Batalha do Jenipapo, no coração do Piauí a história da força de um povo

Esse "Brasilzão" continental , uma nação tão jovem e tão cheia de história e memória é capaz de mesmo diante do terror das guerras e conflitos; desde as épocas do descobrimento, colônia, império e república; mostrar a força de seu povo, uma gente de raiz, força e fé. No ultimo dia 27 de outubro de 2025, eu e Tailene Barros tivemos a oportunidade de nos defrontarmos com um desses cenários extraordinários e tão pouco conhecido pela  maioria do povo brasileiro, o Monumento a Batalha do Jenipapo.

Manoel Severo no Monumento a Batalha do Jenipapo

A Batalha do Jenipapo ; uma das mais sangrentas batalhas do século dezenove , ocorreu em 13 de março de 1823, no Piauí, durante a luta pela consolidação da independência do Brasil. Apesar da derrota brasileira, que usou armas rudimentares contra as tropas portuguesas, a batalha foi decisiva para consolidar a independência do país. A bravura dos piauienses, maranhenses e cearenses fez com que as tropas portuguesas de Fidié se desviassem do seu objetivo, desmobilizando a resistência contra a separação de Portugal no norte do Brasil. Fidie após a batalha retirou para o Maranhão e de lá acabou deportado com seus homens , para Lisboa. Os Brasileiros foram Liderados por Simplício Dias e capitão Luís Rodrigues Chaves, a “tropa” era composta por piauienses, maranhenses e cearenses, muitos dos quais eram pessoas comuns, armadas com foices, machados, pedras e armas rústicas, já os Portugueses, Eram tropas profissionais e mais bem equipadas, comandadas pelo Major João José da Cunha Fidié, que possuíam onze canhões em seu arsenal dentro do combate . O Monumento que traz a memória da batalha do Jenipapo está no município Piauíense de Campo Maior, às margens da BR 343.


"Ocorreu no dia 13 de março de 1823 uma batalha decisiva para a independência do Brasil: A Batalha do Jenipapo. Cearenses e maranhenses se juntaram ao povo do Piauí nessa importante data histórica para lutar contra resistentes tropas portuguesas lideradas pelo Major João José da Cunha Fidié. A data é geralmente esquecida nas aulas de história do ensino fundamental e médio, e apesar de ter sido de grande importância para todo o país, não é facilmente encontrada em livros sobre o assunto. Mesmo no estado onde aconteceu a batalha, o Piauí, poucas pessoas tem conhecimento sobre a grandeza dela, mas alguns historiadores e alguns políticos já estão tentando mudar a situação e já está em curso a implantação da Batalha do Jenipapo na disciplina de História."

Tailene Barros no Monumento a Batalha do Jenipapo

"Como aconteceu a batalhado Jenipapo? A batalha aconteceu às margens do Rio Jenipapo, onde atualmente encontramos a cidade Campo Maior, no Piauí. A batalha se iniciou após terem sido descobertas as intenções do comandante das tropas portuguesas: manter a região sob o domínio português para abafar os movimentos de independência que se desenvolviam na área. Os brasileiros decidiram então impedir que o plano dos portugueses fosse realizado e travaram uma luta entre o Império do Brasil e o Reino Unido de Portugal. Do lado brasileiro estavam pessoas simples, lavradores, artesãos, escravos, roceiros, vaqueiros, etc. Enquanto do lado português haviam soldados bem treinados, bem armados e à cavalo. A batalha do Jenipapo é conhecida como uma das mais sangrentas batalhas realizadas no solo brasileiro, isso se deve ao fato de que os brasileiros não foram para a luta com armas de guerra, e sim com facões, machados, porretes e armas artesanais. Cerca de 200 brasileiros foram mortos e outros 542 foram feitos prisioneiros por Portugal, enquanto 116 portugueses morreram e 60 ficaram feridos."


"Os brasileiros perderam a batalha, mas fizeram a tropa mudar de percurso e evitaram que o exército português fosse até a capital, onde, por não haver exército de prontidão, seria muito fácil tomar o comando de tudo. Embate, que foi crucial para o processo de emancipação do Brasil, é lembrado até hoje como um gesto de coragem, onde o bem da maioria se sobrepôs ao medo de perder a vida. Em 1973 foi criado um monumento na cidade de Campo Maior para homenagear as pessoas que se sacrificaram na Batalha do Jenipapo, que completa 190 anos, em 2013." Fonte:http://batalhadojenipapo.pi.gov.br/a-historia-da-guerra/

Major João José da Cunha Fidié, enviado ao Piauí pelo rei Dom João VI 
Foto: Museu do Piauí 

Recorremos agora a Zethe Viana Machado, “No dia 07 de setembro de 1822, às margens plácidas do Ipiranga ouviu-se o grito de independência de D. Pedro I, mas não houve derramamento de sangue pela liberdade do Brasil nessa ocasião. Meses depois, brasileiros dariam a própria vida para assegurar a independência e a unidade nacional na denominada Batalha do Jenipapo. Os piauienses desafiaram o peito à própria morte e não fugiram à luta. Para ficar a pátria livre, muitos piauienses morreram pelo Brasil. 13 de março de 1823. Data em que ocorreu a Batalha do Jenipapo, nas proximidades do Rio Jenipapo, no atual município de Campo Maior, no Estado do Piauí. A data é tão importante para os piauienses que passou a ser estampada na bandeira do Estado, por meio da Lei Estadual nº 5.507, de 17 de novembro de 2005, atendendo uma antiga reivindicação da comunidade acadêmica, em reconhecimento da sua importância histórica para a independência do Brasil."

A data é tão importante para os piauienses que passou a ser estampada na
 bandeira do Estado

Tailene Barros e Manoel Severo no Monumento Batalha do Jenipapo

E segue Zethe Viana Machado, "Entretanto, a batalha ainda é desconhecida pela maioria dos brasileiros. Segundo Laurentino Gomes em sua famosa obra 1822: “Nesse local ocorreu o mais trágico confronto na Guerra da Independência. Foi batizado de Batalha do Jenipapo em referência ao nome do rio em cujas margens brasileiros e portugueses se bateram entre as nove horas da manhã e as duas da tarde de 13 de março de 1823. O resultado foi uma carnificina: cerca de duzentos brasileiros mortos e mais de quinhentos feitos prisioneiros. 

As perdas representaram um terço do improvisado exército brasileiro composto em sua maioria por vaqueiros, comerciantes, alguns vereadores, um juiz, além de velhos e adolescentes. Os portugueses tiveram apenas 16 baixas. Ignoradas pelos brasileiros das outras regiões, as tumbas dos heróis anônimos do Jenipapo contêm uma lição. É um erro acreditar que as regiões Norte e Nordeste apenas “aderiram” ao império do Brasil depois que a independência já estava assegurada no sul do país. Por essa interpretação equivocada, a decisão teria se tornado inevitável diante da consolidação do poder de D. Pedro no Rio de Janeiro e do enfraquecimento da metrópole portuguesa às voltas com dificuldades políticas e financeiras. Na verdade, a independência nessas regiões foi conquistada palmo a palmo ao custo de muito sangue e sofrimento”. 

Tailene Barros e Manoel Severo no "Campo Santo das Almas da Batalha do Jenipapo"
O resultado foi uma carnificina: cerca de duzentos brasileiros mortos e 
mais de quinhentos feitos prisioneiros

"Fiquei absolutamente impactado quando me deparei com o Campo Santo onde repousam os restos mortais dos heróis da batalha do Jenipapo, por todos os lados dezenas de cruzes disformes e distribuídas como semeando todo o lugar de dor e memorias dos que tombaram em nome da terra que amavam, aqui chamam de as almas da batalha do Jenipapo" Manoel Severo

As "almas da Batalha do Jenipapo" referem-se aos mais de 200 combatentes brasileiros mortos defendendo a independência do Brasil contra as tropas da Coroa portuguesa. Esses guerreiros, compostos principalmente por piauienses, maranhenses e cearenses, lutaram com bravura, apesar de estarem menos equipados. A devoção popular a essas "almas" é um fenômeno cultural em Campo Maior, Piauí, onde se acredita que suas almas realizam milagres. O Campo Santo localiza-se ao fundo do Monumento da Batalha do Jenipapo.

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Cariri Cangaço Visita o Monumento Batalha do Jenipapo
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Visita do Cariri Cangaço ao Monumento Batalha do Jenipapo
27 de outubro de 2025, Campo Maior , Piauí
 

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