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Os Lançamentos Reservados para Paulo Afonso nos Grandes Encontros Cariri Cangaço -Parte 2
Os Lançamentos Reservados para Paulo Afonso nos Grandes Encontros Cariri Cangaço -Parte 1
Lugar de Sentimentos, Memórias, Cordel e Arte: Miguel e Josenir Lacerda
Josenir Lacerda, cordelista, poetisa, artesã de mão cheia, "bonequeira" talentosa; de fundadora da Academia de Cordelistas do Crato direto para a Academia Brasileira de Literatura de Cordel, dedicada à cultura popular, folclore e tradições em suas próprias palavras, sou uma “sonhadora poetisa, que aplica rimas na saia, põe babados no folheto, canta o sertão e a praia”.
Visitar Josenir Lacerda e Miguel é certeza de uma maravilhosa prosa, com muitas pitadas de poesia, a residência na verdade é um Templo, onde se cultua afeto, talento e criatividade. Josenir e Miguel são companheiros e entusiastas do empreendimento Cariri Cangaço desde nossos primórdios, lá atrás em 2009 em nossa primeira edição, Josenir Lacerda nos levou para conhecer ao lado do mestre Luciano Carneiro a Academia de Cordelistas do Crato, parceiro importante de nosso projeto e de lá ate os dias de hoje, sempre que o Cariri Cangaço aporta no cariri cearense, eles estão ao nosso lado.
É Miguel quem nos conta: "Severo nós temos aqui um corcel 1978 , cor: bege; que já faz parte da família, houve uma época que me atrevi a vende-lo, fui lá e vim cá e nada de vender, foi aí que ele foi quase responsável pelo fim do casamento, risos; Josenir me chamou para uma conversa e disse _Olhe Miguel, quando vc quiser vender nosso corcel me ofereça, que eu compro !!! Pronto a partir daí o corcel passou a ser integrante oficial da família, vender...nem pensar”.
Josenir Lacerda, cordelista festejada, produziu centenas de folhetos, em sua casa encontramos não só sua produção, mas cordéis de muitos amigos; de todo o nordeste; que acostumaram-se a ter em seu espaço um lugar de encontros e reencontros. Nesta nossa ultima visita que aconteceu agora no último dia 04 de março, estávamos juntos declamando uma poesia do grande pernambucano Chico Pedrosa "O erro da vendedora", quando o telefone toca, do outro lado da linha estava Chico Pedrosa, vai entender essa sintonia do mundo das artes e da inspiração...
Estávamos nós a declamar o poema "O erro da vendedora" quando o telefone de Josenir, toca; do outro lado da linha: Chico Pedrosa, eita "coincidência da molesta"
Redação Cariri Cangaço, Crato 04 de Março de 2022
O Cariri Cangaço chega ao "Leruaite" do Festejado Humorista Falcão...
Aconteceu na noite do ultima quinta-feira, dia 10 de março a gravação de mais uma edição do programa "Leruaite" protagonizado por um dos mais festejados humoristas cearenses e do Brasil; compositor, cantor, ator e arquiteto: Falcão. Dessa vez Falcão recebeu para uma conversa pra lá de animada o curador do Cariri Cangaço, Manoel Severo Barbosa que levou na bagagem o lançamento da mais nova edição do Império do Bacamarte, do escritor Joaryvar Macedo e também a dinâmica agenda do Cariri Cangaço 2022, com grandes eventos em Paulo Afonso em março, Piranhas em julho e Serra Talhada em novembro.
"Apresentado pelo humorista e cantor Falcão Maia, o programa Leruaite é um dos mais populares da TV Ceará em formato de talk-show e traz consigo toda a graça do humor cearense. Entrevistas com personalidades da cultura local, músicas, beleza, elegância e muita “fuleragem”, Leruaite vai ao ar toda quinta-feira, às 22h, com reprise sempre aos domingos, 16h. O telespectador pode acompanhar o programa na íntegra pela TV, Portal, Youtube e redes sociais da TVC."
Bala de Algodão, de João Macedo Coelho Filho, Lançamento Hoje em Fortaleza
Será hoje (11/03) o lançamento de “Bala de Algodão”, narrativa romanceada de acontecimentos históricos do Cariri, sobretudo Missão Velha, na voz de Sinhô Dantas, um coronel sertanejo que na guerra - nos tempos do bandoleirismo de Lampião - aprendeu e ensinou a paz. Lançamento às 19h de hoje, no auditório da Reitoria da UFC (entrada pela Rua N.S. dos Remédios).
"Em prosa limpa, elegante e rica de imagens e lembranças vivas, João Macedo Coelho Filho deixa a sua marca como escritor. Toma a palavra do bisavô — Manuel Dantas de Macedo, o “coronel” Sinhô Dantas — personagem forte de um relato de protagonista, e vai desfiando fatos, circunstâncias, feitos e desfeitas, em uma saga caririense “perpassada de religiosidade e pelo banditismo”. Não seria por outra razão que o talento de João Macedo transparece e se afirma nestas páginas, lembrança de Joaryvar Macedo, cronista celebrado dos homens, mulheres e das lutas messiânicas e políticas do vasto país do Cariri e pelas terras dos Inhamuns…" Paulo Elpídio de Meneses
Redação Cariri Cangaço, 11 de Março de 2022
Império do Bacamarte: O Clássico de Joaryvar Macedo Por:Cristina Couto
A sede de justiça, o anseio por uma vida melhor e o desprezo nas quais viviam as populações sertanejas do século XIX e nos três primeiros decênios do século XX, as tornaram extremamente atraídas para misticismo, o sobrenatural e o milagre. Ignorantes, vulneráveis, miseráveis e desprotegidas viviam debaixo das botinas dos coronéis, do terror dos cangaceiros e da fé cega do fanatismo religioso.
Enquanto,
no Sul do Brasil a República dava seus primeiros passos, aqui no Sul do Ceara,
reinava absoluto um poderoso Império, onde o trono era a cadeira de balança dos
coronéis, a coroa o chapéu dos cangaceiros e o cetro o rosário dos beatos.
Nunca se presenciou tanto poder e tanto desmando. O poderio do Bacamarte acabou gerando o famigerado Império do Bacamarte, da força e das armas operando
abertamente e prestigiosamente no mais amplo sentido da palavra.
Conhecedor da história regional, e assim como todos nós
lavrenses, ouvíamos tais histórias de forma pejorativa, desagradável e com um
certo ar de reprovação. Usando da sua genialidade e aguçando seu faro de
pesquisador, Joaryvar Macedo, encontrou documentos e antigas publicações que mostraram
a importância de tais acontecimentos para a história do Ceará, do Nordeste e do
Brasil. A região do Cariri era de fato o berço da aristocracia cearense, as
famílias abastadas que por estas terras residiam eram ricas, poderosas e
prestigiosas. Num tempo onde o Estado de Direito não existia e as Leis eram ditadas
por elas.
Podemos afirmar que com O Império do Bacamarte, Joaryvar
Macedo contribuiu efetivamente para um melhor conhecimento da nossa História e
dos problemas sócios econômicos e políticos que afligiram a população
caririense pelo o abandono forçado de estruturas arcaicas, dos desmandos dos
coronéis, da crueldade dos cangaceiros e da credulidade dos beatos que juntos
defenderam seus interesses, mataram e mandaram ao seu bel prazer.
Apoiado nas pesquisas e documentado, Joaryvar Macedo, trouxe para
o centro da discussão sua terra natal, Lavras da Mangabeira, mostrou a
importância daquele lugar desde os primórdios, até meados do Século XX, assim
como em toda região, uma família era detentora da riqueza e do poder local. Em
Lavras não foi diferente, por lá, reinou por quase dois séculos Os Augustos,
família de grande prestigio, poder e riqueza, com uma pequena diferença, o
coronel de lá usava saias em vez de calças, sandálias em vez de botinas, mas,
montava, lutava e manuseava o Bacamarte como um varão.
O poder de Dona Fideralina Augusto e do seu filho Gustavo era
ilimitado, corajosos, valentes e ousados participaram ativamente do cenário
político caririense no Ciclo das Deposições e da Sedição de Juazeiro. Acontecimentos
que vieram à tona e revelaram a importância social e politica de Lavras da
Mangabeira, através das pesquisas de Joaryvar Macedo, e foram registrados na
sua obra O Império do Bacamarte.
No livro Joaryvar registra com tinta e caneta fatos ocorrido
com pólvora e sangue que aconteceram naquelas terras há tempos atrás, nos
mostrando que não havia nada de desagradável, nada pejorativo, ao contrário, a
história foi assim em todo Nordeste brasileiro, e sua terra natal, Lavras da
Mangabeira era tão importante e tão poderosa que disputava em pé de igualdade
com todas as outras.
Como todo lavrense inteligente e sagaz, Joaryvar Macedo usou
do poder da caneta e da inteligência para mostrar que Lavras da Mangabeira ao
perder o poder do Bacamarte, continuou no centro do poder, agora, os
intelectuais assumiram o poder deixados pelos coronéis de outrora. A pesquisa e
as letras são superiores a ignorância e a força. Somos conhecidos lá fora como
Celeiro de Intelectuais.
E, hoje, em 2022, Joaryvar mais uma vez ressurge e brilha, através da sua
família, que nos presenteou com a 4º Edição de tão importante obra para o mundo
da Literatura e da História nordestina; uma promessa feita e cumprida pelo seu
genro, Hélio Santos durante o Seminário Temático Cariri Cangaço/ Edição
Fortaleza, 2018.
Como se não bastasse à satisfação de
participar do evento, ainda fui convocada pelo grande amigo lavrense, Dimas
Macedo para representa-lo naquele grandioso momento. Dimas que é sobrinho e
herdeiro literário de Joaryvar Macedo, sempre levou a sério e afinco o legado
do tio, dando continuação às pesquisas e as publicações, enfatizando ainda, que
a sociologia do trabuco que Joaryvar
Macedo revela no seu livro plural e singular um clássico da Sociologia Política
do Nordeste, e, um monumento literário também, pois Joaryvar já é, nos dias de
hoje, o historiador maior, como será, de fato, saudado no futuro. O futuro e
agora.
Cristina Couto, presidente da Academia de Letras de Lavras da Mangabeira e Conselheira Cariri Cangaço, 04 de Março de 2022
Paulo Afonso nos Grandes Encontros Cariri Cangaço !
Império do Bacamarte em Noite Solene de Relançamento no Cariri
A Mesa teve como presidente o representante do ICVC, pesquisador Renato Casimiro, a viúva do escritor, senhora Rosalba Macedo, além de Manoel Severo Barbosa Curador do Cariri Cangaço, Cristina Couto presidente da Academia de Letras de Lavras da Mangabeira, André Esmeraldo, vice-prefeito de Crato, José Flávio, presidente do ICC e Amadeu de Freitas, secretário de cultura de Crato.
Nas palavras de abertura, Renato Cassimiro ressaltou a forte ligação que manteve com Joaryvar Macedo e a satisfação de colaborar de forma direta no livro ora reeditado, com a cessão de várias fotografias de seu acervo. Dona Rosalba historiou a trajetória do marido no campo das letras, das andanças em tempos de pesquisa e da criação do ICVC, além da grande emoção em testemunhar a reedição da obra. Logo em seguida fez uso da palavra o curador do Cariri Cangaço, Manoel Severo Barbosa, que ressaltou: "o momento histórico vivido por todos quando se lança a mais nova edição de uma das mais festejadas obras sobre o coronelismo destas bandas do Brasil", em seguida agradeceu à família e especial a neta do escritor; Clara Macedo; responsavel pela digitação da nova edição.
Fizeram uso da palavra ainda; Cristina Couto, presidente da Academia de Letras de Lavras da Mangabeira, André Esmeraldo, vice-prefeito de Crato e José Flávio, presidente do ICC. Após a solenidade houve a noite contou de autógrafos por parte da senhora Rosalba Macedo. Dentre os presentes podemos destacar: Batista de Lima da Academia Cearense de Letras, João Tavares Calixto Junior, presidente da Academia de Letras de Aurora, Fatima Lemos da Academia Juvenal Galeno, além dos pesquisadores; Jose Carlos Santos, Emerson Monteiro, Aglézio Brito, Luciano Daniel, Renato Dantas, Adriano Carvalho, Roberto Junior, Leonardo Vasconcelos, Jorge Emicles, dentre muitos outros.
Redação Cariri Cangaço - URCA, Crato ; 05 de Março de 2022