Global Cultural e Digerati no Cariri Cangaço

.


Prezado Manoel Severo,
Somos representantes da Editora Digerati, que edita entre outras, a Revista BBC História, no Brasil. O consagrado título britânico BBC History, publicação de história mais vendida na Inglaterra estáno Brasil.As primeira 12 edições da Revista BBC História serão temáticas: Nazismo, Guerras e Conflitos do Século XX, Roma, Grandes Personalidades da História, Expedições e Aventuras, em um projeto grafico cuidadoso e acabamento refinado; estaremos no Cariri Cangaço 2010 

para divulgar a revista BBC HISTORIA e peço a gentileza que me confirme a quantidade de  participantes para separarmos o material necessario.



Att .Cláudia Pontes
São Paulo - SP
.

Visitas, Entrevistas e Reuniões marcam preparativos finais para o Cariri Cangaço

.
Secretários de Cultura, de Crato; Danielle Esmeraldo e de Barbalha, Dorivan

No momento em que a região do Cariri se prepara para mais uma edição do Cariri Cangaço, a Comissão Organizadora, se esforça em ajustar os últimos detalhes do grande evento que promete reunir no sul do estado do Ceará, as maiores personalidades do estudo e pesquisa da temática cangaço no Brasil.

Com uma equipe de produção de 134 integrantes, entre equipes das prefeituras municipais de Crato, Juazeiro do Norte, Barbalha, Missão Velha e Aurora, da URCA e todos os diversis parceiros, o Cariri Cangaço 2010 promete reunir um dos maiores públicos em seminários do gênero. Para a Secretária de Cultura de Crato, Danielle Esmeraldo " todos estão dando o melhor de si para produzir não só um grande evento, mas sobretudo um evento responsavel e que proporcione aos nossos participantes, tanto os visitantes como nossos conterâneos, momentos marcantes e inesquecíveis".

Para o Curador do Cariri Cangaço, Manoel Severo, todos os resultados alcançados até o momento só foram possíveis "pela dedicação e determinação de toda uma equipe que tem se desdobrado para oferecer o que temos de melhor; sem falar nos inúmeros amigos da SBEC, espalhados por todo o Brasil, que hoje se somam a família Cariri Cangaço, transformando esse Seminário numa grande festa".                      

 
Magérbio de Lucena e Manoel Severo, em entrevista na Rádio Educadora

Manoel Severo em visita ao Presidente do ICC, Manoel Patrício

Professora Anna Cristina, Xilografo Zé Lourenço e Severo

Última reunião antes do Cariri Cangaço 2010

.
Tomaz, Ângelo e Manoel Severo

Na noite de terça-feira , aconteceu a última reunião dos sócios e amigos da SBEC - Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço sediados em Fortaleza, antes da abertura do Cariri Cangaço 2010. A reunião que acontece sempre às primeiras terça-feiras de cada mês, contou com a presença dos sócios: Aderbal Nogueira, Ângelo Osmiro, Alfredo Bonessi, Antonio Tomaz, Arlindo, Afrânio Cysne, Carlos Carvalho, Comendador Mariano, Edimilson Cysne, Dario Castro Lopes, Leonardo , Lívio Ferraz, Manoel Severo e Wilton Dedê.   

Lívio Ferraz

Vicente Alencar e Afrânio

 
Edimilson Cysne e Aderbal Nogueira

Manoel Severo e Alfredo Bonessi

Tomaz, Edmilson, Comendador Mariano e Carlos Carvalho

Wilton Dedê e Arlindo

Dário Castro Alves

Léo

Na oportunidade, foi entregue ao professor Carlos Carvalho, o título de sócio da SBEC, pelas mãos do ex-presidente Ângelo Osmiro.
.

Zé Rufino: Descanso eterno e desconhecido.

.

O confrade Professor Rubens Antonio tentou cumprir uma aparente simples missão que vai intrigar alguns pesquisadores. A pedido do amigo Ivanildo, visitou a cidade de Jeremoabo/BA, e foi ao cemitério municipal, buscando registrar imagens da sepultura de José Osório de Farias, o famoso Zé Rufino. Colheu do zelador e coveiro Manoel Gomes da Silva, o Manoel de Aprígio (Foto abaixo) o seguinte depoimento:

"Moço! Ontem um procurador esteve aqui também querendo notícia da sepultura de Zé Rufino. Eu disse a ele que isso não existe. Não tem sepultura que se ache não. Acontece que nem eu nem o velho Celso, que deve ter sepultado ele, sabíamos, na época, que o homem era tão bom e famoso da época dos grandes cangaceiros. Aqui é cidade pequena mas que cresceu com cemitério pequeno. Se a família não pede conta, a gente usa de novo a cova e enterra por cima daqueles que estão ali mesmo. Tá cheio de gente enterrado em cima um dos outos aqui. Se tivessem me avisado, tinha cuidado de dar a ele uma sepultura boa. Mas ninguém avisou. Não tem mais como dar notícia nem do Zé Rufino nem do Luis, filho dele. Acho que ele tem um neto por aí, mas que nem sei não dele tem muito tempo. É um desrespeito danado, mas fazer o que?"

Manoel de Aprígio, "se tivesses me avisado...!"

Bem... É isto...Creio que a única esperança de saber onde foi enterrado, para saber "sob quem aos restos" de Zé Rufino estão é o "neto" mas aí já é outro mistério, que ninguém sabe por onde ele anda".

Alguém aí sabe?

Att Rubens Antonio

Quero agradecer o amigo Rubens, por mais essa informação sobre o grande "Zé Rufino", ou seja, que não existe mais a sepultura do mesmo no cemitério de Jeremoabo/BA. Essa informação é de tamanha relevância, que a maioria, ou a quase totalidade dos escritores/pesquisadores brasileiros do cangaço, desconhecem a mesma.



Para mim, que gosto de estudar o cangaço, foi grande a decepção, pois esperava algo diferente, ou seja, que a sepultura estivesse preservada, uma vez que o mesmo fez história no combate ao cangaceirismo no nordeste. Valeu grande Rubens, e, obrigado pela gentileza!
Um abraço a todos



Ivanildo Alves Silveira
Colecionador do cangaço

Fonte: lampiaoaceso.blogspot.com
by Kiko Monteiro
.

SBEC prepara Novo Estatuto

.
Presidente da SBEC, Lemuel Rodrigues, a conduzir nossa augusta Sociedade


Caros Sócios, iniciamos a segunda etapa rumo às mudanças na SBEC - Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço. Nomeamos a Comissão Estatuinte através da portaria 001/2010 ( Maiores informações ver site www.sbec-br.org) . A comissão irá trabalhar nos próximos noventa dias a contar do dia da publicação no site da SBEC (dia 03/08/2010) na reformulação do nosso estatuto.

É um DIREITO e um DEVER do sócio participar do processo de reformulação do estatuto.

Os sócios poderão enviar suas propostas para o NOVO ESTATUTO DA SBEC através do email institucional, que serão remetidas para a comissão.

A Comissão Estatuinte é formada pelos sócios; Honório de Medeiros, Ângelo Osmiro, Ivanildo Silveira, Rubens Coelho e Emanuel Braz


Lemuel Rodrigues da Silva
Presidente

Recado de Frederico Pernambucano de Melo

.

Caro Severo,

À distância, tenho acompanhado seus êxitos na causa comum da projeção cultural do Nordeste.
 
Abraço muito cordial
 
Frederico
.

Cariri Cangaço 2010 de cara nova por Michel Leocaldino

.
Contagem regressiva...só faltam nove dias.....nove, oito, sete, seis...
.
.

O Pasargada Parque Hotel te espera no Cariri Cangaço 2010

.

HOTEL OFICIAL 
CARIRI CANGAÇO 2010

Sejam bem vindos ao Pasargada Parque Hotel, o hotel oficial do Cariri Cangaço 2010. O hotel localizado na maravilhosa Serra do Araripe, no município de Crato, estará de braços abertos aguardando você.

São 20 Chalés Duplex,  18 apartamentos Luxo,  2 Suítes Máster com banheira de Hidromassagem,  Lavanderia,  Wi-Fi Zone,  Computadores com Acesso à Internet,  Loja de Conveniência,  Centro de Convenções,  Restaurante,  Salão de Jogos, Piscinas Adultas e Infantis,  Bar Molhado,  Campo de Futebol,  Heliporto, e o calor humano e a hospitalidade típica do povo do Cariri do Brasil!



Pasargada Parque Hotel, o Hotel Oficial do Cariri Cangaço 2010

Fone: 088.35232757
.

Cariri do Brasil Apresenta o Cariri Cangaço 2010

.

Logomarca da Cariri do Brasil, criada por Michel Leocaldino

A Cariri do Brasil apresenta o Cariri Cangaço 2010, um dos maiores Fóruns de Debates sobre assuntos nordestinos do país. A região do Cariri recebe a partir do próximo dia 17 até o dia 22, os maiores nomes da pesquisa e estudo do cangaço, do Brasil. Serão seis dias de intensas atividades onde teremos a oportunidade de aprofundar um dos temas mais instigantes de nosso nordeste.

Inscrições Recordes

231 Inscritos em 19 dias, perfazendo com as confirmações de 138 personalidades do estudo e pesquisa de temas nordestinos, um total até o momento
 de  369 participantes...
Você ainda não se inscreveu?
Só falta você...

Cariri Cangaço 2010
A história contada como você nunca viu!
.



Encontro do Cangaço nesta Terça em Fortaleza

.


Comunicamos aos sócios e amigos da SBEC que teremos mais um encontro informal ; aqui em Fortaleza; dos estudiosos e pesquisadores do cangaço. O encontro acontece nesta terça-feira; dia 03 de Agosto de 2010 as 19:00hs;

no Chopp Gril, na rua Nunes Valente esquina com Júlio Siqueira, bairro Dionisio Torres,
Fortaleza-CE.

Você é nosso Convidado!
.
.

Cariri... Muito além do Sertão. Por:Mariana Albanese

.
Chapada do Araripe, anfitriã do Cariri Cangaço
.
No Cariri já nadaram peixes. Já voaram dinossauros. Caminharam homens pré-históricos. Berço de Padre Cícero, Luiz Gonzaga, Patativa do Assaré. Dos revolucionários beato José Lourenço e seu Caldeirão socialista, de Bárbara de Alencar, a primeira presa política do País. No lugar onde nasceram as primeiras flores do planeta, brotou um oásis de oportunidades: a Fundação Casa Grande.

Neste especial, recortes do Cariri Oeste, no Ceará, e um trechinho de Pernambuco, Exu. Sertão do Cariri é a denominação dada às terras onde viviam os índios kariris, no Ceará e Paraíba, próximo à chapada do Araripe. Esta formação de grande beleza funciona como um muro que divide três Estados: Ceará, Pernambuco e Piauí. Para o lado de dentro, o Cariri, vale verde. Para fora, regiões mais secas.

Essa faixa do sertão contradiz muito do que se imagina: durante boa parte do ano chove, há cachoeiras e vacas gordas. A região é riquíssima em fósseis de dinossauros e pinturas rupestres, e carrega consigo belas e sangrentas histórias de luta sertaneja. É um caldeirão cultural que abriga cantadores e poetas. 


Onde o sertão já foi mar. Acredite: a Chapada do Araripe já foi um lago de água doce. E tem mais: há cerca de 110 milhões de anos, o mar invadiu aquelas plagas, povoando a região com vida marinha. Uma nova movimentação tectônica fez com que se formasse um lago hiper-salino, que foi secando e tornando a região inóspita. O sal ajudou na rápida fossilização do que restou, como se tudo tivesse sido congelado no tempo.

As pedras de peixe, nome popular dado à Pedra Cariri, são muito utilizadas em pisos. Nos “talhos” para extração, é possível ver restos de plantas e peixes que adornam as salas.

Na região também foram encontradas diversas ossadas de pterossáurios (primos voadores dos dinossauros). Por causa dessa reunião de fatores, o Cariri foi escolhido para sediar o primeiro geopark da América (parque que preserva regiões com interesse arqueológico e geológico). O projeto ainda está em fase de desenvolvimento, mas já é possível identificar, por meio dos geotopes (pontos demarcados com pilares), os locais onde se encontram as maiores quantidades de fósseis. Em Santana do Cariri, a capital dos dinossauros no Brasil, há um museu onde se pode conferir parte dessa rica história.

 
Caldeirão de Sangue. Uma igrejinha e uma casa. Foi o que restou da comunidade do Caldeirão da Santa Cruz do Deserto, destruída em 1936 pela polícia cearense com auxílio de tropas getulistas. Assim como em Canudos, o ajuntamento organizava-se em torno de um líder religioso, o beato José Lourenço, protegido de Padre Cícero. Todo o plantio era dividido igualmente, e o excedente era utilizado para incrementar a produção. A comunidade reunia os que queriam fugir das condições de semi-escravidão das fazendas, o que despertou a ira dos coronéis. O Caldeirão ferveu. Os que conseguiram fugir, como o beato, montaram uma outra comunidade de resistência no meio da Chapada. Mais destruição, agora pelo ar. Foi a primeira vez que o governo federal bombardeou seu próprio território. José Lourenço não estava entre os 700 mortos. Morreu 10 anos depois, de peste bubônica. Foi enterrado ao lado de Padre Cícero.


Missa libertadora. No dia 3 de maio de 1817, a Matriz do Crato estava cheia. Era domingo, dia da festa de Santa Cruz. O Padre José Martiniano de Alencar - pai do futuro escritor José de Alencar -, em vez de proferir o habitual sermão, declarou a independência do Crato. Vinha ele do Seminário de Olinda, influenciado por idéias republicanas, que expôs aos irmãos e à mãe, dona Bárbara Pereira de Alencar. Mulher culta e politizada, viúva na casa dos 50 anos, ela abriu seu sítio para reuniões e participou da conspiração. A República durou apenas oito dias. José Martiniano, seu irmão Tristão Gonçalves de Alencar, declarado presidente da República, e dona Bárbara foram presos e levados para Fortaleza. A pé. A dama da sociedade cearense tornou-se a primeira prisioneira política do País, pivô do episódio que entrou para a história como a Confederação do Equador.

Juazeiro de quem? “Por favor, uma passagem para Juazeiro.” “Juazeiro de Padre Cícero?”. A pergunta é comum, feita sobretudo para diferenciar Juazeiro do Norte, no Ceará, de Juazeiro, na Bahia. Mas também ilustra bem como aquela cidade é de Padre Cícero. E não é para menos. Foi ele mesmo quem a fundou, em 1911, quando tomou posse como prefeito. Desde então, o município que era um pequeno arraial cresceu em torno do turismo religioso. O impulso econômico das romarias fez com que se tornasse a segunda maior cidade do Estado, atrás apenas de Fortaleza. Tudo por lá é Padre Cícero. Nome de rua, de posto de gasolina, de oficina mecânica. E de 11 entre 10 meninos que nascem.


A imagem de romeiros chegando em caminhões superlotados para reverenciar a estátua do Padre, com 25 metros de altura, ainda existe, mas hoje divide lugar com os vôos diários que chegam das principais capitais brasileiras.
Só mesmo no Cariri. Te benzo e te curo. Dona Toinha é parteira e benzedeira, moradora da zona rural de Nova Olinda. Chegou nos anos 1940 com o marido. Fez o primeiro parto ainda menina, quando ficou sozinha com a cunhada grávida. Aos 80 anos ainda é muito consultada, principalmente na Semana Santa, em que recebe o “jenjum” (desjejum) e benze quem a visita.


Em Juazeiro do Norte encontramos uma lenda viva: Seu Lunga, “o homem mais zangado do mundo”. Famoso por não ser de muita conversa e dar respostas pouco amistosas, é personagem de cordéis e está no imaginário do povo, que cuida de aumentar as histórias. Aos que o chamam de mal-humorado, justifica: “Detesto perguntas óbvias”.
 
Seu Lunga

Sertanejo fashion. A imagem pacata não denuncia, mas Expedito Seleiro, artesão de Nova Olinda, já teve suas sandálias e bolsas de couro em desfile na São Paulo Fashion Week, em filmes como Dois Filhos de Francisco e na minissérie Amazônia. A mais famosa de suas peças, no entanto, foi uma sandália encomendada por Lampião a seu pai. Retangular, seu rastro não revelava para onde fora o temido cangaceiro.


Terra de Poeta. Foi em 1930, com 18 anos, que Luiz Gonzaga saiu de Exu, no sertão de Pernambuco, divisa com Ceará. Tinha se engraçado com uma moça, e o pai dela não gostou. Valente “depois de umas lapadas de cana”, desafiou o sogro em uma feira: “Então eu sou um tocadorzinho de meia-tigela?”. Como o dito tinha muito respeito pela mãe do futuro Rei do Baião, não criou mais caso, mas em seguida pediu a dona Santana que sumisse com o filho da cidade. Depois de levar uma surra dos pais, o rapaz foi-se embora para Fortaleza, onde se alistou no exército. E de lá para a fama, no sonhado Rio de Janeiro.Dizem que só voltou para Exu 16 anos depois. Chegou tarde da noite, bateu na porta do pai.

- Quem é o senhor? - perguntou Januário, conceituado tocador de sanfona oito baixos, ou pé-de-cabra.
- Sou eu, pai: Luiz Gonzaga, seu filho.
- E isso é hora de você chegar em casa, corno sem-vergonha?
Nos anos 1980, Luiz Gonzaga voltou para a cidade natal, onde ficou até morrer, em 1989.


Poeta do sertão.Ele nasceu Antônio Gonçalves da Silva, mas o dom de cantador lhe rendeu o apelido de Patativa, pássaro da região. Assaré, cidade em que morou por toda a vida, completou o batismo popular: Patativa do Assaré.Cantou as histórias, mazelas e belezas do sertão.

Eu sou de uma terra que o povo padece
Mas não esmorece e procura vencer.
Da terra querida, que a linda cabocla
De riso na boca zomba no sofrê
Não nego meu sangue, não nego meu nome.
Olho para a fome, pergunto: que há?
Eu sou brasileiro, filho do Nordeste,
Sou cabra da Peste, sou do Ceará.



E o mundo foi parar em Nova Olinda. ão fosse a Fundação Casa Grande, Nova Olinda poderia ser mais uma Nordestina, cidade fictícia do livro A Máquina, de Adriana Falcão. O texto teatral conta a história de Karina, menina que queria sair da cidade para conhecer o mundo. Antônio, por amor e por medo da solidão, decide fazer a marcha reversa: leva o mundo a Nordestina.

Assim também foi feito na vida real. A Casa Grande trouxe o mundo para Nova Olinda. Tudo começou em 1992, quando Alemberg Quindins e sua esposa, Rosiane Limaverde, reformaram uma velha casa do século 18 que deu origem à cidade. Lá implantaram um museu para guardar os objetos arqueológicos recolhidos pelos campos da Chapada. Logo o projeto atraiu a atenção das crianças e ganhou fôlego. Depois, anexaram mais um prédio, o Educandário, que abriga os laboratórios da Escola de Comunicação, além da gibiteca, devedeteca, brinquedoteca e parque infantil. O projeto entregue ao governo para a aquisição do prédio foi todo feito em quadrinhos. O teatro Violeta Arraes foi inaugurado em 2002. O complexo é totalmente administrado pelos jovens. O casal fica no escritório no Crato, e os pequenos cuidam de tudo: recepção, gerência dos laboratórios e até mesmo da limpeza. Tudo para deixar a Casa deles funcionando em ordem.


 
Cotesia: Tania Peixoto

NOTA CARIRI CANGAÇO: Ainda não fez sua Inscrição para o Cariri Cangaço 2010 ? E vai perder tudo isso? Vamos lá, só falta você, estamos lhe esperando...Grande Abraço.
PRODUÇÃO CARIRI CANGAÇO.
.
 

Por uma Maiêutica do Cangaço Por:Juliana Ischiara

.
Alcino Costa e Juliana Ischiara, na bela Piranhas - AL

Oh! Céus, até quando vamos ser uma nação tão carente de heróis, porque será que temos a mania de querer fabricar aquilo que não nos foi permitido naturalmente? Até quando vamos continuar, como dizem os sábios e heróis de fato, os nossos sertanejos, “querendo entrar no céu a força”? Por que será que a preocupação dos nossos pares pensantes é rotular, conceituar em vez de analisar com neutralidade?

A cantilena é a mesma: mesmo depois de 72 anos de morte física do cangaço, Lampião,” herói ou bandido?”

Não nos preocupamos em entender o fenômeno social, mas a preocupação latente é apenas desvendar esta difícil dúvida, que assola ou povoa algumas mentes brilhantes. Herói ou bandido? E por falar nisso, convido todos a ler o livro de Dr. Antonio Amaury e Carlos Elídio, que tem exatamente este título, ‘herói ou bandido?’. Neste livro, os autores nos convidam à reflexão.

Fenômenos como conselheirista ou messianismo, cangaço, coronelismo, tenentismo, etc., etc., etc., surgidos e forjados no esteio social, político, econômico e cultural, que tem como pano de fundo uma complexidade tão maior, tão superior a rotulações, que se tornam reféns das análises caquéticas.

As volantes eram tão bandidas e tão criminosas quanto os cangaceiros, ressaltando que os cangaceiros se propunham ao banditismo mesmo, que não negavam suas intenções, que eram homens à margem da sociedade e que viviam na ilicitude. E as volantes? Pelo que me consta, estes homens tinham a obrigação de serem lícitos e probos, mas o que faziam? Assolavam os sertões com sua agressividade, sua violência e pilhando, não só os cangaceiros que tombavam sob suas miras, mas os sertanejos desprotegidos, à mercê de uma guerra que não era deles. Quantos homens e mulheres tiveram suas vidas ceifadas pelos cangaceiros e pelas volantes?

Se por um lado tínhamos os cangaceiros, oficialmente bandidos, por outro tínhamos as volantes, que ao invés de cumprirem suas obrigações enquanto promovedores da ordem social, cometiam os mais diversos crimes e atrocidades.

Juliana e o Portal de Entrada de Piranhas

Os sertanejos já não sabiam o que era pior e, muitos, até afirmaram em seus depoimentos aos pesquisadores, que preferiam os cangaceiros, pois estes eram mais amenos que os militares. O fato é que se existiram heróis, com certeza não foram nem os cangaceiros e muito menos os militares.

É verdade que muitos sertanejos foram vilipendiados pela sorte, porém, muitos outros buscavam se beneficiar da situação, tirando proveito dos dois lados, digo, das duas facções.

Acho que já passa da hora de pararmos de brincar de Indiana Jones e levarmos mais a sério a construção histórica, pelo menos a do nordeste brasileiro.

Reescrever é preciso, dado aos inúmeros fatos inventados ou vislumbrados por aqueles que vêem os fatos históricos com o coração, com paixão. Vamos ser mais racionais, mais neutros, deixando de lado nossas opiniões pessoais. Vamos deixar a história falar por seus próprios meios, pois nossa obrigação, enquanto pretensos pesquisadores, é tão somente facilitar a busca pela verdade, real ou algo que se aproxime dela. A maiêutica socrática.

Juliana Ischiara
.