Wilton Silva, Honorato Feitosa e Manoel Severo
Manoel Severo, curador do Cariri Cangaço e Ingrid Rebouças receberam em Fortaleza para reunião o Secretário de Cultura de Crato, Wilton Silva - Dedê, junto com o produtor cultural Honorato Feitosa da empresa Lumiar Comunicação e Cultura. Na oportunidade foram definidas as principais linhas do evento que terá sua abertura solene na noite do dia 24 de julho de 2019 na cidade do Crato. Para o Secretário de Cultura , Wilton Silva, "será uma enorme honra realizarmos a noite de abertura do Cariri Cangaço 10 Anos, que inclusive teve seu nascimento aqui na terra de Frei Carlos".
O Cariri Cangaço - 10 Anos terá como anfitriões: Crato, Juazeiro do Norte, Missão Velha, Barro e Lavras da Mangabeira
O encontro marcou os principais pontos que serão abordados durante o evento em sua noite de abertura em Crato; a conferencia de abertura, as homenagens às instituições culturais da região e à personalidades de destaque do universo da cultura e da arte do cariri sem falar nas visitas técnicas, debates e outras atividades que o encontro promete. "Na verdade é muita coisa para mostrar e celebrar em tão pouco tempo, mas faremos um esforço danado para contemplar da melhor forma a todos os nossos convidados com o que temos de melhor" ressalta Manoel Severo, criador do Cariri Cangaço.
Segundo Wilton Silva, Crato deverá realizar uma grande festa cultural na abertura do Cariri Cangaço 10 Anos. Além das principais linhas para realização do encontro em Crato ficou marcada uma nova reunião de trabalho no próximo mês de março, desta vez em Crato, quando serão acertados os detalhes; palestras, debates, visitas; do evento que acontece em Julho. O Cariri Cangaço - 10 Anos em Crato tem como co-realizadores a Prefeitura Municipal de Crato e o ICC - Instituto Cultural do Cariri.
Reunião de Trabalho
Cariri Cangaço - Município de Crato
Fortaleza, 22 de Fevereiro de 2019
Reunião de Trabalho
Cariri Cangaço - Município de Crato
Fortaleza, 22 de Fevereiro de 2019
Crato, Anfitrião Cariri Cangaço - 10 Anos...
Tempos depois, o frade capuchinho Carlos Maria de Ferrara organizou, às margens do rio Itaitera (água que corre entre pedras), o maior e mais importante aldeamento de silvícolas na região. Este recebeu o nome de "Missão do Miranda", em homenagem a um dos chefes da tribo batizado com esse nome. Mais tarde, também aparecem as denominações "Miranda" e "Cariris Novos". A Missão do Miranda, sob a administração dos capuchinhos, prosperou, devido à fertilidade do solo e abundância de água, que possibilitaram o cultivo da cana-de-açúcar, mandioca e cereais. Manuel Carneiro da Cunha e Manuel Rodrigues Ariosto requereram, através da lei de sesmaria, a posse das terras adjacentes ao Rio Salgado, fato que culminou na elevação da missão a povoação.
A primeira manifestação de apoio eclesiástico aconteceu em terras doadas pelo capitão-mor Domingos Álvares de Matos e sua mulher, Maria Ferreira da Silva. Doação de terras feita aos índios Cariús da Missão ratificada perante o tabelião Roque Corrêia Merreiras no dia 13 de dezembro de 1743. Essa doação localizava-se, inicialmente, em terras encravadas a dois quilômetros a sudeste da povoação, transferindo-se, em data posterior, para a margem direita do rio Granjeiro. Os trabalhos da primitiva Igreja, dedicada a Nossa Senhora da Penha de França e São Fidélis de Sigmaringa, tiveram início em 1745, tendo como responsável, o frei Carlos Maria de Ferrara. Em 1762, foi criada a Paróquia, na aldeia do Miranda, sob a invocação de Nossa Senhora da Penha.
A edificação desse primitivo templo revela o atraso de sua época, considerando sua estrutura como as paredes de taipa, piso de barro batido e coberta de palhas, tendo ainda os caibros e ripas trançados de cipós. A permanência desses religiosos, no que se chamou de Missão do Miranda, estendeu-se por espaço de dez anos.
A povoação de Miranda elevou-se à categoria de vila em 16 de dezembro de 1762, tendo sido instalada em 21 de junho de 1764 como Vila Real do Crato, no século XVIII, desmembrada da cidade de Icó e constituindo com essa, Lavras e Umari os mais importantes núcleos de povoamento na época colonial no interior do nordeste. Foi tornada cidade pela Lei Provincial nº 628, de 17 de outubro de 1853.
Dona Bárbara de Alencar
No século XIX, já habitavam na vila do Crato famílias que enviavam seus filhos para estudar em Recife, capital da província de Pernambuco. Foi por lá que muitos entraram em contato com os ideais de independência e adoção do regime republicano no país. Assim, José Martiniano de Alencar, subdiácono e estudante do Seminário de Olinda, deflagrou o movimento republicano no conservador Vale do Cariri, a ter o Crato como palco principal. Repercutindo os ideais da Revolução Pernambucana de 1817, Martiniano "proclama" a independência do Brasil no púlpito da matriz da cidade em 3 de maio de 1817. Com isso, a cidade do Crato foi considerada um país por um dia. O proprietário Leandro Bezerra Monteiro, o mais importante proprietário rural do Cariri, católico e monarquista, pôs fim ao intento republicano. Os revolucionários foram presos e enviados para as masmorras de Fortaleza entre os prisioneiros estavam Tristão Gonçalves de Alencar Araripe e Dona Bárbara de Alencar, irmão e mãe de José Martiniano. Recebem a anistia pela autoridade real posteriormente.
Em 1824 eclode em Pernambuco a Confederação do Equador. Tristão Gonçalves de Alencar Araripe mais uma vez adere ao movimento e é aclamado pelos rebeldes Presidente da Província do Ceará. Em 31 de outubro de 1825 morre em combate com forças contrárias ao movimento. Após tais acontecimentos, em Crato, assim como no Cariri, muitos se dividem entre monarquistas e republicanos. Com a renúncia de D. Pedro I, inimigos do monarquista aproveitam para se vingar e Pinto Madeira em sua defesa arma dois mil jagunços com a ajuda do vigário de Jardim, padre Antônio Manuel de Sousa. Invadem o Crato em 1832 para derrotar os inimigos políticos. Apesar de vitoriosos no começo, Pinto Madeira e Antônio Manuel sofrem reveses e, finalmente presos, são enviados ao Recife e Maranhão. Retorna ao Crato em 1834 e é condenado a forca, sentença posteriormente comutada para fuzilamento, em face do réu ter alegado sua patente militar de coronel. Tanto Tristão Gonçalves quanto Pinto Madeira dão nome a rua e bairro, respectivamente, na cidade nos dias de hoje.
Seminário São José em Crato
No início do século XX, a cidade dividiu com o recém criado município de Juazeiro do Norte a liderança política do vale do Cariri. Joaseiro, como era conhecido, era uma localidade pertencente à Crato e seu processo de autonomia política seria encabeçado por, entre outros, padre Cícero.Em 20 de Outubro de 1914, é criada a Diocese de Crato pelo papa Bento XV. A Igreja Católica foi responsável pelo progresso material e social de Crato inicialmente, pois aí fundou o Seminário menor de São José (primeiro do Interior cearense), a pioneira cooperativa de crédito (Banco do Cariri), escolas, hospitais e a Faculdade de Filosofia de Crato, embrião da atual URCA fundada no ano de 1986. Ainda em 1914, Crato foi palco de confrontos da Sedição de Juazeiro, levante que levaria à deposição do Governador Franco Rabelo.
O município de Crato foi palco da noite de abertura das Conferências da primeira edição do Cariri Cangaço em Setembro de 2009, há exatos 10 anos e hoje será novamente palco da noite de abertura da festa de 10 anos do Cariri Cangaço.