Exu, Tres Séculos de História ...

Givaldo Peixoto, Alvenir Peixoto, Thereza Oldam, Leandro Cardoso e Manoel Severo

A segunda noite do Cariri Cangaço Exu reservou ao publico participante um conjunto de relançamentos de obras de referencia dentro da literatura gonzaguiana e lampiônica. Direto de Juazeiro do Norte, um dos mais gabaritados pesquisadores e conhecedores da história de Padre Cícero, o pesquisador e escritor Daniel Walker fez a apresentação de sua obra: "Padre Cícero, Lampião e Coronéis". Da pernambucana cidade de Calumbi, uma das gratas revelações da pesquisa do cangaço, Lourinaldo Teles, ou simplesmente Louro Teles, trouxe ao público uma obra de fôlego contando como nunca antes foi contada a historia do maior combate de todos os tempos de cangaço: "A Maior Batalha de Lampião - Serra Grande ", cheia de detalhes e revelações inusitadas faz de Louro Teles uma das grandes promessas do rol de pesquisadores da nova geração. 

 Daniel Walker, Manoel Severo, João de Sousa Lima e Louro Teles
 Manoel Severo
Louro Teles, João de Sousa Lima e Daniel Walker 

Por fim, um dos mais destacados pesquisadores e escritores da atualidade, um autentico e espetacular contador de histórias, o incansável Conselheiro Cariri Cangaço, João de Sousa Lima, trouxe através de seu livro "Cem Anos – Luiz Gonzaga" a trajetória, a passagem e a experiencia de sua cidade Paulo Afonso com o rei do baião, Luiz Gonzaga.

O cenário; o mesmo da noite de abertura; Colégio Bárbara de Alencar no centro de Exu, novamente recebeu além da noite de relançamentos e de conferência, uma destacada feira de livros e cordéis voltados para Lampião e para Gonzaga, além de uma Bodega Cultural onde podia-se encontrar souvenires, artesanatos, comidas típicas dentre outra manifestações da cultura exuense.

Thereza Oldam Alencar Peixoto e Dr Leandro Cardoso
Grande Noite de Conferência com Thereza Oldam Peixoto Alencar

Manoel Severo, curador do Cariri Cangaço convidou para subir ao palco a Conferencista da noite, pesquisadora, memorialista e escritora exuense, Thereza Oldam Alencar Peixoto que em uma mesa mediada pelo Conselheiro Cariri Cangaço, Dr Leandro Cardoso e ainda o pesquisador e escritor Givaldo Peixoto e Alvenir Peixoto, proporcionaria a todo o público presente um inesquecível passeio pela história de Exu a partir do tema: "Exu ; Tres Séculos de História".

A escritora Thereza Oldam por mais de uma hora se dedicou com zelo e talento a apresentar os principais pontos, episódios e sentimentos que nortearam a criação, o desenvolvimento e a consolidação do território exuense. Desde a época da colonização, quando a região ainda era primitivamente habitada pelos índios Ançus, do tronco da nação Cariri. Passando pela chegada de seu fundador Leonel de Alencar Rego, até os dias atuais.


Givaldo e Thereza Oldam, Paulo Vanderley e Leandro Cardoso 
 Dona Amélia, Dra Raissa Fernandes e Givaldo Peixoto
Ingrid Rebouças e Thereza Oldam
Manoel Severo e prefeito Raimundinho Saraiva

"A região foi ocupada por fazendas de gado no início do século XVIII, tendo à frente Leonel de Alencar Rego e posteriormente seu filho Joaquim Pereira de Alencar. Após a ocupação, missões jesuíticas viveram na região, onde construíram a capela de Bom Jesus dos Aflitos. Em 1734, foi criada a freguesia do Senhor Bom Jesus dos Aflitos de Exu. O município foi instalado em 7 de junho de 1885, passando a autônomo em 9 de julho de 1893, em face a lei n. 52, de 3 de agosto de 1892. O primeiro prefeito foi Manoel da Silva Parente. O município teve sua denominação de Novo Exu em 1907 e pelo decreto-lei estadual n 235, de 9 de dezembro de 1938, o município de Novo Exu passou a denominar-se Exu"

Além do precursor e fundador de Exu; Leonel de Alencar Rego; a escritora Thereza Oldam escolheu, e não poderia ser diferente, mais três destacados vultos históricos da cidade de Exu, cada um em um século, cada um com sua missão e cada um com sua história, para desvendar os encantos e a força de Exu: Bárbara de Alencar e o Barão de Exu, no século 19 e Luiz Gonzaga do Nascimento, o Rei do Baião no século XX.


Rodrigo Honorato, Manoel Severo, José Tavares e Ivanildo Silveira
 Catarina Venancio, Narciso Dias, Francinaldo e Manoel Severo
Louro Teles, Manoel Severo e Betinho Numeriano
Encontro de Amigos na segunda grande noite de Cariri Cangaço Exu
Prefeito Raimundinho Saraiva e a conferencista da noite, Thereza Oldam
Raimundo Araujo, Daniel Walker, Manoel Severo, Padre Fábio e De Assis
Evanilson Sousa, Manoel Severo, Veridiano Dias e Luzinete

"Deve-se considerar que devido a influência dos cristãos novos (muito abundantes em Pernambuco naquela época) o nome da freguesia "Aflitos de Exu" pode aludir à aflição que os marranos sentiam por serem perseguidos pelo Tribunal do Santo Oficio que os perseguiu desde Espanha e Portugal até ao Brasil. Para fugir da Inquisição, aqueles marranos buscaram se instalar cada vez mais no interior de Pernambuco. Ieshu (ou IEXU em português) é uma palavra hebraica (a língua dos marranos pernambucanos) e significa Jesus"

Cariri Cangaço Exu
2ª Noite de Conferências, Colégio Bárbara de Alencar
21 de Julho de 2017, Exu, Pernambuco

O Barão de Exu chega ao Cariri Cangaço


A programação Cariri Cangaço Exu ainda prometia. Perto das 15 horas nos deslocamos da Fazenda Caiçara e cerca de 800 metros a frente , na direção de quem retorna para Exu, chegávamos a outro cenário deslumbrante e cheio de história: A lendária Fazenda Araripe e sua vila. Aqui nos defrontaríamos com a pequena entrada da vila, onde desponta por entre casinhas de um lado e de outro a escolinha municipal Luiz Gonzaga; começávamos a voltar no tempo...

A estradinha de pouco mais de 600 metros nos levam ao núcleo principal da Fazenda Araripe, não sem antes passarmos em um ponto obrigatório de visita: A Casa de Januário. Aqui nessa casinha amarela morava Januário e Santana, pais do Rei do Baião, e foi aqui o cenário inspirador para a famosa música "Respeita Januário", quando o já famoso filho, retorna a casa paterna.
  Manoel Severo e Rodrigo Honorato: A Casa de Januário no Araripe: 
"Luiz respeita Januário"... 
Foi nesta janela da casa de Januário que em 1946 o rei Luiz Gonzaga ao chegar de madrugada bateu e disse:
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!
Cícero Aguiar, Dona Raimunda e José Tavares
Manoel Severo e Jamile

Os mais de 200 pesquisadores que participavam do Cariri Cangaço Exu estavam tendo a oportunidade de adentrar ao núcleo da Fazenda Araripe, berço de uma das mais tradicionais famílias nordestinas: Alencar. A beleza do lugar se une a seu enigmatístico significativo. A casa do Barão de Exu, datada do século XIX se destaca pela imponência e beleza, a igreja de São João Batista com seu piso de tijolo batido e seu teto inigualável, a casa dos Alencar, berço do clã da família que fundou o município de Exu, um conjunto verdadeiramente encantador e cheio de força histórica.

Casa atual da Familia Alencar no Araripe
 Casa do Barão do Exu
Vila do Araripe
Pedro Lucas, Ney Vital Guedes, Paulo Vanderley e Rafael Lima
Ney Vital Guedes e Manoel Severo


Para o pesquisador e escritor de Juazeiro do Norte, Daniel Walker : "Todos nós vivemos nesse Cariri Cangaço Exu momentos inesquecíveis e de muita história, além do aconchego amigável dos colegas. Foi um imenso prazer estar junto de tanta gente boa. Aprendi muito sobre o cangaço com os colegas mais experientes. O Cariri Cangaço é história viva feita por gente que sabe o que faz. Até o próximo!" 

Já Quirino Silva, pesquisador e grande artista paraibano: "Venho aqui para testemunhar o quanto me sinto feliz, e dizer que: parte desta felicidade vem do maravilhoso círculo de amizade que adquiri durante o passar dos anos e especialmente dos amigos que fiz no GPEC da Paraíba e Cariri Cangaço do Brasil. Agradeço a Deus e a todos, por me tornar uma pessoa melhor e mais feliz. Peço que me ajudem a disseminar a arte e a cultural do meu povo, porque ela é valiosa e precisa ser elevada. "
Igreja de São João do Araripe em Exu
 Ingrid Rebouças e a Fazenda Araripe
Sob as bençãos de São João do Araripe: Marcelo e Liz Alves...
A bela e singela Igreja de São João Araripe em Exu
 
 Ranaise e Junior Almeida
 Sob o sol que nos protege e sob o sino do Araripe
 

Aqui tudo nos remete a história dos Alencar, de Gonzaga e sua imensa repercussão na própria historia do nordeste. Na visita à igreja de São João Batista e à própria Casa do Barão de Exu, gentilmente cedida para a visitação do Cariri Cangaço pelos descendentes do Barão; Guálter Martiniano de Alencar Araripe, primeiro e único barão de Exu.

A Igreja de São Batista do Araripe, resultado de uma promessa do Barão de Exu foi construída em 1868. A cólera avançava por todas as regiões e Gualter Martiniano de Alencar - na época ainda não havia recebido o título de Barão de Exu – e sua esposa, prometeram que, se a doença não chegasse ao Araripe, construiriam uma igreja para São João Batista. Assim se realizou e haveria de se imortalizar por sua beleza. As imagens foram trazidas da França e uma delas também imortalizada pela canção do Rei do Baião…"Ah São João, São João dos Carneirinhos..."

Família Cariri Cangaço nas terras do Araripe
Quirino e Célia Silva
Trio Pé de Serra de Jonez Bezerra
 Rodrigo Honorato: Tudo pronto para Cecília do Acordeon
  O Cariri Cangaço ganhava mais um presente:Cecília...

Entre uma visita e outra, a Caravana Cariri Cangaço viveu momentos realmente especiais e cheios de emoção. O forró pé de serra e o baião imperaram no Araripe, o secretário de cultura de Exu, Rodrigo Honorato convidou a todos para experimentarem a autentica música de raiz com o trio pé de serra capitaneado pelo grande sanfoneiro Jonez Bezerra. Foi neste momento que o Cariri Cangaço apresentou sua mais nova componente, a pequena e talentosa sanfoneirinha de apenas 9 anos: Cecília do Acordeon !

 Cecília do Acordeon
 Cariri Cangaço do Pé de Serra e Baião
 Simplesmente Cecília...
 Yasmim Almeida e "Sanfona Sentida"
Cecília, Menino Pedro e Jorge Remígio

"Cecília, essa menina linda que tem o dom de tocar, cantar e encantar a todos com sua meiguice e carisma. Tenho certeza de que seu nome , assim como o de Lucy Alves e tantos outros que iniciaram a carreira e a paixão pela sanfona soam em todos os recantos. Muito sucesso, grande pequenina, foi sensacional!" confessa Ranaise Almeida... Já o pesquisador Jair Tavares do GPEC fala: "Um show sob o brilho de todos os sóis do mundo. Da pureza infantil da menina cantora aos semblante festivos de todos os presentes. Não tem preço um show desses de Cecília do Acordeon no Cariri Cangaço".

As surpresas não pararam por ai, sob o xote da sanfona sentida, os convidados mirins do Cariri Cangaço entrarem em cena. Yasmim Almeida, filha do casal de pesquisadores, Ranaise e Junior Almeida; ao lado de Cecília de Acordeon encantou a todos com "Sanfona Sentida" de Luiz Gonzaga e o sucesso recente das redes sociais, "Trem Bala". Já outro dos convidados especiais, Pedro Popoff, o "Menino Pedro do Cordel e do Baião" levou todos a muito xote nos pés ao lado de Cecília do Acordeon com direito a uma "canja" do pesquisador Jorge Remígio... Uma emoção atras da outra, a isso chamo Cariri Cangaço!



Por entre as apresentações e o som macio e forte da sanfona, o curador do Cariri Cangaço; Manoel Severo; convidou ao Conselheiro Cariri Cangaço Narciso Dias e a pesquisadora de Teresina, Francimary Oliveira, para passar ás mãos da pequena Cecília do Acordeon seu Título de Amiga do Cariri Cangaço, num dos momentos mais emocionantes de todo o evento.

A emoção de receber o Título do Cariri Cangaço...
"Verdade; a emoção tomou conta de mim, meu coração batia acelerado, meus olhos brilhavam , meu sorriso era de muita felicidade🌵obrigado a toda família Cariri Cangaço"
Cecília 

Um Pouco Mais da Família Alencar...

Alencar, outrora Alancar, Alanquar, Alamquer, Alenquer ligado a povoação portuguesa. Considera-se que o nome provém de Alan ( dos alanos) e Kerk ( templo ou igreja). Os Alanos eram povos nômades e guerreiros de origem árabe, da região do atual Irã, em virtude destas guerras acabaram dispersando-se por diversas regiões da África e Europa, e no Século V, d.C - chegaram a Portugal e fundaram pequenos povoados, entre eles a Freguesia de Alenquer ( nome adotado por Dorotéa de Alenquer = Alencar, mãe de Leonel de Alencar Rego, patriarca da Família Alencar no Brasil).

 Yasmim e Cecília do Acordeon...
 Ana Gleide, de Floresta para o Baião no Araripe... 

"A edição do Cariri Cangaço Exu foi espetacular! Os diálogos, os encontros, as pessoas, os lugares, tudo isso de uma forma intensa e apaixonante. Certamente o matulão de cada um ali presente retornou mais recheado. A isso eu chamo Cariri Cangaço", revela Ana Gleide Souza, pesquisadora de Floresta.

Já Abreu Mendes, pesquisador de Aracaju, Sergipe: "Meu caro Severo , parabéns por levar ao encontro Cariri Cangaço a pequena e grandiosa Cecilia , menina de luz e uma menina anjo de Deus . Fez muito barbado chorar de emoção, mas o Ceará é assim mesmo; de gente de talento : humoristas , poetas , escritores , compositores , cantores e uma gente simples que bem sabe receber .Sou de sangue cearense os Mendes de Antônio Vicente Mendes Maciel , Antônio Conselheiro .Parabéns por bem saber organizar. Valeu  irmão".

Porta Retrato de Cecília do Acordeon...

 Mariana, Wilma Sá, Cecília e Maciel Silva
Gerlane Carneiro e Cecília
Cecília e Aparecida Carneiro

 Edvaldo Feitosa, Cecília e Zilda Lima
 Glicia, Gilka e Cecília
Cecília e Maricô

Cariri Cangaço Exu
Visita a Fazenda Araripe, Casa do Barão de Exu
Igreja de São João do Araripe
21 de Julho de 2017, Exu, Pernambuco