Juliana Pereira, João de Sousa Lima, Lamartine Lima, Manoel Severo e Letícia
Quando, em 2001, exumei a cabeça de Lampião, já quase consumidas todas as partes moles pela hidrólise do carbonato de cálcio com o qual fora coberta em 1968, apareceram claramente os fragmentos das fraturas múltiplas e irregulares, que realmente comprometeram toda a estrutura do crânio, como refere Sérgio, o que comprova a ação de elementos contundentes e ainda podendo-se verificar sinais de perfuro-contusão no lado direito da mandíbula e da base craniana fragmentada, compatível com lesão causada por tiro de fuzil, felizmente restando indene a parte do osso occipital onde estão as cristas cruciformes que formam a Torcular de Herófilo, sem a fosseta de Lombroso, o que prova aquele assassino contumaz não apresentar a famigerada marca do "criminoso nato", mais uma vez desacreditando a teoria do mestre italiano da Antropologia Criminal.
Mestre Estácio de Lima, de quem fui Assistente durante muitos anos, fez com que os cangaceiros que estavam cumprindo sentença judicial na antiga Penitenciária do Engenho da Conceição, entre eles, parece-me, Volta Seca, Passarinho, Deus-te-guie, Balão, Saracura e Labareda (deste eu conheço o original do documento por ele firmado), vissem e declarassem se realmente aquela era ou não a cabeça de Lampião, e todos a reconheceram como sendo daquele seu chefe de bando.
Abraço atencioso,
Lamartine Lima.
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