Maranguape de Capistrano de Abreu - Cariri Cangaço Visita

Monumento em homenagem a Capistrano de Abreu em Maranguape

Maranguape, uma das mais bucólicas cidades serranas do meu Ceará. Localizada na região metropolitana da capital cearense, fica a pouco mais de 30km de Fortaleza, é hoje uma das dez maiores cidades do estado. Aqui vivi desde que me entendo por gente até os dezesseis anos, quando minha família mudou para Fortaleza. Morávamos na rua Major Agostinho, na mesma casa em que meu pai nasceu e onde nossa família fincou raízes; a "Major" como hoje é conhecida; por ser talvez a via mais importantes da cidade; testemunhou toda minha infância e adolescência, que me marcaram para toda uma vida. E ali, em pleno coração da Major Agostinho se localiza o nosso mais belo patrimônio arquitetônico, cheio de charme, beleza, natureza e muito afeto, gigantes afetos: a Praça Capistrano de Abreu. 


No ultimo mês de outubro de 2025, revisitei minha Maranguape ao lado de minha mulher, Tailene Barros, andar por suas ruas, rever cada recanto, cada memória, nos enche de um saudosismo muito precioso. Descer diante da Matriz de Nossa Senhora da Penha, passando na praça Dudu Colares, sair pela Rua da Igreja e seguir pelos bairros da Preguiça, Pirapora, Guabiraba, Gavião...voltando pela cel Manuel Paula, Afro Campos e seguindo ate o centro, que chamávamos carinhosamente de "rua". Dali enfim, seguir a Major Agostinho e seguindo por suas calçadas até a Praça Capistrano de Abreu.

Tailene Barros e Manoel Severo na Matriz de Nossa Senhora da Penha em Maranguape

A Igreja Matriz de Maranguape, oficialmente a Igreja de Nossa Senhora da Penha, foi fundada em 1849 e é o mais antigo templo católico do município. Sua história está ligada à ocupação portuguesa do território a partir do século XIX, consolidando-se como núcleo urbano ao lado da plantação de café e da capela original que deu origem ao templo atual. Um fato curioso é a devoção a dois padroeiros no mesmo local: Nossa Senhora da Penha e São Sebastião.

Entretanto para trazer um pouco do muito que a Praça Capistrano de Abreu representa para todos nós maranguapenses, vamos nos valer do extraordinário texto de Neide Nunes, maranguapenses da gema, em seu blog neidenunes.com, senão vejamos:

"A Praça Capistrano de Abreu fica no coração da cidade

Quem passa por ela não resiste àquela paradinha básica para um click com um sorrisão no rosto, porque quem manda é a beleza do verdão predominante do conjunto de árvores plantadas no logradouro. Estou falando da Praça Capistrano de Abreu, principal logradouro situada no coração de Maranguape. É o point de encontro de amigos, namorados, crianças, idosos, lugar escolhido para caminhadas, para uma boa leitura e relaxar depois de um dia puxado. Em qualquer época do ano, a Praça Capistrano de Abreu chama atenção dos passantes que atravessam seus passeios, seja no tempo de florescimento dos Ipês amarelo, rosa e branco ou quando a Acácia Imperial  (espécie de chuva de ouro) floresce dando sombra ao  coreto de retretas, ou pelas florzinhas de jasmim brancos e do ipê amarelo que enfeitam o chão, proporcionando um visual encantador.

Além da estátua de Capistrano de Abreu há outra atração no espaço, uma escultura super famosa sentada no banco da praça. É a do gênio do humor, filho de Maranguape, Chico Anysio. De perna passada, nunca está sozinho, tem sempre uma boa companhia ao seu lado, ou de braço por trás do pescoço ou sentado no colo ou de cabecinhas juntas ou de selinho na boca. Rola muita criatividade para a foto do celular de quem vai levar a lembrança do sábio pra casa. A Praça Capistrano de Abreu  é um bem público, é uma testemunha da história e dos costumes do povo de Maranguape. Está encravada entre as ruas Major Agostinho, Coronel Manuel Paula, Dr. João Bezerra e Sinfrônio Nascimento. Para  muitos habitantes, ela guarda a lembrança de bons tempos, da grande movimentação das quermesses na época das festas tradicionais dos padroeiros, das conversas alegres, do primeiro amor, da ingenuidade dos jovens que outrora desfilavam nos passeios internos, das retretas no coreto e dos belos jardins que enfeitavam os canteiros coloridos e cheios de vida."

Tailene Barros e Manoel Severo, ao lado: Chico Anysio

E seguimos com Neide Nunes: "Ela vive na companhia de alguns valores arquitetônicos que marcaram períodos, a exemplo do Solar dos Correias, Prédio da antiga Padaria Luzitana (hoje pertencente à Macavi) e antiga casa do Dr. João Bezerra  (onde funciona a Fitec).

A Revolução de 1930 colocou na Prefeitura de Maranguape um interventor. O prefeito que estava em exercício, Otávio Albino de Oliveira, não conseguiu completar o mandato e  assumiu o Dr. João Augusto Bezerra, medico que há 14 anos clinicava na cidade. Após reorganizar a administração, conforme  convinha com os propósitos  do movimento revolucionário, deu às ruas existentes , a arrumação que ainda hoje se preserva, mas o que marcou a sua administração foi a reforma da principal praça  da cidade – a Praça  Dr. João Pessoa. Era nesta que se situava a avenida, um longo passeio que se estendia da Rua Major Agostinho até a Rua Coronel Manuel Paula. Era ladeada por um coreto e um bar,  além de frondosas mungubeiras, tamarindos e catolés. Após reorganizar a administração, conforme  convinha com os propósitos  do movimento revolucionário, deu às ruas existentes , a arrumação que ainda hoje se preserva, mas o que marcou a sua administração foi a reforma da principal praça  da cidade – a Praça  Dr. João Pessoa. Era nesta que se situava a avenida, um longo passeio que se estendia da Rua Major Agostinho até a Rua Coronel Manuel Paula. Era ladeada por um coreto e um bar,  além de frondosas mungubeiras, tamarindos e catolés.

Manoel Severo no "Corêto" da Praça Capistrano de Abreu

"O desafio que se apresentava ao interventor era grande. Do lado norte, a calçadas das casas eram irregulares e mais altas que o plano da Avenida. Houve necessidade de proceder a cortes e rebaixamentos, de forma a conciliar  esses dois planos.As obras da nova Avenida, agora com formato retangular, foram iniciadas em 25 de janeiro de 1931 e a planta é a mesma que ainda hoje está aí. Recebeu posteação e luminárias em harmonia com as que estavam em uso nos mais belos jardins de Fortaleza, além de iluminação feérica para a época.Um coreto, bancos de madeira com pés de ferro e arborização com fícus-benjamin completavam a beleza da Avenida. Era preciso escolher um nome e Dr. João Bezerra inspirou-se num fato histórico recente: a Revolta dos 18 do Forte de Copacabana, desencadeada em 5 de julho de 1922. O jardim tomou, pois, a denominação de Jardim 5 de Julho. Sua inauguração ocorreu na tarde de 23 de agosto, sete meses após iniciados os trabalhos. Depois recebeu o nome de Praça Capistrano de Abreu, um tributo ao historiador  e filho ilustre." Por: Neide Nunes em seu neidenunes.com

Cariri Cangaço na Praça Capistrano de Abreu
Outubro de 2025
Canal do YouTube do Cariri Cangaço

Visita de Manoel Severo e Tailene Barros a Maranguape em Outubro de 2025

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