Um Caipira Imortalizado Por:Archimedes Marques

Archimedes e Elane Marques ao lado de Alcino Alves Costa

Há pessoas que simplesmente passam as suas vidas e nada deixam. Há outras, porém, que passam mas ficam, deixam as suas marcas de excelentes exemplos e realizações. Ficam e deixam as suas marcas porque as suas obras se fizeram bem elaboradas, bem trabalhadas, bem manipuladas. Ficam e deixam as suas marcas porque as suas edificações se fizeram bem arquitetadas, bem alicerçadas, bem sólidas, bem acabadas. Ficam e deixam as suas marcas porque as suas plantações se fizeram bem adubadas, bem regadas, bem cuidadas, bem colhidas. Ficam e deixam as suas marcas porque os seus caminhos, os seus percalços, as suas pedras, as suas barreiras, foram transpostos com suor, com luta, com determinação, com inteligência. Ficam e deixam as suas marcas porque as suas batalhas foram vencidas com sabedoria, com perspicácia, com honestidade, com lisura, com honradez.

Essas pessoas são pessoas especiais, pessoas abençoadas, pessoas iluminadas, pessoas que irradiam luz, irradiam satisfação, irradiam paz, irradiam alegria, irradiam harmonia, irradiam amor. Essas pessoas são as que passam mas ficam porque em outras pessoas continuam vivendo, transformando-se assim em pessoas imortais. E é dentro desse parâmetro que enxergamos o nosso eterno amigo ALCINO ALVES COSTA, o querido Caipira de Poço Redondo, por tudo isso também imortalizado, pois em centenas de pessoas continua vivo, uma pessoa especial que carregando todos esses predicativos bem soube colecionar uma verdadeira legião de amigos.

De Alcino só nos resta eterna gratidão por também fazer parte da sua seleta coleção de amigos. De Alcino só nos resta o privilégio, a satisfação de poder carregar conosco um pouco do seu saber, um pouco dos seus ensinamentos, um pouco da sua lição e legado de vida. De Alcino só nos resta agradecer por ele ter existido, vivido, passado nessa vida e ficado no nosso viver.

Piranhas, 26 de julho de 2013.
Archimedes e Elane Marques.

Nota de autoria do casal Elane e Archimedes Marques, lida por ocasião da noite de abertura do Cariri Cangaço em Piranhas no Centro Cultural Miguel Arcanjo.

Manoel Severo
Cariri Cangaço Piranhas
Semana do Cangaço

A Arte e o Sentimento de Archimedes Por:Manoel Severo

Elane e Archimedes Marques com o presente ao Cariri Cangaço

"Cariri Cangaço é isso aí, mais que um evento 
sócio-cultural, é também um espaço para confraternizações, fortalecimentos de laços afetivos, onde o amor fraterno se consolida a cada encontro. Fazer parte desta família é mais que um merecimento é uma honra."
Juliana Ischiara

Realmente a cada dia compreendemos esse sentimento externado pela querida pesquisadora e Conselheira Cariri Cangaço, Juliana Ischiara. Depois da maravilhosa Avente-Premiere em Lavras da Mangabeira, dos surpreendentes e inesquecíveis momentos em Sousa e Nazarezinho, chegou a terceira e última Avante-Premiere, antes de setembro chegar: Piranhas em Alagoas, e ali, novamente os laços de fraternidade e afetividade, consolidados na admiração e respeito, mesmo a partir dos diferentes olhares e nas diversas interpretações da verdade histórica, se firmam e nos dão a certeza que trilhamos o caminho certo.

A noite de abertura da Semana do Cangaço em Piranhas, nos reservou uma grande e grata surpresa. Rompendo o protocolo e o cerimonial, o pesquisador e escritor de Aracaju , querido amigo Archimedes Marques, nos passou ao lado de sua esposa, um presente precioso. Confeccionado em papel machê, fruto do talento desse grande artista plástico, uma peça realmente bela e única: "Busto de Virgulino"; na verdade o presente não foi apenas para mim, mas para todos os que fazem o Cariri Cangaço e a partir daquela noite, sempre teremos o "Busto de Virgulino" nas Mesas do Cariri Cangaço pelo Brasil afora. Aos estimados Archimedes e Elane, muito obrigado e saibam que guardaremos em nosso coração o sublime presente.

Manoel Severo
Cariri Cangaço Piranhas
Semana do Cangaço

Família do Caipira de Poço Redondo recebe Cariri Cangaço Por:Manoel Severo

 
Manoel Severo no agradecimento à família do Caipira de Poço Redondo

Por ocasião do Cariri Cangaço Piranhas, dentro da Semana do Cangaço, a caravana Cariri Cangaço foi recebido em um autêntico banquete pelos familiares de Alcino Alves Costa, na cidade de Poço Redondo, em Sergipe. O encontro aconteceu na noite da sexta-feira, dia 26, logo após a solenidade de abertura do evento no Centro Cultural Miguel Arcanjo, em Piranhas.

Lena; a sobrinha e companheira querida e Manoel Severo 
Flagrante do Jantar oferecido pela família de Alcino Costa 
Homenagem do irmão amado, ao lado Ana Lúcia

Na oportunidade, vários pesquisadores e amigos deixaram sua homenagem ao Mestre Alcino Alves Costa; ali em sua Poço Redondo ele acolhia e recebia a todos sempre com um sorriso amável, um coração cheio de amor e muitas, muitas, muitas histórias pra contar. Histórias do seu sertão, de sua terra querida e do cangaço, tema ao qual dedicou toda uma vida. 

 Wescley Rodrigues, Juliana Ischiara, Afrânio Cisne e Pedro Barbosa
 Ana Lúcia, Neli, Wescley Rodrigues e Elane Marques
Manoel Severo agradece a acolhida e fala do carinho e amor de todos a Alcino

No jantar oferecido por seus familiares, tendo a frente a querida Lena; estimada sobrinha e companheira de viagem do Velho Caipira de Poço Redondo; a certeza de que seu sentimento e seus exemplos perduram e se consolidam a partir de seus queridos familiares. A todos os familiares de Alcino Alves Costa, Caipira de Poço Redondo, o Decano e eterno Conselheiro Cariri Cangaço, o nosso abraço e a nossa homenagem.

Manoel Severo
Cariri Cangaço Piranhas
Semana do Cangaço

Piranhas, Patrimonio da Humanidade e terra do Cariri Cangaço !

Prefeito Dante Bezerra de Meneses e Manoel Severo

Aconteceu em clima de festa na noite desta sexta-feira, dia 26,  a abertura da terceira Avante-Première do Cariri Cangaço 2013, durante a realização da Semana do Cangaço em Piranhas, Alagoas; uma promoção da Prefeitura Municipal de Piranhas e Cariri Cangaço. A solenidade de abertura da Semana do Cangaço em Piranhas aconteceu no Centro Cultural Miguel Arcanjo que recebeu a família Cariri Cangaço de todo o país.

Mesa de abertura da Semana do Cangaço: Cariri cangaço chega a Piranhas !

Tendo a frente o pesquisador Jairo Luiz, o secretário Luiz Carlos Salatiel  e Francisco Edson  a organização da Semana do Cangaço em Piranhas reuniu em sua noite de abertura um público espetacular que lotou o auditório do Centro Cultural Miguel Arcanjo. 

 Manoel Severo, entre Francisco Edson e Luiz Carlos Salatiel, secretário de cultura de Piranhas
Doutor Lamartine Lima, uma das presenças ilustres do Cariri cangaço em Piranhas

Pesquisadores de todo Brasil marcaram presença na noite de abertura do Cariri Cangaço em terras alagoanas. Um dos principais convidados, Dr. Lamartine Lima, que pertenceu à equipe do doutor Estácio de Lima, do Instituto Nina Rodrigues, foi um dos últimos que realizaram pesquisas científicas a partir das cabeças do casal mais famoso do cangaço: Lampião e Maria Bonita.

Neli Conceição e Elane Marques
Juliana Ischiara, Manoel Severo e Ingrid Rebouças
Lamartine Lima e Lyli

Representantes da SBEC - Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço, do GECC - Grupo de Estudos do Ceará, do GPEC - Grupo Paraibano de Estudos do Cangaço, dentre outras representações estiveram presentes à noite de abertura do Cariri Cangaço em Piranhas abrilhantando o inicio de mais um qualificado fórum de debates sobre a temática.

Wescley Rodrigues
Jadilson Ferraz e Afranio

Para o Prefeito de Piranhas, Dante Bezerra de Meneses, "É uma honra e uma grande alegria Piranhas, que tem tanta história ligada ao cangaço, está promovendo esta Semana do cangaço e recebendo o Cariri Cangaço, movimento que aprendi a admirar e ainda mais porque vejo sempre o blog do Cariri cangaço para aprender com os mestres". Já o curador do Cariri Cangaço, Manoel Severo "Chegar a Piranhas era uma sonho antigo que alimentamos por muito tempo ao lado de Jairo, de Alcino, de João de Sousa, e hoje é dia histórico para a consolidação dessa integração daqueles que pesquisam cangaço no nordeste, sem dúvidas, Alcino, o velho caipira de Poço Redondo está entre nós".

Manoel Severo
Cariri Cangaço em Piranhas
Semana do cangaço

Homenagens da Noite de Abertura

O grande homenageado na noite de abertura do Cariri Cangaço em Piranhas, dentro da Semana do Cangaço, foi o pesquisador, escritor, poeta e Conselheiro Cariri Cangaço, in memoriam, 
Alcino Alves Costa, 
o "Caipira de Poço Redondo".

 Archimedes e Elane Marques, poesia e repente em homenagem a Alcino

Durante a Programação da noite foi apresentado vídeo clip com a homenagem do pesquisador Jairo Luiz e os organizadores da Semana do Cangaço ao Decano Mestre Alcino. Na platéia: Irmãos, sobrinhos, filhos e netos do homenageado. Ao final o repente regional e a poesia de autoria do casal Archimedes e Elane Marques marcaram a reverência a memória de um dos maiores pesquisadores e escritores do cangaço de todos os tempos: Alcino Alves Costa.

Manoel Severo
Cariri Cangaço em Piranhas
Semana do Cangaço

Roteiros Integrados e os Caminhos do Velho Chico

O Velho Chico foi tema das Conferências

A primeira noite do Cariri Cangaço em Piranhas, dentro da Semana do Cagaço teve como Conferencistas, o pesquisador, escritor, poeta, Sócio da SBEC e Conselheiro Cariri Cangaço, João de Sousa Lima com o Tema: Roteiros Integrados do Cangaço e o pesquisador, escritor  turismólogo e também Conselheiro Cariri Cangaço, Jairo Luiz com o Tema: Caminhos do São Francisco:De Pedro II a Lampião.

Para uma platéia atenta, formada por autoridades, pesquisadores, curiosos, profissionais da área do turismo, entre outros, o pesquisador João de Sousa Lima nos trouxe as experiências e os potenciais do Turismo Cultural de Paulo Afonso a partir da restauração da Casa de Maria Bonita e traçou paralelos com relação a integração dos turismo cultural, ecológico e de aventura na região do Baixo São Francisco. 

João de Sousa Lima e a Casa de Maria Bonita


A segunda Conferência da noite trouxe o pesquisador Jairo Luiz fazendo uma verdadeira viagem no tempo e apresentando os "Caminhos do São Francisco", desde a chegada dos colonizadores até os dias de hoje  com ênfase em sua navegação notadamente marcada pelas canoas de tolda, passando pela marcante expedição de imperador |edro II e chegando as incursões do cangaço de Lampião.

Turismólogo Jairo Luiz e a Canoas de Tolda do Velho Chico

Manoel Severo
Cariri Cangaço em Piranhas
Semana do Cangaço

Dianópolis, uma viagem inesquecível ! Por:Sousa Neto

 
 Sousa Neto e a Capelinha dos Nove

No meio da manhã de sábado, saindo do estado da Bahia adentrando ao estado do Tocantins, eis que se apresenta imponente o primeiro sinal do nosso destino, a absoluta e afamada Serra Geral. A emoção nos invade e se torna ainda mais intensa. Estávamos chegando naquele recanto do Brasil tão rico de encantos naturais e tão cheio de histórias. A Dianópolis de quem tanto ouvimos falar, finalmente se apresenta tão cortejada encantadora e bela. Satisfação, prazer, emoção, euforia, ansiedade, uma soma e  misto de emoções!

Observava que os meus companheiros de viagem, estimado amigo Professor Pereira e o meu irmão Tony sentiam a mesma sensação. Ressalto no primeiro instante a sua geografia, as primeiras pessoas e seus comportamentos em busca de semelhanças com o longínquo Cariri Cearense de onde partimos. Sim, algumas simetrias como havia imaginado.

 Entrada de Dianópolis
Serras Gerais

O nosso anfitrião já buscava saber de nosso paradeiro. Trata-se de Hagahús Araújo o maior humanista que já tive o prazer de conhecer. Uma festa havia sido preparada para nós. A família nos ofertara um suntuoso banquete. Todos estavam lá de braços abertos para nos receber. Foi um encontro memorável e inesquecível. Confesso que fiquei impressionado com tamanha receptividade.

Em casa de Hagahús e dona Josa, sua esposa, estavam os seus irmãos Vilar e Wilson além de filhos, genros, noras, netos e bisneto. Havia começado uma festa que duraria quase três dias. Entre pesquisas, documentação e viagens  de campo, havia sempre  uma festa para nós.

Casa de Abílio Wolney 
 
 Antônio Souza, Hagahus e Wilson Araujo recebem Prof. Pereira e Sousa Neto
Armas do Padre Pereira e Luiz Padre

Hagahús Araújo um verdadeiro gentleman,  educado e  gentil com todos, sempre disponível e acolhedor. Corretíssimo e honesto em tudo que faz, tentando amparar sempre, qualidades que soube utilizar na educação dos filhos que carregam consigo as características dos pais. É sempre referenciado como exemplo a ser seguido. Ativo, trabalhador e progressista, contribuiu e continua contribuindo para o desenvolvimento daquela região. Na mesma proporção Dona Josa, a sua tão carinhosa esposa possuidora de qualidades iguais a do esposo. Quem foi que disse que os semelhantes não se atraem?  Tem mãos de fadas, de uma elegância incomparável, nas artes plásticas é uma grande artista e não poderia ser diferente... Só os possuidores de uma carga grande de sensibilidade sabem o que é isso.

Dr. Wilson Póvoa e Dona Celeste, um casal arrebatador! Dr. Wilson como é mais conhecido em Dianópolis, assim como os demais irmãos, é cordato, receptivo e muito querido por todos, um homem de grandes méritos, também vocacionado as causas sociais, afinal dirigiu o Instituto de Menores de Dianópolis por quase 30 anos ao lado de sua adorada esposa Dona Celeste, o que precisa dizer mais?

Vilar Araújo: “O lorde” como carinhosamente foi tratado por nós. É espirituoso, memorialista e comunicativo, sempre com uma história para contar, definitivamente contente e com um sorriso estampado no rosto. Sempre foi dedicado a vida no campo, nas fazendas, que na juventude seguia com as “comitivas” por aqueles sertões. Esses são os filhos de Luiz Pereira Jacobina (Luiz Padre) ou de José Araújo e Silva (Zeca Piauí).

 Capelinha dos Nove
Tony e Sousa Neto: Pertences de Luiz Padre

Tivemos também o prazer de conhecer o Dr. Abílio Wolney Aires Neto (Juiz de direito) e o Dr. Voltaire Aires (advogado), netos do prestigioso Coronel Abílio Wolney. Ambos pesquisadores e escritores de varias obras relacionadas a Coronéis, Jagunços e a historia da cidade. Pessoas de vasto conhecimento e reconhecimento que nos dispensaram uma grande atenção.

Dianópolis: Da antiga vila de São José do Duro restam algumas casas e muita história. Hoje Dianópolis é uma cidade polo naquela região sudeste do Tocantins. Com um comercio ativo e próspero, o município se desenvolve graças ao trabalho de sua gente pacata e hospitaleira. Tem grande destaque na educação, por ter nomes consagrados na literatura, possui a Academia Dianopolina de Letras, ensino profissionalizante e ensino superior através da FADES (Faculdade para o Desenvolvimento do Sudeste Tocantinense, que oferece curso de Direito, Administração, Ciências Contábeis, entre outros).

Ruínas da velha casa da fazenda Prazeres onde após assassinarem o Cel. José Inácio buscam acabar os outros "Piauís" Luiz Padre e Sinhô Pereira. O combate começou pela manhã e terminou a noite. A residência pertencia a Antoninho cunhado de Luiz Padre e genro de Abílio Wolney.
Entrada da fazenda Malheiro, propriedade que José Inácio haveria de comprar por cinco contos de reis se recebesse o dinheiro que Aldo Borges lhe devia.

Sede da fazenda Santo Antônio. Nessa casa morava Benevenuto, o velho Bené, nesse local foram assassinados por Aldo Borges, Clarindo da Silva e Antão José dos Santos, cangaceiros de Luiz Padre.


Os principais pontos turísticos do município se constituem de rios com belas cachoeiras, cascatas, nascentes, piscinas naturais, algumas termais e velhas minas de ouro, todos de fácil acesso. Os rastejadores da história conheceram ainda as fazendas Santo Antônio e Prazeres palcos de grandes combates entre nordestinos e goianos. A casa de Liberato Póvoa onde foi assassinado o Coronel José Inácio de Sousa (Zé Inácio do Barro), o suposto local da sua sepultura, a capelinha onde guarda perpetuamente os nove chacinados no tronco.

Ao final, nos despedimos com lágrimas, de saudades, nos olhos e a certeza da conquista de dezenas de amigos, nessa acolhedora cidade de Dianópolis-TO.  Além da bagagem cheia de informações, fotos, e dados, que serão importantes ao nosso trabalho de pesquisa.

Sousa Neto
Pesquisador e Escritor
Conselheiro Cariri Cangaço


NOTA CARIRI CANGAÇO: Confirmadas as presenças dos estimados amigos Hagahús e Wilson Araujo como também de Abilio Wolney Neto e Antônio Souza no Cariri Cangaço 2013, e em 2014: Cariri Cangaço Dianópolis ! Quem viver verá !

Apagou o Candeeiro; morre Manoel Dantas de Loyola Por:Manoel Severo

Faleceu no inicio do dia de hoje, Manoel Dantas de Loyola, seu Né, ou o ex-cangaceiro Candeeiro, depois de estar internado desde a última segunda-feira na UTI do hospital Memorial Arcoverde.

Ainda em fevereiro de 2012, tivemos o privilégio de mais uma Caravana Cariri Cangaço; reunimos o "bando" e partimos para o meio da caatinga. Entre nossos destinos: Guanumbi, pequeno distrito de Buique. Saindo do centro da cidade percorremos 27 Km em estrada carroçável até chegar a casa de Manoel Dantas de Loyola, ou, Seu Né; ou melhor: Candeeiro. Seu Né, como todos acabam chamando o ex-cangaceiro que morava no número 19 da principal rua do lugarejo, bem em frente a pracinha. Dona Linda e dois dos quatros filhos estavam naquele dia ao lado do nonagenário no momento de nossa visita. 

Aquela visita a Candeeiro nos remeteu a uma emoção impressionante, não só pelo personagem ali representado, mas pela força que aquele homem de 98 anos ainda exalava. O sorriso franco e fácil, o olhar doce e curioso quando falava, não pareciam ser de um homem que esteve nos hostes cangaceiras, ou de um dos cangaceiros que conseguiu escapar do fatídico Angico. Candeeiro sem dúvidas cativava pelo enorme carisma que possuia...

Múcio Procópio e numero 19 da principal rua de Guanumbi

Durante nossa última visita, lampejos de lucidez e lembranças, mas nas poucas que pudemos perceber, “bebemos na fonte”, foram mais de duas horas de uma visita inesquecível. A entrada no cangaço, as andanças com Jararaca, o baiano, as histórias com Virgínio, o Capitão, Angico, o tiro que esfacelou seu braço, as entregas, o tempo que era soldado da borracha,  o retorno, enfim. Passo a passo Candeeiro ia juntando pequenos  fragmentos de lembranças de um tempo que parece não sair de sua cabeça... 

Candeeiro e Manoel Severo
Afrânio, Candeeiro, Manoel Severo e Valentim  Antunes

“Certa vez Corisco observando um dos cangaceiros da família dos Ingrácias, um moreno ainda jovem com os cabelos encaracolados, era manhazinha e os cabelos desse cangaceiro estava molhado do sereno da noite, daí nasceu o apelito de Zé Sereno para o marido da Sila”


 Candeeiro, memória viva dos tempos do cangaço
Aderbal Nogueira entre o casal: Candeeiro e dona Linda

Naquele dia, dona Linda, sua esposa, a tudo escutava e acompanhava, aqui e acolá um comentário, um reparo, uma outra lembrança. Naquela manhã as fotografias selariam o final de nossa visita e a certeza que havíamos compartilhado momentos de inegável valor histórico ao lado de personagens como Manoel Dantas de Loiola, ou seu Né, ou Candeeiro. 

A família Cariri Cangaço se une às orações e ao sentimento da família enlutada. Que Deus possa iluminar todos os caminhos.

Manoel Severo

Descanse em Paz Mestre Por:Juliana Ischiara

Dominguinhos e Juliana Ischiara

Descanse em paz mestre... hoje o nordeste se despede de você com dor no coração... e já com saudade do sorriso doce e cativante, da voz suave e forte. 
Seu amor pelo nordeste jamais será esquecido... 
Vai mestre, voa para o céu e de lá, continue torcendo pela nação nordestina e mandando inspirações musicais...

Juliana Ischiara e toda família Cariri Cangaço

Cariri Cangaço chega a Dianópolis ! Por:Manoel Severo

Sinhô Pereira e Luiz Padre

Era uma quarta-feira a noite quando meu telefone toca. Do outro da linha o confrade e Conselheiro Cariri Cangaço, Professor Pereira de Cajazeiras: "Severo que tal levarmos o Cariri Cangaço a Tocantins:Palmas e Dianópolis, com o apoio de alguns amigos  ?" Não precisaria dizer do tamanho de minha surpresa e da imediata confirmação: "Pereira, sensacional !!! Desafio assumido. Vamos trabalhar para o Cariri Cangaço Dianópolis 2014!".

"Severo que tal levarmos o Cariri Cangaço a Tocantins: Palmas e Dianópolis, com o apoio de alguns amigos  ?"

A notícia ainda nem havia "esfriado" quando recebo outro telefonema no dia seguinte. Desta vez do confrade Antonio Souza, pesquisador e escritor de Palmas no Tocantins. "Severo com o seu sinal verde já comecei a trabalhar o Cariri Cangaço no Tocantins em 2014". Na verdade, mais uma vez esta grande Construção Coletiva que é o nosso Cariri Cangaço une a alma nordestina espalhada pelo Brasil. O amigo Antonio Souza reuniu a colônia nordestina em Palmas em um grande churrasco e já temos o embrião do Cariri Cangaço Dianápolis 2014.

E aí o "tiro fatal"... O confrade e Conselheiro Cariri Cangaço, Sousa Neto ao lado do estimado Professor Pereira partem para o Tocantins e a partir de Palmas e Dianópolis marcam e confirmam o compromisso das presenças ilustres dos filhos de Luiz Padre, Dr. Hagahús e Dr. Wilson Araujo, já em nosso Cariri Cangaço 2013, além da presença do neto de Abílio Wolney, Dr. Abílio Wolney Neto. 

Depois de maravilhosos dias de convívio salutar e relembranças, vitais para a pesquisa do grande escritor Sousa Neto, mas vital para consolidar a integração deste Brasil gigante, recebemos com muita alegria a confirmação de Sousa Neto:

"Severo todos aqui estão vibrando com o 
Cariri Cangaço em Dianópolis em 2014, 
será uma festa inesquecível."

Sentimento que pude com humildade e enorme alegria perceber, quando falei ao telefone com os confrades Hagahús e Wilson, filhos de Luiz Padre e também com o Dr. Abílio Wolney Neto, que além de confirmarem presença em nosso Cariri Cangaço 2013, asseguraram o apoio decisivo ao lado do companheiro Antônio Souza para inaugurarmos o Cariri Cangaço no Centro-Oeste em 2014.

 
 
Em Dianópolis com Hagahús, D. Josa, Wilson, Vilar, Iara, Prof. Pereira e toda a familia de LUIZ PADRE. Uma festa!!!
Em casa de Hagahús com Wilson Póvoa, Prof. Pereira, Antonio Sousa, Celeste e Dona Josa.

Um pouco mais de Hagahús: "Com 25 anos de idade, no então sertão de Goiás, Hagahús Araújo funda aquela que foi - e continua sendo - uma das melhores obras sociais do país, o Instituto de Menores, em Dianópolis, terra natal da sua mãe, Amélia Póvoa.Era o ano de 1953. A pobreza e a miséria do antigo nordeste goiano tocaram na alma do jovem que já se via em condições de ajudar aquela região a melhorar quadro tão desolador, através da educação. Nascido em Patos de Minas (MG) em 31 de agosto de 1928, Hagahús já havia se destacado no trabalho junto a menores. Apenas com formação ginasial no Colégio/Internato dos Padres Sacramentinos de Nossa Senhora, em Patos, tornara-se um autodidata e leitor voraz e compulsivo, dono de vastos conhecimentos para sua pouca idade. Discutia qualquer assunto com bons argumentos, serenidade e confiança, conquistando o interlocutor e a comunidade em que vivia com a solidariedade e humildade na assistência aos necessitados, e com  fidalguia, destemor e o dom da liderança que já moldavam a sua personalidade, características que lhe foram sempre marcantes." 

Capelinha dos nove, em Dianápolis

Por Nertan Macedo um pouco da Chacina dos Nove: "...Meu filho, estamos cercados. Abílio escuta, do quarto onde se encontrava, na casa grande do Buracão. Levanta-se às pressas, toma de uma Winchester, calibre 22, apontando-a por uma porta entreaberta. A carabina na mão, o coronel Abílio ouve os gritos do pai num canavial próximo. -Me socorra, meu filho! O coronel Joaquim, com suas barbas brancas e longas, está sendo assassinado a tiros, facadas e coronhadas pela soldadesca do tenente Brito. ...A voz do velho cala, de repente. E Abílio, de carabina na mão, a porta entreaberta, sente que está consumada a traição do juiz.........."
Ver matéria completa sobre a Chacina dos Nove e Abílio Volney clicando no link abaixo:

Casa do Cel. Abílio Wolney - Dianópolis - TO
Sede da Fazenda Prazeres, aqui houve grande combate logo após o assassinato do Major Zé Inácio

Um pouco de quem foi Abílio Volney: "Com 18 anos de idade, em 1894, foi eleito Deputado Estadual, surpreendendo o Norte de Goiás. Em 1896, tornou-se Agente dos Correios e Telégrafos, Secretário do Conselho Municipal e Juiz Adjunto de São José do Duro.  Em 1900, ao passar Abílio Wolney por Santana das Antas, em Goiás, como candidato a Deputado Federal, sugeriu a Moisés Santana e a outros Antenses, bem como à Câmara dos Deputados, em Goiás Velho, que mudasse o nome da cidade para Anápolis.Contando com 21 anos de idade, em 1897, casou-se com sua prima Josefa Ayres Wolney, tornando-se pai de Alzira, Mireta, Custodiana, Palmira e Jaime. " Ver matéria completa,clik no link abaixo:

No Cariri Cangaço 2013, teremos os filhos de Luiz Padre: Hagahús e Wilson Araujo, além do neto de Abílio Wolney, Dr. Abílio Wolney Neto, na grande festa do Cariri Cangaço em Barro; mas em 2014... O Cariri Cangaço mais uma vez rompe as barreiras do estado do Ceará e agora do nordeste e chega de maneira magistral ao Centro-Oeste, em 2014: 
Cariri Cangaço Dianópolis !!!

Manoel Severo
Sousa Neto
Professor Pereira
Antônio Souza