Páginas

Vilela em as Duas Faces do Cangaço...

Antônio Vilela

"Amigos do Cariri Cangaço, estou muito empenhado no meu próximo trabalho, preliminarmente: As Duas Faces do Cangaço; ainda não determinei o título em definitivo, mas será sobre o Adrião,tenho noticias bombásticas 
que irão abalar este mundo do cangaço."

Abraço,
Antônio Vilela

Existia amor no Cangaço ? Por: Ângelo Osmiro

Ângelo Osmiro e Kiko Monteiro

Acredito sim que tenha havido amor no cangaço. Assim como Sila disse nunca ter amado seu companheiro Zé Sereno, Adília falava que não derramou uma lagrima sequer quando da morte de seu companheiro Canário, apesar de tê-lo acompanhado por livre e espontânea vontade, tendo inclusive declarado que o acompanharia até se ele fosse para o inferno. O que é isso senão paixão? Mesmo que de uma adolescente, depois transformada em rancor. Entretanto Dadá percorreu justamente o caminho inverso; foi seqüestrada, estuprada por Corisco, mas mesmo assim, com o tempo e a convivência passou a amar aquele homem, pelo menos era isso que ela declarava.

Durvinha mesmo tendo casado e vivido muitos anos na companhia de Moreno, declarava em alto e bom som que o amor de sua vida fora Virginio, seu primeiro companheiro no cangaço, seus próprios filhos tem conhecimento disso. Sem contar Maria de Déia, que deixou o marido, Zé de Nenen para acompanhar Lampião, segundo consta por livre e espontânea vontade, vindo a morrer junto com seu companheiro em julho de 1938 em Angico.

Obviamente o cangaço não era o local ideal para se viver um grande amor, entretanto acredito que apesar do sofrimento experimentado por aquelas pessoas, existia sim espaço para o amor, assim como também para o ódio e o rancor.   

Ângelo Osmiro.
Presidente do GECC, Sócio da SBEC
Conselheiro Cariri Cangaço

Existia amor no Cangaço ? Por: Eloisa Farias

Eloisa Farias e Manoel Severo, em visita do Cariri Cangaço ao MINC

Denis de Rougemon, na obra "A História do Amor no Ocidente", afirma que não amamos por felicidade e paz; amamos porque gostamos de sofrer. Além dessa descrição do que seria o amor, muitas outras são suscitadas quando questionamos "O que é o amor?". Bom, até hoje, depois de ter escutado tantas definições,ainda não sei dizer o que é o amor. Talvez seja esse expressado pelas mulheres do cangaço... 

Mas pode ser também aquele que sinto pelo meu marido. Ou será que é aquele que o torcedor sente pelo seu time do coração? Hummm... Acho que o amor é aquele que o fiel sente por sua religião. Se bem que aquele que o filho sente pelo pai também é amor. Depois de tantas nuances, continuo me perguntando "o que é o amor?"...  Só sei de uma coisa: trata-se de um sentimento multifacetado; uma methamorfose ambulante; um sentimento plástico, capaz de assumir inúmeras formas nas mais diversas situações. A História do amor certamente tem muita "história" pra contar!

Eloísa Farias
Brasília - DF


O Amor no Cangaço, uma breve ilusão Por:Jairo Luiz

Cacau, Manoel Severo e Jairo Luiz, em manhã de Cariri Cangaço

Durante estes muitos anos que venho acompanhando de perto a saga de homens e mulheres que enveredaram para o Cangaço ,sejam como cangaceiros, volantes ou coiteiros, cheguei a ouvir muitos relatos que me impressionaram; no entanto alguns marcaram para sempre e continuaram assim por toda minha vida. Dentre os relatos que mais deixaram-me  "curioso" foi o das mulheres que participaram do Cangaço e em especial os que tive oportunidade de ouvir de duas mulheres cangaceiras: Adília e Sila.

Quando perguntadas sobre seus companheiros a resposta praticamente era a mesma para as duas que viveram situações parecidas; o amor não existia e sim a admiração, o respeito e até mesmo a necessidade de sobrevivência. O grande poeta da minha geração, Renato Russo, em um das suas músicas diz: "O amor é bom, não quer o mal /Não sente inveja ou se envaidece/amor é o fogo que arde sem se ver/ É ferida que dói e não se sente/ É um contentamento descontente/ É dor que desatina sem doer." E o que vimos nessas mulheres foi muita mágoa, muito rancor e raiva, no entanto vemos admiração , respeito e medo;  perguntamos então a nós mesmo: Isso é AMOR ? 
Adília em entrevista, disse que havia prometido seguir Canário para onde ele fosse e Sila afirmou que NUNCA havia beijado Zé Sereno e não sentia nada por ele. Talvez, no modo de pensar delas isso seja amor , mas o amor verdadeiro mata, trai, maltrata  e deixa lembranças ruins para o resto da vida ? Creio que não ! As mulheres no Cangaço foram verdadeiras heroínas que souberam como ninguém sofrer, amar e principalmente abdicarem da família, dos amigos e de um futuro simples mas tranquilo.Mas essa renuncia  foi por amor ? Ou simplesmente por conveniência ou por medo ? Não podemos afirmar que todos casais do Cangaço não sentiram amor e não viveram esse amor, mas a história nos mostra que nem sempre o amor em sua forma plena esteve presente no Cangaço, portanto o amor no Cangaço pode ter acontecido mas precedido de muito rancor e mágoa e isso não é AMOR. 


Jairo Luiz Oliveira, turismólogo
Idealizador da Rota do Cangaço Xingó
Conselheiro Cariri Cangaço

Para Aristéia o nosso beijo de adeus. Por:Manoel Severo

Pedro Barbosa e Manoelinha, ao lado de Aristéia

Existem momentos que as palavras se tornam desnecessárias ! Doce Aristéia, de onde estiver receba o grande beijo de toda a 
família Cariri Cangaço.
Manoel Severo

NOTA CARIRI CANGAÇO: Morreu neste sábado, dia 28 de janeiro de 2012, as 13:00hs, no hospital Nair Alves de Sousa, a ex-cangaceira Aristeia Soares de Lima, carinhosamente chamada por todos , de "Vó"; Aristéia 
estava internada desde segunda feira, dia 23. Seu corpo foi sepultado neste domingo 
no Capiá da Igrejinha, Canapi, Alagoas. Nossos sentimentos e grande abraço em toda família, especialmente ao querido amigo Pedro Soares, seu filho e Damaris sua nora, considerada também uma filha muito amada.


Existia amor no Cangaço ? Por: Alcino Alves Costa

Alcino Alves Costa

Na verdade o viver cangaceiro, especialmente da mulher, seria mais correto dizer - da menina-moça – aquelas juvenis sertanejas, que num instante de total infelicidade deixou a sua humilde, porém aconchegante residência, abandonando seu lar, deixando seus pais na mais completa agonia e desespero, para seguir a triste vida bandoleira, todas elas inebriadas pela ilusão do cangaço, é um capítulo extraordinário na história cangaceira.

Por que a caboclinha dos cafundós das caatingas, sem nenhum traquejo e nenhuma experiência de vida, se bandeou para o cangaço? Qual foi essa ilusão? Segundo informações abalizadas e confiáveis de um dos grandes rastejadores de cangaceiros, o nosso Aderbal Nogueira, levado por suas diversas e proveitosas entrevistas, gravadas em vídeos, de um número elevado de cangaceiros e cangaceiras, elas atestam com convicção que essa decisão, segundo informes de Sila, Adília e Aristéia não significava a existência de amor entre os cangaceiros e suas parceiras e sim “A ILUSÃO DO CANGAÇO”. Respeito profundamente o trabalho meticuloso e confiável deste querido vaqueiro da história. Aderbal nasceu com o estigma da decência e da dignidade. No entanto, não concordo em nosso companheiro generalizar os casais cangaceiros afirmando que não existia amor entre o homem e a mulher que vivia a vida errante e sofredora do cangaço.

Adília e Sila, em plena caatinga

É certo que Adília dizia de seu sofrimento em relação ao seu viver ao lado de Canário, um homem, segundo as suas palavras, extremamente ciumento, tendo um ciúme doentio de Juriti, portanto a sua vida na companhia de Rocha se tornou um inferno. Mas, é bom que se esclareça que Adília era namorada de Canário bem antes dele ir ser cangaceiro e ela o acompanhou de sua livre e espontânea vontade. Qual o motivo de seu ingresso no cangaço? “ILUSÃO DO CANGAÇO” ou amor?

Quanto a Sila, uma mocinha admirada em Poço Redondo, tida e havida como a melhor dançarina nos bailes e forrós; vivendo na casa de seus padrinhos China e Mariêta, ao lado das filhas deste ilustre casal de Poço Redondo, Dosa e Tila, não tinha nenhuma necessidade de ir para o cangaço para ficar ao lado de Zé Sereno que nem sequer foi seu namorado. Zé Sereno não obrigou ela acompanhá-lo, ela foi porque quis e, esta sim, talvez, pela “ILUSÃO DO CANGAÇO”.

Estes exemplos não significam que não existia amor no cangaço. Existia sim senhor. Existia amor em sua maior profundidade. Eis alguns exemplos: No Congresso sobre o cangaço que aconteceu em Brasília em uma conversa que eu tive com Durvinha, e ela estava ao lado de Moreno, ela me disse toda emocionada que o homem da vida dela, aquele que realmente ela havia amado, teria sido Virgínio. Lembro-me que Moreno balançou a cabeça e disse: “Esse era um homi de verdade”.

Moreno e Durvinha

Em seus inúmeros depoimentos Dadá fazia questão de mostrar ao mundo o seu imenso amor por Corisco, apesar dela ter sido inicialmente estuprada por ele. Zé de Julião, o cangaceiro Cajazeira e sua bela Enedina sentiam um pelo outro um amor profundo. Rosinha, a companheira de Mariano amava loucamente o seu homem. Após a morte de seu companheiro no Cangaleixo, pela volante de Zé Rufino, Rosinha só tinha um desejo na vida: deixar o cangaço e retornar ao seio de sua família e receber o carinho e o amor de seus pais. No entanto, este desejo não foi alcançado em virtude de ter sido assassinada a mando de Lampião que não aceitava a saída de cangaceiro ou cangaceira de seu bando.

Luís Pedro e Neném se amavam profundamente. Após a morte de Neném na fazenda Mocambo, em Sergipe, o seu companheiro que tanto a amava caiu em um desespero total. Em que pese as loucas e ensandecidas versões dando conta de que Maria Bonita traía Lampião, a cristalina verdade era que Maria Bonita amava com todas as forças de seu sentimento o seu notável companheiro.

É evidente que com o passar dos dias, meses e anos, alguns casais, especialmente as mulheres deixaram de amar, ou talvez, desejar o seu homem e dominadas pela volúpia do sexo se apaixonaram e desejaram outros homens, caso de Lídia, a baianinha do Raso da Catarina, que se apaixonou pelo cangaceiro Bem-te-vi, tendo com ele vários encontros amorosos, até ser flagrada pelo “cabra” Coqueiro e assassinada a pauladas por Zé Baiano.

Inacinha

Maria de Pancada era uma mulher de desejos sexuais irrefreáveis, daquelas que um homem não conseguia saciá-la. Portanto, não estava no cangaço apenas pela “ILUSÃO DO CANGAÇO”, mas também para cumprir o seu desejo louco de fazer sexo. A cangaceira Lili também carregou em sua vida a sina do sexo. Após ser companheira de Lavandeira e de Mané Moreno, a caboclinha do Juá, lá na vastidão do Raso da Catarina, se acamaradou com o temido cangaceiro Moita Braba. Mesmo assim, sabendo que seu companheiro era portador de uma periculosidade extremada, Lili não temeu em coabitar com o cangaceiro Pó-Corante. Eis que um dia ao retornar de mais uma razia, ao chegar ao coito, Moita Braba encontrou a sua Lili nos braços de Pó-Corante. O desalmado cangaceiro não pestanejou, puxou sua arma e disparou vários tiros em sua infeliz e traidora companheira, matando-a instantaneamente.

A infidelidade dessas cangaceiras, incluindo também Cristina de Português, e talvez Dulce que traiu Criança após os dois deixarem o cangaço, não significa que não existisse amor entre as outras cangaceiras. Dentro de um universo de pouco mais, pouco menos de 30 mocinhas que seguiram os bandos cangaceiros, apenas essas citadas não respeitaram e traíram os seus companheiros. Todavia, não se tem nenhuma dúvida de que as mocinhas, quase que em sua totalidade, que se jogaram nos braços dos cangaceiros, elas foram por amor e continuaram amando os seus homens.       
Quem conhece a história desses casais que embelezaram e humanizaram o cangaço, tem que reconhecer que existia amor e muito amor na vida cangaceira.

Saudações cangaceiras,

Alcino Alves Costa, o Decano
O Caipira de Poço Redondo
Sócio da SBEC e Conselheiro Cariri Cangaço

Existia amor no Cangaço ? Por: João de Sousa Lima

Ex-Cangaceira Durvinha e João de Sousa Lima

Ouvindo uma das entrevistas da cangaceira Dadá realizada pelo escritor Antônio Amaury, a cangaceira fala sobre Corisco, do ódio que a princípio sentiu dele pelo estupro, porém diz que depois foi se enamorando do cangaceiro, do seu carinho para com ela, do seu tratamento cordial. Dadá foi aprendendo a conviver com o homem que no começo sentiu rancor e por ele depois se apaixonou, no depoimento ela diz que Corisco foi o grande amor dela, que ela mesmo estando casado com outro, sonhava sempre com o cangaceiro, nos sonhos sentia cheiro de flores, sonhava com os longos cachos dos cabelos do amado, Corisco deixou em seu coração um amor que jamais foi esquecido.

A cangaceira Durvinha foi apaixonada por Virgínio, com ele seguiu para o cangaço com a penas 15 anos de idade e viveu um grande amor. Durvinha morreu dizendo, mesmo estando na presença de seu companheiro moreno, que Virgínio foi um grande amor em sua vida. Quando estive com Durvinha pela primeira vez;  passei 30 dias a seu lado; convivi no seu dia a dia e pude confirmar que ela dedicou um grande amor a Virginio e por ele foi muita amada, ela me confidenciou também que sempre sonhava com o famoso cangaceiro.


Durvinha ao lado de seu grande amor: Virgínio

Em um depoimento deixado por Sila ela falou que nunca foi amada no cangaço, porém esse foi um depoimento isolado e os depoimentos isolados não dão créditos para afirmativas históricas que possam se pensar como definitivas,ou seja, não se pode mudar o curso da história apenas por um depoimento, ele tem que fazer parte do contexto, ser analisado, pensado, discutido, porém nunca tomado como um sentimento definitivo generalizando um fenômeno que foi tão diversificado e ao mesmo tempo tão distinto.

No cangaço houve amor sim e posso provar através dos inúmeros depoimentos que tenho gravados, palavras de mulheres que conviveram e viveram as dores e os amores do cangaço!!!


João de Sousa Lima
Paulo Afonso-BA
Sócio da SBEC, ALPA e UNEHSH
Conselheiro Cariri Cangaço

Existia amor no Cangaço ? Por:Aderbal Nogueira

Sila e Adília, com o grupo de Zé Sereno

Amigos, como sabem, o tema de nossa última reunião do Cariri Cangaço - GECC, aqui em Fortaleza foi "Sila". Pois bem, venho agora trazer um pequeno fragmento de alguns depoimentos que tem muito a ver com o que discutimos, bem como com minhas palavras sobre "A ILUSÃO DO CANGAÇO". Prestem bem atenção aos detalhes do que é dito nesses depoimentos. Quando falo que não existia amor no cangaço, é por causa do que ouvi.  Aí estão algumas provas.

Vejam como Adília se apresenta quando foi se entregar à polícia. Reparem no semblante de Sila enquanto Adília está narrando sua história. Escutem bem o que ambas falam de seus companheiros. Notem os detalhes do que Sila diz lá na grota de Angico sobre o tempo que durou o tiroteio. Será que isso é coisa de quem mente ? Vejam o depoimento de Candeeiro nos detalhes. Por que será que Aristéia reagiu dessa forma quando soube da morte de Lampião ?

Ex-cangaceira Aristéa; ainda viva, morando em Delmiro Gouveia

Concordo que as mulheres não tiveram papel importante na história do cangaço, mas Sila estava presente em um dos combates mais importantes de Lampião, pois afinal foi lá que o grande chefe morreu. O que dizer do programa da TV Bandeirantes, gravado se não me falha a memória, em 2001, corroborando com o que o Prof. Frederico explicou há pouco tempo, sobre a origem do apelido de Maria Bonita?

Por favor, desculpem as falhas nesse vídeo. Durante algumas das gravações tivemos problemas de muita chuva e falta de energia elétrica, também não tive tempo de consertar algumas coisas, vale mais pelo registro das palavras. Nos próximos dias passarei para o blog o debate de nossa reunião, na íntegra que, por sinal, foi muito bom, e esperamos que os próximos sejam melhores ainda. Quanto mais discutirmos, mais aprenderemos.

Acompanhem o Vídeo na Postagem logo a seguir:

Aderbal Nogueira
Sócio da SBEC, Diretor do GECC
Conselheiro Cariri Cangaço

Êxito no Lançamento do Grupo de João Pessoa Por:Narciso Dias

Nasce o Grupo de João Pessoa

Foi realizada nesta quarta-feira, 25/01/2012 à 19:00H no shopping Sul, a primeira reunião para criação de um Grupo de Estudo do Cangaço em João Pessoa-PB, uma idealização de Narciso Dias, juntamente com Jorge Remígio e João Bezerra da Nóbrega.

Estiveram presentes várias pessoas ligadas ao estudo da temática: Dr. Epitácio Andrade (Escritor e Médico-RN),Casal Gil Holanda(Prof.e cordelista), Lúcia Holanda, (profª com tese de mestrado sobre Jesuino Brilhante), Manoel Costa (fun.Público federal) ; Joaquim Furtado (Pol.federal e cordelista) ; Jair Tavares; Demétrius Sousa (bisneto do Major Zé Inácio do Barro-CE.



A reunião foi muito proveitosa, e contamos com a participação de  mais adeptos no próximo encontro. A data será infomada previamente através das redes sociais: Cariri Cangaço, Lampião Aceso, Comunidade (Orkut) Lampião-Grande Rei do Cangaço, entre outros.

Narciso Dias
Grupo de João Pessoa
Conselheiro Cariri Cangaço

Manoel Severo, curador do Cariri Cangaço

Nos enche de entusiasmo iniciativas como a dos confrades Narciso, João Nóbrega, Jorge, Epitácio, Prof. Pereira, dentre outros, que acabaram de criar o Grupo de Estudos do Cangaço de João Pessoa, que sem dúvidas já nasce grande; não só pela significativa qualidade de seus integrantes fundadores, mas  e sobretudo, pelo sentimento sincero que irá nortear o caminho de nosso mais novo mascote no nordeste. Recebam em nosso nome, em nome do Conselho Consultivo e em nome de toda família Cariri Cangaço, votos de congratulações e sucesso continuado. Vamos em frente e conte conosco. 

Manoel Severo.

Ângelo Osmiro, Presidente do GECC

Em nome de toda a Diretoria do GECC - Grupo de Estudos do Cangaço do Ceará e de seus associados, nos unimos aos votos de congratulações aos companheiros do querido estado paraibano, certamente o Grupo de João Pessoa terá papel importantíssimo na consolidação de uma pesquisa séria, comprometida e apontando para novos rumos de construção da história cada vez mais próxima da verdade. Parabéns aos companheiros do Grupo de João Pessoa e saibam que terão sempre a seu lado o GECC.

Ângelo Osmiro

Mossoró em dois momentos, o ano:2009 Por:Manoel Severo

Confraria da SBEC / Cariri Cangaço em Mossoró; o ano: 2009

Por todo o ano de 2009 nos dedicamos a construção da primeira edição do Cariri Cangaço, que viria a acontecer em setembro daquele ano. Entre as atividades à qual nos debruçamos foi visitar as várias cidades onde mantínhamos núcleos de pesquisadores ligados a nossa SBEC, para a apresentação do Projeto Cariri Cangaço. Estivemos naquele ano em Serra Talhada,Triunfo, Piranhas, Poço Redondo, Aracaju, Recife, Canindé, Frei Paulo, Paulo Afonso, Natal, enfim; mas nossas primeiras visitas foram a Mossoró, sede da Sociedade. Ali, estivemos por duas vezes ao lado dos confrades, Kydelmir Dantas, Paulo Gastão, Chagas, Manoel e Assis Nascimento, Jarino Rolim, enfim; para que conhecessem e abraçassem a idéia do Cariri Cangaço. Nas fotografias, imagens dos dois momentos daquele 2009.

Maristela Mafuz e Aderbal Nogueira, na Mossoró dos idos de 1927...
Reunião Cariri Cangaço em Mossoró, Hotel Termas

Paulo Gastão e Lívio Ferraz
Aderbal Nogueira, Danielle Esmeraldo e confrades da SBEC, era a apresentação do Cariri Cangaço em Mossoró
Manoel Severo, Jarino Rolim, irmãos Nascimento...

Por todos esse chão maravilhoso do nordeste visitado por nós àquela época, tivemos a companhia de confrades do GECC; Aderbal Nogueira e Ângelo Osmiro, companheiros de primeira hora; e ainda Lívio Ferraz e Dário Castro Alves, que inclusive, nos brinda com  seu olhar diferenciado em fotografias dos momentos de então.

Manoel Severo

O informante do Crato Por:Manoel Severo

Manoel Severo e Antônio Amaury

Novamente tivemos a grande oportunidade de sermos recebidos pelo casal Amaury e Renê, em nossa recente visita a São Paulo. A satisfação é sempre renovada quando encontramos pessoas pelas quais adquirimos respeito, admiração e bem querer. Antônio Amaury, o grande pesquisador, o grande escritor, o homem que dedicou quase uma vida inteira a desvendar os mistérios do sertão de Lampião, todos conhecem.

Gostaria de falar do filho, do sobrinho, do esposo, do pai, do amigo, do ser humano sensacional que é Antônio Amaury. Sempre que estou sendo recebido em sua casa, antes mesmo de me "embrenhar" nos extraordinários arquivos históricos do Mestre Amaury, não posso deixar de aproveitar o convívio com sua querida família e "beber da fonte" a partir de histórias sensacionais de como todos os familiares acabaram se relacionando com os personagens do cangaço, sempre ao redor da farta e saborosa mesa de dona Renê. 

Guardiões da Biblioteca de Amaury

O famoso All Transistor, companheiro de viagem

Um pouco da memória de nosso nordeste, registradas nestas fitas históricas

Carlos Elydio, Amaury , Sérgia, esses os três filhos; e ainda Marcelo e Henrique, os netos queridos, como também a comandante da casa, dona Renê, todos têm maravilhosas histórias sempre proporcionadas; algumas de forma involuntária e outras não, pela paixão do dedicado "doutor Amaury" pelo cangaço, na verdade foram anos e anos, quilometros sem fim andando por esse sertão a fora... e em boa parte dessa aventura lá estavam: Dona Renê, Amaury Junior, Carlos, Sérgia, o tio Ebenir, a Rural, a Belina, o Corcel, colchões, fogãozinho, panelas, etc, etc, etc, sem esquecer o personagem principal: O bom e velho gravador "All Transistor"... Até dá para imaginar. 

Fico, como desta última vez, ouvindo deliciado, os relatos de todos, e em meio a saborosa mesa de almoço ou jantar da família, colhendo os detalhes que fizeram desta saga uma verdadeira aventura familiar. Lá pelas tantas o doutor Amaury me dizia: "Severo eu e Renê fomos ao Crato há uns 30 anos atras, comemos num restaurantezinho perto de uma praça, etc, etc" e daí eu perguntei, "que restaurante foi esse Amaury ?" e aí veio a pérola de nosso pesquisador: "foi um restaurante me indicado por um informante"... "INFORMANTE  Amaury ???" aí nos demos conta do palavriado e não conseguimos mais acabar o almoço com tanto riso. Ao final do dia, logo após o jantar, lá estava Amaury preparando o jantar de um tio seu, senhor Ebenir, que mora em um apartamento conjugado à sua casa, depois disso eu o acompanhei para levar o jantar do tio de 84 anos. Esse é Antônio Amaury na intimidade de seu lar, com as pessoas que ama, momentos esses que tive o privilégio de compartilhar mais uma vez.

Estimado Amaury, dona Renê, Carlos Elydio, Amaury Jr, Nelson e dona Sérgio, caros Henrique e Marcelo, muito obrigado pelos momentos de estima e atenção, estamos esperando vocês em nosso Cariri.

Manoel Severo

Nasce mais um Grupo de Estudos do Cangaço Por:Manoel Severo

Narciso Dias, Manoel Severo e Capitão Marins

A exemplo do Grupo de Estudos do Cangaço do Ceará - GECC e mais recentemente, do Grupo de Estudos do Cangaço de Natal, nasce mais uma semente na direção do fortalecimento e aprofundamento de estudos ligados à temática mais envolvente do nordeste: O cangaço. Nesta próxima quarta-feira, dia 25; as 19 horas, sob a Coordenação do Conselheiro Cariri Cangaço; Narciso Dias, e dos confrades Cel. João Nóbrega, Jorge Remigio, Abimael Silva, além do apoio do Conselheiro Cariri Cangaço, Professor Pereira, de Cajazeiras, e outros convidados, estará sendo criado o Grupo de Estudos do Cangaço de João Pessoa. O encontro se dará no Café do Shopping Sul, em João Pessoa, todos estão convidados.


Lançamento do Grupo de Estudos do Cangaço 
João Pessoa
Dia 25, as 19 h
Shopping Sul

Todos estão convidados !

Manoel Severo.

O Fogo de Pedra de Abelhas Por:Marcos Pinto

Casa de Quinca Saldanha

Em 15 de Abril de 1925, com o seu eleitorado sofrendo contínuas ameaças veladas e chibateamentos e tropelias praticadas pelos jagunços de Décio Holanda e seu sogro Tilon Gurgel, deliberou o Coronel JOÃO JÁZIMO PINTO ir até Natal para, em audiência com o governador Dr. José Augusto Bezerra de Medeiros, narrar-lhe a triste situação de apreensão pela qual estava padecendo a grei Apodiense, com as frequentes incursões da jagunçada comandada pela satânica dupla, na cidade, e nos sítios pertencentes aos eleitores da sua facção política pacifista.

Após minuciosa exposição feita pelo Cel. Jázimo, o governador prontamente enviou para a cidade de Apodi um contingente policial formado por 40 praças, comandada pelo respeitado e temido Capitão Jacinto Tavares Ferreira, onde ficou aquartelada. No dia imediato a sua chegada, o Capitão Jacinto fez uma varredura no prédio/sobrado pertencente ao Sr. Martiniano de Queiroz Porto,(Natural do Ceará) truculento capitalista que compunha a virulenta facção política oposicionista comandada por Tilon Gurgel, Sebastião Paulo Ferreira Pinto, João de Deus F. Pinto, Juvêncio Barrêto, e os irmãos Benedito Saldanha e Quincas Saldanha. Na incursão feita à residência do Martiniano, foram encontradas farta munição e 30 fuzís, razão pela qual despertara a atenção do Capitão Jacinto para a possibilidade de que o mesmo estava intentando formar milícia particular. 

Jacinto Tavares Ferreira

Martiniano tinha um jagunço que residiu muitos anos com ele e que atendia pelo nome de Júlio Porto, que em 1927 já integrava o bando de Lampião, quando este acoitou-se na fazenda Bálsamo, no Pereiro-CE, preparando-se para os ataques à Apodi e Mossoró. Há quem afirme que a fazenda "Bálsamo" tinha uma parte que pertencia a José Cardoso. 

Com a atuação de eficaz comando e vigilância do Capitão Jacinto, que os celerados Benedito e Quinca Saldanha referiam-no como sendo "O Jacintão",(Pela estatura elevada) os sicários Juvêncio Barrêto e Martiniano Porto mudaram-se do Apodi,(Final de Maio de 1925). O primeiro voltou a Martins, de onde era natural, e o segundo fixou residência em Pau dos Ferros-RN, onde o seu genro Dr. José Vieira era o Juiz de Direito da comarca. Sentindo-se coibidos na prática contumaz da intimação, a horda virulenta comissionou a Tilon Gurgel e a Benedito Saldanha para parlamentarem com o governador, sob a falsa alegativa de que a força policial estava a causar transtornos na região do Apodi, cuja arguição visava retirar a força policial sediada em Apodi. Quando encontravam-se em audiência com o governador, recebem telegramas informando-os da ocorrência do "FOGO DE PEDRA DE ABELHAS". 

Tilon Gurgel 

Após este entrevero bélico, a tropa policial retornou ao Apodi, com a missão de retornar no dia seguinte, o que não se efetivou pela informação concreta de que o grupo armado do Décio se homiziara no Ceará. Depois desta ocorrência coibitiva, a paz voltou a reinar naqueles rincões, mas, por pouco tempo, pois em 10 de Maio de 1927 o Tilon Gurgel arquitetou, via Décio Holanda, o ataque de parte do grupo de Lampião ao Apodi, comandado por Massilon, cujas minudências serão objeto de outro artigo.

FONTE: www.honoriodemedeiros.blogspot.com

A morte de Horácio de Mattos...

Horácio de Mattos

16 de maio de 1931, no “A Tarde”: Numa explosão de odio, um guarda civil mata a tiros o cel. Horacio de Mattos, tradicional chefe sertanejo Declarações attribuidas ao criminoso que não se arrepende do que fez No Largo 2 de Julho fora um homem assassinado! E correu gente para o local. Phisionomias assustadas indagavam o nome da victima.

A reportagem policial d’A TARDE movimentou-se chegando ao local do crime minutos após. O facto se dera precisamente ás 7 horas e 30 minutos da noite. Uma onda enorme de curiosos fechava em circulo o cadaver do coronel Horacio de Mattos, tradicional chefe politico sertanejo. estava deitado de bruços sobre o leito da linha de bondes, que vae da rua Democrata, antiga do Hospicio, no local entre o Armazem Novo elegante e a rua do Areial de Baixo, tinha o pescoço retorcido, vendo-se com segurança um filete de sangue que escorria de sua bocca semi-aberta, onde brilhava uma fila de dentes de ouro. Caído ao lado estava o seu chapéo de feltro, preto. A fio comprido, junto a sua mão direita, encontrava-se a sua inseparavel bengala de bastão de ouro.

Vestia um terno preto, tendo preso entre os botões do collete o seu relogio que marcava 7 horas e 40 minutos. Desfigurado embora, na crispação da morte, reconhecemos a figura do cel. Horacio de Mattos.

E o criminoso? Era a pergunta que faziam todos os presentes. As hypotheses formuladas sobre a figura do autor da morte eram as mais desconcertadas. De arma em punho, conseguira evadir-se ladeira do Areial a baixo, perseguido pelo clamor publico.



Com a chegada dos legistas Arthur Ramos, que se encontrava de plantão, e Estacio de Lima, aquelle perito de lapis e papel em punho procurou fazer ali mesmo um schema do local do crime e outros apontamentos para a descripção da perinecroscopia. A camisa de listra do cel. Horacio de Mattos estava manchada de sangue no lado esquerdo, na altura do peito aberta a mesma constataram se dois ferimentos por bala um na ponta do mamillo, com a sua destruição e outra a 5 ou 10 centimetros mais a cima.


Antiga casa do Cel. Horácio de Mattos, em Lençóis-BA

Neste momento, o delegado Tancredo Teixeira, que não se fizera esperar tomava todas as providencias necessarias, não só para a identificação do criminoso, como tambem a sua captura. Varias pessoas apontavam como testemunhas do facto os emprgados do armazem Novo Elegante. Um rapazinho de nome Gonçalo Braga levado á presença da autoridade, explicou:


- Vi o assassino.  Era um homem alto , cheio de corpo, todo de escuro e chapéo de palha. Atirou contra o cel. Horacio de Mattos, de frente, fugindo em seguida, ladeira abaixo, de arma em punho.


Come esta declaração do rapazinho, mil conjecturas foram feitas pelos presentes. O prof. Estacio de Lima, neste momento, providenciava a remoção do corpo para o Instituto Nina Rodrigues. Do cadaver fora tirado um revolver “schimidt” com 6 balas intactas e a importancia total de 5:020$200.


A reportagem d’”A TARDE” avida por colher notas para o noticiario de hoje, interrogava os presentes. Ninguem sabia ao certo como se dera o crime, mas affirmavam que o criminoso atirara de frente, com segurança, quando o cel. Horacio de Mattos passava em frente ao Areial de Baixo. Ao longe, ficaram vendo-o tres moças e uma menor.
 

As moças eram as suas cunhadas Amerina, Ayda e Maria e, a menor, a sua filha Horacina. Ao verem os disparos, aquellas moças entraram com a menor, apenas indo até junto ao corpo a de nome Amerina, a quem o guarda civil ali presente pediu que se retirasse. O cel. Horacio de Mattos morava actualmente com a sua familia na residencia do seu compadre e amigo o ex-deputado dr. Arlindo Senna, á rua Accioly, 17. Depois de ter jantado saíra para ver a sua cunhada de nome Arlinda que se encontrava doente. Mal sabia que ali perto, na esquina da rua do Areial, a morte o esperava traiçoeiramente.

Vicente Dias dos Santos, o assassino

- Foi preso o assassino! O assassino entregou-se á prisão!
Foram estas as primeiras palavras que se ouviu, quando o corpo do cel. Horacio era posto no caixão. O delegado Tancredo Teixeira juntamente com algumas testemunhas do facto, dirigiu-se para a Secretaria de Policia. O criminoso ia ser identificado. Quem seria? Porque matara? era inimigo da sua victima ou agira sob alguma influencia extranha? Pairavam duvidas. Emquanto isto o legista Arthur Ramos, de vela em punho, examinava o local do crime, procurando as capsulas das balas.
Chegada a caravana na Secreataria de Policia e conhecido o autor do crime, foi geral a estupefação. Era elle o guarda civil 97, Vicente Dias dos Santos, que servira ha dias na Delegacia da 2ª Circumscripção. Era tratavel com todos e tinha com comportamento.

Como explicar o caso? Elle, entretanto, mostrava-se de uma calma apparente. De quanto em quando esboçando um leve sorriso, sorriso amarello, dizia: - Foi um bandido que desappareceu...
O delegado Tancredo Gteixeira a esta sua primeira phrase, deitou-o incommunicavel. - Era preciso - disse a autoridade - ia ouvil-o sob sigillo.

Aquella determinação do delegado Tacredo Teixeira foi o bastante para augmentar a curiosidade de todos.
- Porque teria o guarda morto o cel. Horacio de Mattos?
 

No entanto, a reportagem da A TARDE assim que teve conhecimento do nome do accusado, desvendou todo o mysterio. O guarda civil 97, pelo que parecia tinha um odio de morte do cel Horacio. A ninguem elle negava a sua magua. Conta o criminoso que a sua familia, que era de Morro do Chapéo, de onde é filho, foi bastante perseguida pelo cel. Horacio. Que o que elle fizera fora apenas “tirar uma fera do sertão”.
O cel Horacio de Mattos, proseguiu, de uma feita mandara espancar o seu irmão de nome Pedro Dias dos Santos, garimpeiro do cel. Aurelio Goudim. Que o povo de Horacio depredou fazendas do seu pae, denominadas “Alagoinhas” e “Duas Barras”, que fica no Morro do Chapeu. Que elle proprio fôra jurado pela gente da sua victima, não podendo ir áquelle municipio. O crime não premeditara. Encontrava-se no local, accidentalmente, quando viu o seu inimigo passar. Teve logo uma repulsa medonha, comettendo o crime e fugindo, indo esbarrar numa casa á rua da Gameleira, onde se entregou a Cicero Mullulo e o seu collega de n.27. A sua arma comprara por 40$ em mão d eum soldado revolucionario.

 
É do conhecido publico o modo porque foi preso o accusado. O sr. Olival Salles Pontes, empregado do Archivo criminal, conta que ao ver passar o acusado deu o alarma com um apito.elle, porem, não se intimidou, e apezar de grande numero de pessoas que corriam ao seu encontro foi esbarrar na casa 17, á Gamelleira casa do sr. Eusebio dos Santos, onde procurou occultar-se. Foi ali - disse a testemunha Cicero Mullulo que fui buscalo-o. Elle entregou-se a mim e ao guarda 27 sem a menor relutancia. Queria apenas que garantissemos a sua vida. Chamado um auto de praça foi elle transportado para a Secretaria de Policia. Alem do revolver, Vicente estava armado com um punhal que foi tambem entregue ao delegado Tancredo Teixeira.

Pela manhã de hoje, foi procedido o exame de necroscopia pelos legistas Egas Muniz e Arthur Ramos.Notaram logo elles tres orificios de entrada e dois de saída. O primeiro orificio de entrada no 7° espaço intercostal esquerdo, a 4 centimetros á esquerda da columna dorsal; trajecto: transfixiando a massa pulmonar esquerda, lesando ligeiramente o ventriculo esquerdo, saindo ao nivel da região precordial (4° espaço intercostal esquerdo). Segundo orificio de entrada na região axillar direita, atravessando o pulmão direito, lesando a aorta ascendente, e saindo na 3ª costella, fracturando-a ao nivel da articulação chondro-esternal, á esquerda. Hemorrhagia fulminante, 3 litros de sangue liquido e coagulos na cavidade pleural. 3° orificio de entrada ao nivel do acromio esquerdo, encontrando-se um projectio de chumbo (de revolver) encravado no omoplata esquerdo. Em suma: foram 3 disparos de traz para diante e da esquerda para a direita. Morte por hemorrhagia fulminante, por lesão larga da aorta ascendente


.No “A Tarde” de 18 de maio de 1931...
Saída do féretro do coronel Horácio de Mattos, da residência onde se deu o velório.
No instante representado na fotografia, à saída do local, Horacina de Mattos, filha do coronel Horacio de Mattos, presta homenagem diante do seu caixão. Aos seis anos de idade, andava de mãos dadas com o pai, quando este foi assassinado.
Após breves palavras, em honra do pai, depositou sobre seu esquife a flor que tinha em mãos.

O cel Horacio de Queiroz Mattos era de côr branca, casado com d. Augusta Medrado de Mattos, negociante fazendeiro, era residente em Lençóes e encontrava-se nesta cidade preso sob palavra. Deixou cinco filhinhos menores Horacina, Tacio, Judith, Horacio e Ruth. O seu corpo, ás 12 horas de hoje, foi removido para a residencia do sr. Arlindo Senna, á rua do Accioly de onde sairá o enterro para o cemiterio do Campo Santo.

Fonte: www.cangaconabahia.blogspot.com