Caravana Cariri Cangaço em Patos de Irerê
Anfitrionados
pelo memorialista e amigo Joao Alberto Antas Florentino, ou Joao Antas, pudemos
contatar com fragmentos do passado e redescobrir a fantástica historia e saga
dos Marcal Diniz, Pereira Lima, o cerco a Patos por Clementino Quelé, o
sequestro de Xanduzinha, o espetacular resgate pelos homens de Marcolino e Zé
Pereira e a morte de mais de 60 soldados num dos episódios mais marcantes da
`Guerra de Princesa` em 1930.
Casarão de Patos
Manoel Severo, Narciso Dias e Jorge Remígio no Casarão de Patos
João Antas e Manoel Severo
Estando em Patos de Irerê não poderíamos deixar de citar que dentre todos os arranjos e conchavos vivenciados por Virgulino Ferreira, um dos que mais se destacam foi sem dúvida a relação mantida com a grande oligarquia da família Diniz, do coronel Marçal Diniz; seu irmão Laurindo, seu filho Marcolino Pereira Diniz e seu genro, o chefe político de Princesa, o poderoso Zé Pereira.É Interessante observar a incrível ligação consangüínea que acabou ligando esses personagens chaves desse período cangaceiro de Virgulino na Paraíba, senão vejamos: numa época em que os casamentos consangüíneos eram corriqueiros, o número de filhos bastante elevado e os homônimos existiam em todo lugar, Princesa apresentou alguns casos dignos de um autêntico quebra-cabeça.
Coronel Zé Pereira
Dona Alexandrina Pereira Lima (Dona Xandu)
O “coronel” Marcolino Pereira casou com Águida de Andrade, a “Sinhá" Águida, a união gerou Zé Pereira e Doninha. Esta enamorou o “coronel” Marçal Florentino Diniz e teve os filhos Xandu e Marcolino Diniz. Esse se uniu a outra Xandu, a famosa Xanduzinha, filha do "major" Floro Diniz. Zé Pereira casou-se com a própria sobrinha, Xandu, essa, a irmã de Marcolino. Então temos: Zé Pereira que é irmão de Doninha, que é mãe de Marcolino Diniz, que é irmão de Dona Xandu, que firmou matrimônio com Zé Pereira. Fácil, fácil de entender, Eita Patos de Irerê cheio de maravilhosas histórias...
Marcolino Diniz, sentado; filho de Marçal Diniz irmão de uma Xandu e esposo de outra...
Voltemos à nossa visita; ao chegar no
famoso Casarão a surpresa com o adiantado estado de deterioração desse que sem
duvidas se configura como um dos mais
espetaculares patrimônios do sertão paraibano. A majestosa casa do Major Floro ainda
guarda na sua fachada a grandiosidade que se encontrava por detrás de suas
atuais paredes caídas; na década de 20 do século passado o local era um verdadeiro e prospero parque
fabril. Nas palavras de Joao Antas a decepção e a remota esperança da restauração.
`Tenho medo que essa historia acabe comigo, não poderíamos deixar isso
acontecer` revela Antas.
Capelinha de Patos de Irerê: Aqui estão sepultados os restos dos familiares Diniz
Ingrid Rebouças na pracinha de Patos de Irerê
Jair Tavares, Jorge Remígio, Manoel Severo e Narciso Dias em Patos de Irerê
Novamente no
povoado de Patos de Irerê já perto das 18h a visita a capela onde estão sepultados,
entre outros, os corpos do Major Floro, de Marcolino e Xanduzinha, a emoção tomou
conta da Caravana Cariri Cangaço. Para finalizar a visita de trabalho,
visitamos a casa de Marcolino Diniz e Xanduzinha, a mesma onde Lampião
costumava tomar conhaque e jogar cartas e a mesma que foi saqueada e bombardeada
por Quele em 1930.
"Nesta mesa Marcolino recebia Lampião; de um lado da cabeceira ficava Marcolino, do outro Lampião, quando havia qualquer alerta, o rei do cangaço saia pela portas dos fundos" fala João Antas, e continua: "A família do Major Floro e Marcolino eram absolutos aqui e em toda região, os homens mandavam em tudo e em todos, até sua morte todos respeitavam e temiam o doutor Marcolino, doutor porque ele fez dois anos na faculdade de direito" conclui.
"Nesta mesa Marcolino recebia Lampião; de um lado da cabeceira ficava Marcolino, do outro Lampião, quando havia qualquer alerta, o rei do cangaço saia pela portas dos fundos" fala João Antas, e continua: "A família do Major Floro e Marcolino eram absolutos aqui e em toda região, os homens mandavam em tudo e em todos, até sua morte todos respeitavam e temiam o doutor Marcolino, doutor porque ele fez dois anos na faculdade de direito" conclui.
Capelinha de Patos de Irerê
Casa de Marcolino Diniz logo após o ataque de Clementino Quelé
Atual Fachada da casa de Marcolino Diniz em Patos de Irerê
Cariri Cangaço e a mesa de Marcolino Diniz:"Numa cabeceira ficava Marcolino, na outra Lampião..."
No Cariri Cangaço
Princesa 2015, no mês de Marco, teremos a grande oportunidade de revisitar
Patos do Irerê e no terreiro do grande e histórico Casarão do Major Floro
realizar um grande debate com os principais pesquisadores da temática.
Narciso Dias, Conselheiro Cariri Cangaço e Presidente do GPEC, completa: "É realmente uma grande emoção vir até Patos de Irerê e conhecer de perto o Casarão do Major Floro, a casa de Marcolino, essa terra tão cheia de história e tradição; a chegada de nosso Cariri Cangaço em Março de 2015 a Patos, dentro do Cariri Cangaço Princesa será extraordinária". Participaram também da visita, Jair Tavares, Heldemar Garcia, João Antas, Ingrid Rebouças e Jorge Remigio.
Manoel
Severo
Curador do Cariri Cangaço
20 de Julho de 2014
20 de Julho de 2014
VEJA UM POUCO MAIS DA HISTÓRIA DE PATOS DE IRERÊ; TAMBÉM NESTE BLOG:
http://cariricangaco.blogspot.com.br/2010/05/marcolino-diniz-e-xanduzinha-parte-i.html
http://cariricangaco.blogspot.com.br/2010/05/marcolino-diniz-e-xanduzinha-parte-ii.html
2 comentários:
Parabéns pela pesquisa, pela matéria, pelo interesse em preservar a memória, a identidade de uma época. O casarão de Patos foi restaurado/ A secretaria de Cultural local não pode deixar o monumento desabar. vestígios que precisarmser preservados.
Bela história parabéns!
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