Caravana do Cordel Celebra Cem Anos de Maria Bonita


No próximo dia 03 de abril (Sábado de Aleluia) a CARAVANA DO CORDEL se reunirá mais uma vez, fazendo uma homenagem a cangaceira Maria Bonita, por ocasião do centenário do seu nascimento, celebrado no último dia 08/03. Como o cordel sempre descreveu essa mulher, nada mais justo, que debatermos a razão de tanta produção literária em torno dessa personagem histórica. 
 
O encontro será recheado de muita poesia, encenação teatral, autógrafo do Cd "Nostálgico" (Título do cd) de Jocélio Amaro, bem como o lançamento do cordel:
A CHEGADA DO DIABO NO BIG BROTHER de Marco Haurélio

Serviços:
Endereço: Rua Augusta, 1239
Horário: 19:00 horas.
Entrada: gratuita.
Contato: pedromonteiro.sp@hotmail.com
Fonte: caravanadocordel

Atenção Confrades: Reunião da SBEC na Noite de Hoje



Convidamos a todos os sócios e amigos da Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço; em nome de nosso Presidente Ângelo Osmiro; para se fazerem presentes ao Encontro de Confrades e Amigos da SBEC que acontecerá na noite de hoje, dia 31, quarta-feira, as 7 da noite, no Restaurante Shop Grill, localizado na esquina das ruas, Nunes Valente com Julio Siqueira no bairro Dionisio Torres, na cidade de Fortaleza.

Abraço a todos e até logo mais a noite.

Manoel Severo / Aderbal Nogueira

Da Holanda ao Cariri do Ceará


Caro Sr. Manoel Severo,

Estive em seu blog e li sobre o capitão Joaquim Lustosa de Vasconcelos e fiquei interessada sobre a vida dele. Será que o senhor poderia me informar algo mais sobre ele?
Eu tive um avô (minha quarta geração) que viveu em São José do Mipibu, ele se chamava Joaquim de Vasconcelos Lustosa e ele também era capitão. Ele foi casado com Ana Pinheiro e depois com Júlia ... A única diferença é que um é de Vasconcelos Lustora e o outro é Lustosa de Vasconcelos. Será que eles são a mesma pessoa?

 Matriz de São José do Mipibu, Rio Grande do Norte
 
Eu sou parente dos Castricianos de Souza, minha avó materna era sobrinha deles. Bem como o senhor deve ter percebido eu faço a árvore genealogica de minha família. Ficarei muito grata se o senhor poder me ajudar, pois atualmente estou morando na Holanda. Eu tenho muita dificuldade em encontrar os dados de minha família. Estarei aguardando uma resposta. Antecipadamente agradeço a sua atenção.

Sâmia Moraes Zarzar

NOTA DO CARIRI CANGAÇO: O email acima foi enviado por Sâmia Zarzar, atualmente radicada na Holanda; e a matéria a que ela se refere é de autoria do confrade Rostand Madeiros, postada também neste blog.

Maristela e Aderbal Nogueira


Maristela Mafuz Nogueira

Olá, amigos!

Venho aqui saudar a todos que de uma maneira ou de outra estão ao nosso lado nesse momento delicado que estamos passando. Sem a força dos amigos e amigas que nos tem chegado de todos os recantos os dias seriam mais difíceis. Não temos como agradecer em palavras, porém, tenho a certeza de que todos sabem do respeito e carinho que temos por todos indistintamente.


Só posso dizer: nosso muito obrigado.

Aderbal e Maristela.

Cariri Cangaço e ICVC, Confirmam Parceria para 2010


Manoel Patrício e Hugo Melo Rodrigues

E foi firmada novamente a parceria entre o Cariri Cangaço e o ICVC - Institutro Cultural do Vale Caririense. Aconteceu nesta sexta-feira, noite solene onde o ICVC, presidido pelo Professor Hugo Melo Rodrigues, homenageou a Professora Sara Cabral, in memorian, dando seu nome a Sessão Solene Extraordinária, do Instituto, quando em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, foram homenageadas as Fundadoras do ICVC.

A Sessão foi prestigiada por várias autoridades da região, dentre essas, as Secretárias de Cultura de Juazeiro do Norte, Glória Tavares; a Secretária de Cultura de Crato, Danielle Esmeraldo; o Presidente do ICC, Manoel Patrício; o Presidente da Comissão do Centenário de Juazeiro, Geraldo Barbosa; o Presidente do Memorial Padre Cícero, Renato Cassimiro; a representante da Associação dos Cordelistas de Crato, Josenir Lacerda; dentre outros.

Escritora Vilma Maciel em Noite de Lançamento

Renato Cassimiro e Danielle Esmeraldo

Escritora Fátima Menezes, Hugo Melo e Geraldo Barbosa

Escritora Célia Magalhães

Miguel e Josenir Lacerda, Manoel Severo e Glória Tavares

Cordelista Maria do Rosário Lustosa

 Poeta Maior, Pedro Bandeira

Durante a solenidade tivemos o lançamento do mais novo livro da escritora Vilma Maciel, de Juazeiro do Norte, como também a entrega de Placa Comemorativa às Fundadoras do Insituto Cultural do Vale Caririense.

Na oportunidade foi firmada a parceria do ICVC, representado por seu Presidente, professor Hugo Melo Rodrigues e o Cariri Cangaço, através do Curador Manoel Severo. Quando o Instituto será um dos responsáveis pelo desenvolvimento do Projeto em Juazeiro do Norte, juntamente com as outras instituições parceiras; Prefeitura Municipal, Comissão do Centenário e Memorial Padre Cícero.

Para Hugo Melo Rodrigues "a realização do Cariri Cangaço vem coroar o grande esforço e união de todos os parceiros que estão trabalhando fortemente na realização deste projeto, que já foi sucesso em 2009 e que repetirá agora em 2010, o ICVC se une aos demais neste evento que fortalece a cultura, a história e o turismo de nossa região".

Gabriel Barbosa

URCA dá Início aos Trabalhos para o Cariri Cangaço 2010



 Manoel Severo e Professora Arlene Pessoa

Aconteceu na tarde do último dia 26, na sede da Pro-Reitoria de Extensão - PROEX da URCA - Universidade Regional do Cariri, mais uma reunião de trabalho entre a Curadoria do Cariri Cangaço e a Coordenação do evento na Universidade.

A reunião teve como objetivo traçar os principais pontos de atuação da URCA na realização da segunda edição do Seminário Cariri Cangaço,  que em 2009, reuniu mais de 70 pesquisadores da temática, de todo o Brasil. Para a Pro-Reitora de Extensão da URCA, professora Arlene Pessoa, a Universidade estará dando todo o apoio para o sucesso deste ano, a exemplo do ano passado.  

Anna Christina e Danielle Esmeraldo

 
Manoel Severo e Professora Anna Christina

Foram discutidos as temáticas dos Grupos de Trabalho que serão coordenados pela URCA, para a Coordenadora do Cariri Cangaço na URCA, professora Anna Christina "com certeza a partir de temática tão abrangente como: Coronéis, Beatos e Cangaceiros, teremos no mínimo 14 Grupos de Trabalhos." E conclui, "agora vamos reunir os professores da Universidade e traçar a estratégia de efetivação da divulgação dos GTs e acolhimento dos trabalhos, como também a forma de apresentação dos mesmos durante o Cariri Cangaço 2010".

Manoel Severo

I Clube do Leitor Centro Cultural Banco do Nordeste - Cariri



Programa de difusão e apreciação literária, o CLUBE DO LEITOR CCBNB funciona como ponto de encontro literário para criação de vínculo com a biblioteca e de intercâmbio entre usuários. Um espaço destinado ao estímulo cultural através de leituras coletivas, discussões direcionadas e interação dos visitantes, estreitando laços de saudável convivência. Pretende ainda, divulgar o acervo das bibliotecas Inspiração Nordestina e promover o acesso gratuito ao acervo, estimulando o estudo da obra de autores brasileiros – em especial, os nordestinos e/ou contemporâneos. 
 
Os Clubes de Leitores têm sido apontados por estudiosos como um meio indispensável na contribuição para uma mudança de atitude com relação à leitura. O projeto, elaborado pelas professoras Solange Kate e Sarah Diva em Fortaleza, busca uma convivência mais efetiva e dinâmica com a biblioteca, tornando-a um lugar mais atraente. Ler, conhecer, sentir, imaginar, pensar, compartilhar – tudo isso será experimentado nesse espaço para anseios e fantasias, tendo o imaginário como território sem fronteiras.
O nosso primeiro encontro será no dia 06 de abril de 2010, às 17h, na Biblioteca Inspiração Nordestina do CCBNB Cariri e será conduzido pelo professor Éder Tertuliano. O momento será dedicado ao bibliófilo José Mindlin – in memorian – e tem por tema “Cronistas cearenses”. Na oportunidade serão lidas e discutidas crônicas dos cearenses Ana Miranda, Pedro Salgueiro e Ricardo Kelmer. Após alguns meses no estudo da crônica iremos partir para outros gêneros literários: conto, poesia, novela e romance.
Sejam Bem Vindos!
Maiores Informações: paulaizabela.blogspot.com

Gabriel Barbosa

O Cangaço de A a Z Lançado por Valdério Costa


 Cangaço de A a Z 
com pesquisa, texto e ilustrações do Arte-Educador e Artista Plástico
Valdério Costa.
Local: Restaurante Xique Xique 708 Norte
Brasília-DF
Data: 7/4/2010.
Horário: 19h 
Convite recebido do Confrade Kydelmir Dantas
          

Associação Cearense de Forró se une ao Cariri Cangaço Por: Sawanna Feitosa



Valter Medeiros, Neo Pineo e Kaika Luiz em noite da Roda de Conversa Cariri Cangaço

A ACF - Associação Cearense de Forró é o mais novo membro da Família Cariri Cangaço. Representada pelos dirigentes Valter Medeiros, o cantor e compositor Neo Pineo, além do produtor cultural Kaika Luiz; que estiveram presentes à Roda de Conversa Cariri Cangaço 2010, se firmou o compromisso da parceria entre o Cariri Cangaço como seus parceiros com a Associação Cearense de Forró.

Para Valter Medeiros, Presidente da Associação e proprietário da Casa de Shows Temática, Kukukaya, em Fortaleza, "O trabalho da Associação tem inúmeras afinidades com o trabalho que o Cariri Cangaço está construindo, principalmente no que diz respeito a valorizar o que temos de melhor em nossa região. Com  certeza faremos muitas coisas juntos" confirma Valtinho.

O autêntico Forró de nossas Raízes chega forte ao Cariri Cangaço

Já para Kaika Luiz "com certeza o Cariri Cangaço e a ACF ainda terão muita coisa a fazer juntos, não temos dúvidas, fortalecendo ainda mais as nossas raízes e tradições, inclusive para o próprio lançamento do DVD Cariri Cangaço 2009 que tem tudo para ser realizado em uma grande festa em Fortaleza no Kukuaya, como o próprio Valtinho, proprietário da casa já disponibilizou ao Severo, então é o começo de uma mais uma grande parceiria".

Por: Sawanna Feitosa

Roda de Conversa Discute Cariri Cangaço 2010


Dando prosseguimento às ações de construção do Cariri Cangaço 2010, a Organização do evento promoveu uma grande Roda de Conversa, reunindo representantes de todos os municípios realizadores, Institutos Culturais , personalidades ligadas ao mundo da cultura, arte e entretenimento.

O encontro aconteceu em Crato e estiveram presentes representantes das Prefeituras de Crato, através da Secretária de Cultura Danielle Esmeraldo, a Secretária de Cultura de Juazeiro do Norte, Glória Tavares, o Secretário de Cultura de Barbalha, Dorivan Amaro, representando Missão Velha, Rodrigo Sampaio; além do Presidente da Fundação Memorial Padre Cícero, Professor Renato Casimiro, o Presidente do ICVC, Professor Hugo Rodrigues,o representante do SEBRAE, Édio Calou, dentre muitos outros colaboradores.


Presidente do ICVC, professor Hugo Melo, Danielle Esmeraldo e Glória Tavares

Presidente da Fundação Memorial Padre Cícero, Renato Cassimiro, Representante do Sebrae, Édio Calou e representante da Prefeitura de Missão Velha, Rodrigo Sampaio

Produtor Cultural Kaika Luiz

Professora Ana Rosa, Dorivan Amaro e Laécio Silva

Manoel Severo, Glória Tavares e Renato Cassimiro

Na oportunidade o Curador do evento, Manoel Severo, apresentou um Vídeo de Apresentação dos melhores momentos do Cariri Cangaço 2009, com um roteiro abrangendo todos os acontecimentos do evento em sua primeira edição; num segundo momento foi apresentado aos participantes da Roda de Conversa, o Planejamento e Plano de Trabalho para o Cariri Cangaço 2010. Para o curador do evento, "a noite foi de uma importância muito grande, tivemos a oportunidade de mostrar aos nossos prezados companheiros de construção do Cariri Cangaço, o conjunto de parcerias, todas as confirmações que já tivemos, discutimos sobre o formato, sobre as temáticas, enfim, penso que foi um momento fantástico para todos nós, só tenho que agradecer a todos que acolheram nosso convite."

Para Danielle Esmeraldo, "a Roda de Conversa teve este sentimento: compartilhar com os muitos amigos e parceiros de realização num ambiente descontraido e informal, os muitos avanços e as conquistas de nosso evento; e falava agora a pouco com os companheiros, Dorivan, Glória e Rodrigo, e também com o Professor Hugo, o Renato Cassimiro, enfim; sobre a felicidade de participarmos juntos desta grande construção coletiva, que une toda nossa região em torno desta festa que é o Cariri Cangaço".

Para o Presidente da Fundação Memorial Padre Cícero, professor Renato Cassimiro, "tivemos um momento extremamente agradável e de uma riqueza fantástica, parabens aos organizadores, com certeza estaremos juntos em 2010."

A Roda de Conversa é mais uma iniciativa dos Organizadores do Cariri Cangaço na direção da construção do evento em sua edição 2010. Cariri Cangaço - Coronéis, Beatos e Cangaceiros. Até lá.

Sawanna Feitosa

A Mulher sem Túmulo; Lançamento em Crato

Nilze Silva e Raimundo Araujo

Na noite de ontem tivemos a oportunidade de participar do lançamento do mais novo romance da escritora Nilze Costa e Silva: A Mulher sem Túmulo. A obra me surpreendeu, na verdade, não pelo talento mais uma vez confirmado dessa escritora potiguar, adotada pelo nosso Ceará, mas pela maneira harmoniosa e incrivelmente feliz com a qual ela conseguiu unir a ficção e a realidade a partir da narrativa romanceada da vida; pouco conhecida pela maioria; da beata Maria de Araujo.

Noite de Lançamento no SESC Crato

Poeta e Escritor Expedito Maurício

Crítico Literário, Manoel César

Um livro simplesmente singular, que agrada não só pelo conteúdo, mas e principalmente pelo sentimento. Trazer a tona a figura simbólica de Maria de Araujo, a principal personagem dos polêmicos episódios do milagre da hóstia, é de uma grandeza imensurável, principalmente às vésperas do aniversário de cem anos de fundação da cidade de Juazeiro do Norte, que sem dúvida nenhuma, deve muito a essa humilde, pobre, negra, analfabeta e esquecida mulher: beata Maria de Araujo.

Parbéns a Nilze, a Manoel César, e a todos que colaboraram no execução e construção desse projeto.
Valeu a pena.

Manoel Severo.
 

Os Coronéis com "c" Minúsculo Por: Fernando Fernandes


Dom Pedro II

A compreensão e a percepção de cada um, acaba determinando em menor e maior grau o entendimento sobre este tão complexo tema, que é o Cangaço. Entretanto, penso que algumas premissas têm que está presentes no bojo de qualquer análise sobre esse que sem duvidas se manifesta como um dos maiores fenômenos sociais de nosso país. Principalmente sob que condições sociais, econômicas e políticas se deram tão badalado fenômeno: a sociedade rural nordestina do início do século XX.

Ainda em 1889, um ano após o nascimento daquele que viria a ser o mais famoso personagem da saga cangaceira; Virgulino Ferreira, o Lampião; foi proclamada a República, ali se vislumbrava inúmeras conquistas sociais em detrimento do dito atraso monarquista brasileiro, dentre essas sem dúvidas estava a descentralização do poder, tão bem caracterizado pelo imperador.

Na verdade as mudanças pouco aconteceram, o centralismo mudou de forma e as instabilidades políticas dos primeiros anos da república acabaram criando outro tipo de poder, o regionalizado, representado através dos “Coronéis”, figuras emblemáticas que davam sustentação política ao governo central. A denominação “coronel” é oriunda dos tempos da criação da Guarda Nacional, ainda em 1831, quando imperava a Regência Trina, sob o comando do Padre Diogo Antônio Feijó, criador  da referida Guarda;que conferiu aos chefes locais e regionais das antigas Ordenanças tal título e honraria. 
Regente Padre Feijó

Com o tempo a Guarda seria extinta, mas o uso do título permaneceria como também o poder inerente ao mesmo. No nordeste esses senhores acabariam sendo de fundamental importância na história do cangaço. Esse poder se caracterizada pela força política; pela troca de favores, nas nomeações para os mais diversos cargos na máquina pública, na transferência de verbas e nos grupos armados. O fenômeno do Cangaço ocorreu justamente neste ambiente político.

Não só na primeira fase da república, vamos ver essa intrínseca ligação dos "coronéis" com o cangaço, também no segundo reinado de Virgulino, entre os anos dos 1929 e 1938, quando teve seu destino traçado entre as rochas do leito seco do riacho Angico, em Porto da Folha; atual Poço Redondo, em Sergipe; também poderemos verificar a extremada ligação daquele sistema de poder com os cangaceiros, daí destacamos os mandões dos rincões afastados dos estados da Bahia, Alagoas e Sergipe, que a exemplo de seus companheiros de "patente" do lado de cima do São Francisco; principalmente, Pernambuco, Paraíba e Ceará; viriam a contribuir para a perpetuação do fenômeno cangaceiro.

Cronista e Contista Fernando Fernandes
Fortaleza, Ceará


Penitentes Vivem Fé Medieval Por:Antônio Vicelmo



Grupo de Penitentes de Barbalha

Emoldurado pela Chapada do Araripe, cercado de fontes naturais e florestas nativas, a região do Cariri se tornou o palco do misticismo do Nordeste. Igrejas, seitas, profetas que pregam o fim do mundo, grupos de penitentes e tipos messiânicos ainda sobrevivem nas ruas e na zona rural da região, apesar do crescente ritmo de desenvolvimento e modernidade.

Da miscigenação das diversas culturas resultaram mitos lembrados nas lendas da caipora, do lobisomem, da mãe d´água, do carneiro de ouro, do pai da mata, da lagoa encantada e outros tantos que povoam o imaginário popular.

No rastro dos índios, dos colonizadores e, principalmente, das levas de romeiros que aportaram no Cariri, trazendo usos e costumes de suas terras, surgiram organizações religiosas com práticas medievais, entre as quais, os grupos de penitentes que se espalham em toda a região. O mais conhecido deles é o do Sítio Cabeceiras, município de Barbalha, que já apareceram até no programa Fantástico, da Rede Globo. Eles transformaram-se em um dos principais destaques na programação cultural da Festa de Santo Antônio, em Barbalha.

Recentemente, o Diário do Nordeste descobriu no município de Porteiras um grupo de penitentes que, até então, não se apresentava em público e nunca foi fotografado ou filmado. São agricultores rústicos que varam as madrugadas sertanejas, rezando e cantando nos cemitérios e nas cruzes de beira de estrada. Andam sempre reunidos, entoando cantochões. Mas no centro urbano, atravessam as ruas silenciosamente, parecendo fantasmas pela diferente figura que apresentam. Ao se aproximarem dos sítios, principalmente em trechos assinalados por crucifixos, as conhecidas cruzes das estradas do sertão, entoam o seu canto que é triste, lamentoso, como um gemido de alma perdida.

Esta teologia remonta aos frades cartuxos espanhóis do primeiro milênio do cristianismo. Permaneceu congelada no sertão do Nordeste, estimulada periodicamente por líderes místicos como o padre Ibiapina e o Padre Cícero Romão Batista, o "Padim Ciço", venerado como santo pelos nordestinos. A cruz do decurião dos penitentes de Porteiras, por exemplo, foi doada pelo Padre Cícero, segundo contam

Jornalista Antônio Vicelmo
Dário do Nordeste
Maravilhosomundocariri.blogspot.com

O Vale do Pajeú Por: Manoel Severo


Matriz de Serra Talhada

Não obstante o fenômeno do cangaço tenha abrangido quase todo o nordeste, foi o interior pernambucano que deu origem aos mais destacados personagens desta epopéia brasileira; Sebastião Pereira e Virgulino Ferreira. Na verdade ambos nasceram na chamada microrregião do Vale do Pajeú, mas precisamente na cidade de Vila Bela, que a partir de 1942, passou a se chamar Serra Talhada por proposta do interventor de Pernambuco na época, Agamenon Magalhães, filho ilustre do lugar. 

O Vale do Pajeú é composto por dezessete municípios, tem clima semi-árido na grande maioria de seu território, com exceção da região do chamado “brejo de altitute” onde se localiza a bela Triunfo. Seria ali no Vale do Pajeú, com seus municípios e vilarejos, entre os quais: Afogados da Ingazeiras, São José do Egito, Solidão, Santa Cruz da Baixa Verde, Flores, onde se desenrolariam os primeiros atos da sinfonia cangaceira de Lampião.

Teatro Guarani em Triunfo, PE

Área Rural de Santa Cruz da Baixa Verde, PE

Afogados da Ingazeira, PE

Pórtico de entrada, São José do Egito, PE

Os maiores destaques do Vale do Pajeú, sem dúvidas eram os municípios de Triunfo e Vila Bela. Triunfo, uma bela cidade serrana onde se localiza o ponto mais alto do estado de Pernambuco (1.004 metros), região brejeira, possuia uma economia baseada na agromanufatura de rapadura e no minifúndio, dessa forma possuia uma vida um tanto mais urbanizada e de comércio mais organizado e desenvolvido que Vila Bela, sua elite política e intelectual composta de comerciantes, médicos e juristas se distinguiam da de Vila Bela formada basicamente pelos coronéis do gado; a aristocracia rural; que com o desenvolvimento da pecuária bovina e caprina juntamente com a agricultura eram a base da economia vilabelense. Ali estariam o berço dos irmãos Ferreira, Antônio, Livino e Virgulino, ligados ao clã dos Pereira, que ao lado dos Carvalho, disputavam o poder político local.  

Manoel Severo

Lagoa do Mel, Revelada Por: Gilmar Teixeira


Lagoa do Mel

Caro amigo Severo,

Fiquei muito preocupado quando você saiu de nossa Paulo Afonso, sem ver a famosa Lagoa do Me; palco de um dos principais combates acontecidos na história do cangaço; mas você não vai ficar sem conhecer a famosa Lagoa do Mel, pois estou enviando uma foto inédita tirada no tempo do famoso combate.

Atualmente a lagoa é apenas uma lembrança em um lote irrigado da Baixa do Tigre onde não é mais possível acha-la sem a ajuda de um guia experiente, que não seja Rubinho...

Ok Severo, um abraço do amigo,

Gilmar Teixeira
Documentarista e Escritor
Paulo Afonso


Morre Azulão e Acoitadores de Lampião são Presos




Colaboração e Cortesia do Jornalista correspondente do Diário da Tarde 
e do Jornal de Notícas, Kiko Monteiro.

Recado de Vicente Landim Macedo


Manoel Severo e Vicente Landim


Prezado Manoel Severo,

Foi também para Thereza e eu, motivo de grande alegria a visita de você e sua família, gostamos muito de todos. A Thereza gostou imensamente da Danielle. Gostamos muito das notícias que você lançou no blog. 

Muito obrigado pelas referências elogiosas à Mansão Tipi, realmente ela representa um pouco do nosso querido Tipi, que teve origem na Marica Macêdo ou Marica do Tipi. Esperamos que a visita se repita. Abraços.Até o Cariri Cangaço.

Thereza e Vicente
Brasília DF

Lampião em Capela Por: Ivanildo Silveira




A literatura cangaceirista narra, com uma grande riqueza de detalhes, a visita de Lampião á cidade de Capela, distando esse município, apenas 70 kms de Aracaju, capital do estado de Sergipe. A visita indesejável ocorreu no dia 25-11-1929.



Após visitar e fazer escaramuças na cidade sergipana de Nossa Senhora das Dores/SE, o rei vesgo do cangaço, se apropiou de alguns poucos veículos existentes nesse lugarejo, e junto com sua malta, algo em torno de 15 cangaceiros, se dirigiu á cidade de Capela.

Ao se aproximar dessa útima urbe, o rei caolho do cangaço mandou emissário ao então intendente (cargo de Prefeito), Sr. Antão Correia Andrade, conhecido por "Correinha", com o seguinte recado:

diga ao major Correinha (irmão do Chefe de Polícia/SE - Dr. Heribaldo Dantas Vieira) que se quizé qui eu entre em paz venha até aqui, se não vié eu entro com bala e a rapaziada ".



Em seguida, partiu o emissário, voltando em companhia do intendente.
Após confabulações com seu interlocutor, Lampião entrou na cidade de Capela/SE, por volta das 20:00 hs, antes, porém, mandou cortar os fios de comunicação.

Os cangaceiros do estado-maior de Virgulino: Moderno, Ezequiel, Arvoredo, Volta Seca, Mourão, Gavião, Jose Baiano e outros valentes, tomaram posição, em pontos estratégicos.

Cine Capela; foto acervo Dr. Sérgio Dantas

Lampião foi até o " Cinema Municipal de Capela " (foto acima), acompanhado de alguns cabras, e do intendente (prefeito ). Ao chegarem no local, foi grande o alarido, tendo os espectadores sido dominados pelo pavor, impossibilitados de fugir. Na ocasião estava sendo veiculado o filme "Anjo das Ruas", com a artista Janet Gaynon. A projeção foi interrompida. O rei do cangao advertiu a todos que não corressem. Era um cinema simples, com banda de música que tocava no intervalo. Os músicos tocaram com beiços trêmulos, uma valsa triste e desafinada.

Na sala de projeção, avista-se o telegrafista Zózimo Lima, e previne-lhe de que não dê notícia de sua entrada na cidade, sob pena de ser sangrado.


Do cinema, Lampião sempre acompanhado do intendente (prefeito), e do telegrafista Zózimo foi até a estação da estrada de ferro, utilizando 3 automóveis, dos 4 tomados em Nossa Senhora da Dores.



Com a chegado do trem, os passageiros começaram a saltar, calmos. Ao saberem da presenca do rei do cangaço, o desembarque se transformou numa debandada. Um soldado que vinha de Aracaju, foi abordado por Lampião, que arrebatou-lhe o fuzil, tirou as balas e deisse que ele tinha sorte, pois se fosse da polícia baiana, o sangraria, ali mesmo.


Como contribuição, o caolho do cangaço estabeleceu que a cidade contribuiria com a importância de 20 contos de réis. O prefeito, no entando, salientou que os habitantes de Capela eram pobres, se achavam desprevenidos, estavam atravessando 3 anos de seca. Nisso, foi atendendido, tendo a importância sido reduzida para 06 contos de réis. O próprio chefe de polícia (delegado), Pedro Rocha quem fez a coleta entre os que dspunham de posse. Entregue ao cangaceiro Moderno, esse colocou o montante no bolso, sem contar.




O chefe do cangaço deu ordens a seus subordinados para que andassem livremente pela cidade, mas que ficassem atentos ao apito para a retirada estratégica. Na loja do comerciante Jacson Alves de Carvalho, Lampião adquiriu roupa, capa de borracha e um parabelo , tendo dito o seguinte:"Eu carrego comigo treiz coisas: corage, dinheiro e bala".


Por onde andavam os cangaceiros eram acompanhados de uma grande legião de admiradores, encantados com as histórias de suas façanhas e vestimentas esquisitas.

Por seu turno, o padre José Cabral esteve com os delinquentes que a ele se curvaram pedindo benção. Foram aconselhados a deixarem aquela vida.

Lampião recebeu das mãos do comerciante Jackson Alves Carvalho, com dedicatória, o livro "Vida de Cristo ".


Cerca das 23:00 horas, Lampião desejou telefonar para o chefe de polícia da capital (Aracaju), Sr. Heribaldo Vieira. A ligação não pôde ser completada, em face do adiantado da hora.


Dr. Ivanildo Silveira e Kiko Monteiro

Lampião desejou conhecer o "brega" (cabaré) de Capela, pois essa cidade gozava da fama de ter mulheres decaídas bonitas em abundância. Ele foi recebido pela prostituta " ENEDINA ", a quem obsequiou, após o " COITO " , com 70 mil réis. Enquanto vadiava, 02 cangaceiros davam guarda á entrada e saída do lupanar.

No salão de bilhar (jogo) situado na Praça do Mercado, o Rei Vesgo do Cangaço, deixou, em uma de das paredes, o seguinte aviso:


Capela - 25-11-29
Salvi

Eu cap.m Virgolino Ferreira

Lampeão

deixo Esta Lca. para o officiá qui parçar

Em minha perceguição, apois tenho Gosto que
Voceis me persigam. Descupe as letra qui sou
Um bandido como voceis me chama pois eu não
Mereço, Bandido E voceis que andam roubando
e deflorando as famia aleia porem eu não tenho
este costume todos me desculpe a gente a quem odiar ?
Aceite Lças. do meu irmão Ezequiel Vulto Ponto Fino e
do meu cunhado Virginho Vulgo Moderno.



Por volta das 03 horas da madrugada, Lampião convocou os demais cangaceiros, com 3 silvos de apito, tendo deixado Capela, nas mesmas viaturas em que haviam chegado.




No caminho, trocaram os automóveis por cavalos.


A políca sergipana, na capital, havia sido avisada, mas não conseguiu chegar a Capela, senão às 07 hs da manhã do dia seguinte.




Um abraço a todos.


IVANILDO SILVEIRA


Colecionador do cangaço


Natal/RN


Gentileza: lampiaoaceso.blogspot.com
Kiko Monteiro