Os números são impressionantes até para aqueles que são afeitos ao estudo do fenômeno: 10 mortos, 14 feridos, quase 300 militares numa sanha desesperada em busca de dar fim a Virgulino com seus mais de 115 cangaceiros; foram cerca de 3 mil tiros em quase 10 horas de combate naquele longínquo
26 de novembro de 1926.
Semana passada os Grandes Encontros Cariri Cangaço reuniu os amigos de todo o Brasil para debater um dos combates mais emblemáticos de todo o ciclo do cangaço. Manoel Severo, curador do Cariri Cangaço recebeu para o AO VIVO no canal do YouTube do Cariri Cangaço, os pesquisadores Luiz Ferraz Filho de Serra Talhada e Louro Teles de Calumbi; ambos profundos conhecedores do episodio que viria marcar a historia dos combates entre os cangaceiros e as forças volantes: o combate de Serra Grande.
O programa iniciou com Luiz Ferraz Filho nos trazendo um panorama geográfico e histórico de toda região da Serra Grande, que na época do combate; 1926; se estendia de Vila Bela (atual Serra Talhada) ate Flores, passando por Calumbi ; na época distrito de Flores e local exato onde aconteceu o famoso fogo. Em seguida o pesquisador e Conselheiro do Cariri Cangaço, Louro Teles trouxe os principais detalhes da ligação de Virgulino Ferreira Lampião com Calumbi, isso desde os tempos em que a família Ferreira dedicava-se ao oficio de almocreve e os "meninos" filhos de seu Zé Ferreira acompanhavam o pai no oficio mor da familia, passando pelos muitos episódios de conflitos e a própria invasão do bando a Calumbi, Louro Teles ainda apresentou a amizade do rei do cangaço com moradores do lugar, coiteiros, os amigos, os inimigos, e um surpreendente romance e até um suposto filho do rei cego com uma menina chamada Tatu, das roças velhas.
O combate de Serra Grande vem situar-se entre duas das mais polêmicas passagens da saga do filho de seu Zé Ferreira, vulgo Lampião, a saber; em Março do mesmo ano o rei dos cangaceiros visita Juazeiro do Norte para se integrar às forças dos Batalhões Patrióticos e receber fardamento e armas na Meca de padre Cícero Romão Batista e logo em seguida ao combate que ocorreu em novembro, escreveria a ousada carta ao governador de Pernambuco, Júlio de Melo, sugerindo a divisão do território pernambucano entre os dois.
Outra polêmica acaba nos conduzindo ao grande combate; o que teria realmente acontecido em relação à morte do irmão do cangaceiro mais famoso da história? Antônio Ferreira; irmão de Virgulino e seu braço direito; teria tido sua vida ceifada a partir de um “sucesso” envolvendo Luiz Pedro na fazenda Poço do Ferro, de Ângelo da Gia, em meados de 1926 ou inicio de 1927, mas existem pesquisadores que defendem a hipótese que a morte estaria diretamente ligada a ferimentos recebidos pelo cangaceiro no sangrento combate de Serra Grande, onde está a verdade?
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