As Cruzes dos Soldados na Estrada de Curralinho:Vingança e Devoção Por:Rangel Alves da Costa

Corisco e Dadá

A morte do cangaceiros Pau-Ferro gerou uma vingança cangaceira tamanha que até hoje as cruzes da estrada de Curralinho testemunham aquele troco de sangue, tendo como vítima os soldados Tonho Vicente e Sisi. Tudo começou na Fazenda Quiribas, em Poço Redondo. Um grupo de cangaceiros, dentre os quais Corisco, Mariano e Zé Sereno, repousa tranquilamente nos arredores de um riacho quando é avistado pelo soldado Miguel Feitosa, ali apenas de passagem. Retornando imediatamente, o militar avisa ao comando sobre o ocorrido.

Um pequeno agrupamento militar é formado e segue em direção ao coito. Ao chegar ao local, logo percebe que o pequeno número de soldados sequer pode assustar aquele grande numero de cangaceiros. Então decide recuar. Recuou, mas já distante - e fora do alcance da cangaceirama - dois soldados resolvem atirar na direção dos cangaceiros. Um tiro acaba acertando e matando o cangaceiro Pau-Ferro.

Foi a motivação para que a fogueira se tornasse em odiosa labareda. A cangaceirama correu no encalço da soldadesca, porém sem alcançar. Mas a vingança estava jurada, não demoraria muito para que os homens da caatinga farejassem os culpados pela morte do companheiro e dessem o troco merecido.


Grupo de José Sereno

Mas a vingança foi feita em dois que sequer haviam participado daquele episódio. Os soldados Tonho Vicente e Sisi destacavam na povoação de Curralinho, naqueles idos de 1937 um lugarejo ribeirinho próspero e porto principal da chegada e partida de todo tipo de mercadoria daqueles sertões de Poço Redondo, então distrito de Porto da Folha, quando de lá partiram na companhia de outro soldado, Miguel Feitosa, aquele mesmo que havia informado sobre a presença do bando.

Chegando de canoa de Propriá, Miguel Feitosa certamente desembarcaria no porto de Curralinho e logo tomaria a estrada normal, sempre utilizada por todos, para chegar a Poço Redondo. Contudo, imediatamente foi avisado que daquela feita não fosse de jeito nenhum pela conhecida estrada, pois a cangaceirama estava por todo lugar. E foi por isso que buscou a companhia protetora dos soldados Tonho Vicente e Sisi.

Tomaram outros caminhos, recortaram veredas, e tudo para evitar aproximação com o bando cangaceiro. Chegaram, enfim, a Poço Redondo. Chegado na paz da proteção dos amigos soldados, Miguel Feitosa, contudo, cometeu a maior das injustiças para com os dois, pois em nenhum momento comentou sobre o motivo de não utilizar a conhecida estrada de Curralinho nem que os dois evitassem de por ela retornar.


Alcino Alves Costa e o seu "Lampião Além da Versão"

Segundo relata Alcino Alves Costa (Lampião Além da Versão - Mentiras e Mistérios de Angico, pág. 293 da 3ª edição), no capítulo intitulado “Vingança dos Cangaceiros - Mortes de Tonho Vicente e Sisi”:

“Em local ermo e deserto a cabroeira faz as trincheiras. Não tem certeza se os ‘macacos’ irão aparecer e nem tampouco quantos poderão estar vindo com os feirantes. Pelo sim e pelo não estão prevenidos, preparados para vingar a morte de Pau-Ferro. Na beira da estrada se encontram cinco perigosos e famosos chefes de bando, cangaceiros de uma fama ilimitada. Ali estão: Corisco, Mariano, Mané Moreno, Pancada e Criança. A emboscada está feita. 
Se aparecer algum policial o mesmo será trucidado”.

Sem saber de nada, no dia seguinte, segunda-feira, Tonho Vicente e Sisi se prepararam para retornar e, dessa feita junto com alguns feirantes, pela estrada normal. Na segunda-feira, dia após a feira na povoação, muitos feirantes seguiam aquela estrada para embarcar em Curralinho em busca de novas mercadorias. Os primeiros que foram passando foram logo presos pela cangaceirada à espreita. Não lhes interessavam estes, pois simples sertanejos, mas sim os soldados que pudessem aparecer.

Manoel Severo e Rangel Alves da Costa no Memorial Alcino Alves Costa 
em Poço Redondo

E não demorou muito para que as expectativas dos cangaceiros se confirmassem. Logo surgem perante aqueles olhares ávidos por vingança. A confirmação de que se tratava de soldados surgiu da troca de sinais, mas de repente se percebe que um estranho está em meio aos dois militares. Este foi poupado, mas não Tonho Vicente e Sisi. O primeiro, baleado, correu e foi alcançado em seguida. Já o segundo, depois de preso, amarrado e interrogado, também não teve destino diferente.

Ainda hoje, duas cruzes marcam o local da emboscada e onde foram enterrados os dois soldados. Quem segue pela estrada de Curralinho, do lado direito de que vai em direção ao rio, facilmente avista o retrato póstumo daquela vingança cangaceira. E além das duas cruzes, também avistará outro retrato impressionante: a devoção atual pelos dois soldados mortos. Com efeito, muitos moradores chegam ali adoentados, desesperançados, aturdidos pelas consequências da vida, e se entregam a orações e promessas. E os ex-votos estão ao redor das cruzes para ninguém duvidar. Cabeça em madeira, pé e mão, fitas, rosários, dádivas da crença de um povo, ainda que nem sempre saiba dos fatos que originaram a atual devoção.

Rangel Alves da Costa
Pesquisador e Escritor
Poço Redondo, Sergipe

Que venha Poço Redondo 2018 Por:Manoel Belarmino


E o diálogo continua sobre o Cariri Cangaço Poço Redondo 2018-CCPR2018. No fim da manhã deste ultimo sábado, 26 de agosto, no povoado Curralinho, o diálogo foi com os irmãos Orlando e Zé Maria, filhos de João de Ioiô, sobre a participação de Serra Negra (Pedro Alexandre) no CCPR 2018. Estivemos presentes, eu, Rangel e Mila, além de Orlando, Zé Maria e Margarete, neta de João Maria da Serra Negra.

Toda a programação e a estrutura do Cariri Cangaço Poço Redondo 2018 ainda está em processo de construção e será sediado em Poço Redondo com a participação da cidade de Serra Negra (Pedro Alexandre)
Em Poço Redondo, a História e a Cultura do Cangaço, Alcino Alves Costa, Zé de Julião, Dionísio Cruz, Curralinho e a Trilha do Conselheiro, Maranduba, os cangaceiros da Serra da Guia, Angico. Em Serra Negra, a poética Rua Velha (Praça General Liberato de Carvalho), o Vaporzinho, o povo negro da Serra, a casa de Zé Rufino, o quartel do tempo das volantes e a Casa de João Maria de Carvalho.

Rangel Alves da Costa, Orlando da Serra Negra e Manoel Belarmino

Algumas culminâncias poderão acontecer no CCPR2018: homenagens ao mestre Alcino Alves Costa em Poço Redondo e homenagem à família Carvalho (João Maria de Carvalho) em Pedro Alexandre.
O Cariri Cangaço é um espaço de estudos e pesquisas do cangaço, da cultura popular, do coronelismo, da religiosidade popular, do messianismo, das revoluções, do Nordeste Brasileiro.

Manoel Belarmino
Pesquisador de Poço Redondo, Sergipe

O Estudo do Cangaço dentro da Historiografia Moderna Por:Junior Almeida

Desde os tempos remotos da humanidade existem pessoas que se dedicam em contar a história dos povos. Relatos de mudanças de costumes das sociedades, guerras, revoluções, de grandes líderes políticos, profetas, santos, imperadores, reis, presidentes, generais...
Os gregos foram os primeiros a organizar a história, sendo Herótodo (485-420 a.C.) considerado o “Pai da História. Herótodo após viajar pelo mundo antigo e depois publicar uma coletânea de nove livros denominados "Histórias", entre 430 e 424 a.C., que dentre outros temas tratava sobre as guerras entre gregos e persas, foi chamado assim pelo romano Cícero, título que perdura até os dias atuais.
Muito tempo depois, mais de dois milênios, já descoberto o “Novo Mundo” e com várias invenções modernas servindo à humanidade, o pensador francês Auguste Comte (1798-1857) quis organizar o estudo da História, criando a corrente filosófica denominada “Positivismo”, que tinha objetivo de reorganizar o conhecimento humano, idéias essas que tiveram grande influência no Brasil. Os positivistas achavam que a história devia ser contada exatamente como os documentos diziam ter acontecido, sem margens para que pesquisadores fizessem interpretações de fontes ou mesmo do contexto histórico vivido pela sociedade da época do fato narrado.


Um dos pontos negativos da Escola Positivista, pensada por Comte, eram os tipos de fontes histórias aceitas pelos pesquisadores, que se limitava a documentos escritos, e mesmo assim que fossem oficiais. Pelo pensamento dos positivistas, eram história apenas os potentados monarcas, presidentes, dentre outros, desprezando-se assim, por exemplo, a história de um determinado soldado, que durante uma guerra foi o responsável pelo êxito de uma missão, ficando a glória da conquista e o nome na história do general comandante da tropa que ele fazia parte.
Só como exemplo, vamos raciocinar um pouco: No descobrimento do Brasil, quem será que primeiro avistou as “Terras de Santa Cruz”, aquele marujo que ficava no cesto de observação no mastro do navio, ou Cabral, que contam os livros que gritou “terra à vista”, e é, segundo a história oficial, o descobridor do nosso país? Alguém já ouviu falar na história desse marinheiro? Certamente que não, pois pelos positivistas, é como se ele nunca tivesse existido.


Um pouco mais tarde, no final da década de 1920, alguns pensadores resolveram se rebelar contra essa corrente de pensamento, e passaram a aceitar diversos tipos de fontes históricas, como filmes, fotografias, depoimentos orais, canções, pinturas, jornais, esculturas, e tudo que pudesse fazer entender o que tinha acontecido no passado, foi a chamada “Revolução Documental”, e o movimento ficou sendo chamado de “Escola dos Annales”. Os fundadores dessa corrente de estudo, Lucien Febvre e Marc Bloch, representam a primeira geração dos Annales, que foi de 1929 a 1945, sendo Fernand Braudel o principal nome da segunda geração, de 1945 a 1968. A terceira geração a partir de 1968 até os dias atuais, não teve um nome que se destacasse, pois o estudo da História foi “pulverizado”, fazendo com que historiadores se dedicassem a temas que mais se identificassem ou que tivessem um maior domínio. Surgiu assim a “Micro História”, termo criado pelos italianos Carlo Ginzburg e Giovanni Levi.
Com a liberdade de poder narrar os fatos de uma rua, de uma marca de perfume, de um carro, de um simples soldado em batalha, das mulheres, de um sindicato, por exemplo, o historiador passou a contar fatos menores sem deixar de contar história como ciência. Nesse contexto, a história pode ser entendida como uma espécie de redemoinho, onde se pode ir da menor a maior ou vice versa. A História do Brasil, tomando como exemplo, pode ser subdividida pela História do Nordeste, que por sua vez também pode ser fragmentada, sendo um desses fragmentos a saga do fenômeno cangaço, que como não poderia deixar de ser, é formada por pequenas histórias de coiteiros, cabras, volantes, vítimas e claro: cangaceiros.


Escritores pioneiros como Xavier de Oliveira, Érico Almeida, Ranulfo Prata, Rodrigues de Carvalho, ou outros mais novos no tempo, mas com um bom tempo de estrada como o paulista Antônio Amaury, o americano Billy Jaynes Chandler, os volantes João Gomes de Lira e Optato Gueiros, Rui Facó, Oleone Coelho Fontes, Alcino Alves Costa, Mariloudes Ferraz, Luiz Ruben, Frederico Pernambucano de Mello, até os mais recentes como Marcos de Carmelita, Cristiano Ferraz, Cicinato Ferreira, Louro Teles, Geraldo Ferraz e João de Souza Lima, dentre vários, todos eles contaram e alguns continuam contando suas micro histórias, que fazem parte do todo, que é a história do cangaço, que por sua vez é a história do Nordeste e do Brasil.
Em tempos modernos de internet, além dos livros, os blogs e as redes sociais são incríveis ferramentas de informação e interação dos aficionados pelo tema cangaço. Blogs especializados no assunto como Cariri Cangaço, de Manoel Severo, Lampião Aceso, de Kiko Monteiro , Blog do Mendes, de José Mendes Pereira, Tok de História, de Rostand Medeiros, Caiçara dos Rios dos Ventos, de Raul Meneleu, João de Sousa Lima, do homônimo, dentre outros, são acessados diariamente por centenas de pessoas que buscam novidades editoriais e eventos do tema.


Na rede social mais importante do mundo, o Facebook, grupos como “Ofício das Espingardas”, do sertanejo Sálvio Siqueira, “Lampião, Cangaço e Nordeste”, administrado por "Volta Seca", perfil que tem o nome do “cangaceiro menino”, e foi criado por algum pesquisador que quis se manter oculto, “Historiografia do Cangaço”, da professora piauiense Noadia Costa e Geziel Moura, o grupo “Cangaceiros”, de Pedro R Melo e “O Cangaço”, de Geraldo Junior, têm milhares de membros, que diariamente trocam informações sobre cangaço, coronelismo, messianismo e tudo que se relaciona com o Nordeste. Essas pessoas, de várias partes do país, e até de fora do Brasil, contam suas micro histórias, que somadas como se fossem tijolos, formam a parede da história, que por sua vez é parte de uma construção maior que é a História.

Junior Almeida
Pesquisador do Cariri Cangaço
Capoeira, Pernambuco

Pedro Sampaio, Seu Lua e o Troféu Centenário 2017

Pedro Sampaio e Manoel Severo

Na noite da última sexta-feira, dia 26 de agosto, tivemos a oportunidade de participar da Festa de Entrega da Edição "Troféu Centenário 2017" prestigiado momento capitaneado pelo radialista Pedro Sampaio e o Programa "O Poeta e a Sanfona" que presta homenagens a personalidades identificadas com a obra e o legado do grande Rei do Baião, Luiz Gonzaga.
O evento aconteceu nos Salões do Náutico Atlético Cearense, em Fortaleza, quando Pedro Sampaio distinguiu com o troféu, 31 personalidades do mundo da musica, da arte e culturas gonzaguianas; entre cantores, compositores, poetas, cordelistas, dentre outros, numa autentica festa da alma do sertão.

 Manoel Severo, Marcelo Leal, Pedro Lucas e Antonio Feitosa
 Marcelo Leal e Manoel Severo
José Alderi Alves, Rafael Lima e Manoel Severo
Vamos recorrer a Descartes Gadelha em texto enviado ao promotor do evento, Pedro Sampaio: "Troféu Centenário - No sofisticado recinto, não senti colunas gregas, mas senti lajedos de Quixadá; Não senti piso de mármore, mas senti pisar no barro esturricado; não senti o luxuoso teto decorado, mas senti o céu cravejadinho de lantejoulas divinas do mês de junho. O luxuoso clube se transformou numa latada com tudo que era cabra cantando, dançando e rezando para o santo Luiz Lua. Assim foi a autêntica festa de entrega do Troféu Centenário - 2017. Sons iluminados por sorrisos felizes, corações flamejantes de baião, coco e xaxado; tudo alegria, pérolas provenientes da alma do nosso santo Luiz Lua Gonzaga, o atual animador dos sertões divinos. Deus, na sua onipotente bondade nomeou o cabra poeta Pedro Sampaio como interlocutor da poesia morna do nosso sertão, sempre mal chovido, porém, nunca desesperado, mas sempre redivivo pelo eco gonzaguiano tinindo na nossa mãe caatinga. Caríssimo amigos Pedro Sampaio, somente Deus e Luiz Gonzaga e o coração dos que já estão no céu e na caatinga sabem e podem lhe agradecer com as lágrimas da nossa alegria. Parabéns, amigo poeta, que Deus continue a lhe inspirar." Descartes Gadelha.

 Ingrid Rebouças, Kauan e Cecilia do Acordeon
 Rafael Lima e Ingrid Rebouças
 Cariri Cangaço presente a Festa do Troféu Centenário 2017
Manoel Severo e Ian Fermon
Para o comunicador Jones Cavalcante ,"meus amigos... a festa mais uma vez foi linda e agradável, pessoas importantes dentro do nosso contexto cultural sendo reconhecidas e homenageadas como merecem, foi uma coisa assim espetacular. A cada ano toma conta nas paginas sociais da nossa gradeza como é feito. Quero deixar os meus parabéns a cada um dos 31 agraciados." 
Cecília do Acordeon recebe das mãos de Manoel Severo o Troféu Centenário 2017
Pedro Lucas recebe seu troféu das mãos de Rafael Lima
Dalinha Catunda recebe seu troféu das mãos de Pedro Sampaio
Cecília do Acordeon, Nonato Araujo e Dalinha Catunda

Dentre os agraciados, dois queridos e ilustre personagens de nosso Cariri Cangaço; os pequenos e talentosos: Nossa amada Cecília do Acordeon que do alto de seus 10 anos de idade já chama sua sanfona de "minha vermelhinha" encantando os palcos por onde passa e Pedro Lucas Feitosa o desbravador dos sertões do cariri cearense com seu "Museu de Luiz Gonzaga" em Dom Quintino, zona rural do Crato. Para nós que fazemos o Cariri Cangaço é uma grande honra sermos representados por essas duas crianças que nos dão a certeza da perpetuação da cultura e memoria de nosso nordeste.

 Rafael Lima, Cecília do Acordeon, Manoel Severo e Pedro Lucas
 Pedro Lucas, Manoel Severo, Kauan e Gilvan Sales
Dalinha Catunda e Manoel Severo
 Nonato Araujo e Manoel Severo
 Seu Antonio Feitosa, Pedro Sampaio, Paulo Vanderley, Cecília do Acordeon, Suzana Bats, Silvanar e Pedro Lucas
 Ingrid Rebouças, Manoel Severo e Kauan
 Apresentação de José do Egito e Cecília do Acordeon

Festa de Entrega do Troféu Centenário 2017
Clube Náutico Atlético Cearense
26 de Agosto de 2017, Fortaleza-Ceará


O Cariri Cangaço e a Missa do Jacó !

Helena Câncio e Manoel Severo

O encerramento do emblemático Cariri Cangaço Exu 2017 se deu em grande estilo. A participação na 47ª edição da Missa do Vaqueiro de Serrita acabou consolidando a união entre o Instituto Cariri do Brasil, promotor do Cariri Cangaço e a Fundação Padre João Câncio, uma das promotoras desta que é uma das maiores festa do sertão, a Missa do Vaqueiro de Serrita. Na oportunidade o curador do Cariri Cangaço, Manoel Severo e mais de 150 convidados do evento estiveram participando da memorável celebração em homenagem ao vaqueiro Raimundo Jacó, inspirador da momento.

A tradicional Missa do Vaqueiro de Serrita é o resultado da homenagem prestada pelo povo do sertão ao vaqueiro Raimundo Jacó, célebre por sua coragem e talento na arte da lida e oficio com o gado. Jacó foi assassinado nesta mesma fazenda Lages, local atual do parque, em julho de 1954. A missa teve como idealizadores, seu primo Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, o Padre João Câncio e o poeta Pedro Bandeira. O Cariri Cangaço foi anfitrionado por Helena Câncio e seu filho, Tiago Câncio.

O Cariri Cangaço se une a Missa do Vaqueiro de Serrita
Prefeito de Exu, Raimundinho Saraiva e Manoel Severo
Liz e Marcelo Teixeira e José Tavares Neto
Betinho Numeriano, Mabel Nogueira e Manoel Severo
Celsinho Rodrigues e Manoel Severo
Edna Ferreira e Urbano Silva
Manoel Severo e Stela Lobão
Luiz Abreu e Flavio Leandro
Benedito Vasconcelos e Dra Susana

Toda a celebração, pontuada pela mais absoluta fé sertaneja impressiona pela grandiosidade, tanto em simbolismo espiritual como em sua dimensão material. São mais de 800 vaqueiros "encourados e montados", um público que girou em torno de 70 mil pessoas em todo o período da festa e da celebração, traduzindo-se como uma das maiores manifestações culturais e religiosas do Brasil.

Paulo Vanderley, Celsinho Rodrigues e Manoel Severo
Noádia Costa, Juliana Pereira e Aline Melo
Pedro Mota Popoff e Amélia Araujo
Helena Câncio e José Tavares Neto
Mucio Procópio e Bia Numeriano
Ney Vital Guedes, Manoel Severo e Camelo
Pedro Mota Popoff
Elane Marques e Aninha Lucia
Ana Lúcia Gomes, Kydelmir Dantas, 
Milla e Rangel Alves da Costa, Elane Marques e Ingrid Rebouças
Cecilia do Acordeon, Ingrid Rebouças e Elane Marques

 Um dos pontos altos da 47ª Edição da Missa do Vaqueiro de Serrita foi a entrega por parte do Conselho Curador do Cariri Cangaço através de seu presidente, Manoel Severo, do Título de "Personalidade Eterna do Sertão" ao Padre João Câncio, in memoriam, honraria recebida por sua esposa, Helena Câncio, em um dos momentos mais emocionantes do evento.

Ingrid Rebouças, Helena Câncio e Manoel Severo: "Personalidade Eterna do Sertão" a Padre João Cancio
Ana Gleide, Bia Numeriano, Helena Câncio, Manoel Severo e Betinho Numeriano
Helena Câncio e Ingrid Rebouças

O parque Raimundo Jacó, localizado no município de Serrita, sertão pernambucano, sedia a Missa do Vaqueiro; evento cultural e religioso que chegou a sua 47ª edição reunindo vaqueiros de todo o nordeste. Além da celebração ecumênica o evento ainda contou com vaquejadas, pegas de boi e rodas de forró, com sanfoneiros e apresentações de repentistas e aboiadores.

Ivanildo Silveira
Juliana Pereira e a Festa da Missa do Jacó...
Ingrid Rebouças, Tiago Câncio e Manoel Severo
Amelia Araujo
Caravana Cariri Cangaço na Missa do Vaqueiro de Serrita
 José Nobre, Pedro Lucas e José Tavares Neto
 Casal Francisco de Assis
Ana Gleide, Manoel Serafim, Francimary Oliveira e Mabel Nogueira
Elane Marques , Ingrid Rebouças e Archimedes Marques
Kydelmir Dantas
Divonildo, Manoel Severo e Cristina Couto
José Tavares Neto
Benedito Vasconcelos e Manoel Severo
Marcelo e Liz Teixeira
Kydelmir Dantas e Nerizangela Silva
Elane Marques, Ingrid Rebouças e Stela Lobão
 Célia Maria, Quirino Silva, Padre Fábio Mota e Manoel Severo
Francisco de Assis e a Procissão de Fé...
Marcelo Teixeira e Manoel Severo
Rangel Alves da Costa e Leo Cangaceiro
Ingrid Rebouças
Emmanuel Arruda e Manoel Severo
Paulo Vanderley e Rafael Lima
Cecília do Acordeon
Manoel Severo, Ingrid Rebouças, Juliana Pereira e Getulio Bezerra
Maria Amelia Araujo e Manoel Severo
A emoção do Cariri Cangaço no Jacó
Manoel Severo e Lena Costa
Família Cariri Cangaço no Jacó

Raimundo Jacó Mendes, nasceu em Exu no dia 16 de Julho de 1912 , e era primo legítimo do Rei do Baião, Luiz Gonzaga. Já bem jovem o vaqueiro Jacó já se destacava como exímio aboiador de muita inteligência e coragem que acabaram por lhe render fama o que acabaria sendo; segundo se conta, a causa de seu assassinato em julho de 1954. 
"O sertão canta e conta a história de Jacó"... Narra a lenda que, o dono da fazenda Lages em Serrita, pela fama de Jacó o contratou como vaqueiro, certo dia haveria de ordenar que Jacó e um outro vaqueiro, Miguel Lopes, fossem pegar na caatinga uma rês, arisca e estimada, que se afastou do rebanho, a data era 8 de julho de 1954.
Ao fim do dia Miguel Lopes volta à sede da fazenda, sozinho, sem comentar sobre Jacó e a rês. Os outros vaqueiros preocupados, no dia seguinte saíram à procura de Raimundo Jacó e em meio a caatinga encontraram-no morto, ao lado da rês ainda amarrada e o seu fiel cachorro latindo, sem sair de perto. Uma pedra manchada de sangue denunciava a covardia do assassinato.
Miguel Lopes foi incriminado, abriu-se um processo, mas foi arquivado por falta de prova e o crime ficou sem solução, caindo no esquecimento. Tomando conhecimento disso, Luiz Gonzaga protestou com música A Morte do Vaqueiro.
Manoel Serafim, Mabel Nogueira e Maria Amélia
Ivanildo Silveira, Pedro Mota Popoff e Quirino Silva
Carlos Mendonça e Manoel Severo
Amelia Araujo, Noadia Costa, Mucio Procópio e Jorge Remígio
Mucio Procópio e Ingrid Rebouças
Cicero Marcelino e Manoel Severo
Cecília do Acordeon e Mabel Nogueira
Viva o Cariri Cangaço no Jacó
Jair Tavares
Catarina Venancio, Wescley Rodrigues, Manoel Severo e Mucio Procópio
Veridiano Dias, Leo Cangaceiro e Manoel Severo
Noadia Costa, Ingrid Rebouças, Leo Cangaceiro, Francimary Oliveira
Coral de Aboios de Serrita
Betinho Numeriano, Tiago Cancio, Manoel Severo
Archimedes Marques
Elane Marques, Ivanildo Silveira e Cecília do Acordeon

Para Juliana Pereira, Conselheira do Cariri Cangaço, "O encerramento de nosso Cariri Cangaço Exu aqui participando da 47ª edição da Missa do Vaqueiro de Serrita, quando homenageamos ao lado de vaqueiros de todo o sertão a memória do grande Raimundo Jacó, nos enche de emoção. Mais uma vez tivemos a certeza de que estamos no caminho correto, reunindo todos aqueles que acreditam que podem construir um futuro diferente enaltecendo nossas raízes e memoria, esse Cariri Cangaço Exu ficará em nosso coração por todo o seu significado e por tudo que conseguiu realizar".

"Foi um momento ímpar, sem igual, pelo menos eu nunca vi nada parecido, unir pesquisadores do cangaço, de Luiz Gonzaga, de Bárbara de Alencar, dos vaqueiros, enfim, nunca havia visto nada parecido e numa dimensão como foi esse Cariri Cangaço Exu, companheiros de 15 estados do Brasil, sem dúvidas um momento em que nos sentimos felizes por ter testemunhado e ter vivido tantas emoções" ressalta o pesquisador de Custódia, Conselheiro Cariri Cangaço, Jorge Remígio.

Ingrid Rebouças e Narciso Dias
Manoel Belarmino e Manoel Severo
Ivanildo Silveira e Cecília do Acordeon
Vera Costa, Manoel Severo, Rangel Alves da Costa e Ivanildo Silveira
Cicero Marcelino, Alvenir Peixoto, Helena Câncio e Helenilda Moreira
Quirino Silva, Maciel Silva, Ivanildo Silveira, José Tavares Neto, Pedro Popoff e Mariana
Narciso Dias, Ivanildo Silveira e Manoel Severo
Seu Antonio Feitosa e dona Salete, avós de Pedro Lucas do Museu de Luiz Gonzaga 
Coral de Aboio de Serrita e Pedro Mota Popoff
Ingrid Rebouças, Paulo Vanderley e Manoel Severo
Quirino Silva, Maciel Silva e Ivanildo Silveira
Wilton Dedê, Paulo Vanderley, Manoel Severo e Ivanildo Silveira
Clã de Pombal no Cariri Cangaço Exu em Serrita

"Sem palavras para definir este Cariri Cangaço Exu, superou todas as nossas expectativas, em todos os aspectos; organização, logística, riqueza das visitas, as conferencias riquíssimas, um povo super acolhedor, tanto em Exu como em Serrita, realmente não poderia ter um encerramento mais fantástico do que esse aqui na Missa do Vaqueiro e ainda ouvir Ave Maria Sertaneja com esse coral de aboio maravilhoso, entrou para a historia esse Cariri Cangaço" comenta Gerlane Carneiro de João Pessoa.

"Olha eu me surpreendi com essa festa da Missa do Vaqueiro, desde a primeira vez que conversamos com Helena Câncio para fechar a parceria do Cariri Cangaço com a Fundação Padre João Câncio, ainda  no começo do ano, que ficava pensando na dimensão dessa missa, mas tudo foi muito além do que eu imaginava, uma coisa realmente sem igual, aqui respira-se um ar diferente, uma energia diferente, cheia de amor e devoção, que coisa bacana, foi lindo ter estado com o Cariri Cangaço e tantos amigos nesta grande festa" diz Ingrid Rebouças de Fortaleza.

Prefeito de Juazeiro do Norte, Arnon Bezerra, Manoel Severo e Ingrid Rebouças
Prefeito Arnon Bezerra e o Cariri Cangaço em Juazeiro em 2019
Rafael Lima, Arnon Bezerra, Manoel Severo, Expedito Seleiro, Paulo Vanderley 
e Ney Vital
Edvaldo Feitos e Manoel Severo
Aline Melo e Noadia Costa
Bia Numeriano e Ingrid Rebouças
Caravana de Floresta e o Cariri Cangaço no Jacó
Manoel Severo, Expedito Seleiro e Paulo Vanderley
O abraço em prol da cultura e da arte
Expedito Seleiro e Ingrid Rebouças
Cecília do Acordeon, Expedito Seleiro, Ingrid Rebouças e Manoel Severo
Cecília do Acordeon, Expedito Seleiro, Ingrid Rebouças e Manoel Severo
Paulo Vanderley, Cecília do Acordeon, Expedito Seleiro, Ingrid Rebouças e Manoel Severo
Pedro Lucas e Expedito Seleiro
Paulo Vanderley, Pedro Lucas, Expedito Seleiro, Manoel Severo e Rafael Lima
Expedito Seleiro e Camilo Lemos
Wilton Dede, Ingrid Rebouças, Expedito Seleiro, Manoel Severo e Cristina Couto
Expedito Seleiro e Manoel Severo
Jorge Remígio, Manoel Severo, Seleiro, Camilo Lemos e Paulo Vanderley
Ivanildo Silveira, Manoel Severo, Louro e Joseane Teles, Marcelo Teixeira e José Tavares Neto
Leo Cangaceiro, Manoel Severo e Quirino Silva
Maricô e Ingrid Rebouças
Cãmara Municipal de Barbalha no Cariri Cangaço Exu e Jacó
Mabel Nogueira
Leo Cangaceiro, Ingrid Rebouças e Quirino Silva
Kydelmir Dantas, Célia Maria, Quirino Silva, Padre Fábio Mota, Manoel Severo, 
Rafael Lima e Ingrid Rebouças

Para a pesquisadora e escritora de Sergipe, Elane Marques "olhe tem coisas que só o Cariri Cangaço pode proporcionar, olhe um evento como esse em Exu e Serrita não dá nem para comentar de tão maravilhoso, reunindo tanta gente importante e bacana, nunca vi tanta gente em um Cariri Cangaço, e de todo o Brasil, agora fica a saudade, mas logo logo vamos ter nova oportunidade; em setembro e outubro, é como Severo diz: Não podemos parar!"

O Cariri Cangaço Exu 2017 teve seu encerramento de forma magistral participando das celebrações da 47ª Missa do Vaqueiro de Serrita no Parque João Câncio, quando seus mais de 150 pesquisadores presentes se uniram às milhares de pessoas vindas de todo o sertão para reverenciar a alma e fibra do vaqueiro  nordestino. O Cariri Cangaço Exu, evento como um todo foi coroado de êxito, tanto para as centenas de participantes que vieram de todo o Brasil, mas e principalmente para as famílias que nos acolheram, consolidam a máxima de que com trabalho duro, união, humildade, dedicação e seriedade podemos sim construir grandes obras. Parabéns Família Cariri Cangaço, vocês são os responsáveis por tudo isso...

Cariri Cangaço Exu
Missa do Vaqueiro de Serrita
Fazenda Lages, Parque Raimundo Jacó
23 de Julho de 2017, Serrita-Pernambuco