Páginas

Padre Azarias Sobreira Por:Arievaldo Viana


“O Patriarca do Juazeiro”, biografia do Padre Cícero escrita pelo Padre Azarias Sobreira tem uma história interessantíssima. Conforme divulguei no primeiro livro desta série, “Sertão em Desencanto”, Padre Azarias, quando adolescente, hospedou-se na fazenda de meus bisavós Fitico e Mercês, nascendo daí uma amizade que perdurou pelo resto da vida. Foi por orientação do Padre Azarias que o velho Fitico resolveu construir a capelinha do Castro, dedicada à Jesus, Maria e José. Foi nessa pequena igrejinha que recebi a água e os Santos Óleos do batismo e, oito anos depois, recebi a Primeira Comunhão.


Quando o Padre Azarias publicou a primeira edição de “O Patriarca do Juazeiro”, fez questão de enviar um exemplar autografado e com uma bela dedicatória para a minha bisavó. Tive contato com esse livro na infância e depois o perdi de vista. Por um desses milagres do ‘deus’ destino, esse livro retornou às minhas mãos graças ao amigo Jander Araújo, que ao ler na página de rosto a seguinte dedicatória “À Dona Mercês de Sousa – uma humilde lembrança do Autor. Fortaleza, 17 de setembro de 1969, Pe. Azarias Sobreira”, entendeu que o livro deveria ficar em meu poder. Foi um dos melhores presentes que já recebi em minha vida.

Arievaldo Viana, poeta e escritor
29 de Outubro de 2019 - Fortaleza, Ceará
 https://acordacordel.blogspot.com/.../reminiscencias.html...

Vem aí: Vida e Morte de Isaias Arruda Sangue dos Paulinos, Abrigo de Lampião


Desde que iniciei minhas andanças pelos carrascais da caatinga deste nosso maravilhoso sertão; notadamente de meu cariri cearense; que um personagem em particular me saltava aos olhos... Num cenário e ambientes explosivos como os do inicio do século XX, por esses lados do Brasil esquecido por Deus; onde a força do bacamarte decidia destinos e estabelecia quem devesse viver, ou morrer; na época dos coronéis de barranco e que o poder era disputado “a bala” nos feudos nordestinos, despontava da pequena Vila d'Aurora; no vale do Salgado; Isaias Arruda de Figueiredo.

Sem dúvidas um homem incomum; inteligente, sagaz, destemido, determinado, de uma coragem incomparável e uma sina: Tornar-se o mais jovem e temido coronel das terras cearenses dos anos vinte. Isaias teve seu destino palmilhado à bala, tanto em suas conquistas como na definição de seu ato final, e fatal em agosto de 1928.


Com uma personalidade arrebatadora, líder inconteste e acima de tudo um predestinado, Isaias Arruda escreveria sua saga no livro de historia do sertão... Às vezes fico pensando o que esse “Coronel Menino” assassinado aos 29 anos poderia ainda ter feito... Mas para responder essa pergunta nada melhor que adentrarmos no universo do “Vida e morte de Isaías Arruda- Sangue dos Paulinos, abrigo de Lampião”, capitaneado pelo brilhante pesquisador e escritor João Tavares Calixto Júnior; uma das mais gratas surpresas no campo da pesquisa do coronelismo sertanejo.

Calixto Júnior ; também Conselheiro do Cariri Cangaço; a partir de um trabalho espetacular; minucioso, dedicado e responsável; de muitos anos, nos apresenta não só os acontecimentos da época, mas e principalmente o perfil, a personalidade, as relações perigosas e principais fatos que tronariam Isaias Arruda quase uma unanimidade: Um homem a frente de seu tempo. O lançamento acontece neste próximo mês de novembro e quando chegar...Boa leitura.

Manoel Severo, curador do Cariri Cangaço.
Texto "Orelha" do Livro Vida e Morte de Isaias Arruda - Sangue dos Paulinos, Abrigo de Lampião, autoria de João Tavares Calixto Junior, Conselheiro Cariri Cangaço.
30 de Outubro de 2019

A Retirada Por:Rangel Alves da Costa


"Capitão, já tamo arranchado aqui pra mais de três dia, e adescupe dizê mai já tô achano tempo demais a gente num mermo lugar. Quano o Capitão pensa em levantar coito?”. Lampião baixou a cabeça, um tanto pensativo, e sem nada responder naquele instante, mas não demorou muito, depois de levantar os olhos em direção aos horizontes da noite, para afirmar: “Cangaceiro nunca tem hora de chegar nem de partir. É o sopro do vento, o desassossego do bicho e o zunido da mata quem tudo diz. Sinta o que tô dizeno e vai saber a hora da gente levantar coito”.
Noite fechada, de breu. Vaga-lumes voejavam pelo coito sem imaginar sobre quem jogavam suas faíscas de luz. Lampião chamou Maria Bonita e juntos seguiram até a encosta de um lajedo grande mais adiante. A companheira do Capitão se mostrava inquieta, nervosa, assombrada com qualquer coisa. E foi por esse motivo que seu companheiro logo lhe perguntou: “O que lhe aperreia, Maria. Tô sentindo uma estranheza e não gosto que teja assim. Me diga, o que tá acontecendo?”.
“Meu Capitão, nada não. Nem em todo momento a gente se mostra despreocupada. Preocupada eu num tô não, mai também num deixo de tá. Nessa madrugada me veio um sonho que nada lhe contei sobre ele, mai depois que a noite caiu eu comecei a sentir quase tudo que se passava no sonho. Uma noite fechada como essa, com vaga-lumes pelo coito, e também um silêncio estranho que parece trazendo voz, que parece anunciar a presença de gente vigiando a gente. Outra coisa. Também ouvi um piado tão assombroso de passarinho que mais parecia o anúncio de um tempo ruim que chegava. Ainda bem que esse piado não apareceu...”.
Maria Bonita ainda falava quando um piado medonho, o mais arrepiante e espantoso que pudesse existir, surgiu tão alto que mais parecia de um pássaro agourento pousado no meio do coito. Não se sabe sequer de qual lado veio, mas trinou como um terrível prenúncio de algo muito ruim. Maria Bonita se lançou nos braços do Capitão e não pôde conter as lágrimas. Trêmula, perguntou: “Ouviu, meu Capitão?”. Lampião não respondeu. Abraço ainda mais forte a sua Santinha, mas sem demora já estava dando o sinal por todos conhecido. Era hora da retirada, e naquele mesmo instante, sem qualquer demora.


Toda a cangaceirama parecia permanentemente preparada para receber esta ordem a qualquer momento. No coito, o repouso não contava com a total retirada da roupa pesada nem com o descanso das armas. Mesmo sem as cartucheiras e embornais, sem os chapéus e jabiracas, a cangaceirama mantinha sobre o corpo o necessário ao enfrentamento dos contratempos. Sempre uma arma ao redor, sempre um olho aberto enquanto o outro tentava dormir, sempre a constante vigília daqueles que nunca descansavam na paz e na despreocupação. Até mesmo os encontros sexuais se davam por entre roupas.
Assim, poucos instantes depois da ordem do Capitão e todos já estavam prontos para a partida. E não havia tempo sequer de perguntar o que tinha acontecido e o porquê daquela pressa toda. Os apetrechos foram juntados nos embornais, as cartucheiras apressadamente repostas, os armamentos deitados ao largo do corpo, as pequenas tendas desfeitas e os canecos e cantis dependurados. “Seguir por onde?”, um cangaceiro perguntou. Mas nem houve tempo de qualquer resposta. Quando a mata adiante se abriu e a bala começou a zunir, então a direção tinha que ser ao contrário.

Rangel Alves da Costa e Manoel Severo
Mas assim não ocorreu. Quando o primeiro tiro inimigo faiscou na pedra e a cangaceirama sentiu que estava sendo atacada, a voz de Lampião se fez mais alta e uma ordem inesperada ecoou: “Sem recuar. Atacar de frente!”. Então a cangaceirama começou a abrir fogo frente a um inimigo invisível. A terrível escuridão não permitia avistar quase nada que estivesse à frente. Os vaga-lumes agora eram os cuspidos das armas chispando no meio da noite. Numa vontade cega de lutar, de atacar o que estivesse pela frente, as armas vomitavam de lado a lado e os gritos anunciavam as investidas e os açoites recebidos. Brados de dor, urros e silêncios mortais.
A mataria amanheceu em estado de devastação. Galhos retorcidos, troncos cravejados de balas, folhagens tingidas de sangue. O combate travado fora tão violento que urubus e outras aves carnicentas despontavam pelos ares em busca de sangue ainda latejante. Mas nenhum morto por ali, nenhum cangaceiro ou volante prostrado em suas dores e aflições. Ora, em guerra tão feroz as vítimas teriam de estar por ali. Mas nenhum morto e nenhum ferido.
As marcas da guerra ainda continuam pelos arredores daquele coito. Até hoje, contudo, ninguém sabe o final daquela vindita travada em meio à escuridão. Entre vencidos e vencedores, apenas a certeza de que os heróis não se eternizaram. Os cangaceiros colocaram a volante em forçado recuou, ou a soldadesca fez com que os homens do Capitão abrissem fogo somente para fugir? Ninguém sabe. Não precisa saber. Não há nenhum herói nem bandido nessa história. Apenas homens que nem sempre sabiam a bandeira de luta que carregavam.
Apenas ficção. Mas bem que poderia ter acontecido assim.

Rangel Alves da Costa, pesquisador e escritor
Conselheiro Cariri Cangaço, Poço Redondo-SE

O que achei no atestado de óbito da Beata Maria de Araújo.Por Hesdras Souto


Maria Magdalena do Espírito Santo de Araújo, conhecida como Beata Maria de Araújo, foi pivô de um fenômeno que até hoje causa calafrios à Igreja Romana, o famoso milagre da hóstia que se transfigurou em sangue. Esse incrível fenômeno, ocorrido mais de 80 vezes, aconteceu pela primeira vez em março de 1889, e foi matéria em dezenas de jornais por todo o país, inclusive no jornal The Rio News, publicado em Inglês, no Rio de Janeiro. A história da Beata está umbilicalmente ligada a história do Padre Cícero Romão Batista e à cidade do Juazeiro do Norte. Sua passagem pela Terra poderia ter sido igual a de muitas outras mulheres sertanejas, pobres, pretas e analfabetas, mas O Criador, em sua Divina Sabedoria, tinha algo profundo e misterioso reservado para a essa Maria Magdalena cearense.

As primeiras romarias ao Juazeiro foram motivadas pelos milagres da Beata Maria de Araújo, o que faz dela a “mãe” de todos os romeiros do Padre Cícero, apesar dele ter recebido o crédito de alguns milagres atribuídos a ela. Após várias visões, profecias, estigmas e por fim consagrar uma hóstia em sangue, a vida da Beata Maria (Magdalena) de Araújo nunca mais seria a mesma, sofrendo atribulações até depois de sua morte. Em vida, a Beata sofreu perseguições, calúnias, foi examinada, investigada, execrada publicamente e por fim enclausurada. A Igreja forçou-a de todas as formas a negar a existência do milagre da hóstia, mas ela se manteve irredutível, impávida, pois os probos nada tem a temer. Recebeu o castigo eclesiástico do silêncio perpétuo, morreu sem falar nada. Todavia, transformou sua cidade na Jerusalém do Brasil.


Sua morte, ocorrida em 17 de janeiro de 1914, durante a Sedição do Juazeiro, não foi suficiente para extinguir a cólera despertada nos corações dos ímpios, muitos deles de batina e solidéu. O Padre Cícero, cuja a admiração pela Beata era notória, inclusive sempre afirmando acreditar no milagre da hóstia, organizou um enterro digno, sepultando seus restos mortais dentro da Capelo do Socorro. Desejava ele que a Beata Maria de Araújo repousasse eternamente num local sagrado, algo que infelizmente não durou muito tempo.

Em 22 de outubro de 1930, o túmulo da Beata foi completamente destruído, possivelmente por ordem do Bispo de Crato, seus restos mortais foram sepultados em local até hoje ignorado. Quando eu achei que todos os tipos de torpezas já tinham sido cometidos contra a nossa Maria Magdalena cearense, descobri no Livro de Óbito nº 28, página 77, da Paróquia de Nossa Senhora da Penha, em Crato, que constam apenas três linhas, três simples linhas descrevendo a morte de Maria de Araújo. Uma completa sonegação de informações, algo não observado nos outros assentos de óbito. Até nisso violaram à Beata!

Não lhe deram paz em vida, tomaram-lhe sua sepultura na morte, sumiram com seu corpo e não tiveram a humanidade para registrar sua morte de forma devida. Tentaram apagar até os mais sutis sinais de sua existência. Foram tantas as perversidades que alguns fiéis e membros da Igreja cometeram contra Maria de Araújo que causariam inveja a Azazel e a Lúcifer.

Desconhecem, esses pulhas, que Deus ama as Marias Magdalenas, desde aquela da cidadezinha de Magdala, na Galiléia, até a do Juazeiro, no Cariri. Deus parece usar as Marias para pôr à prova a fé dos homens. Hoje sabemos que Jesus se fez presente para essas duas Marias Magdalenas, primeiramente em imagem, posteriormente em sangue. E enquanto a alma da Beata Maria de Araújo - que traz o “Espirito Santo” no próprio nome - ilumina os pobres, indefesos e perseguidos do cariri cearense, os seus detratores e perseguidores vagueiam perdidamente pelas trevas dos umbrais. A história dela é como seu assento de óbito, não tem ponto final.  

Sigamos cantando junto ao mestre Ednardo:“Não temas minha donzela, Nossa sorte nessa guerra, Eles são muitos, Mas não podem voar...”
Por fim, não custa nada perguntar: ONDE ESTÁ O CORPO DA BEATA?

Por Hesdras Souto, Sociólogo, Pesquisador e membro-fundador do Centro de Estudos e Documentação do Pajeú – (CPDoc-Pajeú).

Petrolina Realiza "O Julgamento de Lampião:Um Juri Épico".

E se os crimes de Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, fossem julgados? Essa é a proposta do júri histórico: O julgamento de Lampião. Em sua primeira edição, o evento acontecerá às 8h do dia 31 de outubro, no Teatro do Centro Cultural Colégio Dom Bosco, localizado na Rua Cel. Amorim, s/n. Idealizado pelo advogado e professor Anderson Wagner Araújo e pelo promotor de Justiça Fernando Della Latta, o projeto pretende reunir anualmente grandes nomes do cenário jurídico nacional para simular uma sessão jurídica, esclarecendo como funcionam os sistemas do direito.
“A intenção do evento é difundir a atuação dos profissionais do direito, espalhando a cultura do júri de forma didática. A ideia é que todo ano, no mês de outubro, tenha algum júri, sempre com casos de bastante repercussão da cultura nordestina e nacional. No final, os inscritos poderão escolher, por meio de votação, o próximo caso para ir a julgamento”, ressaltou Della Latta.
Os participantes vão incorporar os personagens de um júri imaginário, de acordo com suas profissões. Entre as partes envolvidas na acusação, estão os promotores de Justiça: Eliane Gaia, coordenadora do Caop Criminal do MPPE; Dalva Cabral, coordenadora do Caop Cidadania do MPPE; Rinaldo Jorge, corregedor auxiliar do MPPE; Fernando Della Latta, promotor titular do Júri de Petrolina e Cíntia Micaela Granja, promotora de Justiça titular da Promotoria Cível de Petrolina.
Quem irá defender o cangaceiro serão os advogados criminalistas Marcílio Rubens, presidente da Comissão de Direito Penal da OAB Petrolina; Wank Remy Medrado e Henrique Marcula; o professor Anderson Araújo; e o defensor público Francisco Jairo de Siqueira. A sentença da culpa ou inocência de Lampião será dada pelo juiz da Vara de Infância e Juventude, Marcos Bacelar e pela juíza titular da Vara do Júri de Petrolina, Elane Brandão Ribeiro. Além disso, atores também participarão da ação encenando os personagens primordiais do caso, como o próprio Lampião.
“O júri histórico será um grande momento de integração entre os acadêmicos de diferentes cursos e universidades da nossa região. É grande a expectativa para o evento, percebo grande empenho dos alunos que estão compondo as equipes organizadoras e os que participarão como ouvintes. As inscrições para a participação esgotaram em 30 minutos, após a abertura. Estamos analisando a possibilidade de alteração do local da realização do evento para favorecer a participação de mais pessoas. O evento será épico e abordará a ciência do Direito de forma interdisciplinar: histórica, sociológica, filosófica, entre outras”, destacou Anderson Araújo. 
“A sociedade está sendo convocada para analisar as justiças privadas praticadas e comandadas pelo líder Virgulino Ferreira, o Lampião. Esta sessão nos dirá, de forma atual, como a população lida com a realidade aos pedidos de Justiça de homicidas reincidentes, crimes tentados ou consumados nos crimes de ódio e em conexão com os crimes de estupro, roubo, realizados por grupos organizados e armados”, ressaltou a promotora Eliane Gaia. “O júri é esse termômetro social, onde poderemos analisar como esse personagem histórico e memorável é enxergado pela sociedade. Iremos ver como os moradores do Sertão de São Francisco enxerga a criminalidade e a figura do Lampião, que ainda hoje inspira muitos matadores, chefes de milícias armadas, de crimes organizados”, complementou a promotora Dalva Cabral.
Para a promotora de Justiça Cíntia Granja, o julgamento épico de Lampião será uma grande oportunidade de, revisitando o passado e a história do Nordeste, promover, junto à sociedade local, valiosas reflexões sobre o Tribunal do Júri, sobre banditismo, Justiça, vingança, cidadania e consequências da desordem social. “São temas que, assim como na época do Cangaço, possuem imensa relevância nos dias atuais”, destacou a promotora Cíntia. “Espero que o evento ocorra de maneira a movimentar a sociedade e os operadores do direito de Petrolina em torno de um mito, além de proporcionar uma reflexão atual sobre o crime e suas justificativas, aproximando a sociedade com toda a liturgia do júri”, finalizou o promotor Rinaldo Jorge. 
Para quem não conseguiu se inscrever, será aberta uma lista de espera, caso algum participante desista ou não compareça no dia do evento. A inscrição será efetivada mediante pagamento de taxa de R$ 25, pelo link https://bit.ly/30Pt6Ws
A iniciativa está sendo realizada pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE) em parceria com a Ordem dos Advogados de Pernambuco (OAB/PE); a Defensoria Pública de Pernambuco; o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE); a Faculdade de Ciências Aplicadas e Sociais de Petrolina (Facape); e a Faculdade de Tecnologia e Ciência (FTC).
Por Pedro Araujo  

Amor e Heroismo no Drama de Canudos Por:Jose Gonçalves do Nascimento


Será lançado em breve, em Monte Santo, o romance histórico “O Silêncio do Sino”, do escritor e diretor de teatro Ivan Santtana. O livro vem na esteira dos melhores romances sobre a temática de Canudos e, de modo particular, sobre a temática das crianças de Canudos.
Antes deste, dois outros romances trataram do caso dos pequenos de Canudos, sendo eles “O Menino-Jagunço”, de Paulo Dantas, e “As Meninas do Belo Monte”, de Júlio José Chiavenato, ambos brilhantes tanto na forma como no conteúdo. “O Menino-Jagunço” apresenta a saga de André Ema, o Bacutinho, que, homem feito, resolve escrever suas memórias, relatando sua infância ao lado do Conselheiro. Já “As Meninas do Belo Monte” traz à luz o drama das crianças de Canudos, que, uma vez prisioneiras, foram destinadas – pelos próprios militares – umas ao trabalho escravo, outras à prostituição.
E o que dizer deste “O Silêncio do Sino”?
Há que se dizer inicialmente que o interesse do romancista histórico não é propriamente pelo rigor do fato, mas pelas possibilidades de criação e recriação que o fato em si pode oferecer. Poderíamos dizer que o fato histórico é o tronco de madeira que, esculpido, vira obra de arte nas mãos do artista.
O romance histórico permite ao artista – e somente ao artista – adentrar as entranhas do fato e extrair delas o que o historiador nunca seria capaz de perceber. Isso porque – a exemplo do tronco – o fato possui nuances, sutilezas, possibilidades que somente o espírito intuitivo do romancista é capaz de colher, já que embalado pelo voo criativo da liberdade poética.

Escritor e diretor de teatro Ivan Santtana

O romance histórico revisa e revisita o fato. Conta e reconta a história. A história que foi, mas que não pôde ser percebida nem contada pelo historiador, porque o historiador tem método, tem regra e tem rigor – o que nem de longe é o caso do poeta, que tem por regra unicamente a liberdade. E assim, como bem afirmou Otto Maria Carpeaux, ocorre que o romancista “cria novamente a história”.
É o que ocorre com o “Silêncio do Sino”. Bentinho – e aqui todo cuidado para não oferecer nenhum spolier – Bentinho encarna o pequeno herói, herói de carne e osso, que de fato viveu, e que de fato combateu (e que possivelmente também amou), mas que passou batido aos olhos do historiador.
Bentinho é uma parte da história que faltava ou que o poeta achou que faltava para conferir à trama o brilho que ela merece. Uma parte da historia que, aliás, não só é contada, como é contada por inteiro, na sua justa medida, com todas as cores e esplendor. Numa saga como a de Canudos, tão grande, tão superior, não poderia faltar um herói do quilate de Bentinho, e aqui está ele, tangendo cabras, rezando com o Conselheiro, empunhando o bacamarte, morrendo de amor por sua Maria Domingas.
Bentinho é também a personagem que faltava na ficção de Canudos, muitas vezes superficial, descolada da realidade, sem o cheiro e sem o calor do sertão. Bentinho é real, tem a cara e o sotaque dos meninos do sertão. Vive, luta e reluta como os meninos do sertão. Vive a paixão e o amor como os demais meninos do sertão. De tão genuíno, de tão nosso que é, ouso até pensar que Bentinho foi concebido numa bela tarde sertaneja, à sombra do umbuzeiro, e ao som dos chocalhos das cabras.
Bentinho é nosso e é atual; e aposto que ele, que tanto lutou e amou nos Canudos de ontem, muito iria gostar de lutar e amar nos Canudos de hoje, tão desérticos e tão precisados de mais luta e de mais amor.
Pelo visto, "O Silêncio do Sino” de silencioso só tem o nome!
José Gonçalves do Nascimento
23/10/19

Memórias Sangradas por:Ricardo Beliel



"...Corisco era pássaro livre. Não tinha nascido para viver na gaiola. Via com desconfiança a oferta de anistia aos cangaceiros desertores, anunciada pelo bonachão Vargas lá do distante Rio de Janeiro. Na companhia de Dadá e seu grupo de cerca de dez bandoleiros seguiu se acoitando por meses nas caatingas inóspitas do interior baiano. Em um tiroteio na Lagoa do Mel o Diabo Louro teve os dois braços destroçados por balaços, perdendo-os para a serventia na luta, e só conseguiu sobreviver com o apoio de Dadá, que apanhou seu fuzil e lhe deu cobertura atirando contra os macacos. Quando acabaram as balas atacou-os com pedras e fúria.

Certa vez, Dadá preocupada com as "persigas" constantes, as duras condições de sobrevivência no isolamento do sertão e a redução do bando perguntou a Corisco se ele andava pensando em se entregar. O destemido guerrilheiro matutou, demorou a responder e quando tentou justificar a demora no aparte, Dadá, revoltada, fuzilou o marido: "então, tome aqui minha roupa e me dê a sua, que isso não é proceder de homem!" 

Trecho de Memórias Sangradas
Por:Ricardo Beliel e com a parceria de Luciana Nabuco

A Cangaceira Lídia, o Tempo e Juliana Por:Manoel Belarmino

Manoel Severo, João de Sousa Lima e Manoel Belarmino

Postei, recentemente, no Facebook um texto intitulado "Cangaceira Lídia: Amor, Traição, Valentia e Morte". O texto era sobre Lídia, a cangaceira companheira de Zé Baiano, que foi morta e enterrada pelo seu companheiro, acusada de traição, no riacho do Quartavo, na Fazenda Paus Pretos, em Poço Redondo.

Lídia, segundo os pesquisadores e seus familiares, era uma mulher muito bonita, de uma beleza admirável. A mais linda cangaceira do bando de Lampião.

Francelina, irmã de Lídia
Lídia nunca foi fotografada, mas foi encontrada uma fotografia de sua irmã Francelina que, segundo seus familiares, é muito parecida com a cangaceira.
Depois de minha postagem ser publicada a senhora Luciana Lima, moradora da comunidade Salgadinho, em Paulo Afonso (BA), onde Lídia nasceu e morou, fez comentários e postou uma foto da jovem Juliana, neta da Francelina da foto, irmã de Lídia, que eu havia postado junto ao texto. Juliana, a bela moça da foto, é sobrinha-neta de Lídia.

Juliana, sobrinha neta de Lídia...
Se a Francelina da foto, irmã de Lídia, parece com a cangaceira, a bela jovem Juliana, sobrinha-neta de Lídia, também é parecida demais. O tempo passa, mas a herança histórica e fisionômica permanece entre Lídia e Juliana.
Manoel Belarmino, pesquisador e escritor
Conselheiro Cariri Cangaço, Poço Redondo-SE

Realizada a Primeira Reunião Ordinária do GECAPE


A foto oficial da reunião do GECAPE- Grupo de Estudos do Cangaço de Pernambuco -, realizada hoje de manhã na Biblioteca Pública do Estado de Pernambuco, no Centro do Recife.Foi um produtivo e feliz encontro onde discutimos e decidimos vários assuntos referentes ao bom andamento de nosso grupo de estudo. 

Imagens do Presidente do GECAPE, Wasterland Ferreira e os demais membros do Grupo
Verluce Ferraz, Paulo Britto e Dantas Suassuna

GECAPE- Grupo de Estudos do Cangaço de Pernambuco. "Traçando metas e seguindo em frente, estudando, difundindo e preservando nossa História"! A atual diretoria é composta por Wasterland Ferreira-Presidente ; Itamar Baracho-Vice; Andrea Hunka-Secretária Geral e  Verluce Ferraz-Adjunta e Paulo Britto-Tesoureiro.


Wasterland Ferreira Leite.
Membro-efetivo da SBEC - Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço, e eleito Presidente do GECAPE- Grupo de Estudos do Cangaço de Pernambuco.

Pré-história do Cangaço Por: Jorge Remígio

Fonte: YouTube Canal Gandavos

Depoimentos sobre a pre-história do cangaço, por Jorge Farias Remígio, gravado 12 em outubro de 2019. O cangaço foi uma onda de banditismo, crime e violência que se alastrou por quase todo o sertão do Nordeste brasileiro entre o século dezoito e meados do século vinte.
Jorge Remígio é pesquisador, membro do GPEC-Grupo Paraibano de Estudos do Cangaço e Conselheiro do Cariri Cangaço.


Vem aí a IV Feira Do Cordel Brasileiro


Vem aí a IV Feira Do Cordel Brasileiro, serão 4 dias de muita cultura popular com cordelistas, poetas, cantadores, repentistas, oficinas, rodas de conversas, shows, apresentações culturais e centenas de obras pra você apreciar e levar pra sua casa. O evento tem seu inicio nesta quinta-feira a partir das 14h no Centro Caixa Cultural em Fortaleza.
Programação Completa:

Avante !!!

Cariri Cangaço na Bienal Internacional do Livro 2019: Lembranças !

Alemberg Quindins, Manoel Severo e Fabiano Piuba

Abrindo o Baú de nossas Lembranças...


Fortaleza, capital do estado do Ceara, realizou entre os dias 16 e 25 de agosto de 2019 a XIII Bienal Internacional do Livro. O evento aconteceu no Centro de Eventos do Ceara e teve como tema “As cidades e os livros”. A Bienal é uma iniciativa do Governo do Estado do Ceará, por meio da Secretaria da Cultura em parceria com o Instituto Dragão do Mar e apoio do Ministério da Cidadania, através da Lei Rouanet de Incentivo à Cultura. A curadoria foi da escritora Ana Miranda e ainda os escritores e professores Inês Cardoso e Carlos Vasconcelos, com a coordenação de Goreth Albuquerque, também coordenadora da política de livro, leitura, literatura e bibliotecas da Secult do Ceara.
O Cariri Cangaço esteve presente em vários momentos da programação,tendo destaque o lançamento do livro “Olhares sobre Antonio Conselheiro”,resultado do Concurso Literário Cariri Cangaço - AquiLetras, apresentação de varias obras de escritores renomados, como Bruno Paulino, Arievaldo Viana, Paulo de Tarso e Wilson Seraine, participação em mesas de debates,alem da participação em diversos lançamentos de obras literárias e ensaios.

A Conselheira Cariri Cangaço Cristina Couto, também presidente da Academia Lavrense de Letras, apresentou e lançou o mais novo livro do escritor e e poeta cearense, Dimas Macedo, um "perfil precioso" de uma das personagens mais emblemáticas do nordeste: Fideralina Augusto Lima. Era a noite do dia 18 de agosto, no espaço Natércia Campos da Secretaria de Cultura do Ceará, na Bienal.

Cristina Couto e Ingrid Rebouças: Fideralina de Dimas Macedo
Regina Fiuza recebe os convidados no espaço Natércia Campos
Cristina Couto e Francisco Ivo

Ingrid Rebouças, Linda Lemos e Manoel Severo
Herton Cabral e Manoel Severo

No Estande da Assembleia Legislativa e INESP a presidente da Academia de Letras Juvenal Galena, escritora Linda Lemos viria a lançar o livro “Palavras que Encantam”, quando na oportunidade foi saudada pelo curador do Cariri Cangaço Manoel Severo, que ressaltou a grande contribuição da Casa Legislativa cearense ao fomento da literatura no estado, como também a dedicação e determinação da escritora Linda Lemos ao longo de toda sua vida literária.

Linda Lemos e "Palavras que Encantam"
Curador do Cariri Cangaço, Manoel Severo, sauda Linda Lemos
Grecianny Cordeiro, Dideus Sales, Manoel Severo, Rosa Firmo, Ingrid Rebouças, Fatima Lemos e Osia Carvalho
Linda Lemos e Ingrid Rebouças
Ingrid Rebouças e Osia Carvalho


A Bienal Internacional do Livro trata-se de um evento estruturante na política cultural do estado do Ceara, numa grande festa apresentou durante os dez dias de intensa programação, atrações literárias e artísticas, palestras, mesas redondas e debates, conferências, oficinas, contaçao de história, lançamentos de livros, cordéis, etc reunindo artistas de reconhecimento local, nacional e internacional, combinando uma programação diversa e de acesso gratuito.
Dia 19 de agosto , o pesquisador, jornalista e escritor Ary Bezerra Leite lançou no espaço Fotofestival SOLAR o aguardado livro “História da Fotografia no Ceará do Século XIX”  , fato acontecido de forma maravilhosa justamente no dia da fotografia. Ary nos traz o resultado de uma pesquisa profunda e inédita, quando mergulhou no acervo de quatorze instituições nacionais e internacionais, jornais, publicações, materiais publicitários, e traçou um detalhado panorama da chegada da fotografia no Ceará, logo após a sua invenção em 1839, e o desdobramento desta linguagem no Estado.  

Manoel Severo, Ingrid Rebouças e Ary Bezerra Leite
Manoel Severo, Ary Bezerra, Régis Frota, Ingrid Rebouças e Fabiano Piuba
São mais de 400 páginas e 474 imagens, entre fotografias e ilustrações, divididas em 68 capítulos. Pedro Vasquez, pesquisador e crítico de fotografia, escreve no prefácio do livro que “História da fotografia no Ceará do século XIX é digna dos maiores louvores. É uma obra magistral, paradigmática e antológica que muito enriquecerá nossa bibliografia fotográfica, ainda carente de mais estudos dessa natureza, capazes de fazer justiça ao legado de importantes pioneiros oitocentistas pouco conhecidos, insuficientemente aplaudidos ou ainda totalmente incógnitos”.
 
Ingrid Rebouças e Ary Bezerra Leite
Manoel Severo,Regis Frota e Ary Bezerra Leite

Cecilia do Acordeon, a Pimentinha do Forro, umas das principais estrelas mirins do Cariri Cangaço também brilhou na XIII Bienal em Fortaleza. A partir do palco da Praca do Cordel, Cecilia do Acordeon mais uma vez encantou a todos com seu talento, gentileza e simpatia, o forro pé de serra, composições do Rei  do Baião e forro das antigas transportaram o publico para o universo da mais autentica musica sertaneja de raiz.

Ingrid Rebouças, Cecilia do Acordeon e Manoel Severo
Cecília do Acordeon na Praça do Cordel
Manoel Severo, Klevisson Viana, Ingrid Rebouças, Cecília do Acordeon, 
Aninha Ferraz, DE Assis, Domingos Távora
Nizinha, Ingrid Rebouças, Cecília do Acordeon e Nonato Araujo
Manoel Severo e Nonato Araujo

“A Bienal Internacional do Livro do Ceará está inserida numa política de cultura, e por sua vez, uma política de livro, leitura e literatura, que chega à sua décima terceira edição. Portanto, ela está consolidada no calendário cultural brasileiro, estando entre as cinco maiores feiras de livro do Brasil. Ela tem como diferencial em relação a outros eventos do mesmo tipo a característica de se associar a uma política de cultura, de conhecimento, de fomento às cadeias criativas e produtivas do livro”, destaca o secretário da Cultura do Estado do Ceará, Fabiano dos Santos Piúba.


A tarde da quarta-feira, 21 de agosto de 2019, marcou a chegada em grande estilo de Antônio Conselheiro à XIII Bienal Internacional do Livro; realizada no Centro de Eventos do Ceará em Fortaleza.  O lançamento do livro "Olhares sobre Antônio Conselheiro -  Novas escritas de r(e)existência", obra com prefácio de Grecianny Cordeiro e apresentação de Ricardo Machado, organizado por Bruno Paulino, Pedro Igor e Manoel Severo Barbosa é uma produção do Cariri Cangaço e da AquiLetras. A festa de lançamento aconteceu no estande da ACE - Associação Cearense de Escritores, capitaneado por Silas Falcão.

Carlos Alberto Carneiro, Manoel Severo e Patricia Cacau
Pedro Igor, Ailton Siqueira, Pedro Victor, Manoel Severo e Silas Falcão
Autoras !!!!

O livro foi resultado do concurso literário patrocinado pelo Cariri Cangaço, AquiLetras e Fundação Canudos, por ocasião da realização do Cariri Cangaço Quixeramobim entre os dias 24 e 26 de maio de 2019. "Uma das grandes e curiosas indagações que invadiam meu coração, desde os primeiros momentos de construção do Cariri Cangaço Quixeramobim, ao lado dos amigos Bruno Paulino e Pedro Igor; dentre outros; era justamente como a atual Quixeramobim se relacionava com a figura histórica de seu filho mais famoso, como as novas gerações; os meninos e meninas, as escolas, os professores, a comunidade em geral, via e sentia a presença e o legado desse imenso ícone da história sertaneja do Brasil" revela o curador do Cariri Cangaço, Manoel Severo.

Manoel Severo e Fabiano Piúba
Carlos Alberto Carneiro, Ingrid Rebouças, Lourdinha Linhares, Pedro Igor,Manoel Severo, Carlos Dantas, Patricia Cacau, Silas Falcão, Herton Cabral, Maria Ester Esmeraldo, Pedro Victor e Danilo Patrício
Silas Falcão, Herton Cabral, Carlos Dantas, Carlos Alberto Carneiro, Marcelo Leal, Maria Ester Esmeraldo, Lourdinha Linhares, Pedro Sampaio, Linda Lemos, 
Manoel Severo e Pedro Igor

Um dos pontos altos da festa de lançamento de "Olhares sobre Antônio Conselheiro -  Novas escritas de r(e)existência" na Bienal foi a presença de alunos e alunas de Quixeramobim. Uma comitiva da Escola Nossa Senhora do Rosário e da Escola São Miguel; com cerca de 45 jovens e sob a coordenação dos professores Vanessa e Hugo, trazendo dentre o grupo, sete alunas co-autoras do livro, que em dia de celebração autografavam a obra na maior festa literária do estado.


Antônio Conselheiro chega em grande estilo na Bienal 2019
Autoras do Livro das Escolas; Nossa Senhora do Rosário
 Escola São Miguel
Gilmar de Carvalho, Manoel Severo, Dideus Sales, Marcus Fernandes, 
Carlos Alberto Carneiro, Ingrid Rebouças e Regina Fiúza

Os espaços temáticos no Centro de Eventos do Ceará foram outro destaque. O Café Literário, espaço de convivência e promoção literária, realização de bate-papo com autores e público e lançamentos de livro. O Espaço Natércia Campos, organizado pela Academia Cearense de Letras, para promoção da Literatura Cearense. A extraordinária Praca do Cordel reúne cordelistas, repentistas, xilogravuristas e todas as expressões da Cultura do Cordel. O Espaço Juventude oferece programação para público jovem de qualquer idade, atendendo o pré-adolescente e o jovem adulto, com temáticas específicas. O Espaço Leitura e Infância oferece ampla programação para crianças. O Espaço do Professor é destinado a palestras e lançamentos para o segmento da educação, envolvendo a literatura e o fomento à leitura. Já o Espaço Letra de Mulher dá visibilidade à produção e ao debate sobre a mulher no campo editorial. Por fim, o Espaço de Memória, Patrimônio e Museus irá apresentar os Mestres e Mestras da Cultura do Estado, para fortalecer o campo da literatura oral dentro da Bienal.

Elmo Nunes, Manoel Severo e Paulo de Tarso
A Festa da Poesia, da Arte e do Cordel na Bienal Internacional do Livro
Pedro Sampaio, Manoel Severo, Carlos Dantas e Silas Falcão
Manoel Severo, Bruno Pedrosa, Ingrid Rebouças, Seu Otacílio, 
Nonato e Nizinha, De Assis.




José Gomes Filho, o extraordinário Jackson do Pandeiro, nasceu em Alagoa Grande, na Paraíba, em 31 de agosto de 1919. Vindo de uma família de artistas populares – a mãe era cantora de pastoril –, sua história reforça a influência da cultura negra na música nordestina. Jackson é considerado um dos maiores ritmistas da história da MPB. Em 54 anos de carreira, foi responsável, ao lado de Luiz Gonzaga, pela popularização nacional de canções nordestinas. Celebrando o grande Jackson do Bandeiro, o pesquisador e escritor Marcelo Leal, lançou no estande a Expressão Gráfica seu livro " Centenário Jackson do Pandeiro".


Marcelo Leal e Manoel Severo
Ingrid Rebouças, Maria Ester Esmeraldo, Linda Lemos, Marcelo Leal, Marcus Fernandes, Manoel Severo

Segundo dados da própria Secretaria da Cultura, comparando a atual edição da Bienal com o ano de sua estreia,ou seja 1994, as estatísticas apontam crescimento, seja na movimentação financeira, seja no público visitante ou seja na geração de empregos diretos e indiretos. As comparações estatísticas revelam um crescimento 340% desde a sua primeira edição, 1994. Tais crescimentos confirmam de forma irrefutável a consolidação da feira da Bienal Internacional do Livro do Ceará como um evento de pleno sucesso.
O poeta cearense, Mailson Furtado, da cidade de Varjota, uma das maiores revelações da poesia contemporânea cearense, ganhador do mais importante Prêmio da Literatura Brasileira em 2018, o Prêmio Jabuti participou na arena nobre da Bienal, de bate-papo sobre sua festejada obra...
Maílson Furtado, Yane Cordeiro, Ingrid Rebouças e Manoel Severo



"Muita diversidade e cultura. O Espaço Cordel, localizado no térreo do Centro de Eventos, é especialmente destinado a expositores e artistas que trabalham com a arte dos cordéis e das xilogravuras, e ainda recebe apresentações artísticas. O local foi um dos mais animados durante a XIII Bienal Internacional do Livro do Ceará. O público encontrava ali um vasto acervo artístico e histórico, além de adaptações de livros para cordel e do próprio folheto popular dos mais variados assuntos. O evento reuniu expositores de todo o Nordeste que aproveitaram a oportunidade da Bienal para apresentar seus trabalhos."  
Helder Melo, Michelly Martins e Maestro Rafael Brito: Trio Arupemba
Maestro Rabequeiro Rafael Brito

"O coordenador do espaço “Praça do Cordel”, Klévisson Viana, destacou os principais pontos da edição neste ano: “estamos ocupando 1.250 m² de área com tudo relacionado à literatura de cordel e artes afins, como a xilogravura, que está estampada em camisetas, sacolas, bolsas, agendas, quadros, uma infinidade de produtos para quem gosta dessa arte. É importante ressaltar a presença das mulheres nessa edição, participando de mesas, recintando poemas e contando suas experiências, além das expositoras cordelistas”, ressalta Klévisson.

Fabiano Piúba, Manoel Severo e Alemberg Quindins
Arievaldo Viana, José Augusto, Lívio Ferraz, Renato Pessoa e Silas Falcão, 
ao lado de Manoel Severo
Paulo Neves, Régis Frota, Manoel Severo, Ingrid Rebouças e Joana D'Arc


A 13ª Bienal Internacional do Livro do Ceará aconteceu no Centro de Eventos do Ceará, mas envolveu ainda outros espaços de Fortaleza, como a Escola Porto Iracema das Artes, e até de outros municípios cearenses; como a Casa de Saberes Cego Aderaldo, em Quixadá. Com dez dias de programação envolveu lançamentos de livros, mesas redondas, oficinas e shows, as atividades circularam em eixos temáticos como mulheres, ilustração e juventude. Foram mais de 60 autores brasileiros e estrangeiros confirmados entre os 300 convidados do evento literário.


Neuzemar Moraes, Manoel Severo, Alexandre Morais, Ingrid Rebouças 
e Bruno Paulino
Paulo de Tarso, Ingrid Rebouças e Bruno Paulino
Manoel Severo, Renato Pessoa e Carlos Alberto Carneiro
Ivonete Cordelista e Ingrid Rebouças

Mais uma estrela mirim de nosso Cariri Cangaço brilhou na Bienal Internacional do Livro, a pequena Francine Maria, de 11 anos; uma menina totalmente apaixonada pela cultura nordestina; lançou também seu cordel, onde fez uma homenagem a sua querida cidade Ibiapina, na Serra da Ibiapaba, cidade localizada na zona norte cearense.
Francine Maria e Manoel Severo
Francivaldo Romão, Ingrid Rebouças e Francine Maria
Francine Maria e Ingrid Rebouças


Outro momento importante dentro da Bienal 2019 trouxe a estimada escritora Maria de Fátima Araujo Teles, de nossa querida Brejo Santo , que nos deu um grande presente !!! O lançamento de seu mais novo livro: Lições de Maria, da editora Premius, com poemas que traduz a luz de sua sensibilidade e a lucidez e força de sua presença !!!

Manoel Severo e Maria de Fátima Teles
Manoel Severo e Bruno Paulino

Mais uma vez o Cariri Cangaço protagonizava um momento ímpar dentro da programação da Bienal Internacional do Livro 2019. Na Praça do Cordel, Manoel Severo, curador do Cariri Cangaço foi o responsável pela mediação da mesa de lançamento do livro dos festejados poetas Arievaldo Viana e Bruno Paulino:"Os Milagres de Antonio Conselheiro".

Manoel Severo, Bruno Paulino e Arievaldo Viana
"Nenhum cantador ou cordelista cearense tratou de Canudos no calor da hora. Sílvio Romero recolheu quadras da tradição oral que chamavam Conselheiro de "Santo Antonio Aparecido". A cantoria e o cordel cearenses deviam estar sendo gestados.  Antonio Vicente Maciel, de Quixeramobim, sintetizou a herança da tradição mística, com as penitências, benditos e Casas de Caridade do Padre Ibiapina; a relação do Padre Cícero com os desassistidos; a vivência dos que acompanharam Zé Lourenço ao Caldeirão; o fervor  do Frei Damião em escorraçar o demônio, as modas, a bebida e as danças. Pode-se pensar em todos estes líderes e seus seguidores como uma ciranda da fé, construindo uma catedral de taipa, que seria arrasada pela romanização.Mais de cem anos depois, percebe-se uma presença tímida do tema na nossa literatura de folhetos. A contribuição mais destacada foi a de Patativa do Assaré, louvando Antonio Conselheiro em um poema.Canudos se difundiu pela voz, foi contada e cantada nos sertões, e se afirmou como um lugar ou uma referência da luta e da fé."


"A truculência do Exército arrasou um povo que vivia em paz, de acordo com a Missão Abreviada, "bodejando" seus benditos, e construindo uma experiência de socialismo cristão. Arievaldo Viana e Bruno Paulino, dois poetas de Quixeramobim, no clima estimulante das oficinas de cordel e xilogravura, feitas na cidade, quando dos festejos do aniversário do Conselheiro (13 de março), nos dão um cordel bem escrito e bem cuidado graficamente, que trata dos milagres atribuídos ao líder religioso. Arievaldo tem vários folhetos publicados e se afirma como um dos valores de uma geração do cordel. Bruno tem construído, com trabalho e sem alarde, uma trajetória que dosa ficção e poesia.Importante a retomada do tema por gente talentosa, comprometida com a letra, a voz e as bandeiras de  luta. Que seja a abertura de uma vereda, na direção do "coração selvagem" do mistério"  Ressalta o professor Gilmar de Carvalho.

Ingrid Rebouças, Grecianny Cordeiro e Manoel Severo


"Operação Prometeu" é a mais nova obra da grande escritora; romancista, cronista, poetisa e membra da Academia Brasileira de Letras; Grecianny Cordeiro, que também numa noite cheia do que a Literatura tem de mais sublime lançou sua obra no estande da Expressão Gráfica.

Ingrid Rebouças e Grecianny Cordeiro
Manoel Severo, Grecianny Cordeiro e Carlos Alberto Carneiro
Família Elton de Nana, Pedro Igor, Carlos Alberto, Bruno Paulino, Renato Pessoa e Manoel Severo no espetacular estande da ACE, comandado por Silas Falcão...
Santana, Ingrid Rebouças e Leo Henriques

"É comum dizer que o Ceará é a "Terra da Luz". O termo deve-se ao pioneirismo na abolição dos escravos no país, mas também pode ser associado à luminosidade do lugar, símbolo potente que faz da luz um caminho de expressão artística, de construção de memória e de transformação social. Com importante patrimônio histórico e cultural, o Ceará é terra de fotógrafos e de artistas visuais que tornam a região um lugar propício para a realização do Fotofestival SOLAR.

No momento em que a vertigem e a ilusão tomam conta do Brasil, o SOLAR pretende trazer um outro fôlego ao panorama da arte e da cultura contemporânea. Atravessamos um século de intensas transformações, o que exige de nós um compromisso de reflexão e reinvenção urgentes. Nesse contexto, o Fotofestival busca se posicionar como uma plataforma de pensamento e virada política através das artes."
Manoel Severo e Ingrid Rebouças no estande do Festival Solar
Ingrid Rebouças, Tiago Santana e Manoel Severo

"Quando o Amor é de Graça"....Lançamento oficial do livro de crônicas selecionado no Edital de Incentivo às Artes da Secult de Raymundo Netto, no Espaço Natércia Campos, um momento precioso !

Raymundo Neto e Manoel Severo
A arte e o talento de dois gigantes: Bule Bule e Mestre Geraldo Amâncio
Cariri Cangaço na Bienal Internacional do Livro
Andreisson Quintela o Mestre do Teatro de Bonecos

Mais Lançamentos...

13 Cordéis para Gonzaga

Mais uma vez o Cariri Cangaço foi convidado para Apresentar uma extraordinária Obra na Bienal Internacional do Livro, desta vez o domingo, dia 25, reservava mais uma grande festa a partir da Praça do Cordel. Nesta manhã foi lançado a caixa "13 Cordéis para Gonzaga" do poeta e cordelista, Paulo de Tarso Bezerra Gomes, o poeta de Tauá.

Manoel Severo apresenta "13 Cordéis para Gonzaga" do poeta Paulo de Tarso, 
o poeta de Tauá
Manoel Severo e Paulo de Tarso

Paulo de Tarso é um desses poetas que se guarda no coração, um ser humano cheio de Luz e Entusiasmo. A espetacular "Caixinha de Cordéis" para seu Luiz, o Lula Gonzaga traz um recorte de vários momentos da vida do Rei do Baião, tendo como pano de fundo a sensibilidade do grande poeta.


Manoel Severo e Paulo de Tarso e os 13 Cordéis para Gonzaga
Manoel Severo e "Estrela do Norte"; José Alderi Costa
Ingrid Rebouças, Alderi Costa, Neto Vaqueiro, Francélio Alencar e Pedro Sampaio
Manoel Severo e os Mestres, Pedro Sampaio e Paulo de Tarso
Beto Skeff e Ingrid Rebouças
O talento do Mago das Imagens Beto Skeff: "É sempre um presente compartilhar sua arte, seu olhar e seu sentimento."
Jovelina Ceará, Wilson Seraine, Bule Bule, Aninha Ferraz e João do Crato
Alênio Carlos e Manoel Severo
 Ceará e a arte de "Botar Boneco..."
Manoel Severo, Silas Falcão, Beto Skeff, Bule Bule, Wilson Seraine e De Assis

Nirez o Homem de Cera
Manoel Severo e Wilson Seraine

O escritor piauiense Wilson Seraine relançou o livro “Nirez - O homem de cera", na Bienal Internacional do Livro. Publicada pela Editora Imeph, a obra é um perfil biográfico do documentarista, historiador e jornalista cearense Miguel Ângelo de Azevedo, mais conhecido por Nirez. “Nirez possui uma coleção de gravações em 78 rotações (discos de cera), considerada uma das maiores do país, com mais de 22 mil discos de música popular brasileira. Nossa publicação é uma justa homenagem a este colecionador, que além de discos de cera, possui um grande arquivo composto por 141 mil peças representativas do universo da história brasileira”, diz Wilson Seraine.
Manoel Severo apresenta na Bienal Internacional a mais nova obra de Wilson Seraine
Manoel Severo e Seraine: Nirez o Homem de Cera...
Este é o sétimo livro de Wilson Seraine. Ele já publicou as obras: A Literatura de Cordel no Ensino de Ciências (2015), Cordéis Gonzaguianos (2017), A Festa da Asa Branca (2017), Reginaldo Silva: 12 anos com o Rei do Baião (2017), Maria da Inglaterra em Quadrinhos (2017) e Causos Gonzaguianos Ilustrados (2018). 



Seraine acrescenta: “a obra é ilustrada por nomes como Klévisson Viana, Weaver Lima e Daniel Dias, com prefácio do músico Waldonys, texto-homenagem de Rouxinol do Rinaré e xilogravura de José Lourenço Gonzaga”. Aos 84 anos, o homenageado apresenta o programa de rádio “Arquivos de Cera”, com gravações em discos de cera do próprio acervo. Nirez escreveu livros de grande importância para a história da cultura brasileira, entre eles: O balanceio de Lauro Maia (1991), Cronologia ilustrada de Fortaleza (2001), A história cantada no Brasil em 78 rotações (2012), e também é coautor, dos cinco volumes do livro Discografia Brasileira – 78 rpm: 1902-1964, maior referência para pesquisadores e interessados neste assunto.
Manoel Severo e Wilson Seraine
Paulo de Tarso, Manoel Severo e Wilson Seraine
Jones Cavalcante, Wilson Seraine, Pedro Sampaio e Manoel Severo
Maestro Rafael Brito
Manoel Severo e Sâmia Abreu
Ingrid Rebouças e Sâmia Abreu

A XIII Bienal Internacional do Livro do Ceará é apresentada pelo Ministério da Cidadania e pela Secretaria de Cultura do Estado do Ceará. Realizada pelo Instituto Dragão do Mar, Governo do Estado do Ceará, por meio da Secult, e Governo Federal. A Bienal do Livro conta com os patrocínios de Bradesco, Cagece, Grendene e Cegás, e com os apoios de Fecomércio, Sebrae, Universidade de Fortaleza (Unifor), Unilab, TV Ceará, Sistema Verdes Mares, Grupo O Povo, Café Santa Clara, RPS Eventos, Câmara Cearense do Livro, Sindilivros-CE, Câmara Brasileira do Livro (CBL), Associação Brasileira de Difusão do Livro (ABDL), Associação Nacional de Livrarias (ANL), Prefeitura de Fortaleza e das Secretarias de Educação (Seduc), Turismo (Setur), Cidades (SCidades) e Ciência, Tecnologia e Educação Superior do Estado do Ceará (Secitece).

XIII Bienal Internacional do Livro 
Centro de Eventos do Ceara, Fortaleza
16 a 25 de Agosto de 2019