Cariri do Ceará em Pauta...

Lailson Gurgel, Heitor Feitosa, Manoel Severo e Calixto Junior

Aconteceu na noite do ultimo sábado, 25 de novembro, no restaurante do Hotel Encosta da Serra em Crato, jantar que reuniu o Curador do Cariri Cangaço Manoel Severo e alguns dos mais destacados pesquisadores da região e do ICC - Instituto Cultural do Cariri. Estiveram presentes os casais; Lailson Gurgel, Heitor Feitosa e João Calixto Junior.

Na oportunidade o Curador do Cariri Cangaço Manoel Severo apresentou um detalhado resumo das atividades do Instituto Cariri do Brasil no ano de 2017 com as edições de Exu, Água Branca e Floresta, como também fez uma explanação aos confrades sobre os principais desafios para os anos vindouros, 2018 e 2019. "É sempre uma grande honra receber o Severo, Curador do Cariri Cangaço aqui em nosso Crato, ainda mais diante de tantos empreendimentos que estão por vir" revela o pesquisador e escritor Heitor Feitosa, que toma posse como novo presidente do ICC - Instituto Cultural do Cariri no começo do próximo mês de janeiro. 


A noite marcou a consolidação de mais um novo Projeto com a Marca Cariri Cangaço em parceria com o ICC - Instituto Cultural do Cariri; uma edição especial da Revista Itaytera em 2019 comemorando os 10 anos do Cariri Cangaço, que reunirá os mais destacados escritores da confraria Cariri Cangaço em artigos envolvendo as temáticas do Cangaço, Messianismo, Religiosidade e Coronelismo, temas centrais enfocados pelo Evento. 

"Hoje consolidamos com o Heitor Feitosa; num entendimento inicial que mantivemos com o Emerson Monteiro ainda em junho;  a intensão e mais que isso, o compromisso entre o Cariri Cangaço e o ICC para a edição especial da Itaytera em nosso aniversário de 10 anos reunindo grandes escritores e temas nordestinos, e faremos o lançamento no grande evento do CARIRI CANGAÇO 10 ANOS em setembro de 2019 aqui no Cariri cearense" confirma Manoel Severo.

Cariri Cangaço em jantar com pesquisadores do ICC - Instituto Cultural do Cariri

Um encontro reunindo expoentes da pesquisa e do estudo dos temas do sertão como Heitor Feitosa, Lailson Gurgel e Calixto Junior, não poderia deixar de ter uma pauta quase que inteiramente pontuada por episódios e personagens que marcaram a história do nordeste, dessa forma a noite contou com a "presença honrosa" de personagens como Izaias Arruda, os Paulino, Padre Cícero, Tristão Gonçalves, Pinto Madeira, Pereira Filgueiras, Fideralina, dentre tantos outros gigantes responsáveis por algumas das mais eletrizantes sagas sertanejas...

Manoel Severo conclui: "Ter as companhia dos confrades e amigos, Heitorzinho, Calixto e Gurgel é uma satisfação imensa, essa noite na verdade tive mais uma aula de história e conhecimento, realmente engrandecedor. E tem mais, já fechamos a participação tanto do Heitor, como do Lailson Gurgel e amigo Calixto Junior em nossa ousada agenda de 2018, vem muita coisa boa por aí".

Cariri em Pauta - Instituto Cultural do Cariri
Jantar Encosta da Serra, Crato - Ceará
25 de novembro de 2017

Os Verdadeiros Heróis ! Por:Wasterland Ferreira Leite


Há muito tempo vinha observando na crônica sobre o Cangaço, quase a total ausência de obras de relevo a respeito da atuação, combate e repressão das forças policiais volante contra o banditismo no sertão. Entretanto, não posso deixar de lembrar aqui, e ao mesmo tempo já fazer uma justíssima homenagem a pelo menos três autores com suas respectivas obras, e quê vem assim, talvez, nessa pequena síntese, representar os demais, como a seus livros. São eles: Marilourdes Ferraz, autora do monumental "O Canto do Acauã" (ora, salvo engano em 4.edição); O saudoso João Gomes de Lira, que deu-nos de "presente"o maravilhoso livro Lampião, memórias de um soldado de volante (Fundarpe, Gov.PE, 1.ed.1990, e ora parece-me em 4.ed); e por fim, Roberto Pedrosa Monteiro, escritor e autor do livro O outro lado do cangaço: as forças volantes em Pernambuco. 

O Canto do Acauã, obra de nome deliciosamente regional-sertaneja, e quê segundo o Mestre Frederico Pernambucano de Mello, em artigo publicado ainda em 1978, em jornal de relevo na capital pernambucana, (...)"é obra quê já nasceu clássica"(...)! O Mestre ali exaltava o talento notório da professora pernambucana Marilourdes Ferraz e sua obra prestes a ser publicada, naquele ano mesmo de 1978. Baseado nas memórias do seu pai, Cel.PM-PE Manoel de Souza Ferraz, o famoso Manoel Flor, o livro é sensacional e absolutamente impactante quanto ao relato denso, porque em profundidade no tocante à veracidade dos fatos, porém leve em relação à linguagem empregada, ou seja, de fácil entendimento (sem o refinamento ou sofisticação linguística muito própria da academia, mesmo tendo sido escrito por notória intelectual), a todo cioso pelo estudo do cangaceirismo. É obra basilar no estudo histórico, antropológico e científico daquele fenômeno juridicamente criminal e marginal.


Wasterland Ferreira Leite

A obra do tenente PM-PE João Gomes de Lira, é igualmente monumental e de muita ênfase! Desde pelo menos o final da década de 80 do século 20, os jornais de Recife, a exemplo do Jornal do Commercio, já vinha trazendo artigos ou reportagens divulgando da sensação no meio literário quanto à publicação de seu importantíssimo "Lampião". O tenente Lira destacou a importância histórica dos clãs Jurubeba e Flor, na formação daquela sociedade florestana, e situada na antiga Fazenda Algodões, que deu origem à famosa vila de Nazaré, e quê na década de 40 teve seu nome trocado pela estranha denominação Carqueja, e isso pelo então governador de Pernambuco Agamenon Sérgio de Godoy Magalhães, que no fim do ciclo histórico do Cangaço atuava em Pernambuco como interventor federal, em pleno Estado Novo. É impressionante o relato histórico apresentado no livro do tenente João Gomes de Lira, e ele traz à luz, e de uma maneira (acho eu) quase que de uma maneira inédita, a grandiosa importância e atuação singular da chamada "força de Nazaré", quê verdadeiramente notabilizou-se como tropa de elite da Polícia Militar de Pernambuco no combate ao banditismo lampiônico. 

Por fim, a obra do eminente historiador e também Cel.PM-PE Roberto Pedrosa, é de grande importância para uma melhor compreensão, e bem como de excelente subsídio histórico e literário (inserida na bibliográfica especializada), sobre esse chamado "outro lado do cangaço", ou seja, o universo Militar das tropas policiais em ação, no entanto em análise voltada a atuação em território pernambucano. Há outras obras de grande vulto, como por exemplo: Lampião, do Major PM-PE Optato Gueiros, bem como o livro de suma importância escrito pelo Cel.PM-AL João Bezerra da Silva, intitulado Como dei Cabo de Lampião, também já em 4.ed., e sendo a primeira delas lançada ainda em 1940, nos rescaldos dos acontecimentos de Angico, e ano-Marco do fim do Ciclo. É obra fundamental, sendo a primeira edição, creio, que muito rara, e quê temos a satisfação de possui-la. 



Ainda bem que os verdadeiros heróis do sertão estão sendo muito bem reconhecidos, nesta continuação de obras reeditadas e outras publicadas, e ora também lembrados e homenageados, como o soldado Adrião Pedro de Souza, quê ganhou biografia escrita pelo eminente professor e amigo Antônio Vilela de Souza, tendo sido seu nome cravado em memorial póstumo na Gruta do Angico. Foram muitos policiais mortos em combate contra o Cangaço, e em repressão ao bando de Lampião. Mas muitos mortos mesmo! Deveriam e muito serem bastante lembrados, inclusive pelas altas autoridades dos nossos estados, onde imperou o terrível flagelo do banditismo intitulado Cangaço. 

É uma pena que no Brasil hoje, com a distância do tempo no tocante ao fim daquela "guerra de guerrilhas", muitas pessoas, e muito notadamente os das novas gerações, tomadas de paixão pelo tema (e tem de sê-lo, porquê também o sou), não consigam de todo enxergar a realidade histórica do assunto, e invertem os valores, sendo ora Lampião (a meu ver, o maior bandido da história universal) herói, e até mesmo endeusado por padre-escritor meio quê aloprado (desculpem-me), e ora um cangaceiro Jararaca (chefe de bando e quê aliou-se a Lampião no malogro de Mossoró, "virou santo", para muitos crédulos! E os soldados que "queimaram sua mocidade na guerra do sol", foram sendo relegados ao esquecimento, ou sendo menosprezados e acusados de um sem-número de arbitrariedades que em certos casos aconteceu mesmo, e não devemos desconsiderar! Mas, aplaudimos sim os Nazarenos, como também a maioria deles que prestaram relevantes serviços para o Nordeste e o Brasil. 

Wasterland Ferreira Leite,
Paulista, Pernambuco

2018 já chegou: Cariri Cangaço São José de Belmonte e a Pedra do Reino

Cariri Cangaço chega a São José de Belmonte

O último sábado de novembro; dia 25, marcaria o inicio do ano 2018 para os empreendimento com a marca Cariri Cangaço, explico: Na manha deste ultimo sábado aconteceu nas dependências do surpreendente e majestoso "Castelo Armorial" no centro da cidade pernambucana de São José de Belmonte, a primeira reunião de trabalho para a realização do Cariri Cangaço São José do Belmonte em 2018.

O Curador do Cariri Cangaço estava acompanhado dos conselheiros, Manoel Serafim de Floresta, Sousa Neto da cidade de Barro, Professor Pereira de Cajazeiras e Louro Teles de Calumbi, além dos pesquisadores Luiz Ferraz Filho, Cícero Aguiar e o presidente do IHGP - Instituto Histórico e Geográfico do Pajeú; Augusto Martins, além de Socorro Martins e Ingrid Rebouças. O grupo foi recebido pelo pesquisador e escritor, Valdir José Nogueira, pelo proprietário do Castelo Armorial, Clécio Novaes, por Clênio Novaes, Edízio Carvalho e Cícero Moraes.


 Valdir José Nogueira anfitrião do Cariri Cangaço em São José de Belmonte
  Recepção de Luxo no Castelo Armorial por Clécio Novaes

"É realmente uma grande honra estarmos hoje nesta manhã de sábado, 25 de novembro, realizando um sonho antigo, trazer o Cariri Cangaço para São José de Belmonte, sem dúvidas agradecemos ao curador do Cariri Cangaço, nosso amigo Severo e todos os que fazem a família Cariri Cangaço, tenham certeza que iremos realizar um evento marcante e inesquecível!" Ressalta Valdir José Nogueira.

Para Manoel Severo, "hoje estamos sem dúvidas dando o primeiro passo na consolidação de um antigo desejo do Cariri Cangaço, que era chegar a emblemática e mistica São José de Belmonte, a terra da Pedra do Reino e cenário eletrizante dos embates dos Pereira contra os Carvalho... Acho que palavras serão desnecessárias, agora é, como sempre; trabalhar, trabalhar e trabalhar muito. A hospitalidade do povo de São José do Belmonte já sentimos desde hoje com essa recepção de luxo, então que venha o Cariri Cangaço São José de Belmonte 2018".


 Clênio Novaes e Manoel Severo
 Valdir Nogueira, Sousa Neto, Professor Pereira e Manoel Serafim
 Primeira reunião de trabalho para o Cariri Cangaço São José de Belmonte 2018

O encontro e a reunião de trabalho aconteceu nos salões do Castelo Armorial, propriedade de Clécio Novaes, tendo prosseguimento em um almoço na chácara de Clênio Novaes. Nos dois momentos foram tratados os prenúncios do grande Cariri Cangaço São José de Belmonte; período, temáticas, infraestrutura, programação artística, visitas de campo, enfim, todos os pontos que prometem proporcionar a todos os vistantes e também às famílias de Belmonte, um evento simplesmente único e inesquecível. No encontro o Conselho do Cariri Cangaço empossou o pesquisador e escritor Valdir José Nogueira como Presidente da Comissão Organizadora Local do evento, que conta ainda com a participação da Associação Cultural Pedra do Reino, dos irmãos; Clênio e Clécio Novaes, de Cícero Moraes, de Edízio Carvalho, além de Denis Carvalho, que por motivo de força maior não pôde comparecer à reunião; dentre outros companheiros.


 Professor Pereira, Manoel Serafim, Valdir Nogueira, Sousa Neto, 
Louro Teles e Cicero Moraes 
Socorro e Augusto Martins, Luiz Ferraz Filho e Cícero Aguiar
Louro Teles, Clécio Novaes e Cícero Moraes


"Depois de um lucido e maravilhoso debate, encontramos e definimos a data para o Cariri Cangaço São José de Belmonte, sera dos dias 11 a 14 de outubro de 2018, data essa de consenso entre a Associação Cultural Pedra do Reino, o Cariri Cangaço e os demais participantes do encontro, temos certeza que sera um marco para toda essa região" acentua Valdir José Nogueira, presidente da Comissão Organizadora Local em São José de Belmonte e continua Valdir: "A acolhedora cidade sertaneja de São José do Belmonte, Terra da Pedra do Reino, começou a testemunhar na manhã deste último sábado, dia 25 de novembro a consolidação de uma das mais esperadas agendas Cariri Cangaço para o ano de 2018."

Louro Teles, Manoel Serafim, Augusto Martins, Manoel Severo, Valdir Nogueira, Sousa Neto, Cícero Aguiar, Edizio Carvalho, Clênio Novaes, professor Pereira e Luiz Ferraz Filho
 Família Cariri Cangaço em Belmonte...
Augusto Martins, Manoel Severo e Valdir Nogueira

"O Conselho Alcino Alves Costa já está inteiramente à disposição da Comissão Local para o que precisarem, tanto eu, como o Professor Pereira, como o Serafim e o Louro Teles, além de outros companheiros do Conselho, como o amigo Jorge Remígio, Dr Leandro Cardoso, estaremos ao lado da Comissão na construção desse grande evento" revela o Conselheiro Cariri Cangaço, pesquisador e escritor de Barro, Sousa Neto.

Clênio Novaes, um dos organizadores do Cariri Cangaço São José de Belmonte em 2018, confirma: "As temáticas serão: - Ariano Suassuna e a Pedra do Reino  e a Saga Carvalhos e Pereiras; estaremos todos comprometidos em fazer um grande evento, será uma honra para todos nós. " Já Clécio Novaes, proprietário do surpreendendo Castelo Armorial: "Podem contar conosco e com o Castelo Armorial para o que for preciso, São José do Belmonte viverá um momento ainda mais rico de cultura e tradição com a chegada do Cariri Cangaço".



"O local onde hoje se situa São José do Belmonte, era uma fazenda de criação denominada “Maniçoba”, por causa dessas árvores, muito abundantes na região. Esta pertencente a José Pires Ribeiro. Em meados de 1856, surgiu na região uma doença que se alastrou por grande parte do sertão, ceifando vidas. Era denominada de Cólera Morbus. José Pires, muito católico, prometeu fervorosamente a São José que caso a fazenda Manissobal, que era a sua propriedade, não fosse atingida, ele ergueria uma capela tomando como patrono São José, e este fato aconteceu.No ano seguinte, com a ajuda de Frei Cassimiro de Mitello, erigiu a igreja, dando início ao povoamento.Na ocasião o frei Cassimiro de Mitello mudou a denominação de “Maniçoba” para Belmonte, isto devido a topografia da povoação, situada em uma elevação"





"A região que engloba a cidade de São José do Belmonte-PE é uma das mais ricas no tocante às ocorrências que envolveram o fenômeno Cangaço. E ainda, um dos mais importantes eventos para historiografia do Brasil, que foi a concentração de fanáticos na Pedra do Reino no ano de 1838. Pernambuco despertou para importância dos eventos desse seminário Cariri Cangaço. Tenho certeza que será um dos maiores desde a sua criação em 2009. Estou em contagem regressiva" fala o Conselheiro Cariri Cangaço Jorge Remígio.

"Pedra do Reino e Casarão do coronel Luiz Gonzaga, seria ele, "aquelas cinzas" que Sinhô Pereira mandou Virgolino apagar? A questão com Maroto foi mesmo uma das motivações para o homicídio? Afinal quem o matou? Livino ou Maroto? Lampião nesse momento, já era o chefe do bando, ou ainda, estava sob comando de Pereira? E a Pedra do Reino ficção ou realidade?O certo é que tudo se encontra lá, desde o casarão até os monumentos da Pedra do Reino, passando pela misteriosa e importantíssima Lagoa do Vieira, em que ocorreu o fogo com a volante de Theophanes Ferraz, e ensejou na lesão no pé de Lampião e sua aproximação com Sabino Gomes e Marcolino Diniz, que venha o Cariri Cangaço São José do Belmonte" provoca o pesquisador Geziel Moura.


 Recepção com almoço na chácara de Clênio Novaes
 Valdir Nogueira e os "senões" da morte de Padre Pereira...

"Estamos hoje, neste primeiro momento, elencando as principais providencias e entendimentos para a consolidação do evento; principalmente com  a presença de Severo. A Comissão Local com o Valdir, Denis, Clênio, Clécio, Edizio, Cicero, enfim, vão construindo a agenda de visitas, conferencias e debates, passo a passo vamos formatando e possibilitando ao Brasil mais um Cariri Cangaço fantástico" revela o Conselheiro Cariri Cangaço, Professor Pereira.

"Obrigado mestre Severo, hoje tive uma aula de Cultura e dos eventos históricos do sertão. Agradeço a gentileza em participar da reunião para a realização desse grande Cariri Cangaço. Que bom que o Cariri Cangaço aconteça em Belmonte, mais que merecido." Confessa o pesquisador, filho de São José de Belmonte, Cícero Aguiar.


Valdir Nogueira, Luiz Ferraz e Sousa Neto: Pacto para novo Livro


"Um dos momentos mais que importantes dessa nossa visita foi o pacto; ou seja; o compromisso assumido pelos pesquisadores Valdir Nogueira, Sousa Neto e Luiz Ferraz Filho, em escrever uma obra que possa nos ajudar a elucidar os muitos mistérios que envolvem a presença forte do cangaço na região de Belmonte; Pereiras, Carvalhos, morte de Gonzaga, enfim...Sensacional." Diz Manoel Severo


Louro Teles, Luiz Ferraz, Clênio Novaes, Sousa Neto, Prof. Pereira, Cicero Aguiar, Manoel Serafim, Augusto e Socorro Martins, Valdir Nogueira e Manoel Severo
Manoel Severo, Valdir Nogueira, Luiz Ferraz Filho, Sousa Neto, Clécio Novaes
Valdir Nogueira e Ingrid Rebouças
Conselheiros Cariri Cangaço, Manoel Serafim e Sousa Neto

"A conversa foi tao boa que o tempo passou rápido demais, e nós que agradecemos Mestre Severo a grande oportunidade de participar da construção desse evento mais que importante, que já é sucesso absoluto" ressalta o pesquisador e um dos mais importantes genealogistas do Pajeú, Luiz Ferraz Filho.

Cícero Aguiar e Edizio Carvalho
Augusto Martins, Sousa Neto, Professor Pereira e Louro Teles

Clênio Novaes, Manoel Severo, Manoel Serafim, Sousa Neto e Edizio Carvalho

Cariri Cangaço São José do Belmonte
1ª Visita de Trabalho - Castelo Armorial
25 de Novembro de 2017, São José de Belmonte-PE

Barro e a Memória de seus Beneméritos! Por Sousa Neto

Prefeito Marquinélio, Manoel Severo e Sousa Neto

Estamos festejando o nosso 66° ano de independência do município de Milagres. Temos evoluído em muitos aspectos, sobretudo no social e educacional. Muitas foram as conquistas nessa jornada graças ao empenho e luta de muitos de seus filhos. Tivemos também o empenho de outros que não nasceram nessas terras mais que deixaram os seus nomes marcados para sempre na nossa história.Todo o povo tem a sua evolução, quer seja na formação de um país, estado ou mesmo em um pequeno município. Qualquer informação que se aprovisione é uma perfeita orientação quanto a sua originalidade, todas as particularidades de sua história deve trazer até nós a exposição de fatos e episódios especiais.

E assim sendo, é meu dever como estudioso e fervoroso apaixonado pela a nossa história, destacar duas figuras que não poderão jamais ser renegadas ao esquecimento.
Refiro-me aos eméritos Monsenhor Joviniano Barreto e Dr. Walter de Sá Cavalcante.

MONSENHOR JOVINIANO BARRETO; Nasceu em 05 de maio de 1889 no município de Tauá e logo cedo apresentou dedicação às causas cristãs. Recebeu ordenação sacerdotal em Fortaleza no dia 22 de dezembro de 1911 aos 22 anos de idade. Com a criação da Diocese de Crato o então Padre Joviniano Barreto foi vigário-cooperador de Lavras da Mangabeira. Posteriormente, ele foi Cura da Catedral de Crato, Secretário do Bispado, professor e reitor do Seminário Diocesano São José, vice-presidente do Banco do Cariri (pertencente á diocese) e diretor do Ginásio, hoje Colégio Diocesano. Era depositário de toda a confiança do pastor diocesano e primeiro bispo do Crato Dom Quintino Rodrigues de Oliveira e Silva que o tinha como conselheiro contando também com a simpatia, amizade e respeito de todo o clero diocesano. Homem apostólico, dedicado, trabalhador, inteligente e culto. Tinha um caráter forte e uma personalidade marcante.

Assumiu a paroquia de Juazeiro em 1935 um ano após a morte de Padre Cícero ajudando na evolução social daquela urbe. 
Monsenhor Joviniano Barreto sempre que podia vinha a nossa terra e tinha estreita amizade com o povo da então vila do Barro onde passava dias na casa da família André. 
Quando da coesão de forças das principais famílias da comuna na época com vistas a sua emancipação do município de Milagres, o Barro contou com o valioso auxílio do Monsenhor Joviniano Barreto, que sendo uma figura de destaque no clero diocesano, assumiu a responsabilidade de receber e organizar o planejamento e demarcação das ruas e praças, para que a vila do Barro tivesse em pouco tempo um número satisfatório de casas residenciais e comerciais para sediar o futuro município. A missão foi um sucesso! O patrimônio de Santo Antônio, nosso padroeiro, foi oferecido de volta ao povo.

Lamentavelmente um ano antes da emancipação politica do Barro, monsenhor Joviniano Barreto foi assassinado na noite do dia 06 de janeiro de 1950. Em uma solenidade no Juazeiro um infeliz desferiu uma facada no seu coração o matando covardemente. Monsenhor Joviniano Barreto também por o "Mártir do Dever".

Monsenhor Joviniano Barreto e Walter de Sá Cavalcante


WATER DE SÁ CAVALCANTI- Nasceu em Fortaleza aos 30 de junho de 1915. Era filho de João de Sá Cavalcanti e Raimunda Rabelo de Sá. Aos 18 anos ingressou na Faculdade de direito do Ceará na qual colou grau de Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais em 08 de dezembro de 1937. Após exercer vários cargos públicos importantes em 1947 foi eleito deputado à constituinte. Foi Professor da Escola de Agronomia. Atuou como membro e presidente de três comissões de inquérito da Secretaria de Agricultura e fez parte da Comissão que constituiu a banca examinadora do concurso para provimento do cargo de Agrônomo classificador do Departamento de Economia Agrícola da Secretaria de Agricultura do Estado.

Walter foi ainda Jornalista de crédito firmado, foi colaborador dos jornais, “O Povo” e “O Estado”, orientando as Páginas Estudantis desses órgãos da imprensa fortalezense. No matutino “O Estado” ingressou como redator em 1937 passando a redator-chefe a 02 de novembro de 1942 e sócio coproprietário e em 26 de abril de 1945 exerce a direção.

O Dr. Walter de Sá Cavalcante ingressou nas fileiras do PSD (Partido Social Democrático) quando da campanha da sucessão presidencial para as eleições de 02 de dezembro de 1945. Candidato a deputado foi eleito a 19 de janeiro com 4.277 votos, o 2º mais sufragado na legenda do Partido e o 6º dentre os 45 eleitos pelos cinco partidos que concorreram ao pleito. Fez parte substituindo o deputado Wilson Gonçalves, da Comissão Constitucional e em sessão ordinária de 22 de julho eleito para a Comissão de Constituição, Justiça e Legislação, da qual passou a presidente.

Foi eleito deputado federal em 1950, mas faleceu antes de terminar o mandato em 10 de junho de 1954 no Rio de Janeiro. Foi sepultado em Fortaleza, onde recebeu grande consagração póstuma por parte de seus conterrâneos.

Walter de Sá Cavalcanti politico atuante e determinado atendeu a solicitação das lideranças politicas do Barro e entrou com o projeto de lei nº 1.153 de 22 de novembro de 1951 que aprovado por unanimidade foi sancionada pelo então governador Raul Barbosa, jornalista e fundador do Jornal “O Estado”. 
A memória de Walter Sá Cavalcanti foi celebrada por ocasião do primeiro prédio escolar edificado nesse torrão há poucas décadas que levou o seu nome. A cidade foi se desenvolvendo e outras escolas foram surgindo. A edificação ruiu e junto com ela a memoria desse ilustre cearense que deu o maior presente que o Barro já teve, a sua independência! 
O Monsenhor Joviniano jamais foi lembrado!

Ao completar 66 anos de emancipação politica é dever do povo dessa terra agradecer a esses ilustres benfeitores. Muitos se empenharam, mas esses dois são meritórios.

Sousa Neto, Pesquisador e Escritor
Secretário de Cultura de Barro
Conselheiro do Cariri Cangaço 

Política, Clãs Familiares e Pistolagem Por:Rangel Alves da Costa


Como se fosse em outros tempos, ainda nos idos mais ferrenhos do coronelismo nordestino, ainda hoje a imprensa de vez em quando noticia o confronto sangrento entre clãs familiares, entre famílias rivais, entre velhas e carcomidas raízes que nunca se deram bem com outras ervas daninhas. Resultado: mortes de lado a lado, sangue escorrendo por cima e debaixo dos sobrenomes, chacinas e vinganças que parecem nunca ter fim.
Em tudo, a feição mais terrível e tacanha da discórdia nascida, muitas vezes, de uma disputa qualquer, mas que depois vai se firmando como inimizade de sangue, como ódio profundo, como aversão odienta. E toda a linhagem familiar – queira ou não – tem de abraçar esse ódio e levar consigo a visão do outro como seu maior desafeto. Por que o avô era inimigo, então o neto tem de nascer e crescer já propenso ao ódio e à discórdia. E assim de geração a geração, tanto de um lado como do outro.

Rangel Alves da Costa e o Diploma de Conselheiro Cariri Cangaço entre os também conselheiros, João de Sousa Lima e Jorge Remígio


Assim ocorreu pelo Nordeste inteiro. Havia situações onde pessoas de uma família ou que carregassem o mesmo sobrenome familiar, sequer podiam ultrapassar determinados limites dentro de uma mesma povoação. E se dizia que naquela rua ninguém de determinada linhagem podia pisar, sob pena de ser logo alvejado. Do mesmo modo, se o desafeto mais afoito adentrasse no reduto do outro clã familiar, certamente se tornaria mais um na estatística das mortes pela honra familiar. Mas daí se indagar: que honra é essa onde o preço é sempre a desonra do outro pela morte sangrenta?

Fato é que os jornais de hoje ainda estampam os absurdos: “Famílias reacendem suas rixas e colocam em polvorosa toda a povoação”, “Famílias rivais novamente acertam contas e deixam um saldo de mortes de lado a lado”, “Os clãs se digladiam e o sangue corre solto pelas ruas e pelas estradas”. De vez em quando é possível encontrar manchetes assim. E o pior é que, muitas vezes, como as pessoas – ainda que não façam parte das famílias rivais – tomam partido para um ou outro lado, igualmente acabam se tornando vítimas das cegueiras do ódio. De repente, toda uma cidade está vivendo e convivendo com o mesmo terror.

As raízes disso tudo? Sempre o poder, a posse, a conquista, o mando, a sujeição do outro. Na busca e no alicerce do poder é que está o nascedouro de toda rixa, todo o ódio e toda vingança. O poder nunca gosta de dividir poder com ninguém. O poder é soberbo, é egoísta, é prepotente, sempre quer tudo e mais e mais para si. E no poder está o mando, que é a concretização maior da posse sobre tudo, sobre a terra, sobre o bicho, sobre o homem. Contudo, como nunca existe um só senhor que a tudo deseja abarcar, então tem início as desavenças, os ódios, as vinditas, as guerras. E pelo nome daqueles senhores guerreando entre si, acorre toda a família, todo o clã familiar. Então é a guerra sem fim.


Tendo nas mãos o poder e o mando como forma de concretização dos mais escusos desejos, então os senhores donos do mundo logo buscam formalizar suas intenções de mais poderes através da política. Ora, a política ressoa como a oficialização do mando e da submissão. E quando se tem necessidade de, a todo custo, manter o poder político, então é que as armas mais escusas e abomináveis passam a ser utilizadas. Não se fala aqui em clientelismo ou assistencialismo, mas no uso da força e da violência para manutenção do império político e eleitoral. É onde entra a pistolagem.

Política e pistolagem são duas pestes que se comungam e se digladiam desde os tempos antigos. Ou desde quando a ascensão política ou a manutenção do poder exige a desmedida ação de submeter o outro, ajoelhando-o aos anseios nefastos do mando. Como o outro nem sempre se submete, pois igualmente aspirando ao mesmo poder e o mesmo mando, então o confronto se perfaz com e por todos os meios, principalmente da violência das armas.


A verdade é que cada período eleitoral reabre feridas, vai reacendendo mágoas adormecidas, e tudo volta a desandar, ainda que jamais tenha havido pacificidade entre os pleiteantes. As rivalidades aumentam, as ameaças também, e os crimes quase em igual proporção. Quem perde nunca aceita a derrota, sempre prometendo vingança de todo jeito. E por isso mesmo vitoriosos e derrotados continuam em cima do mesmo palanque de guerra, mirando o outro.

E é assim nos tempos modernos. A guerra de hoje não é mais por limites de terras nem por desavenças banais, mas sempre tendo o poder político como honra maior a ser defendida. Já não se recorre a jagunços ou capangas assalariados, mas a pistoleiros de aluguel ou mesmo pelos próprios membros das famílias. Tudo em desmedida sede de sangue. E para as cruzes que vão surgindo em cemitérios também rivais, pois até os mortos são separados pelo ódio.

Rangel Alves da Costa, Escritor
Conselheiro Cariri Cangaço, Poço Redondo-Sergipe
blograngel-sertao.blogspot.com 

Fechando Com Chave de Ouro Por:Kydelmir Dantas


No Cariri Cangaço Floresta e Nazaré do Pico fecharam com chave de ouro a participação dos Cangaceiros Cariri neste ano de 2017. Principalmente, na minha opinião, mesmo não lá estando, mas acompanhando pelas redes sociais e por telefone, através dos amigos presentes - as homenagens aos Nazarenos mortos em combate ao cangaceirismo foi importante e singular. 

O que dizer de um momento histórico destes? Insuperável ! Qualquer outra palavra vira pleonasmo. Homenagear a bravura dos Nazarenos foi, acima de tudo, um ato de reconhecimento àqueles que deram seu tempo, sua juventude e sua vida para combater o Cangaço. 


Neco de Pautilia, Kydelmir Dantas e João Gomes de Lira

Neste momento faço meu preito de gratidão aos que conheci e tive a alegria de compartilhar um pouco de suas amizades: JOÃO GOMES DE LIRA, através de Rubelvan Lira e Família, MANOEL CAVALCANTI DE SOUZA (Neco de Pautília), através de Alaíde Cavalcanti e Família,LUIZ FLOR, através de seu Ulisses e toda a Família Flor, SINHÔ DA BELEZA. Também à memória de MANOEL MARTINS, na pessoa de sua filha Maria Rita Araujo e a todos os familiares dos bravos filhos de Nazaré do Pico.

Sempre disse que "o cangaço é uma moeda de duas faces..." De um lado estavam os cangaceiros, do outro as forças legais (Policiais volantes e contratados) e nas bordas os políticos e coronéis). Alguns livros da bibliografia cangaceira devem ser citados para se conhecer a outra face desta moeda:


LAMPEÃO: Memórias de um Oficial ex-Comandante de Forças Volantes - Optato Gueiros. São Paulo. 1953.
COMO DEI CABO DE LAMPIÃO - João Bezerra. Recife. 1940.
O CANTO DO ACAUÃ - Marilurdes Ferraz. Recife. 1978.
LAMPIÃO, MEMÓRIAS DE UM SOLDADO DE VOLANTE - João Gomes de Lira – Fundarpe. Gov.PE, 1.ed. - 1990.
O OUTRO LADO DO CANGAÇO: as forças volantes em Pernambuco - Roberto Pedrosa Monteiro. Recife. 2004.
O INCRÍVEL MUNDO DO CANGAÇO - Antônio Vilela de Souza. Edições Bagaço. Recife. Vol. 1. 2006.
O INCRÍVEL MUNDO DO CANGAÇO - Antônio Vilela de Souza. Edições Bagaço. Recife. Vol. 2. 2008.
A OUTRA FACE DO CANGAÇO: Vida e Morte de um Praça (Adrião Pedro de Souza) - Antônio Vilela de Souza. Edições Bagaço. Recife. 2015.


Kydelmir Dantas
Pesquisador, escritor, poeta, 
Conselheiro Cariri Cangaço - Nova Floresta - PB.