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A Chacina da Família Salinas e a Caravana Cariri Cangaço Por:Manoel Severo

Caravana Cariri Cangaço na fazenda Almesca da família Salinas

Manoel Francisco de Brito era o nome do sertanejo conhecido por Manoel Salinas; trabalhador da roça, pai de grande prole de 10 filhos. Manoel Salinas viria a ser uma das vítimas de mais uma selvagem chacina perpetrada por Lampião. Existem duas versões sobre a origem da vingança do rei do cangaço contra a família de Salinas.

Uma delas dá conta que Salinas chegou a exercer o cargo de inspetor de quarteirão e que havia açoitado até a morte um parente do cangaceiro Labareda e logo depois teria se mudado com toda família para Jeremoabo, mais precisamente para a fazenda Almesca, cerca de 18 Km da cidade. Labareda junto ao chefe maior do cangaço teria se deslocado até a referida fazenda em busca de vingança, tendo provocado a morte de Salinas e mais seis pessoas.

Zé Perninha, vaqueiro atual da fazenda Almesca
Antônio Gama e a Chacina dos Salinas

A outra versão, que inclusive consta no livro Lampião em Sergipe, do Mestre Alcino Alves Costa, conta que Salinas havia recebido um bilhete de Virgulino pedindo dinheiro, de imediato partiu para Jeremoabo em busca de auxílio da força volante. Lampião descobriu a artimanha do sertanejo e armou o bote fatal que iria levar a morte sete pessoas ligadas a família Salinas. Considerando uma ou outra versão , o fato é que durante a seca de 1932 Manoel Salinas acertou uma farinhada em sua fazenda Almesca juntamente com filhos e amigos, no dia acertado quando estavam todos na labuta são cercados pelo bando de Lampião.

O suplício teria sido penoso e o flagelo a que foi submetido o pai de família foi doloroso. Tres de seus filhos foram mortos, juntamente com mais tres amigos que estavam na farinhada, e Salinas depois de torturado foi levado até a fazenda Bandeira onde foi morto e teve seu coração retirado do peito e colocado ao lado do corpo mutilado, como "exemplo" para os traidores...

Juliana Ischiara com o que restou da fazenda Almesca

Pela primeira vez pisávamos aquele chão marcado com sangue de sertanejos inocentes...

A beleza do lugar contrasta com a selvageria da chacina, no lugar da antiga casa da fazenda e da casa de farinha, apenas escombros, as roças de mandioca se transformaram em pasto para o gado e as poucas pessoas antigas do lugar ainda lembram daquela que foi um das mais famosas chacinas em terras baianas.

Manoel Severo

Acampamento em Triunfo Por:Diana Rodrigues

Juliana Ischiara e Diana Rodrigues

Dia 18 de fevereiro de 2012
Em pleno Carnaval
Acamparam em Triunfo – PE
Os vaqueiros da História
Os Cangaceiros famosos
Do Cariri Cangaço

Caravana formosa
Formada por grandes sábios:
Severo o chefe do Bando
Aderbal, Tomaz, Lívio,
Múcio, Valentino, Pedro
 E a cangaceira Juliana

Pretendiam chegar às 14 horas
Mas quando aqui  chegaram
Já passava das 19 horas
Pareciam cansados, mas nada
Com a fama de cabra-macho
Logo se refizeram

De tudo um pouquinho experimentaram
Mas, famoso mesmo foi a ABACATADA
Que quase fez
Partir dessa para outra,
Ficando  verdinho  igual ao Hulk
De tantos copos bebidos.

E trouxeram em seus embornais,
A  chuva bem  fazeja, que a todos saudou.
 Na casa grande das Almas
Fotos pra lá e pra cá,
Até concerto ao piano
O galeguinho executou

Assis de felicidade, esbanjava alegria
Geraldina seu mais belo  vestido usou
O antigo telefone foi o centro das atrações
A conversa continua com o tema Lampião
Lembrando que naquele mesmo lugar
Esteve muitas vezes com seu bando

E lá prá meia noite, segue  o bando
Para a casa de Selminha
Lá o acampamento foi montado
Para a  tão desejada sona
Como todo bom cangaceiro
Quando raia o sol, já estão de pé

À Rádio Triunfo, seguem eles,
Falando para todo o Pajeú,
Explicando o Cariri Cangaço
Deixando atento o povo de Triunfo
Que ouvia a falação e telefonava
Dizindo parabéns aos cangaceiros

Em ritmo  de Xaxado
O bando Cariri Cangaço
Fica enamorado da cidade
Lá do Cristo  de Triunfo
Onde a chuva expulsa a todos   
Em disparada para o gostoso Café no SESC .

André, jovem rapaz
Espera pelo bando,
Para  degustar o  café matinal.
Com saudade, com tristeza
Chegou a hora da despedida
Jurando todos de pés juntos

Voltar em breve a Triunfo,
Para aqui realizar o Cariri Cangaço,
Ou  melhor o Cariri Pajeú.
Ficando a danada saudade,
Fez lembrar o Virgulino
Quando daqui partir,

Deixando escrito em Triunfo,
Sua história, para os valentes
Aqui deixaram  também sua grande
Dedicação pelo estudo do
Homem nordestino,
No famoso Cariri Cangaço.

E como pequena cangaceira,
Estou aqui em Triunfo,
Espiando nas estradas
Para ver voltar  de novo meus amigos cangaceiros.

Diana Rodrigues
Triunfo, Pernambuco

Santa Brígida, Pedro Batista e a Caravana Cariri Cangaço Por:Manoel Severo



Ainda no quarto dia da Caravana Cariri Cangaço - GECC, após as visitas a Malhada da Caiçara, Casa de Dona Generosa e o Cemitério onde jazem os corpos dos pais de Maria Bonita; seguimos por entre as serras e em meio a caatinga brava de Paulo Afonso até Santa Brígida, terra emblemática de Pedro Batista e de nosso estimado confrade, escritor Alcivandes Santos.

Eram perto das 13 horas, com o sol alto depois de uma neblina refrescante; suspeita de inicio de inverno; quando entramos em Santa Brígida. Localizada no Nordeste do Estado da Bahia, na Microrregião de Paulo Afonso, o município fica à margem direita do Rio São Francisco numa distância de mais ou menos 30 km possui cerca de 18 mil habitantes. Sem perca de tempo nos dirigimos para a praça central onde se localiza a imagem e o Museu em homenagem ao Beato Pedro Batista.

Caravana Cariri Cangaço-GECC em Santa Brígida

Recorremos ao site oficial da Prefeitura de Santa Brígida para trazer um pouco mais da história de Pedro Batista, em www.santabrigida.ba.gov.br

"Em 1942 peregrinava pelos Estados de Alagoas, Sergipe e Pernambuco um penitente de barba e cabelos grisalhos, pregando e curando, que se chamava Pedro Batista da Silva. Serviu o exército aos dezessete anos, sendo deslocado posteriormente para Foz do Iguaçu e Ponta Grossa , no Paraná. Após desligar-se do exército trabalhou como marinheiro e estivador nos portos do Rio de Janeiro, Santos e Paranaguá, onde se fixou e viveu como pescador. Uma "visão" fez regressar ao Nordeste, onde peregrinou até fixar-se em Santa Brígida com a permissão do Coronel João Sá que acompanhou a chegada dos romeiros até certificar-se de que o movimento não ameaçava se tornar uma nova Canudos. Em suas andanças Pedro Batista ficou famoso pela sua sabedoria em dar conselhos, efetuar curas e libertar pessoas de maus-espíritos.

Esta postura cativou os romeiros que via nele um representante de Deus. Pedro Batista não comentava com os romeiros sobre a sua vida, de onde veio, quem era seus pais ou se tinha irmãos, pouco interessava aos seus adeptos. Era como se ele não tivesse tido princípios de dias. Sua chegada a Santa Brígida ocorreu em 14 de junho de1945, tinha como objetivo formar a romaria e desenvolver a agricultura como meio de subsistência para as famílias que ali residiam. Correndo pelo sertão a notícia que o Beato Pedro Batista estava instalado em Santa Brígida, a gente que o conhecia de Alagoas, Sergipe e Pernambuco, veio visitá-lo em romarias. Uns com o fito de se instalar ao pé do "Padrinho", outros traziam dinheiro para comprar terras ou alugá-las, pretendendo ali, viver atraídos pela crença, fé e pela ordem que faziam reinar em torno de si. A exemplo da saudosa Madrinha Dodô, que veio do povoado Moreira, no município de Água Branca, onde conheceu o Beato e resolveu acompanhá-lo por afinidade dos trabalhos comunitários de atendimento ao povo pobre e sofrido da região, tornando-se assim, a pessoa mais próxima do padrinho Pedro Batista. Madrinha Dodô, como era conhecida, foi a grande confidente e herdeira espiritual do Beato, passando a ser respeitada e enaltecida pelos romeiros, que viam nela a sabedoria e a caridade, comparando-a com a saudosa Irmã Dulce da Bahia.

O querido e saudoso Beato Padrinho Pedro Batista da Silva, veio a falecer aos oitenta anos, no dia 11 de novembro de 1967, sepultado no cemitério São Pedro em Santa Brígida - Bahia."


Manoel Severo

Zé Rufino na Caravana Cariri Cangaço Por:Manoel Severo

Antônio Gama, personagem principal em Jeremoabo

Poucas vezes vi um sertanejo falar tão a vontade sobre as coisas do cangaço como o senhor Antônio Gama, morador de Itapicuru d'Água, distrito de Jeremoabo. Era necessário "amordaçar" o homem para uma simples pausa em nossa prosa. Morador antigo de Jeremoabo, conhecedor profundo das coisas e dos causos do sertão, conviveu ainda algum tempo com o coronel Zé Rufino...

"Homem respeitado, sua palavra aqui em Jeremoabo era lei, o homem casava e batizava, era uma espécie de delegado, padre, juiz, conciliador, aconselhador, o homem era um tudo..."

Antônio Gama e Lívio Ferraz
Antônio Gama para as lentes de Aderbal Nogueira

Por longas horas tivemos o senhor Antônio Gama em nossa companhia, primeiro em Itapicuru d'Água, depois até a fazenda Almesca e depois no local onde houve a Chacina de Manoel Salinas. Foram momentos extremamente ricos,  Antônio Gama com um jeito todo especial de contar suas histórias acabava sempre com uma gargalhada sonora e instigante, chegando a ser até desconcertante em suas alegativas, diante de tanta precisão; nas datas, nos fatos e nos personagens.

De todos esses o mais comentado foi o coronel Zé Rufino que ali estabeleceu a base de seu comando e ali passou a viver depois da campanha contra o cangaço sob as bençãos do grande coronel João Sá, o grande potentado local. E continua Antônio Gama:

"O Coronel Zé Rufino era meio 'canguinha', não gostava de gastar um  ou dois tostões, enquanto ele podia ir levando as coisas daquele jeito ele não metia a mão no bolso mas nem 
pelo amor de Deus...

..E aqui era assim, fosse quem fosse, quem tivesse um problema, pequeno ou grande , não importava, ia falar com o coronel Zé Rufino, que a tudo dava o seu jeito e ainda por cima o homem era protegido do João Sá. Olhe era só o povo ouvir o nome de Zé Rufino para ficar logo todo mundo apavorado, o homem era uma fera !"

Manoel Severo

Jeremoabo e a Caravana Cariri Cangaço Por:Cariri Cangaço



De Santa Brígida, a Caravana Cariri Cangaço-GECC seguiu para a lendária Jeremoabo, terra do coronel João Sá, onde Zé Rufino fincou pé e onde se deram as mais significativas "entregas" no final do ciclo cangaceiro de Virgulino Ferreira. O sol continuava alto; torrando; pelo horário adiantado e por ser uma terça-feira de carnaval no sertão, a cidade estava vazia e silenciosa, até parecia que a qualquer momento poderiam sair dos becos e por tras dos mourões, cangaceiros e a volante famosa de Zé Rufino...

Almoçamos em Jeremoabo e não poderíamos sair da famosa cidade sertaneja sem antes, sob a batuta do pesquisador  Múcio , visitarmos o pátio da igreja matriz de Jeremoabo, onde se organizavam e recebiam as bençõas da igreja, as expedições do exercito que combateriam Antônio, o Conselheiro e sua Canudos. Dali partimos até as margens do emblemático rio Vaza Barris, ponto de entrada das tropas do governo naquele épico embate contra os Conselheristas no final do século dezenove. Naquele momento os olhos de nosso Conselheiro Múcio Procópio "brilhavam" como se voltassem no tempo... Dali sairam os homens que acabaram com o sonho da cidade santuário de Canudos.

Matriz de Jeremoabo, Bahia

Euclides da Cunha: "Canudos não se rendeu. Exemplo único em toda a História, resistiu até o esgotamento completo. Expugnando palmo a palmo, na precisão integral do termo, caiu no dia 5, ao entardecer, quando caíram seus últimos defensores, que todos morreram. Eram quatro apenas: um velho, dois homens feitos e uma criança, na frente dos quais rugiam ruivosamente 5.000 soldados."
 
No dia 6 de outubro de 1897, um dia após a tomada definitiva de Canudos, descobriu-se o local onde Antônio Conselheiro tinha sido enterrado. Após o desenterrarem, fotografaram seu cadáver (foto acima) e, com uma faca afiada, deceparam-lhe a cabeça e a levaram para Salvador.

Partimos para a Vila de Itapicuru d'Água, onde sob a tutela de João de Sousa Lima conhecemos o alegre e falante Antônio Gama, um apaixonado pelas coisas de Jeremoabo, Cangaço, Lampião e principalmente Zé Rufino; quando nos contou uma infinidade de histórias dos tempos em que o maior caçador de cangaceiros morava na cidade baiana.

Manoel Severo

As cruzes da estrada... Por:Manoel Severo

Do cemitério temos uma outra vista da Serra do Umbuzeiro

Logo depois de sairmos da Malhada da Caiçara fomos em direção a Santa Brígida, mas o trajeto foi feito pela caatinga, o destino era o cemitério onde estavam sepultados os corpos do pai e da mãe de Maria Bonita. Depois de percorrer cerca de 8 Km chegamos ao campo santo, infelizmente não haviam indicações dos túmulos dos genitores da rainha do cangaço.


Neste campo santo se encontram sepultados o pai e a mãe de Maria Bonita...

Manoel Severo

Pessoas Especiais Por:Archimedes Marques


Archimedes Marques compondo a Caravana Cariri Cangaço-GECC

Amigo Manoel Severo!
Foi realmente um carnaval bastante especial esse que passei em companhia de vocês, pessoas especiais na minha vida. 
Saúde, Paz e Prosperidade!
Archimedes Marques

Malhada da Caiçara e a Caravana Cariri Cangaço Por:Manoel Severo


O cenário é simples, a casa de taipa poderia passar como qualquer uma das muitas espalhadas pelo nosso sertão, mas o magnetismo do lugar enfeitiça a todos. Assim é a Malhada da Caiçara, berço de uma das Marias mais famosas do nordeste e do Brasil: Maria Gomes de Oliveira, ou Maria Déa, a Maria do Capitão que depois tornou-se Maria Bonita.

Manoel Severo, João de Sousa, Aderbal e Karlon
Valentim, Juliana Ischiara, Lívio, Afrânio e João

A Malhada da Caiçara, fica cerca de 13km do rodovia que liga Paulo Afonso a Jeremoabo; ali foi  perpetrada pela Prefeitura de Paulo Afonso a restauração da casa onde nasceu Maria Déa transformando-a em Museu Casa de Maria Bonita. Além de resgatar um dos mais importantes cenários da história do cangaço, possibilitando a todos conhecer as raízes da "morena da terra do condor", também foi um passo importante na direção de criar condições para o pleno desenvolvimento do turismo cultural sustentável, o que já começa a acontecer na região.

Lívio Ferraz e Juliana Ischiara
Pedro Luiz, João de Sousa Lima e Aderbal Nogueira
Múcio Procópio
Luca, o mais novo investigador do cangaço...

Desde meados do ano de 1929 que Lampião e seu bando mantinham pela região da Malhada da Caiçara, Sítio do Tará e por toda Serra do Umbuzeiro amigos importantes que seriam fundamentais na sustentação do grupo pelas terras sertanejas da Bahia, Odilon Café e Zé de Felipe, tio e pai de Maria Bonita, estavam entre esses e a partir das constantes visitas ao lugar, nasceu a atração entre o rei e a futura rainha do cangaço. Ao abandonar o casamento com o sapateiro Zé de Nenem e partir em companhia de Virgulino, Maria inaugurou a entrada de mulheres nos bandos cangaceiros.A Caravana Cariri Cangaço-GECC mais uma vez pisava em terras da Malhada da Caiçara, passagem também obrigatória para todos que pesquisam o tema cangaço.

Manoel Severo

Dona Generosa e a Caravana Cariri Cangaço Por:Manoel Severo

Capela da Vila de Dona Generosa

Uma das passagens obrigatórias para quem visita Paulo Afonso, é sem dúvidas a Vila de Dona Generosa; uma das mais emblemáticas coiteiras de Virgulino Ferreira e seus grupos, na região. A Vila, composta pela Casa Grande, Capela, Pequeno Cemitério e Casas agregadas, formam um cenário por demais familiar a Lampião e seus "meninos", que por ali passavam costumeiramente quando andavam pelos lados da serra do Umbuzeiro.

Serra do Umbuzeiro
Caravana Cariri Cangaço e as Ruínas da Casa de dona Generosa

Muitas histórias e "causos" pontuam a relação de Virgulino Lampião com dona Generosa. Os famosos bailes promovidos na Casa Grande, quando se podia sentir "o perfume dos cangaceiros de longe", as supostas suspeitas de dinheiro colocado na mão da coiteira para administrar rebanhos do "Capitão rei do cangaço" são exemplos da forte ligação de Lampião com toda região.

João de Sousa Lima, Manoel Severo e a Caravana Cariri Cangaço-GECC na Vila de dona Generosa

Manoel Severo

Bárbara de Medeiros..Lançamento Hoje!


Antes mesmo de comentar o convite acima, não poderia deixar de registrar o primeiro contato que tive com a autora em questão: Bárbara Medeiros. Era janeiro de 2009 e estávamos em Pipa, Rio Grande do Norte em um almoço marcado para o Restaurante Lampião, juntamente com os amigos Aderbal Nogueira, Carlos Santos e Honório de Medeiros. Chegamos eu e Aderbal com as respectivas famílias; Honório estava nos aguardando ao lado do jornalista Carlos Santos e de uma bela e taciturna adolescente: Bárbara.

Quem tem o prazer de privar da amizade e do convívio da família do confrade Honório de Medeiros depois descobre que por tras daquela adolescente serena e calada, se encontrava um verdadeiro e encantador talento. Bárbara é assim, devastadora ! Tão jovem e já com tanta coisa para contar, e conta bem ! Nada foge ao seu doce e aguçado olhar de menina moça. Seus mairores companheiros: Os livros... E de vez em quando, um ou outro cangaceiro ou volante, amigo de seu pai.

 Manoela, Manoel Severo e Bárbara Medeiros

Certamente a noite de hoje será inesquecível, não só para seus pais, Honório e Michaela, nem para seu irmão, Diogo, nem para os que forem até o  Restaurante La Tavola, mas será inesquecível para todos que acreditam na vida, que vale a pena viver e sonhar, e construir dos sonhos, maravilhosas realidades. Parabens Bárbara, de toda família Cariri Cangaço.

Manoel Severo

Lagoa do Mel e a Caravana Cariri Cangaço Por:João de Sousa Lima

Família Cariri Cangaço na Lagoa do Mel

Quarto dia da Caravana Cariri Cangaço - GECC, em terras de Paulo Afonso, Bahia. Certamente toda a área atual da “outrora Lagoa do Mel” está modificada, a caatinga brava hoje é substituída por uma plantação sensacional de coqueiros, mamoeiros, melão, melancia, goiaba; resultado da obstinação de um pernambucano danado, de Floresta, Senhor Antônio, há cinco anos morando no lugar. A antiga lagoa, hoje totalmente aterrada e dentro da roça de seu Antônio, ainda mantém as duas grandes pedras que marcavam a entrada da mesma, que na época do combate era cercada por varas . O confronto se deu entre os homens do tenente Arsênio e os cabras de Virgulino , onde tombaram 19 homens das volantes e um personagem ilustre das hostes cangaceiras: Ezequiel, irmão mais moço dos Ferreiras.

João de Sousa Lima e Aderbal Nogueira para o documentário da Caravana
O anfitrião mostra na terra o que aconteceu no combate

A Lagoa do Mel situa-se no povoado Baixa do Boi, distante do centro de Paulo Afonso uns 15 km. O combate aconteceu em 1931, Lampião foi avisado por um coiteiro da presença dos policiais e ao amanhecer do dia partiu da fazenda de Pedro Gomes (pai da cangaceira Durvinha) portando uns chocalhos, cercou o tanque, utilizando como estratégia , o tilindar dos chocalhos, confundindo os soldados que pensaram que eram bodes e cabras que se aproximavam para beber água; o tiroteio foi intenso e dizimador, morrendo na hora 16 soldados e o irmão de Lampião.

Flagrantes da visita à Lagos do Mel

O tenente Arsênio conseguiu desferir uma rajada de metralhadaora, sendo o bastante para rendilhar o estômago do jovem cangaceiro. o tenente conseguiu fugir deixando a metralhadora, porém tirando uma peça que deixou a arma inutilizável.Lampião enterrou o irmão próximo ao tanque, contando com o serviço de Antonio Chiquinho (falecido em fevereiro de 2010, com 106 anos de idade). Lampião recolheu armas, munições, dinheiro e jóias que estavam em posses dos soldados, seguiu para o Raso da Catarina, onde chorou suas mágoas por conta da perda do irmão amado e depois arquitetou sua vingança contra o tenente Arsênio e aí a história é longa e carece de mais tempo para ser contada em seus mínimos detalhes.

João de Sousa Lima
Sócio da SBEC, Conselheiro Cariri Cangaço