A Cavalhada Zeca Miron de São José de Belmonte e do Cariri Cangaço...


Logo após a visita técnica à "Casa de Gonzaga" palco do trágico episódio de 1922 a Caravana Cariri Cangaço seguiu pela própria praça até o patamar da Igreja Matriz de São José, ali participaríamos do espetacular cortejo da Cavalhada Zeca Miron, uma das mais tradicionais manifestações culturais do nordeste, própria de São José de Belmonte e que pela primeira vez se apresentava fora do período específico de sua festa sempre no mês de Maio...

Matriz de São José e o cortejo Cavalhada Zeca Miron - Cariri Cangaço
Filarmônica São José
 
"As Cavalhadas foram muito praticadas na Espanha e Portugal, visando revitalizar o patriotismo das duas nações, quase descaracterizadas pelo prolongado domínio dos mouros. Trazidas ao Brasil pelos portugueses, ainda no século da descoberta, sobrevivem até os dias de hoje, em vários estados, sendo tradicionalmente realizadas no município de São José do Belmonte no sertão de Pernambuco. Essa mesma Cavalhada Zeca Miron hoje se preparou e se apresentou no Cariri Cangaço de São José do Belmonte.Na programação, a concentração dos cavaleiros, amazonas, rei e rainha saiu pouco depois das 16h, em frente à Igreja Matriz de São José e o cortejo seguiu em desfile pelas principais ruas da cidade, até o Estadio '' O Carvalhão'', onde foi apresentado o grande espetáculo, que é a Cavalhada Zeca Miron.

Eram perto das 16h e pouco a pouco os convidados do Cariri Cangaço foram tomando a frente da Igreja Matriz enquanto os componentes da Cavalhada chegavam em cortejo, precedidos pelo Rei e Rainha da Cavalhada, remontando tradição, folclore, arte e cultura, remanescentes da época da pátria mãe... O colorido; o azul e o encarnado, predominante nos trajes dos cavalheiros e damas, as fitas, os adereços, os acessórios e os detalhes que compõe todo o figurino e a beleza e elegância dos participantes e montarias nos transportavam no tempo e espaço.
Edízio Carvalho, Rei e anfitrião...
Rainha, Rei e os Mestres da Cavalhada Zeca Miron
Manoel Severo e Ingrid Rebouças
Manuel Dantas Suassuna e Ernesto Carvalho
Ingrid Rebouças e Cristina Couto
Milla Ferreira, Cicero Aguiar, Maria Oliveira, Rangel Alves da Costa, Rose Souza, 
Vera Lucia, Manoel Belarmino, Junior e Ranaíse Almeida

Rita Pinheiro e Manoel Severo
Ranaise e Yasmin Almeida, Cris Silva, Eliane Giolo, Lisbela, Vera Lucia e Rúbia Lóssio, detalhe: Arthurzinho... 
A Cavalhada Zeca Miron é uma das principais manifestações culturais do Estado de Pernambuco, a cada ano tinge com muito azul e encarnado a cidade de São José do Belmonte. O evento, que é uma tradição, ocorre durante a festa da Cavalgada à Pedra do Reino, se constitui de um espetáculo de cores e sincronias simulando uma luta na qual os 12 participantes principais representam, com evoluções equestres e movimentos de espada e lança uma batalha de fundo religioso entre mouros e cristãos, simplesmente sensacional...

O testemunho e a emoção latente e forte de cada convidado do Cariri Cangaço São José de Belmonte é consolidado na fala de Valdir Nogueira: "A cidade se enfeita e se prepara para festejar e rememorar o tempo das CRUZADAS pois a Cavalhada, uma representação simbólica da luta travada entre mouros e cristãos, quando da invasão moura à Península Ibérica, representação trazida pelos portugueses quando vieram para o Brasil e que, até hoje, é realizada em muitas cidades , sendo que em São José do Belmonte, sertão de Pernambuco é extremamente marcante." Sem dúvidas foi uma das maiores emoções de um Cariri Cangaço que ficou marcado em todos os corações.
 
Manoel Severo
Quirino Silva e o Cortejo da Zeca Miron
 
Dra Amelia Cardoso e Comendador Mariano
Jorge Figueiredo o "Sertão Nordestino"
Junior Almeida, Luiz Antônio, Waguinho Ferraz, Manoel Severo e Afranio Oliveira
Dantas Suassuna e Ernesto Carvalho
 Cris Silva e Junior Almeida
E continua Valdir: "Os folguedos populares e tradicionais serviam para quando o povo, concentrado nas grandes festas religiosas ou não, tivesse nas formas espetaculares de uma cavalhada, por exemplo, uma lição objetiva do bem vencendo o mal, do “mouro infiel” vencido pelo cristão. Esse divertimento nesta grande e tradicional festa, contribuiu para a formação religiosa do povo na forma de teatro popular em praça pública, que o jesuíta aproveitou para a catequese."
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Para Waguinho Ferraz, "o Cariri Cangaço, movimento que vem desbravando o sertão nordestino, surpreendeu mais uma vez. Inovou nessa edição com um misto de referencia erudita e costumes da realeza com as tradições da cultura popular nordestina. Presenteou-nos com os encantos da Pedra do Reino e os encantos do movimento cangaceirista nordestino! Parabéns Manoel Severo Barbosa, Valdir José Nogueira ,Manuel Dantas Suassuna, Comissão Organizadora, Conselheiros e demais idealizadores desse encontro! E viva o Rei!"
 
Louro Teles
 
Jorge Remígio e Getúlio Bezerra
 
 
 
“Só depois de adulto, aprofundando meus conhecimentos religiosos e astrológicos e estudando o Catolicismo da PEDRA DO REINO, foi que descobri como essa noção é profunda, zodiacal e estrelar! Mas isso foi depois e fica para depois: naquele meu primeiro dia de Cavalhada, obedecendo à orientação de Tia Filipa, filiei-me ao Cordão Azul, no que fiz, aliás, muito bem, porque ele ganhou e eu quase morro de entusiasmo.” (Romance da Pedra do Reino- Ariano Suassuna).

Da praça o Cortejo tendo a frente os "dobrados tradicionais" executados pela brilhante Banda Filarmônica São José, da Cavalhada Zeca Miron seguido pela Caravana Cariri Cangaço passou pelas principais ruas da cidade se deslocando até o estádio Carvalhão onde novas emoções estavam aguardando a todos dentro da programação do Cariri Cangaço São José de Belmonte 2018.
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No palco das grandes emoções, de um lado o encarnado, do outro o azul, no centro: A grande paixão pela perpetuação das tradições e cultura de nosso povo. A isso chamo Cariri Cangaço  São José de Belmonte !
 
 
 
No estádio Carvalhão e sob os olhares e aplausos de uma comitiva de mais de 200 pesquisadores de todo o Brasil, que formavam a Caravana Cariri Cangaço, foram iniciadas as competições entre os cavaleiros azuis e encarnados,entre as modalidades; corrida das argolas, lance as lanças e corrida das espadas. A disputa acirrada mostrava aos presentes o contagiante entusiasmo, perícia, elegância dos cavaleiros e madrinhas das duas cores e principalmente a força de uma tradição secular renascida bem no meio do sertão de pernambuco. 
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Para Cris Silva, da cidade de Natal:"Sinceramente, nada do que eu vier a dizer aqui será capaz de descrever tamanha satisfação, isso não tem preço! Em nossas vidas, momentos como este ficarão marcados para sempre...Eu me sinto honrada de poder fazer parte desta família maravilhosa , sinto-me imensamente feliz a cada encontro e reencontro proporcionado por este que é mais que um evento, é um sentimento chamado Cariri Cangaço!Sem palavras ! 

"Cavalhada é uma celebração portuguesa tradicional que teve origem nos torneios medievais, onde os aristocratas exibiam em espetáculos públicos a sua destreza e valentia, e frequentemente envolvia temas do período da Reconquista. Era um "torneio que servia como exercício militar nos intervalos das guerras e onde nobres e guerreiros cultivavam a praxe da galantaria. Nas cavalhadas as alcanzias, bolas de barro ocas cheias de flores e cinzas, eram jogadas no campo de batalha. As cavalhadas recriam os torneios medievais e as batalhas entre cristãos e mouros, algumas vezes com enredo baseado no livro Carlos Magno e Os Doze Pares da França, uma coletânea de histórias fantásticas sobre esse rei." Tudo isso encontramos de forma inusitada e extraordinariamente mágica na terra da Pedra do Reino...
Clênio Novaes, Valdir Nogueira, Ernesto Carvalho, Manoel Severo e Dantas Suassuna
Conselheiros Cariri Cangaço; Ivanildo Silveira, Wescley Rodrigues e Sousa Neto
Manoel Severo, Ingrid Rebouças, Clênio Novaes, Manoel Serafim e Valdir Nogueira
"Foi um evento planejado e executado com muito capricho, com muito amor e muita dedicação, o resultado foi simplesmente encantador" ressalta o Conselheiro Cariri Cangaço Manoel Serafim da cidade de Floresta. Para o Conselheiro Cariri Cangaço Edvaldo Feitosa da cidade de Água Branca, "o Cariri Cangaço além do aprendizado tem esta magia: Construir amizades! E que venha o próximo! Já a Conselheira Cariri Cangaço Juliana Pereira, assevera:"Sem sombra de dúvidas, um dos melhores! Amei e já estou com saudade. Foi o que mais aprendi, amadureci... o que mais me provocou reflexões, fantástico!"

Cariri Cangaço São José de Belmonte
Estádio Carvalhão
12 de Outubro de 2018
Fotos: Ingrid Rebouças e Louro Teles

 
 
 
 
 
 
 
 
 


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