A História de Zim Paulino, dos Irmãos Paulino de Aurora Por:João Tavares Calixto Junior

Zim Paulino

Nascido na região do riacho das Antas (Aurora, CE) em 1884, José Paulino dos Santos (Zim Paulino), foi a representação do típico "homem de questões" do período truculento do cangaço no Nordeste brasileiro, atuando principalmente nas duas primeiras décadas do século XX.

Era o terceiro filho varão do casal Paulino José Pereira (daí a denominação afamada de Paulinos) e Idalina Maria Joana ou Idalina Maria de Jesus, da qual também herdaram, os irmãos, o pseudônimo de Idalinos, atuantes em lutas constantes em toda a região que compreendia de Missão Velha, passando por Aurora e Ingazeiras e indo a Lavras da Mangabeira (todos municípios cearenses).
Casado na família com Maria Vitória do Espírito Santo, sua prima legítima, foi pai de sete filhos: Antônio Paulino Sobrinho, Joaquim Pereira Neto, Maria de Lourdes Paulino, Geraldo Paulino dos Santos, José Paulino Filho, Rosa Paulino dos Santos e Idalina Paulino Neta Rocha.
Acusado do assassinato de Pedro Saraiva dos Santos, também seu parente próximo, morto com tiros de revólver em 10 de agosto de 1925 na estrada do sítio Carro Quebrado, região do riacho das Antas em Aurora, Zim Paulino, apesar de viver sob a proteção dos irmãos (João e Antônio Paulino) e do Tio Cel. Cândido do Pavão, figura de destaque na política local, foi preso por este crime - de grande rumor na época pela banalidade - e passou por dois julgamentos.
O primeiro, marcado para 5 de abril de 1929, não veio a ocorrer, tendo sido julgado em 11 de maio de 1929, sendo condenado à
pena máxima. Em segundo julgamento, ocorrido em Aurora
em 4 de dezembro de 1932, foi condenado a sete anos de prisão.
Foragido da cadeia, só foi capturado em 1942, no dia 9
de julho, no sítio Várzea de Conta, pelo delegado militar, o 3º
sargento Epitácio Furtado de Figueiredo.
No entanto, aos 4 de janeiro de 1945, depois de ter cumprido 5 anos e 10 meses de prisão (intercalou prisão em Aurora e Fortaleza entre 7 de setembro de 1928 e 25 de novembro de 1931 e em Aurora de 1942 a 1945), Zim Paulino foi libertado pelo juiz Joaquim Olímpio de Silveira Carvalho, da 3ª vara, de Fortaleza.
Indo embora de Aurora, construiu nova vida em Andradina, interior de São Paulo, próximo a seu irmão Chico Paulino, um dos assassinos de Isaías Arruda, onde viu progredir a família, deixando prole numerosa de netos e bisnetos e vindo a falecer com cerca de 80 anos em 1964.
Fotografia de Zim Paulino (José Paulino dos Santos). In: Calixto Júnior, J.T. Vida e Morte de Isaías Arruda: sangue dos Paulinos, abrigo de Lampião. Expressão Gráfica, Fortaleza, 2019.

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