"Há muito tempo a historiografia cearense busca explicar o conflito chamado de “Guerra entre Montes e Feitosas”. No entanto, a tradição, apesar de farta, peca por sua imprecisão, por outro lado, os documentos hodiernamente conhecidos apenas arranham o assunto, eivando de dúvidas qualquer afirmação categórica. A deflagração dessa “guerra de famílias” deu-se no ano de 1724, não se sabendo o mês e o dia, nem mesmo os motivos (incontestes) que levaram toda a Capitania do Ceará a um embate sangrento e quase interminável. Fato que só aumenta a curiosidade a respeito do assunto.
Tudo isso não seria para menos, porque, talvez, inexista cearense que não descenda de um algum dos personagens envolvidos nessa contenda, pois, como é sabido, houve a participação tanto das elites agrárias quanto das classes mais desfavorecidas."
Heitor Feitosa Macedo é convidado especial do Cariri Cangaço Personalidade desta segunda-feira, 21 de junho de 2021, AO VIVO LA NO INSTAGRAM DO CARIRI CANGAÇO, vem com a gente, segue lá: @cariricangaço.
"O que os 257 anos do Crato têm a ver com a Guerra Civil de 1724, cujo palco principal foi o vale do Cariri, sul do Estado do Ceará? Hoje, por coincidência e, ainda, generosidade de Manoel Severo, poderemos debater esses episódios tecidos por Crônos. Adianto que o Crato, enquanto núcleo habitacional inventado por colonizadores portugueses, sanfranciscanos, baianos, sergipanos, pernambucanos, etc., e, sobremaneira, índios, não possui apenas 257 anos. Esse território já era motivo de disputas armadas entre os diversos povos indígenas que viviam pela região. A coisa se agravou com a invasão portuguesa, pois, se, no primeiro instante os índios eram o principal entrave para montar as fazendas de gado, no segundo instante, os próprios fazendeiros entraram em acirrados conflitos por terras, poder e riqueza.
A baiana Casa da Torre, dos d'Ávila, obteve terras em volta de toda a Chapada do Araripe, porém, nunca conseguiu tomar completa e efetiva posse do lado cearense, tanto pela resistência armada do povos originários quanto pela oposição oferecida por outros vassalos da Coroa portuguesa. Em 1702, Gil de Miranda e Antonio Mendes Lobato conseguiram subir o Rio Salgado além do Icó, alcançando terras acima do riacho Caiçara, no atual município de Aurora. Em 1703, oficialmente, Manoel Rodrigues Ariosa e Manoel Carneiro da Cunha são agraciados com uma data de sesmaria bem no que, hoje, corresponde, mais ou menos, aos municípios de Missão Velha, Juazeiro do Norte, Crato e Barbalha. Contudo, a história, agora, é outra. Este Ariosa matou e usurpou, sendo que as consequências desses seus atos desembocaram em um dos maiores conflitos sangrentos do século XVIII, o qual entrou para a história sob a denominação de "Guerra entre Montes e Feitosas". A abordagem será essa, dentro de uma metodologia matuta, a partir da narrativa de um simples curioso. Sintam-se convidados!"
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Segunda-feira, 21 de junho de 2021
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