Cariri Cangaço,Evento Digno de Nota Por:Antonio Amaury e Carlos Elydio

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Wilson Seraine, Antonio Amaury e Dilson "Patativa"
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Não vamos dirigir esta postagem ao bravo maestro Manoel Severo, mas sim à toda a equipe por ele orquestrada.O evento foi digno de nota, desde os pródromos até sua finalização. Posso afirmar, em vistas dos desafios superados, que os objetivos a que se propuseram os municípios envolvidos foram, se não plenamente atingidos, ao menos satisfatoriamente contemplados. O bom-senso nos mostra que foi, efetivamente, feito mais que o possível para isto.

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Carlos Elydio, Antonio Amaury e Magérbio de Lucena
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As proposta de integração regional, com base no laço cultural comum às cidades da região, que suplantam a simples conformação geopolítica, ficou clara e merece toda a atenção dos governantes locais, uma vez que, em se tratando de uma unidade macro, que transcende as fronteiras municipais, garante a efetivação do projeto como algo supra-partidário, com o qual sairão ganhando tantos os munícipes, por apropriarem-se de uma identidade específica de sua história, como os prováveis turistas que acorram em busca de conhecimento, lazer e estreitamento de laços com este povo.
Numa análise rápida, a organização do evento mostrou-se eficiente e eficaz, dando-nos total tranquilidade quanto ao planejamento, informando-nos em tempo hábil de tudo o quanto foi necessário para nossa participação.
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Antonio Amaury e Waldir Junior
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A equipe de apoio foi impecavelmente simpática, solicita, empenhada (até aos extremos) redundando em boa organização de público tão diverso (este, é bom que se diga, poderia ser um tanto mais disciplinado quanto ao respeito à grade de horários).A programação, apesar de muito extensa e extenuante, estava ótima! Mas nisto concordamos com o caro Carlos Eduardo, em seu comentário, será de maior proveito a concatenação das palestras com as visitações. Coisas a se pensar num próximo evento.
Por outro lado, uma queixa comum neste evento, como em outros, é a do exíguo tempo dedicado aos debates. Estes, como é de se notar, sempre muito acalorados (o que nem sempre quer dizer produtivos). Para tanto, a escolha de mediadores com um pulso forte e tarimba para este tipo de discussão, é algo a se pensar. Consideramos que seja interessante a implantação de uma mesa de debates para a finalização de cada dia de palestra. Pois seria de grande proveito tanto aos palestrantes como ao público presente.
Com certeza, como muitos já disseram (inclusive nós mesmos, ao vivo) este evento foi, comparativamente a outros já presenciados, de um mérito indiscutível, podendo figurar entre uma grande conquista desta região. Os frutos já podem ser vislumbrados por quem quer que tenha olhos de ver.
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Antônio Amaury e Carlos Elydio
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Vilela, Antonio Amaury, Leandro e Seraine
Imagens na Fazenda Piçarra
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Um Pouco mais de Zé Baiano e Alagadiço

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Cruz Marco no Mausoléu de Alagadiço

Nesta Urna se encontram os restos mortais dos cangaceiros
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Acima, mais imagens do Mausoléu erguido pelo confrade Porfírio em Lagoa Nova, no Alagadiço, município de Frei Paulo, sertão de Sergipe, marcando o local da morte e chacina de Zé Baiano e seu grupo em Julho de 1936; esse episódio é cheio de controvérsias e polêmica, existinto até a versão de que tudo foi uma grande armação entre o próprio Zé Baiano e o coiteiro Antonio de Chiquinho, travestido de sogro do perigoso bandido. Segundo essa versão, o Pantera Negra dos Sertões havia encomendado a sua "própria morte" e assim teria conseguido abandonar a vida cangaceira e teria partido para as terras do centro-oeste.
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Abaixo, fotografias cedidas pelo confrade Ivanildo Silveira, mostrando imagens do Pé de Mulungu, onde Zé Baiano escondia munição, dinheiro, jóias, dente outros, mais abaixo,a famosa Toca da Onça, local onde o bandido costumava esconder-se, na fazenda Caipora.
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FOTO do pé de MULUNGU, onde Zé Baiano guardava em seu interior, armas, dinheiro, jóias, etc.
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Toca da Onça
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Alagadiço e a Polêmica Saga de Zé Baiano Por: Manoel Severo

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Nós que somos apaixonados pela temática cangaceira, que por muitos minutos, horas, dias, meses e alguns: vidas; percorremos este mundão de caatingas perdidas de nosso nordeste, não cansamos em nos surpreender com a forte energia que os cenários do cangaço acabam nos trazendo. Estivemos, ainda no primeiro semestre deste ano, visitando a simpática Alagadiço, distrito do município de Frei Paulo, Sergipe; cerca de 70 Km da capital Aracaju.
Quem já se aventurou a conhecer um pouquinho mais a história de Lampião em Sergipe, com certeza terá em Alagadiço, pouso certo para um dos mais marcantes episódios do mundo cangaceiro e um de seus mais intrigantes personagens: Zé Baiano.
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Zé Baiano ao centro
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Foi nesse pequeno pedaço de chão, encravado no meio do sertão sergipano, que perderia a vida o “Pantera Negra dos Sertões”, um dos mais cruéis cangaceiros que já písaram as terras nordestinas, Zé Baiano.Alagadiço foi por muito tempo um coito seguro para Lampião e os vários sub grupos sob sua liderança; para ali foi estabelecido o comando do famigerado cangaceiro de Chorrocho. Zé Baiano, negro alto, nariz achatado, "feio demais, parecia um gorila", segundo informações de quem conviveu com a fera; passou a visitar costumeiramente as terras do Alagadiço e em especial a casa de um determinado morador: Antonio de Chiquinho; que passou a ser o principal coiteiro da região.
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O inesperado aconteceria em 7 de Julho de 1936, Antonio de Chiquinho, cansado das perseguições das forças policiais, une seis companheiros civis e a partir de uma ousada ação de traição mata Zé Baiano e seu grupo.Ao final quatro cangaceiros estavem mortos no meio da caatinga de Lagoa Nova, Alagadiço.
Zé Baiano ficou famoso por sua crueldade e desumanidade, e dois episódios marcaram a ação do bandido: A morte de sua amada Lídia, supreendida em adultério e morta a pauladas pelo companheiro e pela absurda prática de ferrar as muitas sertanejas que lhes caiam em desgraça.
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No local da morte do bando; foi edificado pelo pesquisador Antônio Porfírio, um pequeno mausoléu: Ali "descansam" Zé Baiano,Demudado, Chico Peste e Acelino.
Também em Alagadiço se encontra um Museu do Cangaço, com peças pertencentes ao grupo de cangaceiros, livros, fotografias, enfim. Dentre os artefatos mais curiosos; o temível "ferro" do perigoso cangaceiro.Para os amantes do tema sugerimos a leitura do livro:“Lampião e Zé Baiano no povoado Alagadiço” de autoria de nosso confrade e amigo Antônio Porfírio.
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Sawanna, uma das apresentadoras do Cariri Cangaço e o ferro de Zé Baiano
Pai do Pesquisador Antonio Porfírio e Severo no Museu do Cangaço
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Uma Homenagem ao Portal do Cangaço

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Junior Boca, vocalista do Grupo Dr. Raiz
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No último mês de Outubro de 2009, um mês após a realização do Cariri Cangaço, a cidade de Crato; capital da cultura; realizou o II Festival Cariri da Canção, com edições: Estudantil/Amador e Profissional; e, uma das noites a atração principal foi o Grupo juazeirense Dr. Raiz. Desenvovendo um trabalho de identidade, através da vivência com os grupos locais de cultura popular tradicional e inspirado por essas manifestações, além de agregar os mais diversos gêneros musicais, o Dr.Raiz leva ao palco a magia dos reisados, o ritmo das bandas cabaçais e uma forte e empolgante dose do que há de melhor em nossa música, como forró pé-de-serra, o maracatu, o coco, a embolada e a cantoria.
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A misticidade que gira em torno do imaginário popular nordestino, proporciona ao grupo uma excelente desenvoltura nos diversos aspectos que envolvem seu espetáculo. Em suas apresentações, seus integrantes realizam performances de teatro e dança, munidos de figurino característico que representam suas tradições, lendas, folguedos, história e personagens locais. O show do grupo conta ainda com uma peculiar sonoridade, provinda de instrumentos diversos, como: violão, guitarra, sanfona, pífanos, pandeiro, zabumba etc., alguns deles característicos da região, produzidos artesanalmente por mestres da cultura popular caririense. Há também um perfeito casamento entre as várias linguagens e influências de sua musicalidade, que ora se mostra suavemente sertaneja, ora fortemente urbana e vice-versa, estimulando o público a interagir, emocionado, com a beleza do espetáculo...
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Imagens do Show do Dr.Raiz no Centro Cultural da Reffsa
Gentilmente cedidas por: Flauberto Pinto
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Fonte: drraiz.blogspot.com

NOTA CARIRI CANGAÇO: Homenagem do Cariri Cangaço a um dos mais talentosos grupos musicais do Nordeste, Dr. Raiz e os raizeiros: Júnior Boca: Vocal, Flauta e Percurssão; Dudé Casado: Vocal, Violão, Guitarra, Pífano, Baixo e Sanfona;Ranier Oliveira: Vocal, Guitarra, Baixo, Violão, Pífano e Sanfona.Ramon Saraiva: Vocal, Guitarra, Baixo e Violão;Evaldo Rodrigues: Vocal e Percussão;Daniel Batata: Vocal e Percussão;Pantera: Vocal e Percussão; autores da fenomenal "Portal do Cangaço", música tema do Cariri Cangaço.
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Baixa Dantas, Mansinho e Lourenço

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Na década de 1920, um episódio traduziria de forma especial essa campanha desencadeada contra Zé Lourenço: a história do Boi Mansinho. Tudo começou quando, por volta do ano de 1900, Pe. Cícero recebeu de presente, do industrialalagoano Delmiro Gouveia, um boi da raça zebu. Não tendo onde criar o animal, e demonstrando confiança em seu discípulo, ele deixa o boi sob os cuidados do beato Zé Lourenço. Pelo seu temperamento calmo, logo ele passa a ser chamado Mansinho. Como se tratava de um “presente” do Padim Ciço, os moradores de Baixa D’Antas tratavam com grande apreço o animal. Além disso, por ser um gado de raça, em pouco tempo Mansinho, usado como reprodutor, melhoraria o rebanho local, até então formado apenas por gado “pé-duro”, ou seja, um gado resistente, mas de pouca categoria para a produção de leite e carne.
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Depois da Sedição de Juazeiro, os adversários políticos de Floro Bartolomeu e do Pe. Cícero se aproveitaram de um boato surgido em torno do boi Mansinho para divulgar a idéia de que José Lourenço e seus seguidores eram fanáticos e adoravam o animal como um santo.Circulou a notícia de que os moradores de Baixa D’Antas consideravam o Boi Mansinho como milagreiro, utilizavam sua urina na cura de doenças e raspas de seu casco como amuleto. O bispado de Crato, incomodado com a influência desse padre na região, ajudou a propagar essa idéia e passou a pressionar Floro para dar fim àquele “antro de fanáticos”. Novamente, como na Sedição de Juazeiro, uma disputa política alheia à comunidade de Baixa D’Antas, interferiria na trajetória de José Lourenço.Ele passou a ser o principal acusado de estimular o fetichismo em torno do “Boi Santo”.Chega à Baixa D’Antas, em 1923, a notícia de que Floro Bartolomeu mandaria prender o beato. Esse resolve, então, apresentar-se voluntariamente ao político. Na peça de teatro A Irmandade da Santa Cruz do Deserto, Oswald Barroso recria, satiricamente, o encontro entre os dois:
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BEATO: Dr. Floro, pronto Dr. Floro, aqui estou.
FLORO: Com quem é, homem, que eu estou falando?
BEATO: O senhor está falando com o Beato José Lourenço, da Baixa D’Anta, preto, alto, desilustre, incapaz de estar diante de vossa presença.
FLORO: Mas homem, com quem é mesmo que eu estou falando?
BEATO: O senhor está falando com o Beato José Lourenço, da Baixa D’Anta, preto, alto, desilustre, incapaz de estar diante de vossa presença.
FLORO: Com quem é, homem, que eu estou falando?
BEATO: Com o Beato José Lourenço, alto, preto e desilustre, incapaz de estar na vossa presença!
FLORO: Pois, negro, você está preso!”
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De fato, ao apresentar-se a Floro Bartolomeu o beato é preso. Não bastasse a prisão sem um crime que a justificasse, Floro ainda mandaria matar o Boi Mansinho em frente à prisão. A carne do animal foi oferecida ao beato José Lourenço, que se recusou a comê-la. Ele teria passado “pra sete, oito dias, nove dias, dez dias e descambou, foi para dezessete dias...! Sem comer...! O soldado era quem comia. (...)”
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Em discurso na Câmara Federal, no dia 13 de setembro de 1923, Floro Bartolomeu deixaria registrada sua versão dos fatos:“Depois das perseguições religiosas ao Padre Cícero, começaram a fazer circular que Zé Lourenço, não tendo mais vida de penitente, abusava da crendice do povo, apresentando o ‘touro como autor de milagres’.Então se dizia que a urina do animal era por ele distribuída como eficaz medicamento para tôdas as moléstias; que dos seus cascos eram extraídos fragmentos para, em pequenos saquinhos, serem pendurados no pescoço, como relíquias, à moda do Santo Lenho; que todos se ajoelhavam em adoração diante do touro e lhe davam de beber mingaus e papas; enfim, tudo quanto uma alma perversa possa conceber. Quando se procurava apurar a verdade, ninguém sabia informar, a começar pelos proprietários do sítio onde Zé Lourenço residia e trabalhava como rendeiro.
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Os padres, não sei sob que fundamento, repetiam essas banalidades.(...)Não sei quem informou o mesmo Zé Lourenço de que eu ia mandar prendê-lo.O negro, supondo exata a notícia, no terceiro dia apareceu em minha residência. Foi quando o conheci pessoalmente.Mandei prendê-lo, e, apesar das suas declarações, dêle obtive a promessa de ir morar no Juazeiro, para evitar os boatos.Ao mesmo tempo fiz vir o touro e, de acordo com o Padre, vendi-o para corte, sob a condição de ser abatido em frente à cadeia.Ao chegar a notícia do Crato, de que Zé Lourenço não mais voltaria ao sítio Baixa Danta, indo fixar residência no Juàzeiro, recebi diversos telegramas, cartas e visitas de homens respeitáveis da cidade vizinha, empenhando-se para que eu não retirasse Zé Lourenço do seu sítio, tal a falta que êle fazia aos proprietários, pelo auxílio que lhes prestava nos trabalhos de agricultura, e em outros préstimos.(...)Consenti na volta do negro ao seu sítio, e assim terminou a história ‘das mil e uma noites’ do touro Mansinho”.
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Em meio às disputas políticas de Floro Bartolomeu, ou à desavença religiosa entre o Pe. Ciçero e o Bispado de Crato, José Lourenço tornara-se o bode expiatório. Na realidade, com a prisão de Zé Lourenço e a morte do Boi, Floro buscava desfazer a imagem de que era um deputado defensor de “fanáticos e cangaceiros”. Somente após a interseção do Pe. Cícero e de algumas figuras notáveis de Crato, o beato é solto e retorna a Baixa D’Antas. Nas memórias daqueles que conviveram com José Lourenço, restou a indignação quanto ao episódio:“Vi no dia em que Doutor Floro mandou matar o boi. Obrigaram o pobre negro a ficar na grade olhando. Quando disseram ‘vamos matar o boi’, deram uma pancada na cabeça, aí eu corri, não quis vê mais, mas que muita gente não quis comer a carne do boi. Eles estavam dando, mas ninguém queria. “É do boi de Zé Lourenço, eu não quero.”Mas José Lourenço não guardaria ressentimentos de Floro Bartolomeu. Dizem mesmo que, à época em que esteve preso, ficou amigo do político, passando, depois de solto, a almoçar na casa dele quando ia à Juazeiro.
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Por:Gabriel Ferreira Braga
Portal da Fundação Perseu Abramo
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NOTA DO CARIRI CANGAÇO: Antes de se fixar no Sítio Caldeirão do Deserto, o Beato José Lourenço fixou-se com seus seguidores; também sob as bençãos de Padre Cícero; no Sítio Baixa Dantas, propriedade pertencente ao sacerdote, localizada também, no município de Crato, como o Caldeirão.O Sítio Baixa Dantas, foi vendido em 1926 e dali o Beato e sua gente , expulsos do lugar, partiram para o Caldeirão.

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A Excelencia do Cariri Cangaço Por:Juliana Schiara

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Paulo Gastão e Juliana Ischiara
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A reunião de vários pesquisadores, no Cariri cearense, foi um marco na historicidade do cangaço. A diversidade dos debates e as das visitas técnicas, além de enriquecedoras, nos proporcionou uma larga troca de experiências. A grandiosidade do evento foi percebida e desfrutada por todos, agraciados pelo conhecimento adquirido, pelo carinho e pela dedicação dos organizadores.
Reconhecido por sua excelência, o Cariri Cangaço não nos proporcionou apenas conhecimento, mas laços de afetividade onde amizades foram seladas no decorrer do encontro. Se o objetivo principal era debater fatos históricos, a superação das expectativas iniciais tornou-se um fato.
A história não pertence nem está fadada ao passado. É um continuo processo que começa no presente e é percebido no futuro. A reunião dos pesquisadores que ali estavam é a constatação dessa premissa.
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Ivanildo Silveira, Juliana e Antonio Amaury

No mais, ratifico os sentimentos de todos. A excelência do evento é fruto da dedicação daqueles que fizeram de suas idealizações a realização de um grande encontro. Por isso, parabenizo a estes generosos idealizadores e organizadores que transformaram seus sonhos em uma feliz realidade.
Manoel Severo, Danielle Esmeraldo e equipe, obrigada pela generosidade de nos oferecer momentos tão frutíferos e significantes para nossas vidas.


Juliana Pereira Ischiara
Quixadá-Ceará
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Nazaré, Carqueja e os Nazarenos Por:Manoel Severo


Capela de Nazaré do Pico

Até bem pouco tempo me era totalmente desconhecida a história fantástica de um dos mais célebres cenários de lutas e principalmente de resistência a Lampião na época de seu longo reinado nas caatingas nordestinas. A ousada e encardida vila de Nazaré e seus famosos perseguidores de cangaceiros, conhecidos de todos por Nazarenos. Na verdade é importante partirmos da genealogia de uma de suas mais proeminentes famílias: A família Ferraz e seu patriarca João de Souza Nogueira, ou mais precisamente João Flor, filho de Manoel de Souza Ferraz e pai de Euclides, Luis, Hildebrando, Ildefonso, Manoel e Odilon Flor, posteriormente ferrenhos caçadores de cangaceiros.

Falando de João Flor, o mesmo assumiu em 1907 o cargo de subdelegado na fazenda Ema. Por ironia dos sertões, em uma noite junina tornou-se padrinho de São João de Virgulino Ferreira, futuro Lampião, isso era 23 de junho de 1918. Um de seus filhos, Manoel de Souza Ferraz, logo conhecido por Manoel Flor, nasceu a 20 de fevereiro de 1901, no lugar chamado Catarina, na fazenda Ema, município de Floresta, bem na divisa com Vila Bela (Serra Talhada). Assim como o menino Virgulino, recebeu os primeiros estudos do professor Domingos Soriano Lopes Ferraz, quando as aulas aconteciam a céu aberto, principalmente na fazenda Carqueja, pertencente ao velho professor.
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Homenagem aos filhos ilustres que tombaram na luta contra os cangaceiros
Praça Antonio Gomes Jurubeba

Segundo Marilourdes Ferraz, no seu livro “O Canto da Acauã”, o professor Domingos Soriano tinha sua casa sempre cheia de jovens em palestras e lazer e foi numa dessas oportunidades que um de seus filhos, Manoel Soriano, contou um sonho que tivera “que ali seria construída uma cidade”, sonho que de imediato empolgou a todos, principalmente aos filhos de João Flor: Manoel, Euclides e Odilon, era o ano de 1917.

A partir da doação de várias quadras de terras pertencentes às fazendas das redondezas foram construídas várias casas e também foram instaladas lojas comerciais, tendo o padre Antônio Zacarias de Paiva, de Vila Bela, celebrando a primeira missa, sugerido que fosse dado o nome de Nazaré à recente comunidade criada, que depois de anos de fundada mudou para o nome Carqueja, antiga fazenda do velho professor dos filhos de João Flor e de dos filhos de Zé Ferreira, Domingos Soriano. Por fim depois de alguns anos passou a denominar-se Nazaré do Pico. É importante ressaltar o papel fundamental dos irmãos Luís e José Kehrle, ambos, padres, que construíram a primeira igreja.

Os primeiros encontros entre o povo da recém criada Nazaré com os irmãos Ferreira se dariam entre 1918 e 1919, ano em que os irmãos: Virgulino, Antonio e Levino teriam se envolvido em práticas de pequenos furtos para logo em seguida iniciar a saga que para muitas literaturas foi a responsável pela vida cangaceira dos filhos de Zé Ferreira; a desavença entre as famílias Carvalho e Nogueira, berço do primeiro inimigo de Lampião, José Saturnino.
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Manoel Severo e Tenente João Gomes de Lira

Danielle Esmeraldo e Filhos do Tenente João Gomes de Lira

João Gomes de Lira e o Cariri Cangaço

Nazaré do Pico é o berço de grandes combatentes, entre esses não poderíamos deixar de registrar além dos irmãos Flor; os valentes Manoel Neto e Davi Jurubeba, e a família de Antonio Gomes Jurubeba; aqui abrimos um parêntese para trazer a figura emblemática de uma das maiores personalidades; ainda com vida; da história do cangaço: Tenente João Gomes de Lira.

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De Juazeiro a Serra Talhada

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Se em Juazeiro do Norte vamos encontrar no Centro Mestre Noza uma verdadeira invasão de Virguinos, o que diria em Serra Talhada, berço do líder cangaceiro? Ali, além do artesanato rebuscado e colorido vamos encontrar o Museu do Cangaço. As imagens desta postagem foram feitas por ocasião do Festival de Xaxado em junho na Estação do Forró.






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Todos os Virgulinos de Mestre Noza Imagens:Kiko Monteiro

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O Centro de Arte e Cultura Popular Mestre Noza,encravado no centro da gigante Juazeiro do Norte é uma verdadeira selva de imagens, sentimentos e emoções, aqui também encontramos uma verdadeira invasão de cangaceiros; invasão de Lampião, quer dizer: Lampiões... "Um Lampião se apagou, outros Lampiões Ficaram!" nas lentes de Kiko Monteiro.

Kiko Monteiro e a Arte do Entalhe do Centro Mestre Noza

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O Outro Olhar de Chagas Nascimento

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Retratos da Fé

Juazeiro do Norte é terra santa; de meu Padim Cícero Romão Batista. No ano em que a famosa estátua comemora 40 anos, a terra santa recebe o Cariri Cangaço e seus personagens; mas Juazeiro do Norte também tem seus personagens, aqui, flagrados pelo olhar de Chagas Nascimento... m

Personagens do Horto de Meu Padim Cícero Romão Batista
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