É festa no Céu ! Chegou o Caipira de Poço Redondo !


Alcino Alves Costa
Hoje o sertão amanheceu mais triste ! O galo cantou mais rouco e os pássaros, as nhambus e as jaçanãs pareciam gorjear mais tímidos. Hoje o Sertão amanheceu mais triste; seu poeta maior partiu. O sol nascia parecendo trazer uma só dor: A dor daqueles que amaram, amam e sempre amarão um dos seres humanos mais fantásticos que já pisaram o chão tórrido e sofrido da caatinga amada de todos nós. 

Vai Alcino, vai Caipira, vai Decano, tua missão agora é no Céu, não te preocupas porque aqui ficaremos bem; com uma saudade sem tamanho, mas com teu exemplo de amor às coisas de nosso sertão, de amor às pessoas, de amor à vida.


Muito obrigado querido amigo Alcino por ter nos permitido compartilhar contigo um exemplo de vida. Todos os momentos vividos a teu lado ficam guardados no fundo do coração, saiba que fez e fará sempre parte de nossas vidas.

Se o teu sertão alegre chora, mas é de felicidade por poder testemunhar a grande festa no Céu. Por lá todos estão falando e cantando: 

"Hoje é festa no Céu, chegou o Caipira de Poço Redondo, o Decano do Sertão, preparem as alpargatas e o xaxado aprumado que o bicho vai pegar ! " 


Vai com Deus querido Alcino, receba o nosso amor incondicional.

Manoel Severo
Curador do Cariri Cangaço

Alcino Alves Costa, sergipano de Poço Redondo, Filho de Ermerindo Alves da Costa e de Emeliana Marques da Costa, era pesquisador, escritor, radialista, poeta, compositor, contador dos causos do sertão, político. Sócio da SBEC - Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço e                                         Conselheiro do Cariri Cangaço.
Alcino nasceu no dia 17 de junho em 1940, em Poço Redondo, no seio de uma família que contava com mais quatro irmãos e duas irmãs. Muito jovem, enfronhou-se na política local. Foi prefeito por três vezes, entre meados da década de 1960 e fins da década de 1980. No entanto, abandonou essa paixão cheia de sobressaltos por outras que lhe eram mais caras: a família, os livros, a música e, como não podia deixar de ser, o Sertão. Passou parte da vida ouvindo histórias sobre o cangaço. Autor dos livros "Lampião além da versão - mentiras e mistérios de Angico", “Preces ao Velho Chico”; “Sertão, viola e amor”; “Canindé do São Francisco, seu povo e sua história”; “O sertão de Lampião”; e “Poço Redondo, a saga de um povo”. Auditor fiscal aposentado, poeta, compositor e historiador, foi por 3 vezes Prefeito de Poço Redondo.
Certamente, em alguns anos, o legado que vem sendo construído por Alcino será investigado por algum estudioso do pensamento sergipano e nordestino. Sua obra é reveladora do universo mental de uma das “nações” que compõe o Brasil. Afinal, o sertão nordestino estudado por Alcino representa outro Brasil. Não o Brasil do litoral, capturado em sua alma pelos escritos de Gilberto Freyre, José Lins do Rego e dezenas de outros cientistas sociais e literatos. Falo do Brasil dos sertões nordestinos, o “outro Nordeste”, como diria Djacir Menezes. Alcino faz parte de um seleto grupo que teima em desvendar a história e a cultura desses recônditos do Brasil. Alcino Alves Costa, nosso Caipira de Poço Redondo, o Decano dos vaqueiros da história.
Alcino Alves Costa faleceu na noite de ontem em Aracaju, depois de ter bravamente travado sua última batalha contra o câncer.
A FAMÍLIA CARIRI CANGAÇO SE UNE A DOR DE TODA A FAMÍLIA ENLUTADA E DE TODO O SERTÃO PELA PARTIDA DE NOSSO QUERIDO ALCINO, MAS SABE QUE SERÁ RECEBIDO NO CÉU COMO UM MESTRE; COMO REALMENTE O FOI EM VIDA NESTE MUNDO. 

7 comentários:

Edvaldo A.Feitosa disse...

Caríssimos Amigos!

Alcino não morreu!!!Por força maior mudou-se. Mas para onde? Não foi ele que determinou o destino! Mas o caipira de Posso Redondo continua vivo nos livros, nas mentes e nos corações daquêles que tiveram a felicidade de conhecê-lo.

Expresso os meus sentimentos a família e aos amigos escritores do Cariri Cangaço.

Edvaldo A.Feitosa.
Água Branca-Alagoas.

Assessoria de Comunicação disse...

O pouco que conheci o velho Alcino, me encantei. Vai com Deus, cangaceiro!

Anônimo disse...

Registro aqui a enorme perda da cultura brasileira: Alcino Alves Costa. Não somente pelo excelente trabalho de resgate e investigação a cerca do cangaço lampiônico, mas também pela sensibilidade em evocar o amor da modas caipiras, hoje tão longe da mídia e do povo. Salve Alcino! Que Deus te guarde em bom lugar. Meus sentimentos à toda a família, biológica e do cariricangaço. Abraços sentidos, Leandro Fernandes

José Cícero disse...

Alcino era um ser não somente iluminado pelos 'saberes históricos', mas igualmente admirável pelo seu jeito de ser. Logo que o conheci fiquei fascinado pela sua bondade, modéstia, inteligência e amizade. Muito do pouco que sei das coisas e causos deste mundo chamado Cangaço devo muito a ele. Eis porquê o chamamos de mestre - decano-cipira de Poço Redondo. Alcino parece mesmo que não morreu, apenas de encantou nos mesmo lugares sagrados e históricos que juntos passamos e ainda haveremos de visitar sob o olhar dadivoso e amigo deste espírito de luz chamado Alcino.
Valeu grande mestre!
Seu legado é a grande bandeira do nosso Cariri Cangaço.
Viva Alcino! E que Vivamos a prodigiosa memória de Alcino.
jc/Aurora-CE
www.blogdaaurorajc.blogspot.com

Juliana Ischiara disse...

Por mais que eu busque expressar o que sinto neste momento, me faltam palavras... a dor é imensurável, um misto de saudade dos bons momentos e a tristeza profunda por não mais poder ouvir sua voz me chamando de filha, por não mais sentir o calor de seu abraço apertado, ver o sorriso e o brilho nos olhos em todos os encontros.

Uma parte de mim vai com você, uma parte de você fica comigo. Mesmo exaurida pela dor intensa, o silencio absoluto nas ultimas horas começa a me inquietar, amanhã é domingo... o que vou fazer neste domingo? Não sei... não faço a menor idéia, por certo ficarei reclusa em um silencio absoluto, há muito tempo, melhor dizer ha alguns anos nos falávamos por horas ao telefone no domingo, todos os domingos... antes de adoecer além de nos falarmos ao telefone, passávamos o dia trocando e-mails, no começo era a única coisa que você sabia fazer no computador, receber e passar e-mails, com o tempo fui lhe dizendo como anexar, abrir arquivos, salvar, enfim... fui lhe passando um pouco do que eu sei de informática... e amanhã, o que vou fazer? Será o primeiro domingo sem você do outro lado da linha, não vou mais poder dizer: Olá querido mestre!!!!! Nem terminar a ligação dizendo, te amo muito, viu!!! Amanhã vou lembrar todos os momentos que passamos juntos, todas as conversas, tudo que vivemos... obrigada por tudo querido mestre, obrigada por me permitir desfrutar de sua amizade, amor, confiança e cumplicidade. Te amo, viu!!!!! Hoje, amanhã, sempre.

Felipe M. M. Passos disse...

Não há dúvidas de que o céu encontra-se em festa!!! Afinal, por conta da nossa perda, eles ganharam uma incrível personalidade.

Alcino é mais do que um grande amigo que tivemos a oportunidade e o imenso privilégio de conhecermos. É um paizão que deixou a todos órfãos.

Ele se foi mas deixou um enorme legado.

Mestre, felizes foram aqueles tiveram o prazer de privar de sua compania, mesmo que por alguns instantes.

Obrigado por tudo e seja mais uma estrela que iluminará a noite do seu tão amado sertão.

Sinceramente,

Felipe Passos
Macaé/RJ

José Cícero disse...

Palavras fortes e emocionais da querida amiga Juliana... Posso imaginar com Ela está triste, ante a partida do mestre Alcino. Como é ingrata a vida! Figuras como Alcino, creio que não deveriam partir nunca.
Alcino será eterno por tudo isso: tanta na amizade que plantou quanto nos livros que escrveu...Viva Alcino Alves Costa.
Ele não "morreu", morrer de verdade é para os fracos. Alcino se encantou num dos vários causos que tantas vezes contou para os amigos e amigas.