Ângelo Osmiro e Kiko Monteiro
Acredito sim que tenha havido amor no cangaço. Assim como Sila disse nunca ter amado seu companheiro Zé Sereno, Adília falava que não derramou uma lagrima sequer quando da morte de seu companheiro Canário, apesar de tê-lo acompanhado por livre e espontânea vontade, tendo inclusive declarado que o acompanharia até se ele fosse para o inferno. O que é isso senão paixão? Mesmo que de uma adolescente, depois transformada em rancor. Entretanto Dadá percorreu justamente o caminho inverso; foi seqüestrada, estuprada por Corisco, mas mesmo assim, com o tempo e a convivência passou a amar aquele homem, pelo menos era isso que ela declarava.
Durvinha mesmo tendo casado e vivido muitos anos na companhia de Moreno, declarava em alto e bom som que o amor de sua vida fora Virginio, seu primeiro companheiro no cangaço, seus próprios filhos tem conhecimento disso. Sem contar Maria de Déia, que deixou o marido, Zé de Nenen para acompanhar Lampião, segundo consta por livre e espontânea vontade, vindo a morrer junto com seu companheiro em julho de 1938 em Angico.
Obviamente o cangaço não era o local ideal para se viver um grande amor, entretanto acredito que apesar do sofrimento experimentado por aquelas pessoas, existia sim espaço para o amor, assim como também para o ódio e o rancor.
Ângelo Osmiro.
Presidente do GECC, Sócio da SBEC
Conselheiro Cariri Cangaço
Ângelo Osmiro é essa figura que parece sisuda e séria, mas de uma alma serena e sempre elegante e atencioso com todos, o conheci no primeiro Cariri Cangaço aqui em Juazeiro, no Memorial Padre Cícero, um gentleman, gostaria de cumprimentá-lo, como a todos do GECC _ GRUPO DE ESTUDOS DO CANGAÇO DO CEARÁ, do qual sou mais um dos muitos amigos.
ResponderExcluirProfessor Mario Helio
Juazeiro do Norte
Ceara