A colunista Kitty Lopes foi a mestre de cerimônias do evento, tendo a mesa das autoridades composta por Ivonete Xavier, presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Garanhuns – IHGG -, Dom Paulo Jackson, Bispo Diocesano, do psiquiatra Bruno Lopes, presidente da Confraria Dom Expedito Lopes, além do seu irmão, Padre Thiago, que é postulador da causa de beatificação de Dom Expedito, em sua fase romana, e que escreveu um dos capítulos de A Bala e a Mitra.
Ana Maria, visivelmente emocionada, disse que se sentia agradecida a Deus por ser, segundo ela, um instrumento Dele para reparar a verdade histórica, pois, antes dela publicar sua obra, existiam várias versões equivocadas sobre o episódio, como por exemplo, a que “Padre Hosana tinha matado Dom Expedito por que o bispo estaria namorando com a sua mulher”. Ao final de suas palavras, Ana Maria César foi aplaudida calorosamente.Um momento de grande emoção do evento, foi quando a Irmã Justina, de 87 anos, uma das sete freiras da primeira turma da congregação fundada por Dom Expedito, falou. A religiosa do Instituto das Missionárias de Nossa Senhora de Fátima do Brasil estava com o Bispo no Hospital Dom Moura, segurando seu oxigênio enquanto ele estava ferido, e junto com outros religiosos, presenciou a sua morte.
Irmã Justina, junto com Cândida, residem no Rio de Janeiro e, são as últimas religiosas vivas que estavam com o 5º Bispo de Garanhuns no momento de sua passagem. Apoiada em uma bengala, a religiosa contou que no hospital, vendo seu fim se aproximar, Dom Expedito fazia orações em latim, nas quais pedia o perdão para o Padre Hosana e, que um o médico que o assistia achou que ele delirava, passando, então, o Bispo a falar em português.Dom Paulo, ao falar, lembrou de alguns momentos da vida de seu antecessor. Destacou a humildade e a pobreza material de Dom Expedito, citando o caso em que seu pai, pedreiro de profissão, não foi à sua ordenação de padre por que não possuía um simples par de sapatos. Lembrou também que seu algoz, o destemperado Padre Hosana zombava dele, pois se dizia um fazendeiro, enquanto seu Bispo e superior não passava de um pobretão.
O atual Bispo de Garanhuns ainda relembrou algumas transgressões do Padre Hosana, como uma agressão ao próprio Dom Expedito, um ano antes de seu assassinato e, também do aborto da mulher Maria José, concubina do então padre de Quipapá, isso em 1953. Disse também que Padre Hosana queria a todo custo que Maria José abortasse novamente, no ano de 1955, tendo ela fugido para não cometer mais esse pecado.
Dom Paulo Jackson disse que em 24 de março de 1956, nasceu o filho de Padre Hosana e Maria José, bem longe de Pernambuco. O Bispo revelou ainda que Quitéria, a outra mulher de Hosana, teve um filho dele. Que um pintor de paredes, que trabalhou no “Palácio do Bispo” foi que lhe revelou que era neto de Quitéria e Padre Hosana, se dizendo filho do pecado.
Dom Paulo destacou que mesmo Dom Expedito sendo acusado injustamente de dar ouvidos à fofocas, de ter sido agredido pelo Padre Hosana em 1956, e no ano seguinte ser baleado, vindo a morrer por conta dos ferimentos, perdoou tudo; as pessoas que o caluniavam a até seu próprio algoz. O bispo finalizou dizendo que “vai fazer um decreto para que todos os padres da Diocese rezem para Dom Expedito, pedindo a sua beatificação.” Padre Thiago, como dito, postulador da causa de beatificação de Dom Expedito em Roma, disse não ter dúvidas de “que ele é santo”.
Depois das falas sobre o livro e o trágico episódio de julho de 1957, Ana Maria César autografou os exemplares da nova edição de A bala e a Mitra, obra, que ao lado de A Vida de Dom Expedito Lopes Bispo Mártir de Garanhuns, de Frei Fernando Francisco da Silva, são indispensáveis para a História de Garanhuns, bem como a História da Igreja.
Junior Almeida, pesquisador e escritor - Conselheiro Cariri Cangaço
Capoeira, PE 03 de julho de 2022
Fonte: Blog do Roberto Almeida
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