DVD Cariri Cangaço, Recomendo Por:Paulo Moura

 .
Severo, Paulo Moura, Múcio, Geraldo Maia e Kydelmir Dantas, no XII Fórum do Cangaço

Nos dias 8, 9 e 10 de Junho de 2010, realizou-se na histórica cidade de Mossoró o XII Fórum do Cangaço. Um evento que agrega cultura e educação e é direcionado para o público em geral e para os estudantes universitários em particular.Tive a honra de ter sido convidado para compor uma das mesas redonda, que muito me orgulhou, pois me foi dada a oportunidade de dissertar sobre dois temas que fazem parte do meu universo: Cangaço e Educação.

Desnecessário dizer que o evento foi um sucesso absoluto, pois cumpriu com toda a sua pauta e, o que pra mim foi mais importante, encheu o auditório de estudantes.Na semana do evento, a comissão do Fórum do Cangaço teve a honra de receber o parceiro Manoel Severo. Este grande homem, é ninguém menos que o Curador do Cariri Cangaço, evento cultural que terá já a sua segunda edição assegurada, e que será realizada em agosto próximo.

Na oportunidade da visita de Manoel Severo, fomos brindados, cada participante do seminário Cariri Cangaço de 2009, com um DVD onde consta toda a programação daquele maravilhoso evento, que se realizou em Setembro de 2009, nas cidades de Barbalha, Crato e Juazeiro.Ora, se o evento Cariri Cangaço 2009 foi um sucesso, sucesso menor não poderia ter sido o lançamento deste DVD, que mostra com fidelidade como se passou toda a semana de eventos, com visitas técnicas, palestras, shows culturais, fóruns de debate, etc.

O DVD Cariri Cangaço, na minha opinião, está bem recomendado para dois tipos de pessoas: As que não puderam participar do Cariri Cangaço 2009, pois vão ter em mãos toda a historia do evento, com riqueza fotográfica, com belas paisagens e com informações que farão o público se transportar para aquelas plagas, dada a riqueza e a fidelidade da narrativa.

 Lili, Paulo Moura e Juliana Ischiara, no Cariri Cangaço 2009

As outras pessoas que, obrigatoriamente, vão querer ter em sua estante o DVD Cariri Cangaço são os que participaram do evento, pois irão guardar de lembrança as memórias daquela semana maravilhosa, de informação, aventura e cultura. O contato aproximado com pesquisadores, escritores, professores, estudantes e leigos. A interação entre os presentes, os debates acalorados onde a questão principal era o cangaço. Tudo isso está resumido de modo espetacular no DVD Cariri Cangaço.No mais, é aguardar o próximo evento, que será em Agosto próximo e, logo após, com certeza, mais outro DVD.

Parabéns mais uma vez, mestre Severo.
Você sempre nos surpreende!

Paulo Moura
.

Lampião em Sergipe com Lançamento certo para o Cariri Cangaço 2010

.
Alcino Alves da Costa

Tudo certo para o Lançamento da mais nova obra do escritor e pesquisador de Poço Redondo, Alcino Alves da Costa; "Lampião em Sergipe" por ocasião do Cariri Cangaço 2010. A publicação nos traz a saga do rei do cangaço, Virgulino Ferreira, durante a segunda metade de seu reinado, quando atravessou as barrancas do São Francisco, concentrando sua ação cangaceira a partir do estado do Sergipe.

Em Seguida ao Lançamento de seu novo livro, Alcino apresenta a Conferência "Lampião em Sergipe" na noite em que Cariri Cangaço será acolhido pelo município de Juazeiro do Norte.

PRODUÇÃO CARIRI CANGAÇO.
.

O Céu é o Limite – Ordem Santa Cruz Por:Luiz Domingos de Luna

.
Pesquisadores Bosco André, Luiz Domingos e Manoel Severo

Por indicação dos padres: José Gonçalves Landim, Vicente Luiz dos Santos ingressei na Ordem Santa Cruz- Penitentes -Igreja Rural Laica no ano de 1990, com iniciação solene na famosa Braúna Santa no sítio Martins – Aurora (CE), antiga emboscada de Lampião que também foi iniciado no dia 3 de junho, 1927 e eu no dia 12 de abril 1991. Tive a satisfação de ser discípulo de vários decuriões que a exemplo do 2º patriarca da Ordem No Ceará – Padre Cícero Romão Batista – um exemplo de Fé continuada à expansão no tempo espaço.
 
Enquanto os historiadores a bailar em lindos livros adjetivos desqualificativos sobre os integrantes da Ordem Santa Cruz, numa aliança sempre fiel com a imprensa escrita e falada, eu, a interrogar tanta virulência contra esta irmandade que, ao meu olhar, um betume consistente na argamassa do tecido sociológico a vistas para o engrandecimento da epistemologia Genética da humanidade para o bem. É fato que a historiografia da Ordem Santa Cruz, dificilmente,será folheada pelos leigos, ou mesmo pelos que têm sempre na veia a vontade de conhecer os fatos como aconteceram numa história que pulsa viva desde os mais remotos tempos.

O Corpo orgânico da Ordem Santa Cruz – Penitentes – Igreja Rural Laica / Santa Igreja de Roma tem um formato de repasse de fatos pela ordem costumeira, ou seja, de irmão para irmão posterior numa verdadeira corrente que, dificilmente, será fragmentada, ou corroída pela força temporal, assim, um cofre espiritual é sempre alimentado para o bem estar do mundo materializado, da colméia do convívio interativo, dos seres humanos no espaço geográfico e na imensidão social permeada a todos os viventes.

É certo que a relação Estado, Igreja e Ordem tem sido pontuada sempre voltada para pontos históricos bem delimitados e ficando a ordem com o ônus dos dissabores do calor efervescente da fissura, usualmente, do mais forte, o que sempre, por esta objetiva a ordem carregará “a complexidade do centro de coesão” via de regra um peso, uma anomalia, uma desprojeção à luz. Esta visão simplista e egoísta, parte do pressuposto da própria estrutura de despreocupação com os valores temporais, e com a vida de penitencia e fé e a lealdade aos bons costumes, que sempre filtra os excessos, que por ventura possa ocorrer por parte de seus integrantes.

Assim, sempre fiel ao Estado democrático de Direito, a luz da Ordem Santa Cruz terá sempre o céu como limite na problematização, aceitação e engrandecimento da heterogenia social nos umbrais da existência humana. Mas, dificilmente, deixará de ser um grande paradoxo para os estudiosos e os penitentes da literatura, e os sedentos de conhecimentos, pois a naturalização do escrito é uma força cultural muito forte e coesa na historia que, dificilmente, será reparada.

LUIZ DOMINGOS DE LUNA
Professor – Aurora - Ceará
.

Quadrilha Homenageia Virgulino e Vence Concurso

.....


A Noite de São João no município do Crato, teve um brilho "cangaceiro" especial. A vencedora do grandioso Festival de Quadrilhas de Crato, foi a qudrilha Arraiá Princesa do Cariri , da própria cidade, com os membros pertencentes ao bairro do Seminário. a Quadrilha comandada por  Ricardão e sua turma, homenageou o cangaço, através da história da saga de Virgulino Ferreira, desde o inicio com os primeiros "fogos", passando pela morte de seus pais até chegar ao fatídico desfecho em Angico.

Com figurino rebuscado, coreografias criativas e arrojadas, o grupo acabou arrebatando o prêmio principal do certame de Quadrilhas do Município. Maria Bonita e Virgulino Ferreira tomaram conta da noite de fogueiras no coração do Cariri, uma festa inesquecível pela beleza e plástica da apresentação dos garotos do Crato. Uma pequena prévia do que espera os visitantes do Cariri Cangaço 2010.



PRODUÇÃO CARIRI CANGAÇO
.

ANPUH e Cariri Cangaço 2010 no XII Encontro Estadual de História

.
Professor Océlio Teixeira, Alexandre Lucas e Manoel Severo; na URCA

Na noite desta última quinta-feira, dentro da programação do XII Encontro Estadual de História, uma promoção da ANPUH e da URCA, o curador do Cariri Cangaço ao lado do Presidente da ANPUH Ceará, profressor Altemar Muniz; esteve visitando os vários Mini-cursos durante o evento, para a divulgação do Cariri Cangaço 2010.

Para Manoel Severo "foi extremamente oportuno a apresentação do Cariri Cangaço 2010, dentro da programação do XII Encontro Estadual de História, por vários motivos; pelo público, sem dúvidas extremamentre interessado na temática de nosso evento, pela URCA ser uma de nossas vitais parceiras e pelo apoio da ANPUH, através dos companheiros, professor Altemar Muniz, Océlio Teixeira, Carlos Rafael, dentre outros, penso que os universitários trarão um brilho especial ao Cariri Cangaço".


Professor Altemar Muniz e Manoel Severo, na divulgação do Cariri  Cangaço 2010.
.

Um Pouco Mais do Pacto dos Coronéis?

..
Vilela, Ângelo Osmiro, Vilma Maciel e Kiko Monteiro, no Cariri Cangaço

Manoel Severo, bom dia! 
Estou  concluindo mais um trabalho sobre o Pacto dos Coronéis, um novo livro com 104 páginas, talvez publique com termpo de lançar no Cariri Cangaço 2010. Será uma grande honra colaborar.

Abraço,

Vilma Maciel
.

Cariri Cangaço: Uma reunião familiar Por: Juliana Ischiara

. . 

Juliana Ischiara, entre Ivanildo Silveira e Antônio Amaury, por ocasião do Cariri Cangaço 2009


Todos nós sabemos que o Cariri Cangaço se propõe a promover um evento cultural de maior grandeza. Tendo como perspectiva a reunião de intelectuais, pesquisadores, estudiosos, colecionadores, escritores, professores e demais interessado no fenômeno cangaço.

Se a cultura é como uma lente através da qual o homem vê o mundo, este evento tem conseguido atingir seu objetivo, posto ser hoje um dos maiores eventos culturais do Ceará e porque não dizer do Nordeste. O Cariri Cangaço foi bem mais além, hoje como diz seu curador, mestre Severo, tornou-se uma reunião familiar. Cada encontro nos proporciona bem mais que conhecimentos, da arena de debates e questionamentos donde se desconstroem mitos e se reconstrói fatos históricos, se fortalecem laços de amizades, cria-se um sentimento de irmandade.

O sucesso deste evento deve-se não só ao antes e ao durante, mas também ao depois. Amigos que lá se encontram, passam a dividir seus conhecimentos ao longo do ano, seja nas páginas do blog Cariri Cangaço, seja nas reuniões ocorridas em diversos Estados, nas visitas de Severo aos confrades, onde o mesmo divide suas idéias de melhorar, compartilhando de forma harmoniosa e democrática o como deve ser o próximo encontro. Assim como os encontros virtuais ocorridos diariamente ou semanalmente entre os confrades, via e-mail ou Skype.

O Cariri Cangaço não se limita a debater só cangaço enquanto fenômeno social, busca explorar toda a construção sociocultural do Nordeste, dos cangaceiros aos beatos e destes aos coronéis. promovendo uma dinâmica sociocultural constante, continua.

A semana em que passamos no Cariri nos deixa mais leves, mais humanos, mais fraternos. Dividimos momentos agradabilíssimos, do café da manhã ao jantar, das conferências às visitas técnicas, do sol ora escaldante à brisa leve e amena. Rimos, discutimos, brincamos, falamos sério. Todos imbuídos no sentimento de fazer o melhor. Todos comprometidos em fazer deste evento um sucesso.

Por isso, somos gratos aos organizadores Severo e Daniele, bem como toda sua equipe. Que com destreza e humildade tem nos proporcionados tão belos e grandiosos momentos.

Historiadora Juliana Ischiara
.

Um outro olhar sobre a Ipueira dos Xavier

.

Na postagem logo abaixo, narramos a espetacular e extremamente agradável visita do Cariri Cangaço ao vizinho pernambucano de Serrita, mais precisamente a Ipueira dos Xavier; quando sob a tutela de Nemézio do Crato e anfitrionados por descendentes do grande coronel Pedro Xavier; Eimar e Zezé; conhecemos mais de perto um dos mais significativos episódios da era Lampião.

Entretanto, antes mesmo de narrarmos essa visita, vamos abrir um parêntese para registrar um "outro olhar sobre a Ipueira dos Xavier"; a partir das lentes de Danielle Esmeraldo, minha incansável e dedicada companheira de aventuras, vamos lá:


Imagens de Danielle Esmeraldo 


.
Dani, valeu o esforço!
.


Cariri Cangaço visita a Ipueira dos Xavier


..
Capela na Vila da Ipueira dos Xavier; Serrita-Pernambuco

Um dos episódios marcantes da vida cangaceira de Virgulino Ferreira da Silva, foi sem dúvidas o ataque frustrado à vila de Ipueira dos Xavier, hoje município de Serrita, na encosta da Chapada do Araripe, no estado de Pernambuco, berço de uma das famílias mais valentes do sertão nordestino, sob o comando de seu patriarca, coronel Pedro Xavier. Na manhã do último dia 03 de junho, sob uma neblina fina de um dia extremamente frio de começo de junho, partimos de Crato rumo a Serra do Araripe, cruzando a fronteira até chegar no vizinho estado de Pernambuco; de Crato a famosa Ipueira dos Xavier, são exatamente 120 km, com direito a passagem pelo município de Exu e o Museu do Gonzagão.

Companheiros de viagem: Danielle Esmeraldo, incansável cangaceira; um amigo de trabalho, Cláudio e o anfitrião da visita: Nemézio Barbosa, bisneto de Pedro Xavier. A Vila permanece como há oitenta anos, a capela fincada em uma das extremidades da vila, o arruado perfeito e enquadrado, as pequenas casinhas, todas pertencentes a membros ou agregados do Clã Xavier, e na extremidade da vila, as casas dos filhos e netos do coronel Pedro Xavier.

O Oitão de uma das casas, confirma a força do Clã Xavier

Imagem do alto, onde se localiza a Casa Grande da Família Xavier

Nemezim do Crato, mostra exato local onde ficava a Casa de Pedro Xavier

Atual Casa Grande da Família Xaveir, ao lado das ruínas da original.

Em 1927 Virgulino Ferreira depois de uma amistosa relação com os Xavier, após algumas passagens pelo local, assume posição de confronto com a família e ensaia a invasão com o intuito de “ver muito sangue e choro na Ipueira!”. Recomendamos aos leitores buscarem neste mesmo blog, Matéria espetacular de autoria do confrade Ivanildo Silveira, sobre o famoso fogo das Ipueiras, de um lado Virgulino Lampião e do outro, os valentes Xavier.
 
Fomos recebidos por dois netos do coronel Pedro Xavier. Eimar Xavier e sua esposa, dona Catarina. Eimar é filho do famoso Dezim Xavier, o primeiro dos destemidos filhos do coronel a responder o fogo dos cangaceiros. Foi Dezim que alvejou e matou a única vítima desse fogo, o cangaceiro de nome Musqueiro, que em algumas literaturas, consta como sendo Tempero. Dezim ao lado de alguns moradores se encontravam na Casa Grande do alto e foi quem primeiro avistou os cangaceiros. O coronel Pedro Xavier se encontrava na Vila, a cerca de 3 km da Casa Grande, que se encontrava estrategicamente localizada no alto das Ipueiras.

Ao seguir em direção à defesa da casa; uma vez que Lampião conduzia seus homens do sentido Serra/Sertão, vindo de Jardim, no Ceará, já conduzindo refens, dentre esses Pedro Vieira; o coronel Pedro Xavier, que sofria de asma, sofreu um ataque o que provocou nos filhos e demais defensores, a impressão que havia sido atingido. O fogo se perpetuou por quase três horas e Virgulino acabou retrocedendo, após perder Musqueiro e ter seu rosário partido no ato do ataque.

Na tentativa de chegar rápido a Casa Grande,para defender a família, o Cel. Pedro Xavier teve uma crise de asma ao final da subida dessa ladeira.



 Zezé Xavier e Nemézio do Crato

Eimar, filho de Dezim Xavier, Severo e Némézio

Na casa ninguém sofreu nada, depois de pouco tempo, chegavam para dá apoio aos Xavier, mais de cem homens, vindos das fazendas das redondezas, entre esses mais de 50 jagunços sob o comando do coronel Chico Romão de Serrita.

Não é necessário dizer da hospitalidade da família Xavier, principalmente de dona Catarina, passamos a manhã descobrindo detalhes importantes do famoso ataque de Lampião e nuances curiosas que tinham como personagens principais o poderoso clã das Ipueiras, sob o comando do grande coronel Pedro Xavier.

NOTA CARIRI CANGAÇO: A organização do Cariri Cangaço 2010, estudo a possibilidade de dentro da programação, realizar uma visita a Famosa Ipueira dos Xavier, um marco da história cangaceira destes lados do sertão.
.

Sai a Programação do Cariri Cangaço 2010 !


.


Hoje trazemos aos nossos muitos leitores de todo o Brasil a esperada Programação do Cariri Cangaço 2010; aqui temos o rol de Conferências, as Temáticas, os Palestrantes, as Mesas de Debates e as respectivas cidades anfitriãs. Sejam bem vindos ao Cariri Cangaço 2010 - Coronéis, Beatos e Cangaceiros.


17 AGOSTO 2010
TERÇA-FEIRA

Abertura – Cine Teatro de Barbalha
19:00 H - Solenidade Oficial de Abertura
19:30 H - Conferência
 JOSÉ RUFINO
Antônio Amaury Correia de Araújo – São Paulo

MESA
Lemuel Rodrigues – Mossoró RN
Honório de Medeiros – Natal RN
Aderbal Nogueira – Fortaleza CE
Ivanildo Silveira – Natal RN

18 AGOSTO 2010
QUARTA-FEIRA

Sítio Caldeirão do Deserto – Crato
9:00 H – Conferências
RELIGIOSIDADE, MEMÓRIAS E MOVIMENTOS SOCIAIS
Lemuel Rodrigues Silva – Mossoró RN
ANTONIO CONSELHEIRO – PERFIL
Múcio Procópio – Natal RN

MESA
Manoel Severo – Fortaleza CE
Sávio Cordeiro – Crato CE
Sandro Leonel – Crato CE
Manoel Neto – Salvador BA

Salão de Atos da URCA - Crato
19:00 H - Conferências
OS CORONEIS E OS MISTÉRIOS DO ATAQUE DE LAMPIÃO A MOSSORÓ
Honório de Medeiros – Natal RN
THEOPHANES TORRES
Geraldo Ferraz - Recife PE
 
MESA
Raimundo Marins – Salvador BA
Océlio Teixeira – Crato CE
Paulo Britto – Recife PE
Magérbio de Lucena – Crato CE

19 AGOSTO 2010
QUINTA-FEIRA

Memorial Padre Cícero – Juazeiro do Norte
19:00 H - Conferências
O PACTO DOS CORONÉIS
Renato Cassimiro – Juazeiro do Norte CE
LAMPIÃO EM SERGIPE
Alcino Alves Costa Poço Redondo SE

MESA
Manoel Neto – Salvador BA
Renato Dantas – Juazeiro do Norte CE
César Megale – Natal RN
Juliana Ischiara – Quixadá CE

20 AGOSTO 2010
SEXTA-FEIRA

Câmara Municipal – Missão Velha
19:00 H - Conferências
DELMIRO GOUVEIA
David Bandeira – Maceió AL
Eloísa Farias – Brasília DF
CORONÉIS DO CARIRI
Bosco André – Missão Velha CE

MESA
Ângelo Osmiro – Fortaleza CE
Gilmar Teixeira – Paulo Afonso BA
Carlos Rafael – Crato CE
Paulo Gastão – Mossoró RN

21 AGOSTO 2010
SÁBADO

Aurora
 9:00 H – Conferência
80 ANOS DA PASSAGEM DE LAMPIÃO EM AURORA
José Cícero – Aurora CE

MESA
Manoel Severo – Fortaleza CE
Bosco André – Missão Velha CE
Honório de Medeiros – Natal RN
Kydelmir Dantas – Mossoró RN

Distrito do Tipi - Aurora
14:00 H – Conferência
MARICA MACEDO DO TIPI
Vicente Landim de Macedo – Brasília DF

Teatro Municipal Salviano Arraes – Crato
19:00 H - Conferências
LAMPIÃO E A COLUNA PRESTES
Magérbio de Lucena – Crato CE
O CANGAÇO NA MÚSICA - RÍTMOS E ESTÉTICA
 Wilson Seraine – Teresina PI

MESA
Emanuel Braz – Mossoró RN
Cicinato Neto – Limoeiro do Norte CE
Rostand Medeiros – Natal RN
Kydelmir Dantas– Mossoró RN

22 AGOSTO 2010
DOMINGO

Teatro Marquize Branca – Juazeiro do Norte
09:00 H - Conferências
LAMPIÃO NO AGRESTE PERNAMBUCANO
Antonio Vilela – Garanhuns PE
AS ARMAS DO CANGAÇO
 Alfredo Bonessi – Fortaleza CE

MESA
Aderbal Nogueira – Fortaleza CE
João de Sousa Lima – Paulo Afonso BA
Sabino Bassetti – São Paulo SP
Fernando Pinto – Crato CE

.
.

Lira Nordestina Promove Ação Griô

.
Manoel Severo e Professora Anna Christina, diretora da Lira Nordestina

.

A Ação Griô é um projeto criado pelo Governo Federal, por meio do Ministério da Cultura. Seu objetivo é preservar e valorizar a tradição oral do Brasil para o fortalecimento da identidade da comunidade.Griô é um caminhante, cantador, poeta, contador de histórias, genealogista, mediador político. É um educador popular que aprende, ensina e se torna a memória viva da tradição oral.Ele é o sangue que circula os saberes e histórias, suas lutas e glórias de seu povo dando vida à rede de transmissão oral de uma região e de um país.(A palavra abrasileirada griô vem de griot em francês, que traduz a palavra Diel l ingua bamanan do mali noroeste da África).O que é um Mestre Griô?Mestre é um sábio, curador, iniciador das ciências da vida, das artes populares e dos ofícios artesanais.  


O evento acontece no Pátio do Ponto de Cultura Lira Nordestina , em Juazeiro do Norte, neste sábado, dia 26, a partir das 19 horas - Entrada Gratuita. Teremos Contação de História, Repentes, oficinas, Teatro de Bonecos, Apresentações Teatrais, Aboios, Cordeis, e muito mais.



Referência inegável da história do Cariri cearense e memória cultural do Brasil, a Tipografia São Francisco, hoje denominada Lira Nordestina, foi fundada na década de 1920 em Juazeiro do Norte – CE, por José Bernardo da Silva sob as bênçãos do padre cícero. Nos anos 40 tornou-se o mais importnate e dinâmico pólo produtor de cordel do Brasil.

Em 1988, a Lira Nordestina foi incorporada a Universidade Regional do Cariri – URCA que promoveu várias ações e projetos no sentido de revitalizar este importante patrimônio imaterial do Brasil. Entre 1989 e 1995, houve um dinamismo na Lira, sendo recuperadas máquinas e reeditados cordéis clássicos e editados novos.

A xilogravura foi revigorada, vários eventos culturais e oficinas com artistas foram promovidos. Durante a década seguinte, apesar dos esforços em contrário, a Lira Nordestina passou por dificuldades administrativas e financeiras que acabaram por fragilizar sua infra-estrutura. Em meados de 2005 através de Edital do Ministério da Cultura no Programa Cultura Viva, é aprovado projeto que coloca a Lira Nordestina como Ponto de Cultura do Brasil.

NOTA CARIRI CANGAÇO: O Ponto de Cultura Lira Nordestina é um dos parceiros Cariri Cangaço. Desejamos a sua Diretora, professora Anna Christina, e a todos os telentosos artistas que fazem este verdadeiro ícone de nossa cultura, todo o sucesso em mais esse empreendimento.
.

Encontro de História no Cariri Por: Elizângela Santos

.
O XII Encontro Estadual de História do Ceará foi aberto, no Círculo Operário São José, nesta cidade de Juazeiro do Norte, com conferência do presidente da Associação Nacional de História (Anpuh), professor Durval Muniz. Uma das principais bandeiras de luta dos historiadores de todo o País, que é a regulamentação do profissional de História, foi debatida na abertura, além dos novos desafios da Associação no País. Cerca de 700 pessoas se inscreveram para participar do encontro.

O evento tem como temática central "História: Políticas Públicas e Práticas Culturais". Debates, por meio de mesas redondas, sobre "Museus e historiadores: Espaços possíveis e necessários no Ceará", e "Arquivos Públicos e Privados no Ceará e no Nordeste: Experiências e Necessidades" foram realizadas na Universidade Regional do Cariri (Urca). Os participantes de seis cursos de História do Estado também estiveram presentes nos museus da região, vivenciando a prática e a teoria da realidade desses equipamentos. O presidente da Anpuh, no Ceará, professor Altemar Muniz, afirma que a intenção desse trabalho é reunir além dos arquivistas, arqueólogos, professores ligados ao ensino de História, livro didático, para que possam falar sobre a presença do historiador nessas áreas mais especializados. "A ideia é fazer com que o encontro possa debater e propor política pública para favorecer à profissionalização", diz. Sobre isso, destaca a importância da articulação da categoria.

O XII Encontro Estadual de História do Ceará será encerrado no próximo dia 25, com Simpósio temático, às 8 horas, fechando com conferência do Professor Iranilson Buriti e apresentação artística dos irmãos Aniceto. A finalidade foi abrir espaço para o debate acerca das temáticas pertinentes ao exercício profissional do historiador, bem como propiciar espaços para o intercâmbio e a interação de ideias, estudos e pesquisas.

MAIS INFORMAÇÕES: Associação Nacional de História (Anpuh) Site: www.ce.anpuh.org (85) 9624.3835

Elizângela Santos
Repórter do Diário do Nordeste
Colaboradora do Blog do Crato
NOTA CARIRI CANGAÇO: O Curador do Cariri Cangaço, Manoel Severo, estará apresentando o evento aos participantes do XII Encontro Estadual de História, na noite deste dia 24, quinta-feira, na Universidade Regional do Cariri.
.

O Trucidamento de Jararaca em Mossoró Por: Romero Cardoso

.
Trincheira da casa de Rodolfo Fernandes (Foto Museu da Resistência)

José Leite de Santana era pernambucano de Buíque, nascido no ano de 1901. Antes de entrar para o cangaço servia ao Exército Brasileiro, em Sergipe, quando desertou em razão de ter participado de insurreição militar contra o comando do quartel no qual servia na capital sergipana.No cangaço, devido sua fúria irascível, ganhou o apelido de Jararaca, mas não era tão perverso como os irmãos Ferreira, pois quando da marcha de lampião intuindo atacar Mossoró, protagonizou ato benevolente na localidade de Cantinho do Feijão, hoje município de Santa Helena (PB).

Ezequiel Ferreira, irmão mais novo de Virgulino Ferreira da Silva, destacava-se pela pontaria impecável, razão pela qual ganhou o apelido de Ponto-Fino.  Foi ele quem matou Raimundo Luiz, subdelegado e fundador da localidade. Depois do assassinato, Lampião arrastou punhal de setenta e cinco centímetros de lâmina para rasgar o ventre da viúva do desditado homem da lei. Queria saber como era a cara do filho de um “macaco” saído das entranhas. Jararaca intercedeu e evitou mais uma barbaridade que seria cometida naturalmente pelo “rei do cangaço”.

 Cadete Jararaca

No combate em Mossoró, as colunas comandadas por Sabino Gório e Jararaca tentavam tomar de assalto a residência do prefeito Rodolfo Fernandes, hoje sede da chefia executiva do município, conhecido como Palácio da Resistência. O valente prefeito havia mandado empiquetar os principais pontos de defesa com fardos de algodão, inclusive sua residência se encontrava totalmente arrodeada com o principal produto exportado por Mossoró naquela época, vindo de diversos lugares do nordeste semiárido.

Cangaceiro apelidado de Colchete conseguiu gasolina e encheu uma garrafa, fazendo um coquetel molotov para ser arremessado nos fardos de algodão em volta do Palácio de Rodolfo Fernandes. Na parte superior da residência do prefeito postava-se exímio atirador, de nome Manuel Duarte, que logo notou a intenção do famoso bandido do vale do Pajeú. 

O bravo defensor mossoroense esperou momento oportuno, quando Colchete ficou com a cabeça visível o suficiente para que o winchester calibre 44 do homem postado em cima da residência do prefeito detonasse projétil certeiro que esfacelou o crânio do cangaceiro de Lampião. Colchete estertorava devido o estrago causado pela bala da arma de Manuel Duarte, quando outro indômito integrante da trincheira do prefeito pulou a janela de punhal em riste para terminar o serviço, sangrando-o impiedosamente.  Imediatamente esse homem que não sabia o significado da palavra medo voltou ao seu posto para continuar o combate. 

 Manuel Duarte

Jararaca sabia, como todos os cangaceiros, que o código dos bandidos permitia que um companheiro quando era morto àquele que estivesse mais próximo tinha o “direito” de desarvorá-lo, ou seja, retirar armas, munição e tudo de valor que o defunto carregasse.    Corajosamente, Jararaca se expôs até demais, intuindo ficar com os pertences de Colchete. O mesmo Manuel Duarte que estourou a cabeça do cangaceiro que buscava transformar em churrasco os defensores da trincheira do prefeito escalou novamente seu winchester calibre 44 e pipocou Jararaca pelas costas. O cangaceiro caiu em forma de cruz sobre o companheiro morto. 

Passaram-se uns dez minutos para que Jararaca recobrasse a consciência devido ao impacto da bala calibre 44 detonado por Manuel Duarte. Este notou que o intrépido bandoleiro havia se mexido, fazendo menção de correr. Novo tiro deflagrado por Manuel Duarte varou a coxa de Jararaca, tornando sua situação periclitante ao máximo, ao extremo dos extremos. Jararaca conseguiu se arrastar por que Manuel Duarte se deparou com outro cangaceiro atrevido. Dessa vez era Sabino Gório. O tiro deflagrado, o qual buscava a cabeça do homem de confiança de Marcolino Pereira Diniz, arrancou o chapéu do cangaceiro, dando chance a Jararaca para sair da linha de tiro e se proteger.

O cangaceiro clamou por ajuda, chamando Sabino e Massilon, os quais não lhe deram ouvidos, pois a meta naquele instante era salvar a própria pele. O tiroteio no centro de Mossoró deixou os cangaceiros absolutamente desnorteados, tanto é que na fuga um “cabra” da confiança de Isaías Arruda, conhecido por Bronzeado, foi sair para as bandas do caminho de Upanema (RN), a leste, enquanto o bando tomava a direção de Limoeiro do Norte (CE), a oeste.
 
 
 Massilon Leite , Virgulino Lampião e Sabino Gório

Jararaca se arrastou penosamente até chegar aos trilhos da estrada de ferro, sendo preso no dia 14 de junho de 1927. Nesse ínterim, chegava em Mossoró uma volante paraibana, enviada pelo governador João Suassuna. Essa coluna militar era comandada pelo Sargento Clementino Quelé, o famoso “tamanduá vermelho”. O governador norte-riograndense depois presenteou João Suassuna com o punhal de Jararaca, como prova de gratidão pela atitude de enviar socorro à cidade que foi ameaçada pelos bandidos comandados por Lampião.  Mais tarde, Lampião e seus sequazes viriam o tamanho da besteira que tinham feito, pois uma coisa eles não sabiam que era a forma como os Lamartine de Faria levavam avante suas vinganças. A audácia dos cangaceiros em tentar atacar Mossoró não ia ficar por isso mesmo. Certa vez Vingt-un Rosado me disse que havia indagado a Juvenal Lamartine sobre o motivo por que tinha mandado matar todos os cangaceiros que haviam sido aprisionados e enviados para responder processo no Rio Grande do Norte. A resposta de Lamartine, segundo Vingt-un, foi curta e grossa: “Mandei matar, mandava de novo e só tenho pena dos que não pude mandar fechar para deixarem de serem cabras safados”. Essa resposta revelou como era o homem que foi responsável também pela morte do cangaceiro Francisco Pereira Dantas, talvez, tudo indica, devido sedução de uma sobrinha de Juvenal Lamartine em Serra Negra, a qual contava quando do defloramento a tenra idade de doze anos.

Romero Cardoso
.

O Fim de Jararaca Por: Romero Cardoso

.
Na cadeia de Mossoró, Jararaca era assistido por um médico enviado pelo humano prefeito Rodolfo Fernandes, quando chegou um soldado da volante de Quelé exigindo anel de brilhante que o cangaceiro ostentava em um dos dedos. Como o valioso produto de roubo não saia do dedo do bandoleiro, o militar mandou-lhe colocar o membro na cadeira que iria arrancá-lo de punhal, o que não aconteceu graças aos protestos do médico. Na verdade eram feras combatendo feras, não havia distinção em quase nada entre cangaceiros e soldados volantes, tudo era da mesma laia.

 Cangaceiro Jararaca, na ocasião em que se encontrava preso em Mossoró

Sem papas na língua, Jararaca destilava ódio contra a polícia, fazendo denúncias gravíssimas contra oficiais que segundo ele eram corrompidos pelos cangaceiros. Soltou o verbo contra Teóphanes Ferraz Torres, captor de Antônio Silvino e responsável pela diligência que resultou em sério ferimento no tornozelo de Lampião, no ano de 1924.
Jararaca tornou-se atração em Mossoró. Perguntas eram feitas, a exemplo do número de riscos em sua arma, ou seja, se era o total de mortes que ele tinha nas costas. Inúmeras histórias surgiam a cada instante, como a que havia jogado criancinha para cima e aparado-a no punhal. Tudo era desmentido pelo cangaceiro que a cada momento se enrolava ainda mais.

Lauro da Escóssia, famoso jornalista mossoroense, conseguiu proeza impressionante, pois entrevistou demoradamente o cangaceiro, publicando a matéria no jornal “O Mossoroense”. Nisso, tudo já tinha sido acertado em Natal, pois Juvenal Lamartine de Faria, natural de Serra Negra do Norte (RN), acostumado a conviver com a vida e com a morte nos sertões violentos daquela época, ordenou que a transferência de Jararaca fosse realizada para a capital potiguar.

Lamartine de Faria, aparece ao centro na foto

Avisaram ao bandido que ele seria levado para Natal, quando este reclamou que havia esquecido as alpercatas na cela. O oficial responsável pela condução do preso disse-lhe que não se preocupasse, pois assim que chegassem à capital lhe compraria belo sapato de verniz.Jararaca entrou inocentemente no veículo dirigido por Homero Couto, sendo acompanhado por diversos militares responsáveis pela sua transferência de Mossoró para Natal.Tudo acertado, o motorista reclamou de pane no motor, justamente em frente ao cemitério São Sebastião. Jararaca relutou em sair do automóvel, quando um soldado puxou violentamente pela perna baleada. O cangaceiro valeu-se de Nossa Senhora, mas não houve jeito, pois assim que o desditado bandido caiu no solo foi alvejado por verdadeiro festival de coronhadas das armas dos soldados.

A cova de Jararaca já estava aberta, fora do campo sagrado. Quando foram colocá-lo no buraco, notaram que as pernas eram grandes demais, não cabiam na sepultura. Ele ainda estava vivo, mas mesmo assim quebraram-nas a golpes de picareta e o enterraram ainda estertorando, ao lado de Colchete.

 
Hoje o túmulo de Jararaca é o mais visitado quando do dia de finados em Mossoró. Pessoas vindas de vários lugares vão pagar promessa, pois a crendice popular transformou José Leite de Santana em Santo, talvez em razão do martírio abominável do qual foi vítima, em vista que, não obstante ter sido um criminoso bárbaro, o dever da justiça é garantir sua segurança e fazer com que pague na forma da lei pelos crimes que cometeu.

Romero Cardoso
.