Poço Redondo

O Sertão em Festa:Noite de Abertura do Cariri Cangaço Poço Redondo 2018


A noite do último dia 14 de junho, quinta-feira, testemunhou a abertura da 21ª edição do Cariri Cangaço. Desta vez o município de Poço Redondo no sertão de Sergipe reuniu em sua Praça de Eventos; no centro da cidade; o maior público já visto em todas as realizações do Cariri Cangaço. Mais de mil pessoas participaram da grande abertura do evento que homenageou o Patrono do Cariri Cangaço, escritor Alcino Alves Costa, numa festa realmente contagiante onde mais uma vez a integração da nação nordestina foi a tônica principal.

Tendo como principal anfitrião o prefeito municipal Júnior Chagas, o município de Poço Redondo reuniu em seu principal espaço de eventos, as principais instituições culturais, estudantis e principalmente as famílias do lugar, realizando uma noite de abertura nunca antes vista para receber pesquisadores e historiadores de todo o Brasil que reverenciavam a capital do cangaço.

Manoel Severo e o prefeito de Poço Redondo, Júnior Chagas

A Arena Cariri Cangaço, montada na Praça de Eventos, contou com palco principal, um camarote lateral para autoridades e convidados e tendas para feira de livros, artesanato e comidas típicas. A noite de abertura teve como atrações iniciais a apresentação de inúmeros grupos folclóricos e quadrilhas juninas, numa demonstração do talento e dedicação dos filhos de Poço Redondo à cultura de raiz.

 
Um público recorde de mais de mil pessoas estiveram na Arena Cariri Cangaço em Poço Redondo na noite de abertura do evento...

A mesa solene contou com a presença do prefeito municipal Junior Chagas, do vice-prefeito Manoel da Farmácia, do deputado federal Pastor Jony Marcos, do curador do Cariri Cangaço, Manoel Severo Barbosa, do prefeito de Propriá, Iokanaan Santana, do presidente do Memorial Alcino Alves Costa, Rangel Alves da Costa, do presidente da Comissão Local, Manoel Belarmino, da representante do Conselho Consultivo Elane Marques e do advogado Marcial Costa. No Camarote das autoridades as presenças marcantes de representantes de vários municípios da região; prefeitos ,vereadores e secretários de cultura e educação; como Porto da Folha, Nossa Senhora das Dores, Canindé do São Francisco, Nossa Senhora da Glória, Propriá, Itabaianinha e Carira dentre outros.

 Vice prefeito Manoel, prefeito Junior Chagas e Manoel Severo
 Mesa Solene de Abertura
 Orlando Carvalho, Manoel Belarmino, Rangel Costa, Manoel da Farmácia, 
Junior Chagas e Manoel Severo
Elane Marques, prefeito de Propriá Iokanann Santana, 
Deputado Federal Pastor Jony e Dr Marcial Costa
 Meninos e meninas de Poço Redondo e o Hino Nacional Brasileiro

O primeiro momento solene da noite contou com a Apresentação do empreendimento Cariri Cangaço feita pelo poeta e escritor, ex-secretário de cultura de Propriá; também em Sergipe; Rossi Magne, que apresentou o conceito e a natureza do evento como também seus principais números, “o Cariri Cangaço chega a Sergipe em sua 21ª edição, são nove anos de realização, presente em cinco estados com  104 conferências, 61 Mesas de Debates, 87 Visitas Técnicas e 66 Lançamento de Livros, totalizando uma presença de mais de 47 mil pessoas em todas as suas edições ” Ao final Rossi Magne ressaltou a grande satisfação de Sergipe realizar a maior noite de abertura do Cariri Cangaço de todos os tempos.

Seguindo o cerimonial; capitaneado por Marlinda Freitas e Edmílson Domingos; fez uso da palavra o prefeito Junior Chagas que ressaltou e festejou a iniciativa da realização do Cariri Cangaço oficialmente pela primeira vez em Sergipe e em Poço Redondo quando o trabalho entre a Comissão Organizadora Local,  a equipe da gestão municipal e acima de tudo das família de Poço Redondo refletiam na noite de abertura com uma praça completamente lotada.

Poeta e escritor Rossi Mágne, ex-secretário de cultura de Propriá: 
Apresentação do Cariri Cangaço

Logo em seguida a solenidade marcou a sanção por parte do prefeito Junior Chagas da Lei, aprovada pela Câmara Municipal, denominando de “Estrada Histórica Antônio Conselheiro” a antiga e tradicional estrada do Curralinho, ligando a sede do município ao distrito de Curralinho. “Sem dúvidas a aprovação dessa Lei denominando Estrada Histórica Antonio Conselheiro à nossa querida estrada do Curralinho marca um compromisso e o resgate com a história” revela Manoel Belarmino, presidente da Comissão Local.

 Prefeito Junior Chagas; palavras de agradecimento e Sanção da Lei que denomina a "Estrada Histórica Antônio Conselheiro"
Estrada de Curralinho, agora: Estrada Histórica Antônio Conselheiro

Em seguida o curador do Cariri Cangaço Manoel Severo Barbosa fez uso da palavra e falou da emoção da chegada oficial do Cariri Cangaço ao “chão sagrado de Alcino Alves Costa”. Severo ainda ressaltou a grande força e tradição do município através de sua memória, configurando-se diante do conjunto significativo de sua história como a capital do cangaço. 

 Manoel Severo, curador do Cariri Cangaço, sauda o grande público presente à Arena Cariri Cangaço Poço Redondo 2018
A emoção de pisar o solo sagrado de Alcino...

“Estamos hoje aqui com mais de 100 pesquisadores de todo o Brasil, e gostaríamos de dizer a todas as famílias daqui de Poço Redondo, de nossa grande honra em realizarmos este Cariri Cangaço, tenham orgulho de sua terra, pois alguns destes pesquisadores percorreram mais de mil quilômetros para pisar este chão sagrado de Alcino Alves Costa, é com muita alegria que chegamos de forma oficial ao estado de Sergipe”.  

Manoel Severo ainda ressaltou o extraordinário trabalho da Comissão Organizadora Local e o apoio vital do prefeito Junior Chagas e toda sua equipe de colaboradores. “Testemunhar na noite de hoje esta praça totalmente lotada com mais de mil pessoas é o resultado do trabalho e do compromisso de Junior Chagas, toda sua equipe, dos valorosos companheiros da extraordinária Comissão Organizadora Local e do Memorial Alcino Alves Costa de nosso Conselheiro Rangel, uma festa sensacional!” concluiu.

 Conselheiros, Celsinho Rodrigues e Antônio Vilela entregam Diploma 
ao prefeito Junior Chagas
Manoel Belarmino recebe o Diploma de Antonio Vilela
 Cristina Oliveira recebe de Celsinho Rodrigues o Diploma de sua mãe, Maria Oliveira
Fernandes Reis recebe das mãos de Antonio Vilela

Na oportunidade os Conselheiros Cariri Cangaço, Celsinho Rodrigues de Piranhas e Antônio Vilela de Garanhuns passaram às mãos dos homenageados da noite o Diploma de “Amigo do Cariri Cangaço”, receberam a honraria o prefeito municipal Junior Chagas, o presidente da Comissão Local, Manoel Belarmino e representando todos os membros da Comissão, Maria Oliveira e Fernandes Reis.

Em seguida receberam seus Diplomas de Honra ao Mérito das mãos do Conselheiro Cariri Cangaço Ivanildo Silveira e do Secretário de Cultura de Exu, Rodrigo Honorato, as personalidades ligadas às manifestações culturais e tradições de Poço Redondo; dona Zéfa da Guia, dona Guiomar Vito, familiares de seu Manoel Dionizio da Cruz e ainda representando todos os escritores de Poço Redondo, Raimundo Eliete Cavalcante.

 Dona Zefa da Guia; tradicional parteira e rezadeira do sertão sergipano, de Poço Redondo ; recebeu seu Diploma das mãos do Conselheiro Ivanildo Silveira. 
 Ivanildo Silveira também entregou o Diploma à senhora Luciana Fernandes Cruz, filha do homenageado, seu Manoel Dionízio; promovente de manifestações culturais em Poço Redondo, organizador de Cavalhadas e um dos idealizadores da Praça Lampião, 
na sede municipal.
 O Secretário de Cultura de Exu, Rodrigo Honorato entregou o Diploma a Liberato Vito; filho e representante da senhora Guiomar Vito,matriarca da Família Vito, representante maior do Samba de Coco na região. 
Rodrigo Honorato também entregou o Diploma a Bruno Marques; representando o escritor Raimundo Eliete Cavalcante

O Presidente do Memorial Alcino Alves Costa; pesquisador e escritor Rangel Alves da Costa, filho de Alcino; revelou a grande emoção e felicidade pela realização do Cariri Cangaço Poço Redondo, “um sonho antigo de Alcino”, falou da grandeza de Poço Redondo, sua história, a força de seu povo e memória e registrou os agradecimentos pela presença marcante das famílias da cidade que lotavam a praça de eventos como também dos pesquisadores de todo o Brasil, “amigos queridos de Alcino”, ressaltou ainda o trabalho da Comissão Organizadora convidando a todos para que pudessem vir ao palco para receber as homenagens dos presentes na maior noite de abertura dentre todas as edições do Cariri Cangaço.

 Presidente do Memorial Alcino Alves Costa, Conselheiro Cariri Cangaço, 
Rangel Alves da Costa
 Rangel homenageia Comissão Organizadora do evento
Djalma Feitosa, Rose Souza, Manoel Belarmino, Rangel Alves da Costa, Rai, 
Fernandes Reis e Damião Souza

No último momento solene da noite o curador do Cariri Cangaço homenageou os Conselheiros sergipanos, escritores Archimedes e Elane Marques como também convidou ao Prefeito de Propriá, Iokanaan Santana para passar às mãos do Prefeito de Poço Redondo, Junior Chagas o Diploma de Sede Oficial do Cariri Cangaço e por último o presidente do Memorial Alcino Alves Costa, Rangel Alves da Costa recebeu o Diploma das mãos de Rossi Mágne, em nome do Memorial como “Equipamento Imprescindível para a perpetuação da Memória e Cultura do Sertão”.

 Cariri Cangaço Defere o Diploma de "Cidade Sede do Cariri Cangaço" a Poço Redondo
 Prefeito de Poço Redondo Junior Chagas recebe Diploma das mãos do Prefeito de Propriá, Iokanann Santana
Manoel Severo, Rangel Alves da Costa e Rossi Mágne; Memorial Alcino Alves Costa:“Equipamento Imprescindível para a Perpetuação da Memória e Cultura do Sertão”

A noite ainda contou com o lançamento do livro que marcaria a realização do Cariri Cangaço Poço Redondo, de autoria dos pesquisadores Rangel Alves da Costa e Manoel Belarmino, "Roteiro Histórico e Anotações do Cariri Cangaço Poço Redondo". O que era para ser um folheto como estes de cordel ou uma cartilha, teve que virar livro devido a riqueza do conteúdo. O livro trata dos lugares históricos de Curralinho em Poço Redondo, a Rua Velha na Serra Negra onde acontecerão as palestras e visitas técnicas neste Cariri Cangaço Poço Redondo 2018.

 Rangel Alves da Costa e Manoel Belarmino na noite de lançamento e autógrafos do livro que marcaria a realização do Cariri Cangaço Poço Redondo

Com os shows de Cecília do Acordeon, dos Vito e ainda do grupo de teatro e xaxado "Na Pisada de Lampião" de Beto Patriota foi encerrada com muita festa a noite de abertura do 
Cariri Cangaço Poço Redondo 2018  ..... 

 Cecília do Acordeon na abertura do Cariri Cangaço Poço Redondo 2018
 
Os Vitos, uma das mais tradicionais manifestações culturais de Poço Redondo
Rossi Magne, Ivanildo Silveira, Ingrid Rebouças, Manoel Severo e Beto Patriota
 O grupo na Pisada de Lampião de Beto Patriota encerrou com brilho a primeira noite de Cariri Cangaço em Poço Redondo

FOTOS: Ingrid Rebouças e Louro Teles
Cariri Cangaço Poço Redondo
Praça de Eventos, Poço Redondo-SE
14 de junho de 2018

Resgate Histórico em Poço Redondo: Estrada Antônio Conselheiro e os Filhos do Cangaço



Sexta-feira; dia 15 de junho de 2018; Poço Redondo e todo o sertão nordestino se preparava para testemunhar dentro da Programação Oficial do Cariri Cangaço um conjunto significativo de inaugurações. A tradicional Estrada do Curralinho; ligando a sede do município ao espetacular e acolhedor distrito de Curralinho; foi cenário do resgate importante de Poço Redondo diante de sua memoria e historia.

O primeiro momento do segundo dia de Cariri Cangaço Poço Redondo 2018 foi a inauguração do Marco Oficial da denominação da estada de Curralinho como "Estrada Histórica Antônio Conselheiro", numa demonstração de reverência histórica e justa à forte presença de Antônio Conselheiro na região. A partir da iniciativa da Comissão Organizadora Local e a pronta sensibilidade da gestão pública, além desse marco seriam inaugurados mais 8 marcos semelhantes, resgatando personagens e momentos históricos ligados ao cangaço e aos filhos de Poço Redondo. Capitaneando todos os momentos estavam, o prefeito municipal e grande responsável pelo conjunto de inaugurações; Junior Chagas , o curador do Cariri Cangaço, Manoel Severo, os presidentes da Comissão, Manoel Belarmino além de Rangel Alves da Costa, presidente do Memorial Alcino Alves Costa e grande comitiva de pesquisadores de todo o Brasil.

Renato Bandeira, Antônio Vilela, Junior Chagas,Camilo Lemos, Ivanildo Silveira, Manoel Belarmino, Manoel Severo, Rangel Alves da Costa e Louro Teles
 Prefeito Junior Chagas e Manoel Severo na inauguração da Placa da 
Estrada Histórica Antônio Conselheiro
 Junior Chagas, Rangel Alves da Costa e Manoel Belarmino no descerramento da Placa

"Aí, neste percurso de Curralinho, os caminhos missionários e de fé do Conselheiro, lá pelos idos de 1874, e a sua preocupação em fazer reparos nos alicerces religiosos que encontrasse, assim como o fez ao encontrar as frágeis fundações daquela igrejinha numa parte mais elevada da povoação ribeirinha. Do alto se avista os portais que se abrem para o Rio São Francisco que mansamente passa pelas suas ribeiras, primeiro porto e primeiro caminho para as entranhas dos sertões." Registro do livro Roteiro Histórico e Anotações para o 
Cariri Cangaço Poço Redondo, de autoria de 
Manoel Belarmino e Rangel Alves da Costa.


A segunda inauguração do dia foi em memória a um dos filhos de Poço Redondo que marcou fileira nas hostes cangaceiras de Virgulino Ferreira. O cangaceiro Canário era Bernardino; nome de batismo; e apelidado de "Rocha de Cante" na sua infância e juventude era filho de Cante e Maria das Virgens, nascido no Poço de Cima, um poço-redondense que virou adubo na sua terra. Era casado com a também filha de Poço Redondo, Adília, e inicialmente homem do grupo de Zé Sereno, esposo de outra filha filha de Poço Redondo, Sila.


Cangaceiro Canário

"Neste trajeto, ladeando a estrada, logo o marco da morte do cangaceiro Canário, em 1938, pouco tempo após o fim do cangaço na chacina de Angico. Na Fazenda Cururipe, supostamente traído pelo também cangaceiro Penedinho (primo de sua companheira Adília), tombou aquele que se notabilizou como um dos mais valentes e mais perversos do mundo cangaço. Por ali também um misto de lenda e história acerca de moedas de ouro e outras riquezas escondidas por Canário e que atraíram muita cobiça." Registro do livro Roteiro Histórico e Anotações para o Cariri Cangaço Poço Redondo, de autoria de Manoel Belarmino e Rangel Alves da Costa. 


Ivanildo Silveira, Junior Chagas, Manoel Severo, Archimedes e Elane Marques
 
 
 
Manoel Severo e Junior Chagas na inauguração do Marco de Canário
 
Ivanildo Silveira, Junior Chagas, Manoel Belarmino, Elane Marques, Rangel Alves da Costa, Renato Bandeira e Manoel Severo


"Penedinho entrou no cangaço a pedido de seu patrão, o poderoso Antônio Caixeiro de Canhoba e da Borba da Mata com a finalidade de matar Canário, pois este havia extorquido dinheiro daquele coronel de Canhoba. Penedinho era um infiltrado no cangaço. E foi o que aconteceu. Canário foi covarde e traiçoeiramente assassinado na sombra de uma quixabeira com um tiro só disparado por Penedinho. Não deu tempo de Canário se entregar à justiça como já havia planejado, pois o fim do cangaço praticamente aconteceu em Angico naquela madrugada fúnebre e gelada de 28 de julho de 1938.Assim aconteceu. Depois do tiro, o silêncio fúnebre. Canário está ali estendido no chão. Apenas o seu cachorro está ali para protegê-lo. O silêncio é, de instante em instante, quebrado pelo uivar do cachorro. O único amigo fiel do finado Canário. Um silêncio e um uivar. Um uivar para impedir que os urubus se aproximassem do cadáver do seu dono. E não demorou, a volante da Serra Negra chega ao local em busca de ouro e joias do cangaceiro. E o cachorro, fiel ao seu dono, rosna para tentar impedir que as volantes se aproximem. Um soldado aponta uma arma e, com um tiro só, mata o cachorrinho ali mesmo próximo ao cadáver de seu dono. Um cangaceiro traidor matou Canário e um volante matou o seu cachorro."Registro do livro Roteiro Histórico e Anotações para o Cariri Cangaço Poço Redondo, de autoria de Manoel Belarmino 
e Rangel Alves da Costa. 

Penedinho, matador de Canário

O sol já estava alto quando a caravana Cariri Cangaço aportava na lendária Lagoa as Areias; também nas redondezas da estrada de Curralinho, recém denominada Estrada Histórica Antônio Conselheiro; cenário de um dos mais enigmáticos episódios da história de Poço Redondo, o assassinato do ex-cangaceiro e politico poço-redondense, Zé de Julião, o cangaceiro Cajazeiras, assassinado atá hoje envolto em polêmica e mistério.


Zé de Julião

"...Já na região denominada Lagoa das Areias, na Fazenda Bastiana, uma visita ao local onde foi encontrado o corpo sem vida de Zé de Julião, o ex-cangaceiro Cajazeira, já nos idos de 1961, e cuja saga, num emaranhado de lutas e perseguições, tornaram-no reconhecido como um dos maiores vultos da história poço-redondense e sertaneja.  Com efeito, a vida de Zé de Julião é um valioso livro de tenacidade sertaneja. Rapaz de boa vida, depois cangaceiro (levando consigo sua esposa Enedina), ao fim do cangaço foi duramente perseguido, principalmente pelo sanguinário sargento Deluz, porém resguardado pela força do Coronel João Maria de Carvalho, da Serra Negra, transformando-se depois em empreiteiro no Rio de Janeiro."Registro do livro Roteiro Histórico e Anotações para o Cariri Cangaço Poço Redondo, de autoria de Manoel Belarmino e Rangel Alves da Costa. 

Antônio Vilela, Cristiano Ferraz, Manoel Severo, Robério Santos, Junior Chagas, Manoel Belarmino, Renato Bandeira, Rangel Alves da Costa, 
Luiz Ruben e Archimedes Marques  
 Rangel Alves da Costa, Manoel Severo, Maria Oliveira e Junior Chagas
 
 
 
Caravana Cariri Cangaço Poço Redondo na Lagoa das Areias, na Fazenda Bastiana. 
Louro Teles e Rangel Alves da Costa

"Zé de Julião retornou ao sertão para levar adiante seus anseios políticos, tornando-se candidato a prefeito após a emancipação política de Poço Redondo em 1953. Novas perseguições, novas tentativas de desestabilizar o nome de um ex-cangaceiro. Afirmava-se ser impossível um bandido querer tomar a frente dos destinos do recém criado município. Mas o filho de Julião do Nascimento e Dona Constância estava no coração do povo. Contudo, o poder não deixou que sua vitória fosse confirmada nas urnas. Foram duas disputas. Na primeira, as tramas eleitoreiras trabalharam para que o pleito fosse empatado em número de votos e assim o mais velho sair vitorioso. Tal derrota forjada não o esmoreceu, pois candidatou-se na eleição seguinte. Nesta, as artimanhas do poder agiram ainda com mais força. Os títulos de seus eleitores simplesmente não foram entregues. Fraudes e ilicitudes eram praticadas abertamente pelos adversários e sob os auspícios da própria justiça eleitoral. Sabedor que seria novamente derrotado não pelo voto, mas pelo ardil governista, então decidiu roubar as urnas no dia da eleição, e assim o fez, sendo acompanhado na empreitada por um séquito de vaqueiros, mais de cem, todos montados em seus potentes cavalos. Daí em diante começaria um novo martírio em sua vida. Foi preso e, quando solto, acabou sendo encontrado morto - de forma misteriosa - nas terras de seu Poço Redondo, em fevereiro de 1961 E fato que ainda hoje permanece como um enigma sertanejo."Registro do livro Roteiro Histórico e Anotações para o Cariri Cangaço Poço Redondo, de autoria de Manoel Belarmino e Rangel Alves da Costa. 

 
 Grande cobertura do Cariri Cangaço Poço Redondo
 Vilela, Cristiano Ferraz, Robério Santos, Junior Chagas e Luiz Ruben 
descerram a placa de Zé de Julião
 

"Seguindo estrada adiante, debaixo de um velho Bonome, uma inacreditável visão perante um misto de atrocidade e fé do sertanejo, pois ali situada as Cruzes dos Soldados (local da chacina que vitimou os soldados Tonho Vicente e Sisi, pelo grupo comandado por Corisco, com o envolvimento de outros cangaceiros da estirpe de Dadá, Mané Moreno, Mariano, Pancada e Criança), e ao redor das cruzes os ex-votos das promessas feitas em nome daqueles inocentemente vitimados pela emboscada cangaceira. Presencia-se, assim, um marco ao mesmo tempo histórico e de devoção e fé do povo sertanejo."Registro livro Roteiro Histórico e Anotações para o Cariri Cangaço Poço Redondo, de autoria de Manoel Belarmino e Rangel Alves da Costa. 

 
 Ivanildo Silveira, Leonardo Gominho, Rangel Alves da Costa, Junior Chagas, 
Camilo Lemos, Maria Oliveira e Carlos Alberto no Marco Histórico das 
Cruzes dos Soldados, Tonho Vicente e Sisi
 Prefeito Junior Chagas e a "Cruz dos Soldados"
 Manoel Severo e Antônio Vilela


A morte do cangaceiro Pau-Ferro gerou uma vingança cangaceira tamanha que até hoje as cruzes da estrada de Curralinho testemunham aquele troco de sangue, tendo por vítima os solados Tonho Vicente e Sisi. Tudo começou na Fazenda Quiribas, em Poço Redondo. Um grupo de cangaceiros, dentre os quais Corisco, Mariano e Zé Sereno, repousa tranquilamente nos arredores de um riacho quando é avistado pelo soldado Miguel Feitosa, ali apenas de passagem. Retornando imediatamente, o militar avisa ao comando sobre o ocorrido.Um pequeno agrupamento militar é formado e segue em direção ao coito. Ao chegar ao local, logo percebe que o pequeno número de soldados sequer pode assustar aquele grande numero de cangaceiros. Então decide recuar. Recuou, mas já distante - e fora do alcance da cangaceirama - dois soldados resolvem atirar na direção dos cangaceiros. Um tiro acaba acertando e matando o cangaceiro Pau-Ferro.Foi a motivação para que a fogueira se tornasse em odiosa labareda. A cangaceirama correu no encalço da soldadesca, porém sem alcançar. Mas a vingança estava jurada, não demoraria muito para que os homens da caatinga farejassem os culpados pela morte do companheiro e dessem o troco merecido.Mas a vingança foi feita em dois que sequer haviam participado daquele episódio. Os soldados Tonho Vicente e Sisi destacavam na povoação de Curralinho, naqueles idos de 1937 um lugarejo ribeirinho próspero e porto principal da chegada e partida de todo tipo de mercadoria daqueles sertões de Poço Redondo, então distrito de Porto da Folha, quando de lá partiram na companhia de outro soldado, Miguel Feitosa, aquele mesmo que havia informado sobre a presença do bando."Registro do livro Roteiro Histórico e Anotações para o Cariri Cangaço Poço Redondo, de autoria de Manoel Belarmino e Rangel Alves da Costa. 

 Caravana Cariri Cangaço na "Cruz dos Soldados"...
 

"Chegando de canoa de Propriá, Miguel Feitosa certamente desembarcaria no porto de Curralinho e logo tomaria a estrada normal, sempre utilizada por todos, para chegar a Poço Redondo. Contudo, imediatamente foi avisado que daquela feita não fosse de jeito nenhum pela conhecida estrada, pois a cangaceirama estava por todo lugar. E foi por isso que buscou a companhia protetora dos soldados Tonho Vicente e Sisi. Tomaram outros caminhos, recortaram veredas, e tudo para evitar aproximação com o bando cangaceiro. Chegaram, enfim, a Poço Redondo. Chegado na paz da proteção dos amigos soldados, Miguel Feitosa, contudo, cometeu a maior das injustiças para com os dois, pois em nenhum momento comentou sobre o motivo de não utilizar a conhecida estrada de Curralinho nem que os dois evitassem de por ela retornar.Segundo relata Alcino Alves Costa (Lampião Além da Versão - Mentiras e Mistérios de Angico, pág. 293 da 3ª edição), no capítulo intitulado “Vingança dos Cangaceiros - Mortes de Tonho Vicente e Sisi”:“Em local ermo e deserto a cabroeira faz as trincheiras. Não tem certeza se os ‘macacos’ irão aparecer e nem tampouco quantos poderão estar vindo com os feirantes. Pelo sim e pelo não estão prevenidos, preparados para vingar a morte de Pau-Ferro. Na beira da estrada se encontram cinco perigosos e famosos chefes de bando, cangaceiros de uma fama ilimitada. Ali estão: Corisco, Mariano, Mané Moreno, Pancada e Criança. A emboscada está feita. Se aparecer algum policial o mesmo será trucidado”.Registro do livro Roteiro Histórico e Anotações para o Cariri Cangaço Poço Redondo, de autoria de Manoel Belarmino 
e Rangel Alves da Costa.   

Corisco comandou a morte de Tonho Vicente e Sisi

Dando prosseguimento à epopeia de significativas inaugurações a caravana Cariri Cangaço chega aos arredores da fazenda Camarões onde foi covardemente assassinato pelos cangaceiros do grupo de Mané Moreno o vaqueiro Antônio Canela, vítima de uma urdida trama que o levaria a morte nos idos de 1937.


Camilo Lemos e o Marco do vaqueiro Antonio Canela
Manoel Severo, Manoel Belarmino, Fernandes Reis, Edson Araujo, Edvaldo Feitosa, Junior Chagas, Tassio Sereno, Padre Agostinho e Rangel Alves da Costa
 Manoel Belarmino e a história da morte do vaqueiro Antônio Canela

"Um pouco mais acima, nos arredores da Fazenda Camarões, o marco sinalizando a morte de Antônio Canela, um humilde vaqueiro sertanejo, porém acusado de haver tocaiado o bando de Lampião. E por isso mesmo trucidado pelo subgrupo cangaceiro comandado por Mané Moreno. Ora, Canela havia pegado em armas para enfrentar os cangaceiros. Não conseguiu seu intento (o bando sequer passou pela localidade), porém continuou alardeando seu ódio contra os homens do sol. Chegando aos ouvidos da cangaceirama tal situação, seu fim se daria assim que houvesse o primeiro encontro. O que ocorreu nos arredores da Fazenda Camarões, lá pelos idos de 1937."Registro livro Roteiro Histórico e Anotações para o Cariri Cangaço Poço Redondo, de autoria de Manoel Belarmino e Rangel Alves da Costa. 


 
 
Cariri Cangaço mais que um Evento, um Sentimento...


FOTOS: Ingrid Rebouças e Louro Teles
IMPORTANTE: Todos os texto "aspeados" são do espetacular livro Roteiro Histórico e Anotações para o Cariri Cangaço Poço Redondo, de autoria de Manoel Belarmino e Rangel Alves da Costa. 

Cariri Cangaço Poço Redondo
Estrada Histórica Antônio Conselheiro
15 de junho de 2018 Curralinho, Poço Redondo-Sergipe



Curralinho e a Mística de Antônio Conselheiro no Cariri Cangaço Poço Redondo 2018


O sol alto no firmamento indicava o meio do dia e a caravana Cariri Cangaço chegava a Curralinho, às margens do majestoso Velho Chico, num final de manhã inesquecível de segundo dia de Cariri Cangaço Poço Redondo 2018. Já da estrada histórica chegando ao vilarejo avista-se de longe a pequena, mas incrivelmente majestosa igrejinha de Nossa Senhora da Conceição, por ali passou Antônio Conselheiro, por ali legou sua força e sua fé, ali, num dos lugares mais bonitos do sertão o Cariri Cangaço reverenciou toda uma nação de sertanejos.

Curralinho..."Até os inícios do século XVIII, os sertões sergipanos constituíam-se apenas em vastidões desconhecidas, hostis e tomadas de sua vegetação nativa: a caatinga e as cactáceas alargando-se de canto a outro. Resquícios de tribos indígenas habitantes na região e marcas deixadas pela presença do homem pré-histórico.Não havia caminho aberto entre os carrascais, estradas entremeando as distâncias, tão somente as veredas abertas pelos deslocamentos daqueles habitantes originários. Significa dizer que os sertões eram um mundo só, fechado em mataria e habitado somente por pequenos grupos humanos sem a intenção de desbravar para povoamento maior. Tanto assim que as tribos existentes acabaram se deslocando para outras regiões ou simplesmente desaparecendo pelo esgotamento dos seus.O que se tem hoje como Alto Sertão Sergipano, desde os municípios de Nossa Senhora da Glória aos últimos limites de Canindé de São Francisco, nada mais era que um labirinto de vegetação ora esverdeada ora esturricada perante as chuvas e as estiagens. Mata fechada, perigosa demais ante o desconhecido, sem qualquer percurso aberto que permitisse o deslocamento seguro de canto a outro. O único caminho era o Rio São Francisco. E mesmo quando as primeiras estradas começaram a ser abertas desde a Boca da Mata (primeiro nome de Nossa Senhora da Glória) até onde desse o caminhar sertanejo, ainda assim o Velho Chico continuou como único meio de transporte e passagem.Por ser o São Francisco o rio que permitia a entrada e a saída dos sertões, somente através de seu leito aquelas distâncias desconhecidas começaram a ser desbravadas e habitadas. Geralmente fugindo das revoluções litorâneas ou mesmo em busca de novas terras para o assentamento de seus rebanhos e famílias, as pessoas colocavam seus pertences essenciais em cima de embarcações e seguiam até onde o rio os levasse, aportando nas margens que lhes pareciam mais apropriadas e erguendo casebres e construindo currais para que seus rebanhos não se perdessem sertões adentro. Três destes famosos currais que deram origem a povoações foram o Curral das Pedras (Gararu), o Curral do Buraco (Porto da Folha) e Curralinho (em Poço Redondo)." Registro de Rangel Alves da Costa no livro Roteiro Histórico

 
 

O Prefeito de Poço Redondo Junior Chagas ao lado do curador do Cariri Cangaço, Manoel Severo, e dos pesquisadores, Oleone Coelho Fontes, José Bezerra Lima Irmão, Manoel Belarmino, Louro Teles e Rossi Mágne descerraram a placa comemorativa à Igreja de Nossa Senhora da Conceição no sopé da ladeira mística da chegada a Curralinho, ali se resgatava a importância histórica da edificação santa e do lugar.


A Visita histórica ao Curralinho ainda guardava um dos momentos mais esperados da Programação do Cariri Cangaço Poço Redondo; no patamar da acolhedora igrejinha de Curralinho de Nossa Senhora da Conceição, no patamar pisado por Antônio Conselheiro, os pesquisadores Oleone Coelho Fontes, de Salvador; Carlos Alberto Silva de Natal e Wescley Rodrigues de Sousa, protagonizaram uma apresentação imperdível sobre a "Força e a Mística de Antônio Conselheiro" pelas veredas do sertão nordestino.

 
 
Manoel Severo, Wescley Rodrigues, Oleone Coelho Fontes e Carlos Alberto: 
A Força e a Mística de Antônio Conselheiro

E continua Rangel: "contudo, entre as margens e seus currais - até mesmo depois que foram tomando feição de povoamento - e os sertões mais além, após as serras e em meio à caatinga, não havia caminhos abertos que servissem de destino certo de lugar a outro. Aquelas pessoas que já haviam adentrado os sertões e buscado outros meios de subsistência em regiões mais afastadas das margens do rio, alcançaram seus destinos abrindo a mata com facões, facas, enxadecos e outros instrumentos cortantes. Deixaram apenas trilhas e veredas por onde passaram, sem dar a largueza suficiente para veredas seguras.Desse modo, o percurso da beira do rio de Curralinho até o Poço de Cima (primeira povoação de Poço Redondo), por exemplo, era feito apenas por veredas abertas no mato, sem estrada aberta nem caminho seguro. Um caminho aberto, mais definido e servindo como norteamento aos viajantes, surgiria apenas após a passagem de Antônio Conselheiro e seus seguidores, lá pelos idos de 1874. Daí que o que se tem hoje como Estrada de Curralinho, não obstante a existência de outras veredas abertas em meio ao mato, na verdade surgiu com a comitiva de fé e abnegação do Santo de Canudos."

 
Oleone Coelho Fontes, Manoel Severo e Robério Santos

"Em busca de sua Terra Prometida, o Conselheiro e seus fiéis chamaram a si o ofício de não apenas abrir estradas como de promover melhorias nas localidades de fé e religiosidade por onde passassem. Não gostava o Conselheiro de avistar cruzes despencadas pelo tempo ou destruídas ao acaso do abandono. Não gostava o pregador de encontrar igrejinhas caindo aos pedaços ou erguidas somente nos seus alicerces e bases. Não gostava o missionário de encontrar cemitérios tomados de mato, entristecidos demais pelos descasos e omissões dos homens para com os seus entes queridos. Acerca de tudo isso o Santo de Canudos se preocupou. Portanto, não era uma marchava apenas com um destino, mas uma caminhada construída também deixando para trás contribuições tão úteis e necessárias à religiosidade e à fé naqueles sertões.A importância da passagem do Antônio Conselheiro pelos sertões sergipanos ainda está bem viva em Poço Redondo. A estrada aberta e a igrejinha reconstruída dos escombros, diz muito bem dessa abnegação daqueles fiéis e proféticos dos tempos idos. A estrada é a mesma e com o mesmo percurso, a igrejinha e a mesma e com a mesma feição. Daí a sabedoria em alguns sertanejos ao homenagear o velho missionário ainda chamando aquela via de Estrada do Conselheiro, bem como sempre denominando a Igreja de Nossa Senhora da Conceição, no alto da entrada da povoação ribeirinha, de Igreja do Conselheiro"Registro de Rangel Alves da Costa no livro Roteiro Histórico

 
 
Oleone Coelho Fontes 
Carlos Alberto Silva
 
Wescley Rodrigues

Oleone Coelho Fontes: "Durante um quarto de século, Antônio Conselheiro palmilhou vasta área sertaneja pregando, aconselhando, convocando e mobilizando irmãos desassistidos, desarvorados, injustiçados. Irmana-se indiscriminadamente com marginalizados e oprimidos, numa sociedade pouco cristã e nada solidária. Dá nova identidade e consciência a sertanejos rejeitados, perseguidos e espoliados pelo Estado em conjura com a Igreja institucional. A igreja não aceita suas profecias, pregações, conselhos, doutrinação. Segundo ela, as prédicas do peregrino afetam sua ortodoxia, a pureza de seu credo. O Estado condena o projeto sociopolítico de Antônio Conselheiro, termina por declarar o extermínio do que considera um foco de agitação que subverte a ordem pública. Na década de 1880 cresce o prestígio de Antônio Conselheiro e agravam-se suas relações com alguns vultos da igreja interiorana. Dividem-se os sacerdotes no que dizia respeito ao procedimento do missionário andarilho."

E continua Oleone:"Alguns o aceitavam, permitiam seus sermões, mesmo no interior de templos sagrados, serviam-se de sua força de trabalho na construção ou reconstrução de igrejas e capelas, no levantamento de muros de cemitérios, no agenciamento de recursos destinados a paróquias, na sua grande maioria, em estado de penúria. A certa altura, o Conselheiro se torna mais poderoso do que os vigários. O povo prefere ouvi-lo. Sermões e advertências dos sacerdotes entram por um ouvido, saem pelo outro. Ameaças de excomunhão não são levadas a sério. Havia, porém, párocos decididos a enfrentar as investidas da horda conselheirista. Foi o caso de João Batista de Carvalho Daltro, vigário de Lagarto (Sergipe). À frente de uma centena de professos, em janeiro de 1886, o Conselheiro é expulso da cidade. O padre reunira paroquianos e resistira aos conselheiristas que insistiam em marchar sobre a cidade, rezar benditos, o ofício, pregar e aconselhar. De igual modo, comportam-se os sacerdotes de Patrocínio de Coité (hoje Paripiranga) e Simão Dias, respectivamente, na Bahia e Sergipe. 
Conselheiro por Liberati...

"O sacerdote Júlio Fiorrentini, italiano, coadjuvante do vigário de Inhambupe, era o mais exaltado. Sua correspondência enviada às autoridades eclesiásticas sobre o Conselheiro antevêem um homem de iracundo caráter. Para Fiorrentini o Conselheiro era “apóstolo de satanás, falso profeta, herege, furibundo, chefe de horrorosa quadrilha de ladrões e assassino”. Termina por excomungar o beato. O prestígio do Conselheiro se explica pela fraqueza e falta de zelo dos párocos. Se eles se empenhassem mais no múnus sacerdotal que lhes fora confiado, a pregação e a atuação do Conselheiro certamente seriam esvaziadas. Contrariamente, procede o cônego Agripino da Silva Borges, de Itapicuru, assim como o vigário colado de Inhambupe, Antônio Porfírio Ramos. Recebiam cordialmente Antônio dos Mares e seus satélites, desobedecendo resolução do Arcebispo Primaz, D. Luiz d’Amour. Queixas dos ministros de Deus são constantes e revelam a preocupação de seus autores face ao crescente enfraquecimento de sacerdotes que não transigiam com o Conselheiro, apontado como malcriado, agressivo, prepotente e desrespeitador do poder eclesiástico..."  Completa Oleone.

 
 
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A riqueza e a força da temática e seu principal personagem unidas ao talento dos conferencistas; Oleone Fontes, Carlos Alberto e Wescley Rodrigues; sem falar na beleza e singularidade da orla de Curralinho, suas cores contrastantes; dos vários tons de azul da pequena e enigmática capela junto com um céu maravilhoso e o azul escuro das águas do rio São Francisco tornou esse, um dos momentos mais marcantes e belos de todas as edições do Cariri Cangaço.
 
 
Ex-Secretário de Cultura de Propriá, poeta, pesquisador e escritor Rossi Mágne e o testemunho de quem esteve ha cerca de 30 a 40 anos atras em Curralinho em missão evangelizadora ao lado do padre Leon Gregori; "um missionário espetacularmente vocacionado, um homem de Deus, voltar aqui neste Cariri Cangaço, depois de tanto tempo enche meu coração de saudade e imensa gratidão."


Conselheiro por Mario Cravo Júnior

Nos surpreendemos a cada edição do Cariri Cangaço. A presença em Poço Redondo, além de nos permitir celebrar um município cheio de história e profundos laços com nossa temática principal que é o cangaço, pois aqui; para falar apenas em dois espetaculares cenários: A Grota do Angico e a fazenda Maranduba, emprestou mais de 30 de seus filhos para as hostes cangaceiras sob o comando de Virgulino Ferreira da Silva, Lampião; nos fez reencontrar com memória e o legado de um dos maiores entusiastas de nosso empreendimento, um dos maiores pesquisadores e escritores do cangaço, patrono de nosso Conselho Consultivo, Alcino Alves Costa; o Caipira de Poço Redondo, Viva !




Cariri Cangaço Poço Redondo
Igreja de Nossa Senhora da Conceição
Antônio Conselheiro, Curralinho - Poço Redondo
15 de junho de 2018

Maranduba chega ao Cariri Cangaço Poço Redondo 2018



"Nunca vi tanta bala como em Maranduba..." confessa um resignado Manoel Neto, o "Mané Fumaça", Nazareno dos mais ferrenhos combatentes ao bando de Lampião sobre o fenomenal "fogo da Maranduba". Eram perto das 16 horas quando a Programação do Cariri Cangaço Poço Redondo 2018 nos trouxe a mais um espetacular cenário histórico dos tempos de cangaço. Em Maranduba um desfecho extremamente surpreendente novamente trazia à baila a suposta supremacia estratégica de Virgulino. 

Chegando a vila da fazenda Maranduba fomos recepcionados pela comunidade local e diante da igrejinha de Santa Luzia e sob um céu de azul anil tivemos o privilégio de acompanhar a apresentação do Grupo Cultural e de Teatro Raízes Nordestinas tendo a frente Rafaela Alves, mostrando o amor às tradições e raízes do sertão, numa performance cheia de significado e responsabilidade social. 

Grupo de Teatro Raízes Nordestina, da Maranduba
 
 
Rafaela Alves, Manoel Belarmino e Manoel Severo

Maranduba continua celebre entre os tres lendários combates no ciclo lampiônico, ao lado de Serra Grande e Serrote Preto. As circunstancias tanto anteriores, como o próprio fogo e suas consequências nos colocam mais uma vez diante de um dos mitos do cangaço: A genialidade de Virgulino Ferreira da Silva no combate nas selvas da caatinga. O "fogo da Maranduba" ; Maranduba normalmente nomenclaturada no feminino, é chamada pelos moradores do lugar de forma masculina, ali aconteceu o "fogo do Maranduba"...

A conferência sobre o Fogo da Maranduba ficou a cargo do colecionador e pesquisador do cangaço, Ivanildo Silveira, de Natal. O épico combate aconteceu quando Maranduba e Poço Redondo ainda eram município de Porto da Folha, emancipação dada em 1953. O mês era janeiro e o ano 1932;  dias antes havia acontecido o terrível episodio das “ferrações” por Zé Baiano na vizinha Canindé. O fato acirrou a sanha dos soldados sob o comando das duas volantes; a pernambucano de Mané Neto e a baiana de Liberato de Carvalho; o Tenente Manoel Neto, bravo Nazareno, viu tombarem sem vida muitos de seus valorosos homens nesse fogo da Maranduba e afirmou que nunca tinha visto tanta bala como viu ali, outra coisa que se comentava foi que no local em que aconteceu o fogo de Maranduba, durante vários anos, das árvores e dos matos rasteiros não ficaram folhas, tudo era preto, como se tivesse passado um grande fogo. As árvores ficaram completamente descascadas de cima abaixo, de balas.
Ivanildo Silveira e o Fogo da Maranduba...
Tenente Manoel Neto, líder em Maranduba
 
 
Caravana Cariri Cangaço e a conferencia "O Fogo da Maranduba" com Ivanildo Silveira

Passo a passo o pesquisador Ivanildo Silveira foi elucidando os principais pontos do intrigante e trágico combate, que se deu perto do meio dia e se estendeu até o sol se por. Os cangaceiros estavam se preparando para comer e as pias iriam fornecer a água necessária para os próximos caminhos, dispostos sob a sombra dos sete famosos umbuzeiros do lugar. As volantes cansadas da longa jornada se aproximaram pela caatinga da Maranduba tendo Mané Neto no comando de seus homens, para em seguida se aproximarem os baianos de Liberato de Carvalho. Ali cometeram os mesmos erros de combates anteriores e acabaram envolvidos por várias linhas de tiros, engenhosamente armada por Lampião e seus cangaceiros. Ao final, dentre os muitos que tombaram sem vida, constavam 4 homens de Nazaré: Hercílio de Souza Nogueira e seu irmão Adalgiso de Souza Nogueira (primos dos irmãos Flor), João Cavalcanti de Albuquerque (tio de Neco Gregório) e Antônio Benedito da Silva (irmão por parte de mãe de Lulu Nogueira, filho de Odilon Flor).

A caminho do Marco Histórico da "Cruz dos Nazarenos"
 
 
Manoel Severo, Carlos Alberto e Robério Santos

Já passaram quase 90 anos e  Maranduba ainda mantem os velhos umbuzeiros, testemunhas mudas da grande batalha, do horror e da genialidade do rei Lampião, bem ali, perto da enigmática "Cruz dos Nazarenos"; onde foram sepultados 4 homens de Nazaré: Hercílio, Adalgiso , João Cavalcanti  e Antônio Benedito; foi construído pela prefeitura municipal de Poço Redondo o Marco Histórico da Cruz dos Nazarenos, inaugurado nesta mesma tarde pelo prefeito Junior Chagas, pelo curador do Cariri Cangaço Manoel Severo e vários pesquisadores de todo o Brasil, numa homenagem justa e oportuna aos verdadeiros heróis do sertão.

Prefeito Junior Chagas e Manoel Severo descerram a Placa do Marco 
Histórico da Cruz dos Nazarenos na Maranduba
 
Padre Agostinho; Capelão do Cariri Cangaço; ministra as bençãos ao campo santo onde repousam os bravos Nazarenos tombados na Maranduba, por ocasião da inauguração do Marco Histórico da Cruz dos Nazarenos.
Ao lado do Marco a Cruz que indica o local onde foram sepultados os Nazarenos.

Vamos oportunamente nos valer; ilustrando ainda mais esta postagem; ao depoimento de Labareda - cangaceiro Ângelo Roque que participou dessa batalha, prestado a Estácio Lima e publicado no livro O Mundo Estranho dos Cangaceiros, que descreve o que aconteceu naquele dia, no seu linguajar típico: 

“... Nóis cheguêmo na caatinga de Maranduba, pru vorta di maio dia, i tratemo di discansá i fazê fogo prôs dicumê, i nóis armoçá. Mas a gente num si descôidava um tico, i nóis sabia qui as volante andava pirigosa. Inquanto nóis discansava, botemo imboscada forte, di déiz cabra pra atacá us macaco qui si proximasse. Nóis cunhicia us terreno daqueles mundão, parmo a parmo. Us macaco num sabia tanto cuma nóis. Todos buraco, pedreguio, levação, pé di pau, pru perto, nóis sabia di ôio-fechado, i pudia tirá di pontaria sem sê vistado. Nisso, vem cheganou’a das maió macacada qui tivemos di infrentá. I us cumandante todo di dispusição prá daná: Manué Neto, qui us cangacêro tamém chamava Mané Fumaça, Odilon, Euclides, Arconso e Afonso Frô. Tamém um Noguêra. Nesse bucadão di macaco tava u Capitão ou Tenente Liberato, du izérto. Dizia us povo qui ele era duro di ruê. I era mesmo. Brigava cuma gente grande, i marvado cumo minino. Mas porém, valente cumo u capêta. Di nada sirvia a gente gostá i tratá com côidado um mano qui êle tinha na Serra Nêga. 

Ex-Cangaceiro Ângelo Roque, o Labareda

Essa Força toda dus macaco si pegô mais nóis na Maranduba. Nóis era trinta e dois cabra bom. U Capitão Virgulino tinha di junto, nessa brigada, us principá cangacêro: Virgino, Izequié, Zé Baiano, Luiz Pêdo, i seu criado Labareda. Dus maiorá só fartava mesmo Curisco sempre gostô di trabaiá sozinho, num grupo isculido dicangacêro, mais Dadá. Briguemo na Maranduba a tarde toda i nóis cum as vantage cumpreta das pusição, apôis us macaco num pudia vê nóis. A volante di Nazaré deve tê murrido quaji toda. Caiu, tamém, matado di ua vêis, um dus Frô, qui si bem mi alembro, foi u Afonso. Cumpade Lampião chegô pra di junto do finado i abriu di faca a capanga dêle, i achô um papé qui tinha iscrito um decreto dizeno qu ele já tinha dado vinte i quatro combate cum u cumpade Lampião. Veio morrê nu vinte i cinco. A valia qui tivemo nessa brigada foi us iscundirijo. Morrero, aí, trêiz cangacêro i trêiz ficô baliado. Us istrago qui fizemo nessa brigada foi danado ! Matemo macaco di horrô !”

Cariri Cangaço Poço Redondo
Fazenda Maranduba - Poço Redondo
15 de junho de 2018

Noite de Lançamentos e Festa no Segundo dia de Cariri Cangaço Poço Redondo 2018



Mais uma grande festa para a segunda noite de Cariri Cangaço Poço Redondo 2018 na Arena principal da Praça de Eventos, centro da capital do cangaço em Sergipe. Com o comando do prefeito municipal Junior Chagas e do Curador do Cariri Cangaço Manoel Severo, a noite teve inicio com a apresentação de vários grupos culturais com destaque para a Grupo Cultural e Quadrilha Junina do vizinho município baiano de Pedro Alexandre, além de feira de artesanato e comidas típicas, em área exclusiva contígua ao evento. 

A arte o talento do Grupo Cultural de Pedro Alexandre na 
segunda noite em Poço Redondo

Logo após a apresentação do Grupo Cultural de Pedro Alexandre foi a vez do Ceará preencher o palco sergipano; a "pimentinha do forró" e mascote do Cariri Cangaço, Cecília do Acordeon; brindou a multidão presente com mais de uma hora de show com o mais autêntico forró pé de serra e composições imortalizadas pelo rei do baião Luiz Gonzaga. A abertura do evento contou ainda com a participação solo da artistamirim Iasmim Almeida, filha do pesquisador e escritor pernambucano Júnior Almeida e o encerramento da festa ficou a cargo do grande sanfoneiro Sávio do Acordeon.

Cecília do Acordeon, Manoel Severo e Pedro Lucas Feitosa
 Por mais de uma hora Cecília do Acordeon brindou aos presentes 
com o autêntico forró pé de serra
 
Iasmin Almeida: "Ave Maria sertaneja à capela"
Grande show de encerramento com Sávio do Acordeon

Durante as saudações aos presentes, o curador do Cariri Cangaço, Manoel Severo, dedicou a noite do segundo dia de Cariri Cangaço Poço Redondo 2018 à memória do pesquisador e escritor José Romero de Araujo Cardoso, "recebemos agora a pouco, através de nossa Conselheira Juliana Pereira a triste notícia do falecimento de nosso amigo, grande e talentoso pesquisador e escritor Romero Cardoso; dessa forma com o coração cheio de pesar, dedicamos essa noite à memória do amigo de sempre, Romero, para o qual pedimos um minuto de silencio".
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Manoel Severo e a lembrança de José Romero Araujo
 Prefeito Junior Chagas e Manoel Severo na abertura da segunda noite em Poço Redondo
 Junior Chagas, vereador Alex, de Pedro Alexandre e Manoel Severo

Elane Marques, Junior Chagas, Manoel Severo e Ingrid Rebouças
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Os convidados do Cariri Cangaço Poço Redondo 2018 que estiveram presentes à Arena da Praça de Eventos em sua segunda noite tiveram a oportunidade de participar da espetacular feira de artesanato e comidas típicas, apresentações culturais e o mais autêntico forró pé de serra com artistas da região e convidados. A noite marcaria também o lançamento e relançamento de obras do escritores Archimedes Marques, Leonardo Ferraz Gominho, Robério Santos, Júnior Almeida e ainda a escritora de Poço Redondo, Gláucia Pâmela. 

Antes mesmo das apresentações dos livros em lançamento, o Conselheiro Cariri Cangaço, pesquisador e escritor de Aracaju, Archimedes Marques presenteou ao município de Poço Redondo através de seu gestor maior, prefeito Junior Chagas, com uma estatueta representando um pequeno cangaceiro. A arte de Archimedes é marcada pela excelência em papel machê, o artista representa sempre personagens do mundo do sertão, notadamente do mundo do cangaço. "Para nós é uma grande honra poder presentear ao prefeito Junior Chagas com esse pequeno cangaceirinho, fruto de nosso esforço em retratar esses personagens do cangaço em papel machê" revela Archimedes Marques.

 Pesquisador e artista plástico Archimedes Marques presenteia Junior Chagas 
com uma de suas obras em papel machê.
 Manoel Severo, Prefeito Junior Chagas, Elane e Archimedes Marques

A "Garimpeira da Cultura", baiana Rita Pinheiro fez a apresentação do livro de poesias da escritora e poeta poço-redondense, Gláucia Pâmela, que em seguida agradeceu a grande oportunidade de lançar seu livro na segunda noite de Cariri Cangaço Poço Redondo. O primeiro lançamento de obras com a temática cangaço ficou a cargo de uma das revelações da nova geração de pesquisadores, o pernambucano de Capoeiras, Junior Almeida com o seu "Lampião e Outros Fatos  no Agreste Pernambucano"
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Com uma narrativa envolvente e linguagem fácil, Junior Almeida nos traz episódios por demais conhecidos e outros nunca antes comentados, nos transportando para esse mesmo agreste de Pernambuco do inicio do século passado e Águas Belas, Serrinha do Catimbau, São Bento do Uma, Caetés, Bom Conselho, Pau Ferro, Angelim, entre outras, se tornam cenários vivos da presente obra que revela essa passagem de Virgulino e se torna imprescindível para entendermos esse episódio e os caminhos e descaminhos do rei dos cangaceiros. 
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Manoel Severo e Gláucia Pâmela
Conselheiro Cariri Cangaço, pesquisador e escritor Junior Almeida em noite de lançamento no Cariri Cangaço Poço Redondo 2018

Dando prosseguimento aos lançamentos da noite o Conselheiro Cariri Cangaço, pesquisador e escritor sergipano, Archimedes Marques protagonizou o lançamento de sua mais nova obra, em seu segundo volume: Lampião e o Cangaço na Historiografia de Sergipe. A obra traz um conjunto considerável de informações, muitas inéditas; sobre a presença de Virgulino e o do cangaço no estado de Sergipe.

"Neste segundo volume passeamos sobre a estada, a passagem, a vida das cangaceiras naqueles inóspitos tempos, suas dores e seus amores nas guerras do cangaço e também após esse tempo para aquelas sobreviventes. A história de Carira, seus arruaceiros, seus bandoleiros, seus pistoleiros, os cangaceiros e policiais que por ali atuaram, também é minuciada e melhor estudada com a participação inequívoca de historiadores locais de renome que remontam esse tempo. Laranjeiras, a histórica e linda Laranjeiras dos amores e horrores, não poderia ficar de fora, pois além de tudo, há a grande possibilidade de Lampião ali ter pisado, até mais de uma vez, para tratamento do seu olho junto ao médico Dr. Antônio Militão de Bragança. Nesse sentido a história, a ficção e as suposições se misturam para melhor compreensão do leitor."Ressalta o autor.
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Rossi Mágne, Archimedes Marques e Manoel Severo
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O décimo segundo livro do pesquisador e escritor Robério Santos; sergipano de Itabaiana; nos traz a origem e a saga do cangaceiro Volta Seca. "As Quatro Vidas de Volta Seca", fruto de cerca de 10 anos de intensa pesquisa desse que já se configura como umas das mais talentosas revelações da nova geração de pesquisadores foi uma das vedetes da segunda noite de Cariri Cangaço Poço Redondo 2018. 

Volta Seca, nascido no Saco Torto, transformou sua vida numa saga épica ao entrar para o bando de Lampião. A obra espetacularmente bem escrita e todo ilustrado nos traz um recorte da vida de um dos mais polêmicos personagens do segundo ciclo da cangaço lampiônico. Robério Santos; membro da Academia Itabaianense de Letras; além de pesquisador e escritor é também jornalista, professor, fotógrafo,arquivista e Youtuber, onde comanda seu festejado canal "O Cangaço na Literatura" um dos parceiros institucionais do Cariri Cangaço. 
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Robério Santos ao lado de Manoel Severo no lançamento de "Volta Seca" no 
Cariri Cangaço Poço Redondo 2018
Robério Santos e Antônio Vilela
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Intercalado com shows culturais, a noite de lançamentos teve seu encerramento com o pesquisador e escritor Leonardo Ferraz Gominho da cidade pernambucana de Floresta. Leonardo Gominho, autor de obras clássicas como "Floresta: uma terra, um povo" e "A Rebelião da Serra Negra - a Praieira do Sertão", apresentou sua mais nova obra, "A Revolução Praieira no Sertão", livro que já se configura em seu lançamento como imprescindível para compor as bibliotecas mais exigentes do país.

Para o curador do Cariri Cangaço, Manoel Severo, "testemunhamos hoje uma noite mais que especial quando unimos nesta maravilhosa Arena Cariri Cangaço Poço Redondo 2018, cinco preciosos lançamentos , quatro desses, de renomados pesquisadores da temática cangaço e do sertão. Unir talentos da estatura de um Leonardo Ferraz Gominho, Junior Almeida, Robério Santos e Archimedes Marques, nos enche de orgulho e satisfação, com os lançamentos da noite de hoje o Cariri Cangaço em seus nove anos de realizações completa exatos 72 livros lançados, o que para nós é um grande marco." 
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O florestano Leonardo Ferraz Gominho e a Revolução Praieira no Sertão
Manoel Severo e Leonardo Ferraz Gominho


NOTA DE PESAR: O Curador do Cariri Cangaço; Manoel Severo Barbosa, em nome do Conselho Alcino Alves Costa;  dedicou a segunda noite de Cariri Cangaço em Poço Redondo à memória do grande pesquisador, escritor, professor Mestre José Romero de Araújo Cardoso, paraibano de Pombal, radicado em Mossoró, falecido no inicio desta mesma noite, 15 de junho de 2018. Na oportunidade foi observado um minuto de silêncio por todos os presentes.

Serra Negra e a Espetacular Visita do Cariri Cangaço !


Cidades Amigas:Povos Irmãos...Com essa apresentação o pesquisador e professor Orlando Nascimento Carvalho, grande anfitrião da chegada triunfal do Cariri Cangaço pela primeira vez em território baiano, justificou a sensacional programação do Cariri Cangaço Poço Redondo em Pedro Alexandre ou, na Serra Negra. "Aqui nossos povos cresceram juntos e a história de um se confunde com a história do outro: Pedro Alexandre na Bahia e Poço Redondo em Sergipe; seja bem vindo Cariri Cangaço 2018".

Pela primeira vez o empreendimento Cariri Cangaço chega em terras baianas, a estreita ligação; os laços afetivos e históricos entre os dois municípios, um na Bahia e o outro em Sergipe, umbilicalmente unidos; proporcionou contemplar dentro do Cariri Cangaço Poço Redondo 2018 uma programação especial em Pedro Alexandre. É inegável a força, a tradição e a história da Serra Negra, como costumava citar o Caipira Alcino Alves Costa. Terra dos Carvalhos; os lendários João Maria e seu irmão, Liberato Carvalho; base da valente e destemida volante de Zé Rufino,terra de homens de uma coragem incomum como Zé Serra Negra, João Doutor e Serra Negra... Aqui se fez história, aqui está fincada um pedaço dessa importante saga sertaneja, por aqui aportou o Cariri Cangaço.

Rangel Alves da Costa, Manoel Belarmino, Antônio Silvino e Manoel Severo
Ana Margareth Carvalho e Neli Conceição
 
Mesa de Abertura da Solenidade em Pedro Alexandre
"A área onde hoje está erguida Pedro Alexandre teve seu povoamento iniciado no século XVIII por colonos portugueses que ali se estabeleceram, desenvolvendo a criação de gado (ainda Sesmaria). Inicialmente, a criação de gado desenvolveu-se no litoral e nas áreas de agricultura da cana. Mas, em 1701, o próprio governo português, muito interessado no desenvolvimento da agroindústria da cana-de-açúcar, pois esta lhe fornecia bons lucros, adotou uma medida para tentar resolver a situação. Proibiu a criação de gado nas áreas de agricultura de cana no litoral. A expansão do gado para o interior do Nordeste foi responsável pelo povoamento do mesmo, funcionando como um instrumento de colonização do interior do Brasil. A fertilidade das terras atraiu novas famílias formando o arraial de Lagoa da Caiçara, um vilarejo que pertencia à comarca de Jeremoabo. Em meados de 1872, chegou nas terras do então vilarejo - atual Rua Velha - o então Pedro Alexandre de Carvalho, nascido no dia 25 de abril de 1865 e natural de Entre Montes, um povoado de Piranhas. Pedro Alexandre chegou neste arraial com aproximadamente 7 anos de idade junto ao seu pai adotivo (o velho Alexandre) que possuía o intuito de desmatar algumas áreas para fazer o plantio de algodão, produto esse introduzido para mudar o setor econômico da região. A sede, criada no distrito ganhou a denominação de Serra Negra em 1927 , topônimo alterado para Voturuna em 1943 e em 1962 se emancipa de Jeremoabo e se torna o município de Pedro Alexandre."
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Município de Pedro Alexandre, antiga Serra Negra, no Nordeste baiano, 
divisa com Poço Redondo em Sergipe
A Caravana Cariri Cangaço saiu de Poço Redondo por volta das 9 da manha, o sol já estava alto e os 65 km que separam os dois municípios; divisa entre Sergipe e Bahia; foram percorridos em pouco mais de meia hora, passando pelo distrito de Santa Rosa do Ermírio chegamos a Pedro Alexandre e ao plenário de sua Câmara Municipal onde haveria a solenidade de abertura do evento e a Conferência da manha.
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Público lotou as dependências da Câmara Municipal em Pedro Alexandre
Com a Câmara Municipal de Pedro Alexandre totalmente lotada, pesquisadores de todo o Brasil e moradores do lugar, deu-se a solenidade de abertura com a palavra do Presidente da Câmara Municipal Antônio Silvino. A mesa ainda foi composta pelo Curador do Cariri Cangaço, Manoel Severo, pelo Prefeito e Vice-Prefeito de Poço Redondo, Junior Chagas e Manoel da Farmácia, pelo Presidente do Memorial Alcino Alves Costa, Rangel Alves da Costa, pelo Presidente da Comissão Local, Manoel Belarmino, pela representante do Conselho Cariri Cangaço, Lili Conceição e pela representante da Família Carvalho, senhora Ana Margareth Almeida Carvalho.
"Pedro Alexandre casou-se com Guilhermina Maria da Conceição e teve 14 filhos. Entre eles, vale destacar: João Maria de Carvalho (Coronel) e Liberato Matos de Carvalho (Coronel Liberato). Ao lado dos coronéis João Gonçalves de Sá (da atual cidade Coronel João Sá) que ministrava a região de Jeremoabo e o respeitado Coronel Petro, João Maria de Carvalho se impôs com maestria, domínio e autoridade não só na região de Serra Negra como em outras localidades além fronteiras. Ora, senhor de muitas terras na Bahia e também no sertão sergipano, sem falar na influência política que mantinha em ambos os lados. Muitos perseguidos chegavam naquela região pedindo ajuda para sobreviver, proteção política ou por medo das perseguições das autoridades, da polícia ou de inimigos comuns. Esse fato deu à cidade a fama de Terra de Coronéis." 
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Conselheiro Archimedes Marques apresenta o Cariri Cangaço aos presentes
A solenidade contou com a apresentação do Cariri Cangaço realizada pelo Conselheiro Archimedes Marques que ressaltou :"Esse evento apresenta um qualificado Fórum de Debates que terá como tema principal a força destes municípios, tanto Poço Redondo e aqui, Pedro Alexandre, a Serra Negra;  dentro da historiografia do Cangaço no nordeste do Brasil." Logo em seguida fizerem uso da palavra o Presidente da Câmara Municipal vereador Antônio Silvino que saudou a todos os pesquisadores e visitantes em nome do município, o prefeito de Poço Redondo, Junior Chagas e o curador do Cariri Cangaço Manoel Severo que lembrou todo o esforço de todos os envolvidos na organização do evento para proporcionar "um momento tão importante como esse, nossa chegada a Bahia e pela porta da frente: Serra Negra, a histórica e tradicional terra do poderoso João Maria e do tenente Liberato de Carvalho".

 
Manoel Severo fala sobre a chegada do Cariri Cangaço a Bahia
 
Prefeito de Poço Redondo, Junior Chagas fala em Pedro Alexandre
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Em seguida foram entregues os Diplomas de Amigo do Cariri Cangaço ao Presidente da Câmara Municipal, vereador Antônio Silvino e ao conferencista da manha, professor Orlando Carvalho para em  ato seguinte receberem seus certificados de Lançamentos de Livro dentro do evento os escritores, Archimedes Marques, Junior Almeida e Leonardo Ferraz Gominho.

 Orlando Carvalho recebe seu Diploma das mãos de Luiz Ruben Bonfim
 Presidente da Câmara Antônio Silvino recebe seu Diploma das mãos de Ana Lúcia Souza
 Escritor Archimedes Marques e seu Certificado de Lançamento de 
Livro no Cariri Cangaço
 Ana Margareth Carvalho entrega ao escritor Leonardo Gominho seu Certificado de Lançamento de Livro no Cariri Cangaço
Jorge Figueiredo entrega ao escritor Junior Almeida seu Certificado de Lançamento de Livro no Cariri Cangaço
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"Para se ter uma ideia de seu poderio e mando além fronteiras, somente em Poço Redondo João Maria chegou a possuir nada menos que dez fazendas: Santo Antônio, Poço do Mulungu, Riacho Largo, Jurema, Recurso, Propriá, Exu, Pia da Barriguda,  São Clemente, Paraíso e Pindoba (em Canindé). O seu irmão Piduca era outro fazendeiro de renome na região, pois de sua propriedade eram as fazendas Queimada Grande, Santa Maria, Bate Lata, Caibreiro, Lagoa da Onça, Riacho Largo e Barraca dos Negros. Significa dizer que grande parte das terras de Poço Redondo pertencia aos filhos de Pedro Alexandre.
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Cel João Maria de Carvalho
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De sua Serra Negra enviava ordens, dava instruções, recebia missivas de governantes. Servindo também como conselheiro, não era raro que as decisões políticas importantes somente fossem tomadas após o seu parecer ou aval. Mesmo sendo amigo do poder, de onde extraía seu mando, tinha predileção especial em manter amizade e ajudar o sertanejo, fosse o matuto mais simples ou o perigoso de sangue no olho. Daí que protegeu desde Lampião ao desvalido ex-cangaceiro perseguido pela polícia." Rangel Alves da Costa.

 Pesquisador e professor Orlando Nascimento Carvalho, 
conferencista em Pedro Alexandre
Orlando Carvalho sob "as bençãos" de João Maria
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O pesquisador e professor Orlando Nascimento de Carvalho foi o responsável pela Conferência da manhã que teve como tema "A Importância de Serra Negra para o Ciclo do Cangaço". Por cerca de duas horas um público atento acompanhou a brilhante apresentação de Orlando que apresentou de forma didática e professoral os principais pontos ligados a espetacular história da Serra Negra e sua íntima ligação com ciclo do cangaço de Virgulino Ferreira notadamente nos idos entre 1929 e 1940.
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Orlando ressaltou "a estratégica localização geográfica da Serra Negra; no nordeste baiano divisa aqui dessa região que englobava boa parte do sertão sergipano ainda Porto da Folha; a força da família Carvalho representada principalmente pelo coronel João Maria e por seu irmão Liberato de Carvalho e posteriormente pela inegável força das volantes ali sediadas principalmente a de Zé Rufino acabou fazendo da Serra Negra um protagonista mais que importante na história do cangaço, principalmente na época do segundo reinado de Lampião; entre 1929 e 1940, após a morte de Corisco".
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Orlando Carvalho e dona Marlene, filha do volante João Doutor 
 Dona Marlene e a foto de seu pai: João Doutor


 Pesquisador Ivanildo Silveira: "Quem realmente estava envolvido 
na morte de Zé de Julião?"
Orlando de Carvalho:"Eu diria que a trama da morte de Zé de Julião passou por Poço Redondo, pela Serra Negra e por Pão de Açúcar"...
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O pesquisador e professor Orlando Nascimento de Carvalho dissecou a forte presença e "interferência do coronel João Maria em quase todas as coisas que aconteciam não só em Serra Negra e região mas sua influência se estendia até terras sergipanas. Quando Lampião atravessou o São Francisco foi orientado que procurasse tres destacados potentados baianos: Cel Petronilo de Alcântara Reis, o Coronel Petro, chefe político de Santo Antônio da Glória, Cel João Gonçalves de Sá de Jeremoabo e nosso João Maria de Carvalho, aqui da Serra Negra; pelo incontestável poder desses tres coronéis baianos que comandavam a vida de toda essa região sertaneja".
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"Em abril de 1929 Lampião pela primeira vez encontra João Maria. Lampião esteve em Serra Negra por tres vezes, poucos lugares receberam a visita do rei do cangaço por tres vezes, aconteceu em abril de 1929, também no final de 1929 e a ultima em 1930. Apenas dois filhos de Serra Negra entraram para o Cangaço, aqui na Serra Negra notabilizamos justamente pelo contrário, aqui muitos filhos entraram e se destaram nas volantes", acentua Orlando Carvalho.
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Tenente Liberato de Carvalho
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"Em 1931 com a vinda da 1ª Cia do 10º BC vinda de Juazeiro para Jeremoabo e com essa companhia a vinda do tenente de infantaria, Liberato de Carvalho; outro filho ilustre da Serra Negra e irmão de João Maria; ali houve a efetiva entrada das forças baianas no combate ao cangaço." E continua Orlando:"Já no final de 1931 Liberato assume o comando de uma volante, naquela época o governo baiano contrata mais de 60 pernambucanos; muitos nazarenos, e esses passaram a fazer parte da volante de Liberato; nesse contexto veio um pernambucano de nome José Osório de Farias, que viria se destacar e ficar famoso como um dos maiores matadores de cangaceiros da história: Zé Rufino".
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João Simplício e Manoel Florêncio
Manoel Severo e o filho de Zé Serra Negra,
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A platéia presente à Câmara Municipal de Pedro Alexandre contou com as presenças ilustres dentre outras, de descendentes dos ilustres João Maria e Liberato de Carvalho, também de parentes de volantes famosos que participaram das campanhas da época do cangaço, como a filha do volante João Doutor , dona Marlene, de filhos e netos de Zé Serra Negra, e ainda de seu Manoel Florêncio filho da primeira vítima de Lampião em terras de Poço Redondo.   
      
Pelas Ruas da Lendária Serra Negra...

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Orlando Carvalho mostra o casarão de João Maria e logo em frente, 
a pouco menos de 20 metros a casa de Zé Rufino...
 
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Logo após a Conferência de Orlando Carvalho a caravana Cariri Cangaço foi convidada para fazer uma caminhada pelas ruas históricas de Pedro Alexandre passando pelos principais pontos da história dessa saga chamada cangaço em terras do nordeste baiano. A primeira parada foi na casa de uma das filhas de João Maria, dona Maria, com mais de 100 anos. Em seguida o emblemático Casarão do poderoso João Maria e em frente, a pouco menos de 20 metros a casa de Zé Rufino, "ali lado a lado a casa do protetor de cangaceiros e seu principal algoz..."  


Localizada na praça principal da cidade a caravana do Cariri Cangaço foi anfitrionada no Casarão de João Maria pelo casal Zé Maria de Carvalho e Ana Margareth Carvalho, descendentes da tradicional linhagem Carvalho que abriu as portas da Casa que por muito tempo foi testemunha das principais decisões de tudo o que acontecia por aquelas bandas dos sertões baiano e sergipano.
  
 Ana Margareth Carvalho e Manoel Severo: As portas da Casa de João Maria abertas para o Cariri Cangaço.
 Mobília centenária da casa do poderoso João Maria de Carvalho, da Serra Negra; por entre essas paredes muitas decisões importantes para os sertões, baiano e sergipano. 
Archimedes e Elane Marques, Manoel Severo e Orlando Carvalho em 
frente a Casa de Zé Rufino
Wescley Rodrigues
Jorge Figueiredo e Maria Oliveira
Orlando Carvalho e a casa que acolheu Virgulino em 1929
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"...um quase poema drummondiano para Lampião: O Tenente Liberato de Carvalho amava seu irmão Coronel João Maria de Carvalho que amava seu compadre Zé Rufino, que amava os dois e que também amava matar cangaceiros. Liberato perseguia o cangaço, João Maria protegia cangaceiro e Zé Rufino ao compadre respeitava. Liberato nunca prendeu Lampião, Zé Rufino nunca arrancou sua cabeça e João Maria viveu seu coronelato sendo amigo de todo mundo."
 Rangel Alves da Costa.
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As novas gerações da Serra Negra...
Luciano Costa, Oleone Coelho Fontes, Manoel Severo e Orlando Carvalho
Oleone Coelho Fontes, Manoel Severo, Orlando Carvalho, Antônio Vilela, 
Jorge Figueiredo e Tássio Sereno
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Vamos recorrer mais uma vez ao pesquisador Rangel Alves da Costa:"torna-se claramente compreensível que os irmãos Liberato de Carvalho e João Maria de Carvalho, fraternos amigos enraizados na baiana Serra Negra (hoje Pedro Alexandre) tenham atuado de lado opostos perante o cangaço? E que Zé Rufino, com quartel na mesma cidade, fosse tão implacável na caçada aos cangaceiros e ao mesmo tempo devotado a seu compadre João Maria, abertamente protetor e acolhedor não só dos guerreiros do sol como de qualquer um renegado que chegasse à sua varanda?"   
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Zé Rufino um dos mais temidos caçadores de cangaceiros...
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E continua Rangel..."Liberato Matos de Carvalho (1903-1996), na condição de Tenente-coronel, foi comandante de volante e participou do famoso Fogo da Maranduba (ocorrido em 9 de janeiro de 1932, na Fazenda Maranduba, no então distrito sergipano de Poço Redondo), onde seus soldados - ao lado da força pernambucana sob as ordens do tenente Manoel Neto , foram fragorosamente derrotados pelos homens de Lampião. Chegou a ser nomeado comandante das forças unificadas nordestinas no combate ao banditismo e seu irmão João Maria de Carvalho (1890-1963), de patente militar e de latifúndio, caracterizou-se como líder local e além-fronteiras, exercendo seu poder de mando não só nos seus domínios baianos como no sertão sergipano, onde era dono de quase uma dezena de grandes propriedades. Tido por muitos como protetor de bandidos, comandante de jagunços e amigo de cangaceiros, a verdade é que exerceu sua primazia coronelista sendo obedecido e respeitado até o fim da vida."
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Caravana Cariri Cangaço em frente ao local onde foi a sede da volante de Zé Rufino, 
prédio comercial abaixo
Local onde nos anos 20 e 30 estava sediado quartel general de Zé Rufino
Jorge Figueiredo, Manoel Severo, Junior Almeida e Vandinha Costa
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E Rangel ainda provoca e gera a polêmica: "Há de se indagar, então: Havia algum compromisso entre João Maria, seu irmão Liberato e Zé Rufino. E mais: O compromisso firmado entre eles envolvia, não o bando cangaceiro em si, mas a figura de Lampião? Será que Lampião deveria ser preservado por ordem dada por João Maria ao irmão e ao compadre? Sabe-se que Liberato enfrentou Lampião no Fogo da Maranduba e foi derrotado, ainda que as volantes contassem com um número três vezes maior de homens do que cangaceiros. Será que o comando de Liberato não se empenhou suficientemente para a derrocada cangaceira?"
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Caravana Cariri Cangaço rumo à Rua Velha...
Rangel Alves da Costa, Orlando Carvalho, Marlene; filha de João Doutor, 
Manoel Severo e Manoel Serafim
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Agora vamos nos valer do pesquisador Manoel Belarmino para nos apresentar nossa próxima parada:"Uma Praça com um nome de Rua, no sopé da Serra Negra. Uma Praça que poderia se chamar de praça da matriz, mas se chama Rua Velha porque é poesia e história... Rua Velha oficialmente é Praça general Liberato de Carvalho. Numa cidade, Pedro Alexandre, que se divide em Rua Velha e Rua Nova. A Rua Velha está em baixo e a Rua Nova está em riba (na parte alta a cidade), dividindo-se por um riachinho. É assim a cidade de Serra Negra (Pedro Alexandre). Uma cidade sonho, uma cidade poema..." E assim chegaríamos a Praça General Liberato Carvalho, na Rua Velha, onde o povoado começou, ali, novamente o pesquisador Orlando Carvalho, descendente do fundador da cidade, fez as "honras da casa"...

Orlando Carvalho e o "Vaporzinho" monumento no centro da praça, homenagem ao empreendedorismo de seu bisavô e patrono da cidade, Pedro Alexandre
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A denominação do nome da cidade de Pedro Alexandre foi uma homenagem ao homem que aqui chegou e procurou mudar o processo produtivo já existente no município, que era à base de agricultura de subsistência, introduzindo aqui a cultura algodoeira como uma opção rentável para a época, quando a indústria têxtil constituía o principal parque industrial do Nordeste brasileiro, foi nesse contexto que Pedro Alexandre importou da Europa o maquinário para possibilitar o descaroçamento de algodão na Serra Negra e redondezas... 
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A história do Vaporzinho de Pedro Alexandre...
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Imagens por Bruno Luan Carvalho : Youtube
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E continua Orlando Carvalho:"Também podemos trazer a forte ligação de Serra Negra com o casal Sila e Zé Sereno. Sila antes de entrar para o cangaço, vinha a Serra Negra, tinha uma irmã, Maria, casada com um vaqueiro de João Maria, Ulisses, dizem até que parece ter tido um namorico com um dos homens da volante de Zé Rufino. Depois em 1937 mandou entregar um filho recém nascido de nome João para ser criado por Galdino Leite, a casa era aquela de portas marrom (Foto mais abaixo) , mas o pequeno viveu apenas 13 dias e foi aqui em Serra Negra que Zé Sereno resolveu se entregar em 1938, sem esquecer que foi nessa igreja de Nossa Senhora da Conceição que eles casaram". 
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Grupo de Zé Sereno
 Casa de Galdino Leite, casa cor creme com portas na cor marrom: Aqui Zé Sereno e Sila deixaram seu pequeno filho para ser criado sob a proteção de João Maria em 1937.
Igreja de Nossa Senhora da Conceição, Rua Velha da Serra Negra; 
aqui casaram Sila e Zé Sereno
Rua Velha, aqui tudo começou...
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Corisco também teve sua história marcada pela presença de Serra Negra. Com a palavra Orlando Carvalho: "Aqui estava sediada a volante que deu cabo de Corisco em 1940, daqui ela saiu tendo a frente Zé Rufino e seus homens, mas também foi daqui da Serra Negra que Corisco empreendeu sua última fuga não sem antes receber a garantia de suas vidas por João Maria:
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Coronel João Maria no encontro com Corisco -"Se vocês se entregarem eu garanto a vida de vocês..."
Dadá se intrometeu na conversa: -"E quem garante nosso ouro?"
Coronel João Maria - "Eu garanto a vida..."
E eles resolveram fugir...
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Cariri Cangaço Poço Redondo
16 de Junho de 2018, Câmara Municipal 
e Ruas da Serra Negra
Pedro Alexandre, Bahia
Fotos:Ingrid Rebouças e Louro Teles


Poço Redondo em Festa se Despede do Cariri Cangaço 2018



O terceiro e último dia de Cariri Cangaço Poço Redondo contou com uma intensa agenda ainda pela manhã no vizinho município baiano de Pedro Alexandre, a Serra Negra dos irmãos Carvalho: João Maria e Liberato, pela primeira vez o Cariri Cangaço pisava em terras baianas. O período da tarde e da noite reservava os momentos finais e igualmente emocionantes de nossa presença no inigualável Cariri Cangaço Poço Redondo 2018, pisando o chão sagrado de Alcino Alves Costa.
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Há um Templo da Verdadeira Alma Nordestina, esse templo tem nome e endereço: Memorial Alcino Alves Costa, no centro da cidade de Poço Redondo em Sergipe. Aqui se reverencia a memória do grande Caipira de Poço Redondo, do espetacular pesquisador, poeta, escritor, apaixonado pelo sertão e pelo seu chão, Alcino. Por volta das 15 horas a Caravana Cariri Cangaço realizava a visita oficial dentro de sua programação ao Memorial que mantém viva e materializada não só a obra e o legado de Alcino, mas e principalmente seu sentimento de amor ao sertão, sob a recepção de Rangel Alves da Costa, filho e mantenedor do memorial.
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Ivanildo Silveira e Carlos Alberto : Memorial Alcino Alves Costa
 

 Ivanildo Silveira e as relíquias presenteadas ao Memorial
Edvaldo Feitosa, Ivanildo Silveira, Rangel Costa, Manoel Severo, Manoel Serafim 
e Wescley Rodrigues

Ivanildo Silveira, Rangel Alves da Costa e Antônio Vilela
 
 Caravana Cariri Cangaço visita Memorial Alcino Alves Costa
 
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No primeiro momento, em nome do Conselho Curador, o pesquisador e colecionador do cangaço Ivanildo Silveira fez a entrega ao mantenedor do Memorial, pesquisador e escritor; filho de Alcino; Rangel Alves da Costa; de um conjunto de bornais e cartucheiras como também punhal da época do cangaço para o acervo do Memorial. Por mais de uma hora os visitantes de todo o Brasil puderam conhecer as dependências do memorial e todo o seu espetacular acervo, composto das obras, de objetos, de artefatos e de fotografias, inúmeras,uma imensidão de fotografias, todo o acervo retratando a memoria de Alcino Alves Costa.
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Manoel Severo sauda os visitantes no Memorial
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Já em suas palavras, o curador do Cariri Cangaço, Manoel Severo destacou a vital participação de Alcino na construção e consolidação do empreendimento Cariri Cangaço, "estive aqui em Poço Redondo muitas vezes, a primeira em 2007, Alcino esteve conosco desde os primeiros passos e seu sonho era trazer o Cariri Cangaço para o sertão que ele tanto amava, posso dizer a todos que aqui se encontram, se o Cariri Cangaço possui uma casa, essa casa é o Memorial Alcino Alves Costa".

Do Memorial Alcino Alves Costa a caravana Cariri Cangaço seguiu para a inauguração do Centro de Artesanato Manoel Dionízio da Cruz. O espaço patrocinado e disponibilizado pela prefeitura municipal de Poço Redondo reúne em um mesmo local um centro de informações turísticas e um centro comercial onde podemos encontrar o mais refinado e talentoso artesanato poço-redondense. A solenidade contou com a presença do prefeito Junior Chagas, do curador do Cariri Cangaço Manoel Severo, de artesãos do município e de pesquisadores de todo o Brasil. Ao final ainda houve um show com a cantora Toinha do Cajueiro.
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Leonardo Gominho e  Bruno Marques 
 
Manoel Belarmino, Manoel Severo e Prefeito Junior Chagas
 
Mestre Tonho
Toinha Cajueiro
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Logo após a inauguração do Centro de Artesanato e de Informações Turísticas a caravana Cariri Cangaço se deslocou por cerca de 100 metros para também na Rodovia principal de Poço Redondo, inaugurar a remodelação de um dos mais significativos marcos turísticos do município, a Praça Lampião; criada ainda em 1988 pelo prefeito Alcino Alves Costa e reformada pelo prefeito Frei Enoque em 1998, agora remodelada pelo prefeito Junior Chagas.
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 Manoel Severo e Prefeito Junior Chagas na reinauguração da Praça Lampião

Remodelada e urbanizada a partir de conceitos e arquitetura modernos , com nova iluminação e paisagismo mas mantendo o mesmo padrão da época de sua construção,  a nova Praça Lampião resgata e fortalece o cuidado do município com a sua própria história e a grande representatividade que a temática cangaço tem para seu povo. "Aqui não enaltecemos o cangaço como movimento armado nem mesmo Lampião e sua saga cangaceira, aqui com a restauração da Praça Lampião, como sua nova e moderna roupagem, traz o cuidado da gestão em consolidar a história do município" revela um entusiasmado prefeito Junior Chagas.
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 Manoel Severo na inauguração do Marco de Alcino Alves Costa
 Prefeito Junior Chagas, Manoel Severo e Padre Agostinho
 
Marcial Alves Costa fala em nome da Família
 
Prefeito Junior Chagas, Vandinha e Vera Costa e Marcial Alves Costa
 
Ivanildo Silveira fala na inauguração do Marco Alcino Alves Costa
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Seguindo o rosário de inaugurações dentro do Cariri Cangaço Poço Redondo 2018, perto das 18 horas houve a inauguração do Marco em homenagem a Alcino Alves Costa na avenida que leva o nome do homenageado. Com a presença maciça de familiares do homenageado, a inauguração marcou um dos momentos mais emocionantes da programação.
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Rita Pinheiro, a "Garimpeira da Cultura" abrindo a terceira noite de 
Cariri Cangaço Poço Redondo 2018 
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A terceira e última noite de Cariri Cangaço Poço Redondo 2018 marcou novamente um público recorde presente à Arena Cariri Cangaço na Praça de Eventos quando a noite foi dedicada a Alcino Alves Costa. Novamente as apresentações artísticas deram a tônica festiva ao evento, quando o talento poço-redondense se destacou antes e depois da programação solene do palco do evento. As apresentações da Escola de Música e Sanfonas, da cantora Val Santos e do Grupo de Xaxado Na Pisada de Lampião, sob a maestria e o talento de Beto Patriota, além da baiana Rita Pinheiro, a "garimpeira da cultura" fizeram o público delirar diante da música e do ritmo predominantemente nordestino e de raiz.
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Junior Chagas e Manoel Severo
Manoel Severo dando as boas vindas ao espetacular público da terceira noite de 
Cariri Cangaço Poço Redondo 2018
Prefeito Junior Chagas e abertura da terceira noite na Arena Cariri Cangaço 
em Poço Redondo
Escola de Música e Sanfonas saúdam o grande público na praça de eventos
 
O público tomou conta da última noite de Cariri Cangaço em Poço Redondo
Padre Mário Cesar recebe Diplomas das mãos do Prefeito Junior Chagas 
e do Padre Agostinho
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A abertura da noite com o prefeito Junior Chagas e Manoel Severo, juntamente com o presidente do Memorial Alcino Alves Costa, pesquisador Rangel Alves da Costa e do presidente da Comissão Local, Manoel Belarmino, marcou a homenagem do Conselho Cariri Cangaço aos filhos de Poço Redondo que fizeram parte desta forte saga que foi o cangaço, nada mais que 32 filhos do lugar fizeram parte das hostes cangaceiras, considerando o inicio dos anos 30 e em pleno sertão sergipano, podemos dizer que um numero considerável de famílias de Poço Redondo acabaram se vendo envolvidas com o cangaço de Lampião. Nesta mesma noite foi homenageado com Diploma de Honra ao Mérito do Cariri Cangaço o Padre Mário Cesar.
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Diplomas do Cariri Cangaço: Homenagens às família e aos filhos de Poço Redondo, personagens da sangrenta guerra do sertão...
Escritora Elane Marques e a homenagem a familiares de Sila e seus irmãos 
Inácio filho de Zé de Julião recebe a homenagem ao pai das mãos de Edvaldo Feitosa 
Rangel Alves da Costa e a homenagem a família de Enedina
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Rangel Alves da Costa revela: "Segundo os relatos históricos, Lampião parecia mesmo ter escolhido Poço Redondo como uma segunda casa sua. A primeira era a caatinga, com varanda de xiquexique e assento de mandacaru. Mas a família era grande, era muita, espalhada por todos os sertões nordestinos. E em Poço Redondo mantinha amigos fiéis, tinha acolhida, comida à mesa, tudo o que precisasse. E também a simpatia de tantos jovens que decidiram entrar para o seu bando.Num misto de temor e reverência, aliado ao fato de que o homem sempre estava por ali desafiando as volantes, verdade é que mais de trinta filhos de Poço Redondo seguiram a trilha do bando de Lampião. Mocinhas muitas novinhas, ainda na adolescência, se encantavam com aqueles “artistas” das caatingas e seguiam seus destinos de amor cangaceiro. Assim foi com Adília, Sila, Enedina, Rosinha e outras. Dentre os meninos de Poço Redondo estavam, por exemplo, Cajazeira, Canário, Elétrico, Mergulho, Novo Tempo e Zabelê."
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Poço Redondo emprestou 32 filhos às hostes cangaceiras de Virgulino Ferreira...
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E continua Rangel, "Os alfarrábios da história assinalam que os seguintes filhos de Poço Redondo seguiram Lampião e seu bando, segundo seus apelidos e nomes:Homens: Sabiá (João Preto), Canário (Rocha), Diferente (Nascimento), Zabelê (Manoel Marques da Silva), Delicado (João Mulatinho), Demudado (Zé Neco), Coidado (Augusto), Cajazeira (João Francisco do Nascimento – Zé de Julião), Novo Tempo (Du), Mergulhão (Gumercindo), Marinheiro (Antonio), Elétrico, Penedinho (Teodomiro), Bom de Vera (Luis Caibreiro), Beija Flor (Alfredo Quirino), Moeda (João), Alecrim (Zé Rosa), Sabonete (Manoel), Borboleta (João Rosa), Quina-Quina (Jonas), Ponto Fino (José da Guia), Zumbi (Angelino), Cravo Roxo (Serapião), Cajarana (Francisco Inácio dos Santos – Chico Inácio) e Azulão (Luis Maurício da Silva). Um total de 25 cangaceiros.Mulheres: Sila (mulher de Zé Sereno e irmã de Novo Tempo, Mergulhão e Marinheiro), Adília (mulher de Canário e irmã de Delicado), Enedina (mulher de Cajazeira, o Zé de Julião), Dinda (mulher de Delicado), Rosinha (mulher de Mariano), Áurea (mulher de Mané Moreno) e Adelaide (mulher de Criança, irmã de Rosinha e prima de Áurea). Um total de 7 mulheres."
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 Manoel Belarmino recebe em nome da família de Áurea
Junior Chagas entrega a representante da família de Zabelê
 Marcial Costa e a homenagem a família do coiteiro Manoel Félix
Archimedes Marques e o Diploma para família do ex-coiteiro Messias Caduda 
Louro Teles e o Diploma à familia das ex-cangaceiras, Rosinha e Adeláide
Antônio Vilela entrega o Diploma a representante da família de Adauto Félix
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Por mais de trinta minutos os familiares e representantes desses importantes personagens da história do cangaço, filho de Poço Redondo, foram ao palco principal da Festa Cariri Cangaço Poço Redondo 2018 para receber das mãos da autoridades e de pesquisadores de todo o Brasil seus Diplomas de "Família que Faz Parte da História do Cangaço no Brasil"; um reconhecimento e um resgate à memória desses homens e mulheres, muitos deles ainda criança, que por um motivo ou por outro acabaram se envolvendo nesta saga penosa e cheia de dor que foi o cangaço. Receberam seus Diplomas familiares dos ex-cangaceiros Sila, Novo Tempo , Mergulhão e Marinheiro; de Adília e Delicado ; de Cajazeira, o Zé de Julião; de Enedina , Rosinha e Adelaide, Áurea, Zabelê, Canário e também dos ex-coiteiros, Manoel e Adauto Félix e ainda Messias Caduda.
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O encanto a magia e o talento de Val Santos
 
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Val Santos e a sensacional Música de Raiz: Talento, arte e sensibilidade invadiram a Arena da Praça de Eventos na noite de encerramento do Cariri Cangaço Poço Redondo 2018.

Rangel Alves da Costa e o Legado de Alcino Alves Costa
Rangel Alves da Costa, Manoel Severo e Marcial Alves Costa
 Ivanildo Silveira e o depoimento sobre Alcino Alves Costa
 Ana Lucia Souza e o depoimento sobre Alcino Alves Costa
José Bezerra Lima Irmão e o depoimento sobre Alcino Alves Costa
 Archimedes Marques e o depoimento sobre Alcino Alves Costa
 Edvaldo Feitosa e o depoimento sobre Alcino Alves Costa
Maria Oliveira e o depoimento sobre Alcino Alves Costa 
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A terceira e última noite de Cariri Cangaço Poço Redondo 2018 foi dedicada inteiramente à memória de Alcino Alves Costa. Durante toda a programação da noite, depoimentos se sucederam ressaltando a obra e o legado de Alcino. Familiares, amigos, companheiros de Cariri Cangaço e vaqueiros da história contavam um a um as lembranças e todo o aprendizado ao lado do imortal Caipira de Poço Redondo. Representando o Conselho do Cariri Cangaço falaram dentre outros; Ivanildo Silveira, Louro Teles, Edvaldo Feitosa, Ana Lúcia Souza e Archimedes Marques. Ao final da festejada última noite de Cariri Cangaço Poço Redondo 2018 a Arena Cariri Cangaço, montada na Praça de Eventos contou com a espetacular apresentação do Grupo de Teatro e Xaxado "Na Pisada de Lampião" do multi artista Beto Patriota.

Manoel Severo, Beto Patriota e Ingrid Rebouças
Grupo de Teatro e Xaxado "Na Pisada de Lampião" encerrou 
o grande Cariri Cangaço Poço Redondo 2018
 Grupo de Teatro e Xaxado "Na Pisada de Lampião" encerrou 
o grande Cariri Cangaço Poço Redondo 2018
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Cariri Cangaço Poço Redondo
Praça de Eventos - Poço Redondo, Sergipe
16 de Junho de 2018
Fotos de Ingrid Rebouças e Louro Teles

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