda no Cariri Cangaço Paulo Afonso 2022

"Tanto história oral, memória e imaginário quanto representações, se organizaram e se manifestaram numa multiplicidade de linguagens, dentro da história do Cangaço e em Paulo Afonso e suas mulheres cangaceiras não são diferentes. Assim, no que tange aos aspectos metodológicos, a História Oral e o Imaginário Social forneceram elementos que nos possibilitaram melhor compreensão das produções de sentido inerentes ao caráter social dessas mesmas representações" revela Luma Holanda.

"As Volantes Baianas contra o Cangaço" com Raimundo Marins
Conselheiro Cariri Cangaço

Raimundo Marins trouxe ao público presente no Cariri Cangaço Paulo Afonso 2022, um trabalho dedicado e exaustivo de pesquisa, especialmente aos arquivos oficiais da Polícia Militar do Estado da Bahia, quando garimpou um conjunto extraordinário de documentos que revelavam "o dia a dia da tropa" refletindo todas as preocupações e determinação das volantes baianas no combate ao banditismo rural, notadamente dos cangaceiros.

Raimundo Marins no Cariri Cangaço Paulo Afonso 2022

"Nos dedicamos com muito zelo e responsabilidade na busca por elementos que nos ajudassem a compreender melhor a ação das forças públicas da Polícia Militar da Bahia no combate ao cangaço, e encontramos um vasto e rico material, inclusive muitas e variadas curiosidades que hoje compartilhamos com os amigos do Cariri Cangaço" confirma Raimundo Marins.

Raimundo Marins, Archimedes Marques, Manoel Severo, Moacir Assunção

Raimundo Marins, Archimedes Marques, Manoel Severo, Moacir Assunção e Gilmar Teixeira
Archimedes Marques, Manoel Severo, Moacir Assunção e Gilmar Teixeira

A noite de encerramento do Cariri Cangaço Paulo Afonso 2022 ainda guardava a apresentação dos pesquisadores; Archimedes Marques e o lançamento de mais um volume de sua obra máxima "Lampião e Historiografia de Sergipe - Vol 3" , Moacir Assunção e o festejado "Os Homens que Mataram o Facínora"; em nova edição; e Gilmar Teixeira com a esperada segunda edição de "Quem Matou Delmiro Gouveia?"

Archimedes Marques e "Lampião na Historiografia de Sergipe - Vol 3"

Archimedes Marque presidente da ABLAC e Conselheiro Cariri Cangaço, fez o lançamento do mais novo volume de sua obra máxima "Lampião e Historiografia de Sergipe" em seu terceiro volume, e relata: "Foram 12 anos de intensa pesquisa sobre o tema cangaço quando consegui reunir um farto material que certamente dará para chegar ao quinto volume, e neste noite aqui no Cariri Cangaço Paulo Afonso estamos lançando o terceiro; assim penso estar contribuindo com a preservação dessa história que nunca deixa de ser remendada, afinal de contas, o seu líder maior, o cangaceiro Lampião, não passou de um atroz bandido para multidões, mas também de uma espécie de justiceiro para tantos outros”.

Moacir Assunção e "Os Homens que Mataram o Facínora

O segundo lançamento da noite recebeu o jornalista, pesquisador e escritor, Moacir Assunção, lançando seu festejado "Os Homens que Mataram o Facínora" em sua nova edição. Moacir Assunção ressaltou a "imensa satisfação de estar pela primeira vez participando de um Cariri Cangaço, iniciativa que acompanho há muitos anos, respeitando e admirando muito o trabalho de Severo e de todos os amigos." Assunção revela que a obra traz em sua essência o objetivo de “tirar das coxias da história personagens como Zé Saturnino, Zé Lucena, João Bezerra, Davi Jurubeba e Mané Neto, dentre outros, na verdade são personagens que passaram toda a existência como secundários dentro da história do cangaço, quando foram verdadeiramente protagonistas." A nova edição traz ainda um novo capítulo traçando um paralelo entre as "táticas do cangaço e de resistência das autoridades há 80 anos com as dos dias atuais", o trabalho de Assunção traz reflexões que comparam a atuação de Lampião com a dos atuais líderes do crime organizado e dos traficantes de drogas como também os episódios recentes que remetem à existência do chamado ‘Novo Cangaço'

Gilmar Teixeira e "Quem Matou Delmiro Gouveia?"

O terceiro lançamento da noite trouxe o pesquisador e escritor Gilmar Teixeira de Feira de Santana com a polêmica e aguardada segunda edição de "Quem Matou Delmiro Gouveia?" Para o autor, "continuamos a saga para aprofundar e trazer luz à esse que foi um dos mais polêmicos episódios do começo do século passado, quando um dos mais ousados empreendedores da história do nordeste, Delmiro Gouveia é alvejado a bala na varanda de seu chalé, no final da tarde, na localidade de Pedra, atual município de Delmiro Gouveia" e continua Gilmar, "Essa segunda edição, lançada na noite de hoje, traz muitas outras novidades que nos ajudarão a construir o quebra-cabeça da elucidação do assassinato de Delmiro, tivemos o cuidado de mais uma vez confrontar todos os depoimentos e notícias da época, rebuscamos episódios não relatados e ainda despercebidos , enfim, hoje trazemos com humildade o resultado desse trabalho aos amigos do Cariri Cangaço e de todo o Brasil."

Palavras de agradecimento de João de Sousa Lima, 
anfitrião do Cariri Cangaço Paulo Afonso
Dr Juliano Medeiros e os agradecimentos ao Cariri Cangaço

Encerrando toda a programação do Cariri Cangaço Paulo Afonso 2022, o anfitrião e presidente da Comissão Organizadora, Conselheiro Cariri Cangaço, João de Sousa Lima em suas palavras finais agradeceu em nome da equipe e em nome da cidade de Paulo Afonso a todos os presentes a "esse que sem dúvidas foi um dos maiores eventos com a marca Cariri Cangaço" e que "veio consolidar Paulo Afonso como um dos maiores destinos para o turismo cultural, histórico e de conhecimento, do Brasil", em seguida usou a palavra o médico e empresário Dr Juliano Medeiros, que ressaltou a grandeza do Cariri Cangaço como também a imensa vocação de Paulo Afonso para o turismo.

Moacir Assunção e Manoel Severo
João de Sousa e Felipe
Conselheiro Cariri Cangaço Mucio Procópio e Camilo Lemos
Herton Cabral, Ivanildo Silveira e Josué Santana
Bismarck Oliveira e Neli Conceição; Leticia e Felipe; Leonardo Gominho e Valdir Nogueira; Capitão Quirino e Jurivaldo
Padre Agostinho, capelão do Cariri Cangaço e Felipe Teles
Gerivanio e Manoel Severo
Ciço do Pife e Beto Patriota
Raimundo Marins e Junior Almeida

Terceira Noite de Cariri Cangaço Paulo Afonso, 26 de Março de 2022