Major Zé Inacio, foi aqui que tudo começou...

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Casa séde da fazenda Baixa Grande do Major Zé Inácio

Estar no cariri, mas precisamente no Barro e ter a oportunidade de visitar a lendária Fazenda Baixa Grande, do não menos lendário e emblemático "Major Zé Inácio do Barro", para nós que estudamos a temática cangaço, é no mínimo emocionante. Foi aqui que tudo começou, foi dessas terras que ainda em 1918 saíram os primeiros homens de Sebastião Pereira e Luiz Padre, foi nessas terras que tres dos filhos do almocreve do Pajeú, Zé Ferreira, vieram morar, ali formariam ao lado dee muitos outros os cabras de Sinhô Pereira; foi dessas terras e dessa casa que partiram os celerados, e daí, o Mito.

Vista lateral

 O que restou do engenho

Ainda pelos idos do final da primeira década do século passado, a família Pereira, em franco confronto com a família Carvalho, no vale do Pajeú, acabou vindo fixar residência na cidade de Barro. Foram adquiridas as fazendas Timbaúba e Carnauba, bem próximas a outra fazenda famosa de um contra-parente: A Baixa Grande do Major Zé Inácio. Logo após a morte de Né Dadu, Sebastião Pereira assume o comando do braço armado da família Pereira e desse tripé: Timbauba, Carnauba e Baixa Grande, sob os auspícios do Major Zé Inácio, se forma o primeiro grupo de cangaceiros sob o comando de Sinhô Pereira, era o ano de 1918.

Estamos com a vista da fazenda Baixa Grande em direção a cidade de Barro

Aqui temos a vista da fazenda Baixa Grande em direção as fazendas Timbauba e Carnauba, no alto do morro, território da família Pereira.

Major Zé Inácio era verdadeiramente um dos maiores potentados de toda essa região desse lado do cariri, com influência forte em municípios como Milagres, Mauriti, Aurora, Missão Velha; tinha fortes e importantes aliados, conseguindo formar e fomentar um verdadeiro exercito de cabras e cangaceiros sempre a seu comando. Foi sempre um dos principais personagens em todos os episódios envolvendo conflitos armados na região e passou a ser o mais importante aliado de Sinhô Pereira e Luiz Padre.

Manoel Severo e Sousa Neto na sala principal da Fazenda Baixa Grande

Quanta coisa aconteceu e foi decidida por esses cômodos e que passaram por essas portas...


Com a palavra Virgulino Ferreira da Silva, por ocasião de sua passagem por Juazeiro do Norte em 1926 em entrevista ao médico cratense Otacílio Macedo: " - A meu ver o cangaceiro mais valente do nordeste foi Sinhô Pereira. Depois dele, Luiz Padre. Penso que Antonio Silvino foi um covarde, porque se entregou às forças do governo em consequência de um pequeno ferimento. Já recebi ferimentos gravíssimos e nem por isso me entreguei à prisão...

...Conheci muito José Inácio de Barros. Era um homem de planos, e o maior protetor dos cangaceiros do nordeste, em cujo convívio sentia-se feliz."

 
Sousa Neto e Bosco Amdré se despedem da fazenda Baixa Grande do Major Zé Inácio; nosso próximo encontro? Quando setembro chegar.
Que venha o Cariri Cangaço 2011...

NOTA CARIRI CANGAÇO: Na edição 2011, o Cariri Cangaço terá uma espetacular Conferência sobre a vida deste grande potentado que foi o Major José Inácio de Sousa, como também teremos a oportunidade de visitar a lendária fazenda onde tudo começou...
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11 comentários:

José Mendes Pereira disse...

Uma excelente história, um reencontro com o século XX. Interessante é que depois de muitas décadas passadas, ver-se que a casa ainda está em perfeito estado.

José Mendes Pereira - Mossoró-RN.

Sousa Neto disse...

O Barro é quem está muito gratificado em poder estar participando de um evento de tão grandioso conceito. Será para nós um momento muito significativo contar um pouco de nossa história.
Espero que possamos também dar a nossa colaboração nesse espaço cultural promovido pelo amigo Manoel Severo que é o nosso Cariri Cangaço.
Um abraço de todos nós barrenses.
Sousa Neto

Anônimo disse...

Lampião quis se entregar varias vezes a policia, só não o fazendo primeiro por Livino Ferreira, seu irmão que dizia:voce não é homem, não,voce é um frouxo,um covarde.Voce não nasceu pra ser cangaceiro.Depois por Antonio Ferreira que o impediu de se entregar e disse a ele: prefiro morrer a me entregar.Certa ocasião Lampião ficou caido,exaurido no meio da caatinga. Daí Labareda seguiu,buscou agua e salvou ele. Alfredo Bonessi - GECC - SBEC

Dalinha Catunda disse...

Olá Manoel Severo,
Cada vez que passo por aqui e me deparo com a cultura do passado sendo apresentada no presente, rendo minhas homenagens a você que é um braço forte em prol d cultura nordestina.
Um abraço,
Dalinha

Anônimo disse...

Deveriam falar do encontro do mesmo com o Antônio leite Teixeira Netto, no riacho dos cavalos..
O coronel totonho..

consueloayres disse...

Parabéns Souza Neto,foi por você que fiquei sabendo do Cariri Cangaço e de diversas obras do cangaço e da cultura nordestina.
Um abraço.

te mota disse...

Lampiao era como corisco não se entregou

francisco disse...

Lampião veio ao mundo para fazer história e fez

Vagner disse...

Uns covardes... Mataram homens bons, um foi Zé de Gilo, e João frandeiro.
Mataram o avô de uma professora, nossa
No sertão das Alagoas... Abriram a barriga feito bode, não a nada de honroso nisso. Inda bem que meus parentes da época não se envolveram com esses sanguinários.

CARLOS disse...

Verdade. Zé Flandeiro não baixou a cabeça para eles e pagou com a vida

Anônimo disse...

Frutuoso Amâncio de Freitas
Sou filho do município de Barro-CE, mais precisamente de Fazenda Nova, próximo a Cuncas e Prazeres, onde nasceu José Inácio de Sousa. Meu avô materno, Marcelino de Oliveira, comprou uma propriedade em Cuncas, que pertencia a Lino José Antonio, paí do major Zé Inácio. Minha avó materna, que nasceu em 1890, contava muitas história sobre eles.