Angico e a Caravana Cariri Cangaço Por:Manoel Severo

Lívio Ferraz, Jairo Luiz e Manoel Severo, em Angico

A estrutura montada pela família Rosa, já na fazenda Angico, junto ao Restaurante Angico, ponto de partida para a trilha da grota, cerca de 800 metros caatinga adentro, torna os preparativos para a caminhada extremamente agradáveis. Hoje além do restaurante, loja de artesanato e balneário, terá logo em breve uma pousada para receber a todos os visitantes do baixo São Francisco.


Mais uma vez estávamos percorrendo os caminhos dos homens de João Bezerra, Aniceto e Ferreira de Melo naquele 28 de julho de 1938. Novamente chegávamos à grota e pela primeira vez, pelo menos no meu caso, encontrei o riacho do Tamanduá com água, o que nos fez refletir sobre a localização exata das toldas dos cangaceiros. Ainda na grota pudemos definir o local exato onde seria fixada a placa em homenagem ao soldado Adrião, único membro das forças volantes a tombar sem vida naquela manhã fria de julho; a seu lado, tombaram Lampião, Maria Bonita e mais nove cangaceiros. 

Manoel Severo, Vilela e Jairo Luiz
Trilha do Angico, o riacho ainda revela as recentes chuvas...

Da margem sergipana do Velho Chico, no município de Poço Redondo, até a Grota do Angico são cerca de 800 metros, trajeto exatamente idêntico ao percorrido pela volante do tenente João Bezerra. Na época, julho de 1938 era inverno, chovia, possivelmente os homens da força pública devem ter se deparado com a trilha nas condições em que passamos atualmente.

Lívio Ferraz, Manoel Severo, Vilela, Archimedes e Jairo Luiz, no Angico
Vilela e Adrião: primeiro à esquerda, de quem olha.
Definição do local da homenagem a Adrião Pedro de Sousa

A Placa em homenagem ao único soldado tombado morto em Angico: Adrião Pedro de Sousa; foi uma iniciativa do escritor Antônio Vilela, amigo da família e que contou com o apoio do Cariri Cangaço e do GECC. Vilela está finalizando seu mais novo livro, quando nos trará as "duas faces do cangaço" como ele gosta de afirmar, e dentre os temas abordados pelo autor, a história de Adrião Pedro de Sousa.

Manoel Severo

2 comentários:

Anônimo disse...

UMA BELA E MERECIDA HOMENAGEM AO SOLDADO ADRIÃO QUE SERÁ FEITA EM BREVE,AFINAL NÃO É JUSTO QUE APENAS OS CANGACEIROS SEJAM LEMBRADOS E HOMENAGEADOS.LEMBRO A TODOS QUE DURANTE A VISITA DA CARAVANA CARIRI CANGAÇO FOI POSSÍVEL VISLUMBRAR UM CENÁRIO PARECIDO COM AQUELE FATÍDICO DIA DE 28 DE JULHO DE 1938, OU SEJA OS RIACHOS DA FORQUILHA E DO ANGICO COM ÁGUA.
ABRAÇO A TODOS.

JAIRO LUIZ OLIVEIRA
CONSELHEIRO CARIRI CANGAÇO
PIRANHAS ALAGOAS

Anônimo disse...

Parabéns ao amigo Vilela, investigador de muita técnica e faro apurado, pelo reconhecimento ao soldado morto prestando serviço à sociedade na luta contra o cangaço.
Existe muita controvérsia sobre os métodos usados por alguns volantes para reprimir as ações dos cangaceiros, mas como diz o ditado: dois errados, não fazem um certo. Importante o amadurecimento dos cangaceirólogos em adotar uma posição imparcial frente a história.

C Eduardo